25 de Agosto
Londres, Inglaterra
" Notícia de emergência:
A queridinha do Reino Unido, amada nacionalmente e internacionalmente, princesa segunda na linha de sucessão ao trono, estudante de medicina, Lily de Cambridge sofreu uma tentativa de sequestro na noite passada.
Indo curtir a última semana de férias da faculdade, a princesa estava a caminho do aeroporto e iria viajar para Paris quando seu carro foi interceptado por uma van com cinco homens dentro.
A tentativa de sequestro foi frustante, já que a princesa sempre está acompanhada de dois carros com seguranças e ainda pessoas disfarçadas pela rua.
A família real deu uma nota dizendo que nada foi levado e que Lily de Cambridge está bem, apenas assustada com a tentativa de sequestro."
A jornalista falou, olhando diretamente para a câmera antes da tela passar uma foto da princesa e outra do carro em que ela estava.
- Quem fala é Ellen Salek diretamente da BBC UK news, assim que tivermos mais notícias sobre a tentativa de sequestro da princesa retornamos, desejo a todos um bom dia.
A TV foi desligada e todos ao redor da mesa olharam para o primeiro ministro da Inglaterra, esperando que ele desse alguma instrução.
As pessoas mais importantes do Reino Unido e de mais confiança da rainha e do primeiro ministro estavam reunidos na sala de reuniões na 10 Downing Street, tomando decisões e vendo o que fariam a seguir.
- A princesa está em um lugar seguro e assim que aumentarmos a segurança dela, ela retornará a rotina facultativa dela. Preciso de sugestões pra aumentar a segurança dela na faculdade, alguém tem alguma sugestão?- Gary, o primeiro ministro falou.
Todos levantaram as mãos.
Fleamon Potter, ministro da segurança, braço direito de Gary e responsável pela segurança da família real estava ao lado do primeiro ministro, ouvindo todas as sugestões.
As sugestões mais burras foram sugeridas, o que fez Fleamont revirar os olhos.
Mesmo já tendo um plano, ouviu atentamente cada um deles.
As ideias iam de colocar um segurança infiltrado disfarçado de professor, colocar câmeras dentro e fora do apartamento, mudar a princesa para outro lugar, colocar vinte seguranças na cola dela o tempo todo e outras piores.
O rei, Arthur III e a rainha Susana de Cambridge tinham exigido algo que não tirasse tanto a privacidade de Lily e que deixasse ela a vontade, podendo fazer coisas normais e vivendo a vida universitária como uma garota normal.
- Não, não, não!- Fleamont falou, cansado das péssimas sugestões, trocando um olhar com Gary.- Se vocês fossem ministro da segurança no meu lugar a família real inteira estaria morta!
Alguns se encolheram quando ele falou aquilo, bateu na mesa e se levantou, indo até a janela.
- Estão todos liberados, caso necessário entrarei em contato com os senhores.- Gary falou, fechando seu notebook.
- Mas senhor, e o plano...?- Um dos estagiários que apenas acompanhava perguntou, parando de anotar tudo o que estava sendo dito em reunião.
- Do que adianta falar o plano pra vocês se logo depois ele vaza?- Fleamont apagou o cigarro, olhando de canto para eles.- São um bando de filhos da p**a, isso sim que vocês são. A gente se matando pra proteger a princesa e vocês vazando informações, a partir de agora só os mais de confiança saberão.
Os demais se despediram, deixando apenas o ministro da segurança e o primeiro ministro.
O último a sair trancou a porta, sabendo que dali em diante a conversa ficaria apenas entre aqueles dois.
- Seu filho vai concordar?- Gary perguntou.- James tem um temperamento um tanto quanto explosivo.
- Conheço James como a palma da minha mão. Talvez ele não aceite o convite vindo de mim, mas de outra pessoa ele vai aceitar.
- E porque você tem tanta certeza que James é o mais indicado? Fala sério, Fleamont. Faz quantos anos que você não vê o garoto? Quanto tempo você se divorciou da mãe dele? Como vamos saber se ele é bom mesmo pra função?
Fleamont respirou fundo, olhando para Gary e se encostando a janela, cruzando os braços sobre o terno.
- James foi o melhor da turma dele, sabe desarmar bombas, consegue se esconder por dias em uma floresta, sabe os melhores esconderijos de Londres e provavelmente ele seja melhor do que você e eu juntos. Ele é bom no que faz e não duvido que ele seja melhor do que nós dois juntos.- Pausou, olhando para a janela.- Tenho orgulho do garoto e sei que ele daria a vida por aquela princesa.
- Se ela fosse sua filha, Fleamont, se Lily de Cambridge fosse sua filha, você confiaria a vida dela a James?
- Eu confiaria minha vida a dele se eu fosse rei.- Não hesitou em responder.- Confiaria a vida da família real toda a ele, ele é leal e fiel, sei que ele vai proteger essa garota com a própria vida de for preciso.

James Potter posicionou a câmera em um bom ângulo, com boa luz e que daria pra pegar no flagra, tendo certeza que os rotos apareceriam na foto e daria pra identifica-los muito bem.
Esperou alguns minutos antes que eles entrassem em posição e as carícias começassem.
Ela estava com um vestido vermelho e ele com uma roupa social, ele afastou o cabelo dela e falou algo em seu ouvido.
Ela riu e depois sussurrou algo de volta.
James conseguiu fotografar a conversa e também uma cena bem caliente dele beijando ela e outra deles entrando no carro.
Estava prestes a subir na moto para segui-los, quando alguém tocou em seu ombro.
- Ora ora, se não é Fleamont Potter o homem que a única coisa que fez por mim foi ter transado com minha mãe.- Falou sarcasticamente, tirando a mão dele de seu ombro.- A que devo a honra?
Fleamont não esperava um abraço, nem James pedindo bença ou chamando ele de papai depois de tantos anos, mas esperava alguém diferente.
James tinha crescido muito desde a última vez que ele tinha o visto, estava com vinte e cinco anos e era um homem feito.
- Preciso falar com você sobre algumas coisas importantes e acho que seria melhor irmos para um lugar reservado, que tal seu apartamento?- Sugeriu.
Ele revirou os olhos para o homem parado a sua frente.
- Que tal você ir pro inferno? Porque eu tô dando o fora!- Já estava guardando sua câmera fotográfica na mochila, olhando para o pai com um olhar furioso.
- É um assunto de extrema importância para o país, espero que você possa me ajudar.
- Pega o país, a família real e a segurança e enfia lá onde o sol não bate, tenho o mais o que fazer.
- Dez mil libras.
James parou, pensando no valor mas logo depois deu de ombros.
- Consigo mais do que isso trabalhando como investigador particular.
Fleamont revirou os olhos.
Sabia que não seria tão fácil assim convencer James de entrar naquela.
- Vinte mil libras.
- Que mão de vaca, sabemos que você pode me dar muito mais.- Cruzou os braços.
- Que tal eu pagar um almoço e falar da minha proposta, assim você me dá um valor.
James parou, pensativo.
Precisava da grana, mas ter que trabalhar com seu pai seria uma m***a.
- Vamos lá filho, eu sei que você precisa da grana. Você saiu da polícia por algum motivo que eu não sei e você só tem esse bico de investigador particular, você pode ser mais e ter mais dinheiro, faz isso pelo pai, eu preciso de você.
- Primeiramente, não me chama de filho.- Falou e Fleamont assentiu.- Segundo, vou ouvir sua proposta pela grana apenas e não por você, não faço nada por você, estamos entendido? Faço por mim!
- Tudo bem, fi...- Ele parou quando viu o olhar dele.
- E não vamos almoçar, vamos em uma lanchonete e você vai pagar porque você é o ministro da segurança e eu sei que tem muita grana.
Fleamont concordou.
- Vou de moto, pega seu carro e me acompanha.

James como não era nada burro foi em sua lanchonete favorita e também uma das mais caras de Londres, aproveitando que não pagaria nada pediu as coisas mais caras e ainda fez alguns pedidos para levar pra casa.
Comida para jantar e ainda levou para Remo e Sirius.
- Me lembro de quando você era policial, treinou tanto e sempre foi um bom rapaz, se esforçou tanto e foi um dos melhores da turma, tenho tanto orgulho de você que não cabe no peito.
- Engraçado você se lembrar, não lembro de você na minha formatura na polícia e muito menos em outros anos.- Debochou, abrindo um sorriso maldoso.- Mas vai direto ao ponto, sem muita enrolação.
Fleamont respirou fundo.
- Você viu que deu nas televisões que a princesa Lily de Cambridge sofreu uma tentativa de sequestro?
- Isso aconteceu hoje de madrugada né? Eu vi, deu em tudo quanto é lugar, deve ter dado um trabalhão pra você e pro velho Gary.
- A princesa ainda está sofrendo algumas ameaças e não conseguimos identificar da onde é ou quem é. Não sabemos se é um grupo de terroristas, se é motivo político, religioso ou um simples ataque de ódio.
James bebeu sua cerveja tranquilamente, não dando muita importância ao assunto.
- Hm, é mesmo? E o que eu tenho a ver com essas paradas aí?
- Em alguns dias a princesa retornará para a universidade e estamos reforçando a segurança dela, para isso precisamos de alguém infiltrado na faculdade. Alguém jovem e que possa andar facilmente entre os outros estudantes, alguém que ninguém nunca desconfiará que está ali pra proteger ela.
James parou de beber a cerveja, olhando pro pai dele e depois pra si mesmo e fazendo uma careta ao perceber onde o pai dele queria chegar.
- Não, nem morto! Eu tô fora!
- James, você é o melhor no que faz e eu tenho certeza que se eu colocar qualquer outro como infiltrado ele vai deixar ela morrer! Só você pode cuidar dela e proteger ela!- Falou sério.- Faça isso pela rainha, pelo rei, pela princesa, pelo nosso país!
- Dar minha vida por um princesinha? Tá doido que eu vou aceitar umas coisas dessas, tô indo embora e não esquece de deixar a gorjeta pra garçonete!
Ele pegou os lanches dentro do saco para levar e saiu da lanchonete, colocando o capacete e subindo em sua moto sem nem olhar para trás ou pensar uma segunda vez naquela proposta.
Antes de voltar pra casa concluiu o trabalho que tinham contratado ele, ligando em alguns motéis e fingindo ser a secretária do homem, perguntando se ele estava ali. No último motel confirmaram.
James pilotou até lá e fingiu que entregaria um lanche la dentro, quando a atendente desconfiou ele empurrou uma nota e ela deixou ele entrar.
Foi fácil bater umas fotos do carro dele no estacionamento do motel e depois só precisou se esconder entre alguns carros para tirar foto.
Depois de flagar os dois saindo do motel, mandou por e-mail as fotos para que Remo imprimisse e entregasse para a mulher dele e recebesse o dinheiro.
Seu trabalho já tinha sido feito, Remo só precisava fazer a parte dele.
Não demorou nem uma hora e meia no motel e já foi para o prédio em que ele, Sirius e Remo dividiam um apartamento, estacionando a moto no estacionamento e subindo as escadas.
Mas James tinha percebido uma coisa estranha antes de ir pro apartamento, tinha notado pessoas que ele nunca tinha visto, um carro indo até a esquina e depois voltando pela outra rua, motos passando mais de uma vez na mesma rua e pessoas lendo jornais.
Tinha um padrão, um padrão que James por ser policial já conhecia.
Fingiu ser coisa da sua cabeça e que era apenas paranóia, afinal não teria nada a ver com o que seu pai tinha proposto...
Quando colocou a chave na porta do apartamento, antes que abrisse com a chave a porta foi aberta e Remo o encarava, pálido.
- O que aconteceu?- Perguntou, entrando no apartamento e indo para a cozinha beber água.- O dia foi uma loucura hoje, nem imagina o que meu pai propôs!
- Cara...- Remo falou, seguindo ele.
- Hm?
- A rainha do Reino Unido entrou aqui, aqui no nosso apartamento te procurando e ela entrou, simplesmente entrou e falou que te esperaria.
James se engasgou.
- p**a m***a! A rainha? A rainha veio aqui?
- Olha a boca, senhor Potter.- Uma voz feminina falou atrás dele.
James se virou rapidamente.
Uma senhora baixinha, usando salto um terninho elegante de cores claras, salto alto e luvas estava parada no batente da porta do quarto de James.
Ela tinha os cabelos em um tom de castanho puxando para um tom de louro meio alaranjado e tinha um ar de bondade.
Suas mãos estavam cruzadas sobre sua bolsa e ela tinha um olhar calmo e paciente.
- Majestade.- Remo se curvou diante da rainha e James acabou o acompanhando, sem saber muito o que fazer.
- Acho que o senhor sabe porque vim aqui.- Ela suspirou.- Poderia ouvir uma mãe preocupada com sua filha? Finja que eu não sou a rainha, apenas ouça uma mãe, por favor senhor Potter.
James suspirou.
Uma coisa era negar um pedido de seu pai, outra era negar um pedido da rainha em pessoa.
Concordou com a cabeça.
- Eu vou dar licença pra vocês, estarei por aí...- Remo falou, saindo sem jeito e de fininho.
James colocou o saco dos lanche em cima do armário, sem saber ao certo o que fazer.
- Vossa majestade aceitaria uma água? Um suco? Tenho lanches também...
James não gostava de ser puxa saco e muito menos tratar a realeza por majestade, mas a rainha Susana era completamente diferente.
Ela era uma rainha bondosa, piedosa e todos gostavam dela, era muito querida.
- Não obrigada, apenas me sentarei com sua licença.- Ela se sentou, cruzando as pernas e colocando a bolsa sobre seu colo.- Minha filha é nossa sucessora no trono, ela é a futura rainha e vem se preparando a vida toda, ela é o melhor para o país.
- Ela pode ser, mas eu acho que...
- Apenas me ouça, filho, por favor.- Pediu.- Ontem minha garotinha sofreu um ataque, quase levaram ela e se tivessem levado ela não sei o que seria de mim. Nós somos a realeza, temos ouro e bens, muito dinheiro, mas o meu maior bem mesmo são minhas duas filhas e eu daria minha vida por elas, daria esse reino e esse dinheiro todo.
Lágrimas surgiram em seus olhos verdes e ele sem jeito entregou um lenço.
- Qual o seu maior sonho, James? Seu sonho é se casar? Ter uma mulher? Dinheiro? Uma carreira?
- Rainha Susana, a senhora...- Ela o interrompeu.
- Eu te dou tudo o que você quiser James, eu te dou tudo.- Ela agarrou a mão dele.- Te dou cem mil libras ou mais, te coloco como chefe em algo da polícia, deixo você daqui uns anos como ministro da segurança, te dou casa, jóias e diamantes, ouro, o que você quiser, mas eu estou aqui, de coração aberto te implorando pela vida da minha filha.
Foi fácil negar um pedido do velho Fleamont que tinha abandonado ele e sua mãe novos, mas era impossível negar um pedido da rainha em pessoa chorando pela vida da sua própria filha.
- Posso colocar outro homem no seu lugar, mas do mesmo jeito que minha filha vai ser a melhor rainha pro país eu sei que você vai ser o melhor segurança pra ela. Você é o melhor e eu confio em você e no seu pai, aceita por ela, pelo país. Ela é jovem e está sofrendo tantas ameaças... por favor, James, por favor.
E pra completar ela lembrava James de sua falecida mãe.
- Eu... eu...- Gaguejou, sem saber o que fazer.- Eu aceito.