Capítulo 09 - Trocando as taças

1492 Words
Maverick havia conhecido Stephen em uma missão para proteger um vilarejo próximo das fronteiras. Durante o tempo em que o alfa permaneceu no vilarejo para cumprir sua missão, eles se tornaram cada vez mais próximos até o ponto de Maverick descobrir que Stephen era o filho perdido do Conde Baragnon. Foi após a guerra, no caminho de volta, que Maverick começou a demonstrar mais a sua afeição ao ômega. E como Magnus acompanhava Maverick, ali surgia um triângulo amoroso. Lucian estava ciente de que o seu vilão já estaria dando o primeiro passo à sua vilania. Uma droga que forçaria o cio de Stephen e o faria cair nos braços de um outro alfa, e assim romper a confiança entre o casal principal. O problema era que Lucian iria bagunçar os planos de Magnus. — Algum problema, Vossa Graça? — Perguntava Stephen inocentemente. Magnus piscava aturdido e Lucian só podia engolir o seu sorriso vitorioso. — Não… eu pensei ter visto algo… Ah, ele não iria admitir que tentou drogar o filho do Conde, certo? E por enquanto, Lucian não sentia absolutamente nada. Enquanto não sentisse nenhum problema, poderia brincar um pouco com o psicológico do seu vilão, não poderia? Afinal, Magnus o chamou de rato… Sim, ele era rancoroso. Um príncipe rancoroso. — Oh, a dança terminou. Uau, eles dançam tão bem, você não acha, Vossa Alteza? — De fato, jovem Baragnon. A minha irmã parece se divertir enquanto dança e eu fico feliz por ter fugido de sua alegria. — Haha, a Vossa Alteza realmente só dança quando forçado, não? Lucian sorriu em cortesia. Como era típico de um protagonista, Stephen era lindo. Um anjo que caiu do céu, com uma voz melodiosa. No entanto, Lucian preferia a sombriedade de um certo vilão que o encarava de vez em quando como se o amaldiçoasse. — Sir Magnus, se continuar me encarando assim irei pensar que está me pedindo para uma dança. — Seria uma ideia equivocada, Vossa Alteza. Eu não danço. — Ótimo, então me sentirei seguro ao seu lado. O criado se aproximou para trocar as taças por bebidas novas, e Lucian agradeceu com um sorriso cordial. Quando uma senhora nobre veio cumprimentar Stephen e Magnus, o oitavo príncipe aproveitou a chance para pingar algumas gotas daquela droga na taça do Grão-duque. Agora os dois estavam drogados, e a qualquer momento iriam colapsar naquela festa. — Lucian, você viu como o sir Maverick dança bem? Pude notar que ele esconde bem suas habilidades. — Minha irmã, parece que você está contente por ter descoberto as habilidade de dança do cavaleiro — Lucian dizia contente, bebendo um gole da sua bebida antes que Raven pudesse agarrá-lo e arrastá-lo para o centro do salão. — Eu estou, de fato. — Está me lisonjeando, Vossa Alteza. Lucian ignorou a conversa entre os dois quando Magnus pegou a sua taça e bebeu um gole da bebida. Ele fez uma careta no começo, e Lucian desviou o olhar rapidamente antes que fosse pego. Pelos minutos seguintes, Lucian percebia que alguns alfas tentavam se aproximar de Magnus para cortejá-lo e chamá-lo para dançar, mas o olhar frio e distante dele afastou os pretendentes. Além de que o fato de estarem na presença de Lucian e Maverick, dois alfas, também contribuiu para tal fato. Ora ora, parece que Lucian não era o único a querer escalar os muros altos de Magnus Grimwood. Uma pena que ele seria o único a forçar a sua entrada na vida do Grão-duque. Uma entrada forçada baseada em chantagem e um jogo. Lucian sorriu levemente quando o efeito da droga surgiu. Magnus bebeu o vinho e deixou a taça vazia sobre a mesa. E talvez fosse o aroma do vinho, mas certamente aquilo mexeu com Lucian. Um aroma tão doce e suave, que serpenteava o seu pescoço o apertando e o sufocando fazendo seu coração acelerar várias batidas. Na medida em que sentia aquele aroma ficar mais e mais nítido, Lucian percebia que não estava bem. Os dedos enluvados de Lucian puxaram levemente a gravata e abriu o primeiro botão da camisa social na tentativa desesperada de se refrescar. O calor subia lentamente e o aroma de vinho que vinha de Magnus era intenso. A sua cabeça parecia ficar leve e tonta, talvez fosse a sua pressão caindo. Iria desmaiar no meio da festa? Esperava que não. — Se vocês me dão licença, eu irei… fugir um pouco antes que minha irmã me chame para dançar. — Lucian! Sem dizer mais nada, Lucian se apressou em se afastar daquele grupo. Que sensação mais… estranha e sufocante! Era como se estivesse doente, mas no fundo havia aquela sensação estranha de perda de controle sobre algo. Lucian sentia que estava reprimindo algo dentro de si, mas o que exatamente? Os seus pés apressados o levaram para a primeira porta que viu à frente. Por sorte do destino, o ar frio passava pela porta da sacada daquele quarto ajudou a refrescar o calor súbito que parecia incendiar os seus ossos. A vista do entardecer com um belo jardim e uma brisa refrescante realmente foi de ajuda para Lucian. Respirando fundo, ele ainda podia sentir suas pernas ficando bambas e o sangue correndo pelas suas veias. — Mas o que diabos é isso… — Eu é quem gostaria de saber, Vossa Alteza. Só de ouvir aquela voz, todo o corpo de Lucian se contorceu. A brisa suave daquele entardecer carregou suavemente o cheiro de vinho até o príncipe, que respirou fundo e sentiu seu coração acelerar cada vez mais. — Magnus… o que posso fazer por você? — Não irei enrolar e nem me fazer de t**o — Magnus se aproximou de Lucian, e só de estar tão próximo foi o suficiente para o príncipe sentir vontade de enfiar o rosto no pescoço do Grão-duque e beijar aqueles lábios finos — Por que trocou as taças e bebeu aquela bebida? Lucian queria bancar o inocente, mas a pressão daqueles olhos carmesins sobre ele não lhe dava coragem para brincar. Magnus viu ele trocando as taças e não gostou disso. — Não poderia acreditar que foi apenas uma coincidência? — Você sabia o que estava fazendo — Magnus estreitava os olhos — Qual é a sua intenção? Lucian se apoiou na parede do quarto, tendo cada vez menos forças para se manter em pé. Estava suando, ficando quente na medida em que sentia mais o cheiro de vinho. Os seus olhos eram traiçoeiros em avaliar o belo pescoço de Magnus, a sua mandíbula bem desenhada e a pequena pinta no canto direito do seu lábio. Se pudesse apenas beijá-lo… Apertando os dedos, Lucian continha a sua vontade de puxar aquele vilão pela cintura. — Apenas quero criar um problema para você. — Um problema? — Bem, o Grão-duque tentou drogar o filho do Conde Baragnon… isso certamente seria muito problemático caso alguém soubesse de tal tragédia justo numa noite tão feliz. Os olhos carmesins se estreitaram ameaçadoramente. — Está me ameaçando? Magnus liberou os seus feromônios, e o suave aroma de vinho mexeu com Lucian que retrocedeu alguns passos e ofegou. A sua respiração acelerou e a vontade de agarrar o ômega aumentou drasticamente. Só que era tarde demais. Talvez aquela fosse a decisão mais tola feita por Magnus, pois, Lucian também liberou os feromônios. Apesar dele não fazer a menor ideia de como tinha feito aquilo, ele percebeu a estóica face de Magnus se contorcer e seu peito subir e descer com força. — Você… — Assuma a responsabilidade, Magnus Grimwood — Lucian pedia, respirando fundo, se desencostando da parede e se aproximando do ômega. Os dedos enluvados do príncipe envolveram a cintura do Grão-duque e seu rosto se aproximou perigosamente do seu pescoço — Por ter drogado o oitavo príncipe. Provavelmente Magnus não saberia que foi drogado também, mas ele estava sendo afetado pelos efeitos e os feromônios de Lucian. O alfa erguia os olhos claros para o ômega e aumentou mais e mais o seu cheiro cobrindo o ômega. A perda da razão levou Lucian a aproximar seu rosto do pescoço do ômega, sentindo mais o seu cheiro. Magnus agarrou o pescoço de Lucian, as suas pupilas dilatadas denunciavam o estado caótico em que ele ficou. — Seu alfa maldito… Magnus beijou Lucian e gemeu quando finalmente seus lábios se tocaram. Os feromônios que jogavam um no outro fazia o efeito esperado, aumentando o desejo que a droga afrodisíaca despertou nos dois. Beijar o seu personagem preferido era algo inimaginável e inesperado, mas Magnus tinha um beijo delicioso. Seus finos lábios se moviam com vontade e sua língua explorava a boca de Lucian com ansiedade. As mãos de Lucian se moviam por conta própria, agarrando a cintura de Magnus sem deixar espaço entre eles. O seu corpo suava, o seu cheiro intensificava, a sede aumentava e tudo o que ele podia fazer era beijar Magnus com vontade infinita. Queria possuí-lo o quanto antes.
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