Capítulo 04 Vinícius

1376 Words
Avalanche Narrando Já estava afoito aqui no camarote só esperando ela chegar. Se brincar, pô, cheguei antes até dos cria do Tuiuti. Esperei por esse dia todos os anos. Quando o Tralha passou o fio dizendo que ia ter "O Bailão de Retorno das Princesas"... putä que pariu, mano, o coração acelerou. A putä da Cristiane cismou que queria ir numa balada no asfalto, me encheu a semana inteira. Essas porräs esquecem que é só um pente e rala. Quem em sã consciência vai assumir putä? Pra sair pra uma balada no asfalto, a gente chama os parceiros, mulher a gente encontra popular.... Mas pra tá nesse terno todo, com certeza a filha da putä ouviu boatos de que elas estavam voltando. A sonsa sabe, assim como geral, que eu curto uma noitada, seja no baile ou no asfalto. Teve movimentação, bebida e erva pra colocar as ideias pra girar, eu tô dentro. A ficha caiu quando cheguei no Tuiuti e os cria já vieram perguntando se eu ia mesmo descer pro asfalto ao invés de vir pra resenha de boas-vindas das meninas. A filha da putä não só jogou como espalhou. Avalanche: – Prometo que não vou tomar muito o seu precioso tempo – falei, dando uma olhada para a barriga dela, sem acreditar que outro homem tocou nela. Sassá: – Vinícius, por favor, agora não. Teremos a vida inteira pra conversar, não tô me sentindo bem hoje. Minha recepção no baile não foi das melhores, e só tem alguém atrás de você. Vai lá, vai, com certeza a Cristina tem muito a te oferecer – ela fala de um jeito seco, mais do que ela já era. Cristiane: – Enquanto umas te esnobam, outras te querem na cama delas. Vai perder tempo com essa daí se você tem tudo isso aqui – não acredito que essa putä vai causar aqui. Master: – Tá tudo bem por aqui!? – o cara pode falar calmo do jeito que for, mas a voz dele parece a de um trovão. Mateo: – Tudo susto, coroa – ele fecha o punho, batendo no meu ombro e já me mandando me ligar. Cristiane: – Seja bem-vinda, Sassá. Tô vendo que você já vai acompanhada. É uma honra te ter de novo no Tuiuti – fala, desdenhando, com a Samira e a barriga dela. Com a mão na cintura, levanta a cabeça, empinando o queixo e o nariz. Avalanche: – Cristiane, fica na sua, c*****o. Até onde eu saiba você vai pra uma balada no asfalto no é?. Que que tu tá fazendo aqui mesmo? – Ela tenta passar a mão no meu peito, e eu já levanto a mão, afastando os braços dela. Cristiane: – Você tá assim por causa da Samira, vulgo Sassá. Fica não, bobo, com essa daí eu tô acostumada a dividir. Quem divide na adolescência divide na fase adulta também – olhei para Samira, que balançou a cabeça, negandö. Avalanche: – Procura teu rumo, carälho. Na verdade, não sei nem o que tu tá fazendo aqui no camarote. Quem deixa você subir, tá fazendo companhia pra alguém – falo com os dedos presos no pescoço dela, dou uma apertada e ela arregala os olhos. Cristiane: – Eu pensei que tava com você? – Ela sorri pelo nariz, balançando o corpo. Seguro firme no pescoço dela com uma mão, e com a outra, dou um tapão. Avalanche: – Comigo não, eu cheguei aqui sozinho e é o jeito que pretendo ir – solto o pescoço dela, dando um empurrão. Ela cai em cima de uns cria que estavam ali da Penha. XXX: – Já deu teu show? Então bora descer. Tu nem a Xuxa, caraï – um dos vapor sai praticamente arrastando ela escada abaixo, tirando do camarote. Caralhö, mano, a minha mente ficou apertada até no dia que minha Sassá voltou. Volto a olhar pra ela, que dançava no meio das outras lindamente. É como se o tempo tivesse congelado pra ela. Perdeu aquela carinha de boneca, agora tá com carão de mulherão, corpo perfeito. Só de saber que ela vai ter um filho que não é meu, minha mente aperta. Avalanche: – Prometo pra você que não te vou te perturbar mais – Sofia e as outras me olham, ela solta o ar fazendo barulho, passa a mão no rosto e joga o cabelo de lado, passando a mão na barriga. Sassá: – Bora lá na sala do coroa – ela fala. Faço sinal com a mão e ela passa na frente. O Master assovia pra ela, e ela só faz sinal de CV pra ele, seguindo pra sala logo atrás do camarote, e eu sigo atrás dela. A saia de tecido fininho marcando o bundãö dela, rebola lindamente na minha frente. Antes que ela me jogue do camarote, ou de qualquer outra janela, vou bater a real aqui pra vocês: meu nome é Vinícius dos Santos, vulgo Avalanche. Recebi esse vulgo do Imperador há 8 anos atrás onde eu e o Master quase colocamos o Rio de janeiro no chão por causa de um feriado que tinha saído no assalto, e a ideia que eu dei para poder salvar todo mundo, aí ficou Avalanche. Tenho 32 anos, 1,89 m de altura, galegão mais bronzeado com sol do Rio de Janeiro. Sou dono do Morro da Providência, uma das maiores e primeiras favelas do Rio de Janeiro, herdei do meu coroa, que até ano passado estava com a gente. Uns arrombados, uns filhos da putä, fizeram uma emboscada, e ele caiu bonito quando voltava de uma viagem junto com o grande Imperador e a grande libélula. Como já dizia o vulgo dele, ele foi como um Corvo, jogou o carro na frente do carro do Imperador pra proteger ele e a Imperatriz. Mas com a velocidade que eles estavam, não dava pra ter sobrevivido. Sassá: – Eu sinto muito pelos seus pais – ela fala, encostando na mesa, cruzando os braços de frente pra mim. Avalanche: – Até hoje não aceitei essa ideia de que eles se foram daquela forma – ela me olha de cima a baixo e morde o canto da boca pro lado de dentro. Dou dois passos pra frente e ela estica a mão pra eu manter distância. Sassá: – Por favor, você falou que era uma conversa, e hoje não tá um clima bom nem pra conversa. Poderíamos deixar pra depois, mas já que você insiste tanto, eu tô aqui, pode falar – ela fala, seca. Eu sorrio pelo nariz. Me afasto, passando a mão no rosto, e coloco a mão na cintura. Avalanche: – Cara, sabe aquele ditado de que tu só dá valor quando perde? Essa porrä aconteceu comigo quando recebi a notícia de que você não tava mais no Rio. Tem cachorro louco? Eu fui, te queria e não soube te ter. Sei que já tinha idade suficiente pra decidir se queria realmente pensar com o coração ou com a cabeça da pikä. Naquele dia, eu não sei o que aconteceu. Tu falou que não ia comigo pro asfalto, e eu acabei descendo pro bar, bebi junto com a Cristiane e acordei do lado dela – ela sorri de lado. Sassá: – A conversa era sobre isso? Então tá bom. Você quer falar de ditado? "O que os olhos não veem, o coração não sente". Se aquelas imagens não tivessem chegado pra mim, os boatos não tivessem chegado no meu ouvido, quem sabe... – ela passa a mão na barriga e fica calada, como se a expressão dela falasse mais que mil palavras. Avalanche: – tu não pode perguntar pro meu coroa e pra minha coroa, porque eles não tão aqui pra dizer, mas pergunta pro grande Imperador, pra Imperatriz, pergunta também pra tua coroa, quantas vezes eu vim aqui com a passagem na mão pra ir atrás de você, e o teu coroa me mandou viver a vida – passo a mão na boca e viro de costas. Pela primeira vez na vida, senti meus olhos encherem de água, ainda mais na frente de uma mulher. Sassá: – Vamos fazer assim, Vinícius: vai comer bucetä e me esquece, carälho – antes dela terminar de falar, eu a puxo pelo pescoço e beijo a boca linda dela.....
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