Capítulo 11 - A raiva de Magnus

1618 Words
Magnus estava espumando de raiva. Aquele maldito príncipe! Como ele se atreve a emboscá-lo daquela maneira?! Claro que se Lucian não tivesse usado os seus feromônios dentro do quarto, Magnus jamais se deitaria com ele… é tudo culpa dos feromônios e do instinto ômega que anseia por um alfa. Isso mesmo… Imagina se ele iria se sentir atraído por aqueles olhos claros e brilhantes feito diamantes ou se iria sentir cócegas com as pontas daqueles longos cabelos platinados tocando o seu rosto. Ou pior ainda, se ele fosse se sentir arrepiado quando aqueles dedos compridos e finos deslizaram entre as suas coxas. De maneira alguma Magnus iria gostar daquilo e cair naquela armadilha propositalmente… hah. Depois de garantir que suas roupas estavam cobrindo cada marca de chupão em seu corpo e que seu cabelo preto estava penteado para trás sem deixar nenhuma pista do que aconteceu, Magnus saiu do quarto alguns minutos depois de Lucian. Só de ver o oitavo príncipe acompanhando sua irmã com aquele sorriso mascarado e carinha de bom moço já irritava Magnus. Mas que droga ele estava pensando?! O que? Ele realmente tinha ido pra cama com o oitavo príncipe? O rato que se esconde no palácio imperial? Ele, o Grão-duque daquele império, gemeu por mais?!!!! — Bebida, senhor? Magnus agarrou uma taça de limonada e virou o conteúdo na boca. Sua garganta estava seca e ele ainda sentia os efeitos dos feromônios do príncipe. Aquele cheiro amadeirado parecia um perfume caro e único que Magnus jamais sentiu em toda a sua vida. Apesar de já ter se envolvido com alguns alfas, ele nunca se sentiu tão atraído pelo feromônio de alguém. Na verdade, os feromônios de Lucian pareciam fracos comparados a outros alfas, só que ainda assim teve um grande efeito em Magnus. Provavelmente por causa da droga que o maldito se atreveu a tomar. Aliás, como aquele rato conseguia se manter em pé naquela festa? A droga deveria causar outros efeitos nele. Merda! Além disso, o seu corpo parecia exausto, pesado precisando de repouso. Claro, ele foi de zero a cem muito rápido graças aos feromônios daquele maldito príncipe, é natural que o seu corpo pudessem se adaptar tão rapidamente e ainda manter as aparências naquela festa. No entanto, não deixava de ser um incômodo. Era como se ele também tivesse sido drogado. — Vossa Graça, está aproveitando a festa? Virando-se para trás, Magnus mantinha a sua compostura quando a Condessa Baragnon se aproximou dele. Apesar dele ainda ter alguns xingamentos guardados para o maldito príncipe, precisou engolir a sua frustração para manter a boa aparência na frente da anfitriã. — Estou sim, sou grato por terem me convidado. — Você parece meio pálido, aproveite para comer um pouco das sobremesas. As bombas de chocolate podem ajudar a devolver cor ao seu rosto. — Obrigado, eu irei. Um pigarro baixo chamou a atenção dos dois. A Condessa sorriu levemente ao olhar delicadamente por cima do ombro. — Ah, alguns cavaleiros pareciam ansiosos para conhecê-lo, Vossa Graça. Espero que isso não o incomode. Incomodava, e muito. O cheiro daqueles alfas chegava antes dos pés deles. Bando de exibicionistas que adoravam espalhar seus feromônios fétidos para atrair ômegas. Apesar que os alfas só eram bons nisso e em batalhas, de resto não podia esperar muito deles. Pensando bem… ele só sentiu os feromônios de Lucian no quarto. Mesmo quando estavam em público conversando, o oitavo príncipe não deixou escapar o próprio cheiro. Será que ele é um alfa recessivo? Não que fizesse alguma diferença, mas isso talvez fosse graças à diferença de um alfa suado que luta no campo de batalha para um alfa com uma coroa na cabeça. O sangue real deve ter um "quê" a mais. — Claro, não será problema algum. A Condessa fez as apresentações e Magnus nem se incomodou em decorar o nome dos cavaleiros. A medalha que ostentavam em seus p****s sinalizavam que eram soldados do exército imperial, mas isso não impressionaria um Grão-duque que lutou na linha de frente liderando aqueles homens. Além disso, precisava de uma força sobre humana para não revirar os olhos para o cheiro dos feromônios deles. — Está usando um perfume novo, Vossa Graça? — O que? — Ouvi dizer que o aroma amadeirado tem sido uma grande tendência entre os homens. Infelizmente as perfumarias que já visitei nunca estão em estoque. Magnus franziu levemente a testa com o comentário da Condessa, e somente então ele notava que os dois alfas estavam mais afastados e reagiram inconscientemente ao comentário da Condessa. Assim ele percebeu um detalhe meramente divertido. — É mesmo? Eu diria que fui sortudo em conseguir uma dose desse perfume, mas foi apenas uma amostra. — Que sorte, Vossa Graça. Devo dizer que é um bom aroma. Bebendo um gole da limonada, Magnus tinha pelo menos alguma coisa a qual ser grato. Não era um perfume, mas o feromônio do oitavo príncipe imperial que lhe cobriu por inteiro. Somente o cheiro de um alfa para manter outros alfas afastados, e para a sua sorte parece que nenhum daqueles cavaleiros teria notado do que se tratava. Afinal, quem iria saber qual é o cheiro de feromônio do oitavo príncipe, que quase nunca é visto socialmente? Magnus era grato pela estupidez daqueles alfas. — Aliás, Vossa Graça, quando ouviremos as boas notícias? Muitas senhoras estão ansiosas para apresentarem seus filhos a você. — Estou ocupado cuidando dos assuntos do meu território e do casamento do meu irmão. — Ah sim, creio que o seu irmão deve estar muito contente que logo irá se casar. Os seus pais também ficariam muito ansiosos se ainda estivessem entre nós. O breve comentário sobre os seus pais fez Magnus retornar à realidade em um instante. A sua expressão voltou a ser neutra e seus olhos carmesins recaíram sobre a taça vazia que tinha em mãos. — Sim, estou feliz que eles tenham se unido naturalmente. Como irmão mais velho não desejaria coisa melhor para os meus irmãos mais novos. Sim, era muito melhor falar dos seus irmãos do que dele mesmo. Principalmente por ele ter cometido o erro de ter drogado o oitavo príncipe. De maneira alguma deveria falar sobre a sua vida particular. Os olhos carmesins de Magnus vasculharam o salão, e ele percebeu Lucian dançando com Raven. A presença daqueles dois realmente faziam a atmosfera diferente, dando importância ao Conde Baragnon, talvez fosse por isso que a Condessa também tentasse se aproximar de Magnus e apresentá-lo a alguém. No entanto, o Grão-duque não queria realmente participar daquele plano das mães casamenteiras. Não depois de que fez alguns minutos atrás. Droga, ele ainda estava suando muito por conta dos efeitos daqueles feromônios. — Ora, Vossa Graça, mesmo estando ocupado você participará do festival de caça organizado pelo Imperador, não? Voltando sua atenção para os alfas, Magnus concordou com a cabeça. — Sim, eu sempre participo apesar de caçar não ser o meu hobby favorito. — Você diz isso, mas sempre fica em segundo lugar com uma boa presa. — Talvez a Sua Graça não tenha interesse no prêmio do primeiro lugar? — Considerando que o prêmio é focado para o ômega presentear o seu alfa… — Sim, sou um homem solteiro e por isso não tenho interesse no prêmio — Magnus respondeu encarando o alfa. — Deveria aproveitar a chance e conhecer alguém. Todos sabem que o festival de caça costumava ser uma festa do primeiro imperador para impressionar a sua imperatriz e desde então criou-se o hábito de ser um evento para os casais e também para evitar que os animais selvagens descem para o vilarejo. A sua vida pessoal com certeza era alvo de fofocas, já que Magnus dificilmente era visto acompanhado de um alfa. Isso o irritava levemente ao ponto de nem tentar esconder a frieza em seu semblante ao inclinar a cabeça. — É apenas um conto t**o para quem tem uma aliança no dedo. Não é o meu caso, então apenas considero um dever nobre garantir a segurança do vilarejo. — E acabamos de dar a ele uma desculpa para não fazer bom proveito do festival. Magnus se limitou a sorrir, realmente é uma bela desculpa. O problema era… Um certo príncipe com quem ele tinha acabado de f********o. Engolindo em seco, Magnus suspirou já imaginando que talvez ele seria um dos homens ômegas comprometidos a participar do evento. E que o seu parceiro seria a pessoa que ele menos esperava. Se Magnus não tivesse seguido Lucian até aquele quarto, ou melhor, se Lucian não tivesse bebido daquela taça, Magnus não estaria se debatendo com a própria moral. Era como ter mexido com uma pequena abelha que parecia inofensiva, mas que essa abelha tivesse o ferrão mais mortal para usar contra ele. Merda… se não fossem pelos feromônios, se não fosse pelo príncipe intrometido… se não tivesse se sentido bem com o seu toque… Quando se tornou insuportável aguentar aquele ambiente, Magnus se despediu do Conde e da Condessa Baragnon e foi embora. Queria evitar esbarrar com o oitavo príncipe ou com qualquer outra pessoa. Estando dentro da carruagem, ele afrouxou a gravata e soltou um suspiro pesado. — Mas que droga… o que eu faço? — Encarando o vidro da carruagem, ele via as marcas de chupão em seu pescoço — Aquele maldito rato, ele não teria coragem de contar a ninguém sobre a droga, teria? Enquanto a carruagem seguia o trajeto para a mansão dos Grimwood, Magnus só conseguia pensar em alguma maneira de sair daquela confusão que ele mesmo criou. O plano era perfeito demais, só não contava com uma variável com uma coroa na cabeça. Agora aquela variável era a sua maior dor de cabeça.
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