Capítulo 08 - Jantar dos Baragnon

1830 Words
Conde Baragnon era um homem parlamentar com boas conexões e todos se compadeciam de sua trágica história do sequestro do seu filho quando criança. Os nobres sabiam da sua incansável busca pelo filho perdido, que perdurou por anos sem titubear. De fato, era uma história emocionante que ganhou um capítulo novo. O filho perdido finalmente foi encontrado e retornou para o seu lar. Aquela festa era justamente para celebrar o seu retorno. Os nobres estavam contentes pelo Conde, mas também estavam curiosos para conhecer pessoalmente a grande estrela das fofocas. Além de que tudo parecia ir bem graças a ajuda de um certo cavaleiro alfa que auxiliou nas buscas e foi responsável por encontrar o rapaz perdido. — Sir Maverick! É uma honra conhecê-lo pessoalmente. O homem alto e corpulento se virou e fez uma mesura respeitosa aos nobres que se aproximavam. A sua presença era intimidadora, mas ele ainda continuava sendo um alfa muito bonito que chamava atenção por onde ia. — Senhores… — O que você fez pelo Conde Baragnon foi muito honrável. Poucos homens teriam o comprometimento que você demonstrou. — Não fiz nada além do meu dever como cavaleiro. — Pelo contrário, sir Maverick — A voz sombria chamou a atenção daquele grupo de cavaleiros nobres. Os olhos carmesins de Magnus brilhavam gananciosamente para o alfa — Não seja tão modesto. Sinta-se orgulhoso por ser parte do show desta noite. — Vossa Graça — Maverick se curvou para o Grão-duque, que alargou o sorriso em satisfação. — O Grão-duque tem razão, sir Maverick. Sinta-se orgulhoso e se permita gabar um pouco mais de suas façanhas. Além de ter ajudado o Conde, você lutou bravamente nas linhas de frente da guerra e a Sua Majestade em pessoa reconheceu os seus esforços. — Não é qualquer um que chama a atenção do nosso Imperador. — Sendo assim, sou grato aos elogios e estou honrado que a Sua Majestade me tenha com bons olhos. Magnus parecia satisfeito com o jeito impecável de Maverick. Um ótimo cavaleiro, ótimo espadachim e um alfa honrável. Além do mais, bonito. Diferente de outros alfas que já conheceu, Maverick era alguém controlado que não se deixava levar pelos instintos. Realça o fato de que a maioria dos alfas são incontroláveis perante um ômega. Havia algo para desgostar nele? — Anuncio a chegada de Suas Altezas Imperiais, a primeira princesa, Raven Saint Richmond e o oitavo príncipe, Lucian Saint Richmond. Toda a atenção foi para a entrada daquele salão. Magnus estreitou os olhos ao notar a chegada do oitavo príncipe acompanhado de sua irmã mais velha. Aqueles dois juntos brilhavam como dois anjos, ao ponto de ser um brilho cegante. Lucian tinha aquele sorriso enigmático no rosto naquela sua máscara óbvia. O caminhar dos dois era elegante, que foram diretamente até o Conde Baragnon para cumprimentá-lo e parabenizá-lo pelo retorno do filho perdido. — Vossas Altezas, é uma honra que tenham vindo! — Como perderíamos este momento tão feliz, Conde Baragnon? — Sorria Raven com gracejo — O meu pai lamentou não poder ter vindo pessoalmente, mas saiba que ele está feliz por você. — É uma honra, Vossa Alteza. — Oh, é bom vê-los novamente, meus senhores. Os demais nobres que estavam por perto, incluindo Maverick e Magnus, fizeram uma reverência formal para os irmãos. — Ah, me permitam apresentar o sir Maverick. Ele foi crucial nas buscas do meu filho. — Eu saúdo as Vossas Altezas imperiais, me chamo Maverick. É uma honra conhecê-los. — É um prazer conhecê-lo, sir. Os seus feitos já se espalharam pela capital. Fico feliz em saber que temos um cavaleiro tão confiável entre os nossos soldados. — Está me lisonjeando, Vossa Alteza. Magnus estreitava os olhos diante de tamanho elogio vindo da princesa em meio aos seus sorrisos envergonhados. No entanto, os olhos carmesins recaíram sobre a figura silenciosa de Lucian. O oitavo príncipe mantinha o sorriso enigmático, mas havia algo em seu olhar que chegava a ser frio enquanto encarava Maverick. O que era aquilo? Quer dizer, o oitavo príncipe por inteiro era estranho. A última vez que o viu, há alguns anos, Lucian parecia uma aberração por causa do corpo magro e esguio, ombros curvados e a tremedeira só de alguém olhar em sua direção. Agora ele parecia mais forte, uma postura ereta perfeita e era possível ver o seu belo rosto. Era como se um milagre tivesse recaído sobre ele. — Ah, ele chegou! O rosto do Conde se iluminou quando um jovem rapaz se aproximou daquele pequeno grupo. Maverick também pareceu menos petrificado quando o rapaz de olhos cristalinos se aproximou. Ele tinha longos cabelos que estavam ligeiramente presos, a sua face inocente chegava a ser angelical. Era, de fato, um rapaz muito bonito para o desprazer de Magnus. — Esse é o meu filho, Stephen. Stephen, cumprimente as Suas Altezas imperiais. Stephen fez uma reverência cordial e sorriu inocentemente para os irmãos. — Eu saúdo as Suas Altezas imperiais, me chamo Stephen Baragnon. É uma honra conhecê-los pessoalmente. E obrigado por virem a esta feliz reunião. — Imagino que esteja feliz por finalmente estar junto de sua verdadeira família, sir Stephen. — Estou muito feliz e sou grato ao Sir Maverick por toda a ajuda. Só de receber o olhar de Stephen, Maverick sorriu e suas bochechas ganharam um tom rosado. Magnus revirou os olhos disfarçadamente, tendo a sua atenção recaída sobre o oitavo príncipe que continuava em silêncio encarando friamente aqueles dois. Desde quando o covarde do oitavo príncipe conseguia fazer expressões como aquelas? E qual era o problema dele com os dois? Será que está encantado com o rosto angelical de Stephen Baragnon? Os olhos claros de Lucian recaíram sobre Magnus, e para a surpresa do ômega, o príncipe sorriu inocentemente para ele parecendo nem um pouco surpreso por ter sido pego encarando Stephen e Maverick tão friamente. Era incrível como algo o incomodava a respeito do oitavo príncipe. — Fico surpreso de ver a Sua Alteza participando de mais eventos recentemente. Lucian inclinou a cabeça levemente, mantendo a cordialidade. — Eu não poderia perder a chance de conhecer o filho do Conde Baragnon. Certamente a história da família Baragnon deveria ser respeitada por jamais perderem a esperança. — Você nos lisonjeia, Vossa Alteza — O Conde sorriu, deixando um afago no ombro de Stephen enquanto o olhava com genuína felicidade — Como pai, a última coisa que desejo é perder meus preciosos filhos. Estou contente que Stephen tenha crescido bem até retornar onde realmente pertence. — É um belo final feliz. — Logo Stephen será parte deste círculo social — Raven comentou — Imagino que a partir desta noite receba muita atenção, afinal… é um ômega. — Seria melhor que o Stephen evitasse contato com tantos alfas — Maverick disse prontamente, e apesar de seu rosto permanecer frio era nítido a irritação no seu tom de voz — Até ele se situar, pelo menos. Magnus apertou levemente os dedos na taça que segurava. Algo no jeito como Maverick protegeu Stephen incomodava o Grão-duque. — Uau — Lucian dizia, abafando o riso — Vejo que vocês são bons amigos. Quanta consideração, estou com inveja. — Estou apenas pensando no melhor para ele, Vossa Alteza. — De qualquer forma, vamos celebrar — Raven se intrometeu, olhando para Maverick — Você se importa em dançar comigo, Sir? E não se preocupe com o jovem Baragnon, tenho certeza de que meu irmão será uma ótima companhia junto de Sua Graça, não é mesmo? Magnus estreitou os olhos levemente. A princesa não escondia o seu interesse por Maverick, e também não hesitou em chamá-lo para dançar. Com as suas graciosas palavras ela arranjou um jeito de ficar sozinha com o alfa e ainda empurrar Stephen para os braços de outro alfa. Aquilo era irritante. — Eu não sei dançar, Vossa Alteza. — Bobagem, não há com o que se envergonhar. Estamos apenas nos divertindo, certo? — Não é bom recusar o pedido de um m****o da família imperial — Sussurrou o Grão-duque para Maverick a contragosto. O alfa suspirou alto e, contrariado, tomou a mão da princesa. — Muito bem, é apenas uma dança. Assim que Raven e Maverick deixaram o círculo para irem dançar, o Conde Baragnon também se retirou para conversar com outros convidados e deixou os "jovens" se entretendo, restando apenas dois ômegas e um alfa. Os três assistiam Maverick dançar com Raven, mas era nítido que o alfa olhava na direção de Stephen. Magnus se irritava e olhava na direção do ômega também, que não parecia incomodado com aquilo. Por que Maverick estava tão preso a esse garoto? O que ele tinha de tão especial? Não era a primeira vez que Magnus via Stephen, já havia topado com aquele garoto no retorno da guerra, quando Maverick o salvou e cuidou dele com tanto esmero. Viu de perto aqueles dois se tornarem próximos a ponto de preferirem ficar sozinhos para conversarem mesmo depois dos soldados se depararem com ladrões no caminho. Como ele pensava, Stephen era um empecilho. Um criado carregando uma bandeja de bebidas se aproximou daqueles três, Magnus recebeu um sinal discreto vindo dele. Encarando o criado, percebeu o seu discreto olhar para a direita e o Grão-duque imediatamente soube do se tratava. — Vocês devem estar com sede, não? — Magnus sorriu educadamente, pegando duas taças e entregando a Lucian e Stephen, sendo cuidadoso para que a taça da direita fosse entregue ao outro ômega — Bebam algo, por favor. Esta noite parece mais quente do que o normal. — Oh, obrigado, Vossa Graça! — Disse Stephen segurando a taça por um momento antes de colocá-la na mesa discretamente. — Por nada, sir Stephen. Lucian, por outro lado, aceitou a taça silenciosamente e bebeu um gole antes de deixar a taça na mesa junto da de Stephen. Antes que o silêncio se tornasse desconfortável, Stephen ergueu os olhos cristalinos para o oitavo príncipe e tomou coragem para iniciar uma conversa. — A Sua Alteza não gosta de dançar? — Apenas quando sou fortemente pressionado — Lucian sorria educadamente. — Muitas pessoas elogiaram a sua dança com a princesa no banquete imperial — Magnus disse, balançando uma taça de vinho em mãos — Também foi fortemente pressionado naquela ocasião? — Sou apenas um irmão caçula obediente. Stephen soltou um riso baixo e estendeu a mão para pegar a taça de limonada. Magnus sorriu por trás da taça, ansiando pelo momento em que Stephen beberia um gole. — Oh, parece que a sua gola está torta, me permita arrumar para você. — Disse Lucian repentinamente. Stephen ficou levemente corado quando a mão enluvada de Lucian tocou a gola da sua camisa branca. No entanto, Magnus arregalava os olhos quando notou o ato discreto do oitavo príncipe em trocar as suas taças sem que Stephen notasse. — Obrigado, Vossa Alteza. Lucian sorriu e pegou a taça que era de Stephen e bebeu um grande gole. — Espera! Magnus avisou tarde demais.
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