Capítulo 33 - Como ser patético

1305 Words
— O que disse? — Questionou Lucian ao olhar sobre o ombro. — Perguntei se você está no seu cio. Magnus estava praticamente colado em suas costas, o encarando tão friamente que aumentava os arrepios que Lucian sentia. A última vez que ficou tão próximo dele foi naquela festa dos Baragnon, e ainda estava tomado pela droga ao ponto de não poder apreciar corretamente a beleza do seu personagem preferido. Só que agora ele podia. Podia notar a pele dele, os cílios longos e escuros, os traços finos de sua boca, e o quão brilhantes eram os seus olhos carmesins. — Por que você acha isso? — Como assim "por que"? Você está liberando feromônios feito um selvagem. — Reclamou Magnus cruzando os braços novamente. O príncipe arregalou os olhos de surpresa. Ele estava liberando os seus feromônios? Mas como? Ele nem percebeu! Lucian farejou o ar e até olhou em volta tentando enxergar alguma partícula diferente, como se isso fosse possível. Mas ele simplesmente não sentia o próprio cheiro. — Tem certeza? Não está sentindo cheiro de outro alfa? Você deve ter trombado com algum alfa em seu caminho. — Acha que sou i****a de não reconhecer o seu feromônio? — Magnus franzia a testa parecendo irritado, mas então um sorriso debochado surgiu em seus finos lábios — Oh, entendo. Está se fazendo de t**o para me seduzir. — Como é que é? — Vocês alfas com certeza gostam de fingir inocência quando estão entrando nos seus cios, só para que um ômega baixe a guarda. Lucian estava incrédulo com aquela constatação. De maneira alguma ele tinha pensado naquilo! Na verdade, m*l ele sabia controlar os malditos feromônios! Droga, as histórias sempre faziam parecer algo tão fácil!! — N-Não é nada disso, Magnus. Eu realmente não estou no… no cio — Argh, como era humilhante dizer isso sem se sentir um cachorro, mas Lucian precisava realmente admitir aquilo. — Ha… é mesmo? — Ria o ômega. O cheiro de vinho se intensificou entre eles, e Lucian se surpreendia ao sentir o coração acelerar na medida em que respirava mais aquele aroma. As suas mãos começaram a suar, a sua mente ficou ainda mais enevoada, o desconforto piorou. Contudo, o que mais lhe incomodava era a vontade imensa de abraçar Magnus. — O que… — Lucian se obrigou a se afastar do ômega, arrastando os pés para se aproximar da cama. Magnus, por outro lado, alargou o sorriso prepotente na medida em que ele caminhou na direção do príncipe. Era como se ele obrigasse o cheiro dos seus feromônios a perseguirem Lucian, e causarem ainda mais desconforto. Aquela caminhada chegou ao fim quando Lucian caiu na cama, soltando um gemido baixo sentindo algo enrijecer em meio de suas pernas. Ele queria Magnus. Encarando o pescoço do ômega, ele desejava mordê-lo e marcá-lo como seu. Poderia sentir o seu próprio cheiro sobre o corpo dele, o fazendo se submeter às suas vontades mais selvagens. Poderia invadir o seu corpo e possuí-lo ali mesmo, e então… Lucian soltou um soluço e cobriu a própria boca ao perceber que salivava enquanto encarava Magnus. O ômega soltou um riso baixo e se inclinou sobre ele, o encurralando na cama. — Veja só, um rato querendo fugir depois de ter sido pego. Chega a estar babando feito um selvagem que é. Que maluquice era aquela? Aquele calor insano, aquele desejo ardente e quase incontrolável… era o cio de um alfa? Mas não foi nada parecido com o que ele sentiu quando ficou drogado na casa do Conde Baragnon! Nem mesmo se compara ao que ele passou naquela noite! — N-Não… pode ser. — Qual é a surpresa? Você não sabia que estava no cio? — Magnus inclinou a cabeça, ainda se divertindo com o estado caótico que Lucian entrava — Bem, acredito que o seu pico de calor deva ser em alguns dias, mas já é nítido que está começando. — Como você sabia? Eu estava completamente bem até você liberar os seus feromônios! — Como eu não saberia? Só porque você está liberando uma quantidade patética de feromônios, não significa que eu não o reconheça. Aquilo aumentou um pouco o orgulho de Lucian. Ora essa, Magnus o reconheceria de qualquer lugar! Isso deve ser um bom sinal, não? — E então você resolveu liberar os seus feromônios e me deixar assim só para provar o seu ponto? — É claro. Como era frustrante lidar com ele. Infelizmente Lucian sabia ser ainda pior. Deitado naquela imensa cama, Lucian sorria largo ao segurar a gravata vermelha de Magnus. Puxando-a com força, ele obrigou o ômega a diminuir a distância entre os seus rostos. — Então, como um bom noivo que você é, assuma a responsabilidade e passe o meu cio comigo. — O que?!! Só pode estar brincando comigo, não pretendo cometer o mesmo erro de novo. Só irei encostar em você depois de casarmos. — Magnus Grimwood, enquanto existir uma chance de não ser pego, você quebrará as regras — Lucia sorria, e sem perceber ele liberou ainda mais feromônios. Agora, Magnus hesitava por sentir o seu cheiro amadeirado — Não é mesmo? O Grão-duque franziu a testa claramente incomodado por Lucian conhecê-lo tão bem. — O que te faz pensar que desejo dormir com você, Lucian? Aquela pergunta pegou Lucian desprevenido. Da outra vez, ele só foi bem sucedido por causa da droga. No entanto, Magnus jamais se deitaria com ele por vontade própria… A menos que se casassem e precisassem cumprir com seus "deveres maritais". Nada garantiria que ele poderia seduzir o seu vilão e levá-lo para cama, ou que ganharia o seu afeto. No original, se fosse um outro alfa no seu lugar… É mesmo… Magnus ainda gostava de Maverick. Só de imaginar Magnus junto de Maverick fez o peito de Lucian se apertar. O desespero percorreu as suas veias, tornando o seu cheiro mais intenso e predador. — Você realmente só sabe me dar trabalho, seu rato de coroa — Murmurou Magnus ao se levantar da cama. Lucian permaneceu ali deitado encarando o teto ainda se sentindo derrotado. Foi prepotência sua acreditar que só por ter as informações da história faria Magnus cair em suas graças. Poderia montar mil e um planos para ter Magnus, mas no fim ele estaria apenas atuando no mesmo papel de vilão. Ameaçar que sabe dar prazer a ele? Ameaçar que contará ao Imperador? Que patético. Lucian se sentia patético. Ele ouviu o barulho da porta sendo aberta e fechada logo em seguida, provavelmente Magnus saiu o deixando apenas com os resquícios dos seus feromônios. Encarando o teto decorado do seu quarto, Lucian não conseguia se mover. Ah… francamente, ele só queria voltar para o seu mundo e fingir que tudo aquilo era um maldito sonho vergonhoso. Então, o quarto ficou escuro quando as cortinas foram fechadas repentinamente. Lucian virou a cabeça e percebeu Magnus sem a gravata e nem paletó, caminhando em sua direção depois de ter fechado as cortinas do quarto enquanto seus dedos abriam os primeiros botões da camisa. — O que está fazendo? O Grão-duque ergueu uma sobrancelha ao desabotoar a sua camisa. — O que você acha? — E-Eu pensei que você tinha ido embora… — O que? — Magnus franziu a testa e suspirou baixo ao parar de frente para a cama. Ele segurou atrás dos joelhos de Lucian e o puxou até que o alfa estivesse perto dele — Não vou deixar o meu futuro marido nesse estado. Apenas se prepare, Lucian, farei questão de te ensinar a como ser um alfa digno de um Grimwood. Lucian arregalava os olhos claros completamente embasbacado com aquelas palavras. Francamente… o vilão era sempre o melhor. Estendendo os braços para ele, Lucian sorria docemente sem esconder o rubor em sua bochecha. — Hm… venha para mim, ômega.
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