Capítulo 56 - Meu amado vilão

1942 Words
Lucian não era um santo. Mesmo como Luciano, ele era completamente maluco por Magnus Grimwood. Ver as suas cenas sempre lhe causavam arrepios. Imaginar a descrição de um homem elegante e com sorriso malicioso, que mesmo quando cometia a sua vilania ele mantinha a classe e beleza, era sempre a melhor parte do seu dia. Agora ser capaz de possuí-lo era como estar no paraíso. O seu aroma de vinho misturava com o aroma amadeirado de Lucian dentro daquela carruagem. Os braços do oitavo príncipe abraçavam possessivamente o corpo de Magnus, ainda segurando o seu pescoço e cintura, apertando suas costas no peitoral de Lucian. A sua boca não parava de beijar a sua nuca, onde sua língua esfregava na pele quente e a umedecia causando arrepios em Magnus. Os seus dedos eram curiosos e sedentos para tocar a pele do ômega. Desarrumar o Grão-duque do seu traje formal e impecável era ainda mais excitante. Principalmente quando sentia o calor da sua carne pulsante nas pontas dos seus dedos. — Hngh! O belo som que saía da sua boca eram músicas aos ouvidos de Lucian. Ele provocou o noivo com os seus toques, mordiscou a sua pele e o marcou mesmo com a carruagem balançando seguindo o trajeto para a mansão Grimwood. Lucian até pensava que não deveria passar dos limites, mas tendo o ômega gemendo tão deliciosamente em seu colo e ainda com o seu cheiro tornava aquela uma tarefa impossível. — Haa… Lucian. Erguendo a cabeça levemente, o príncipe o olhava apesar de não diminuir a distância entre eles. E com isso, Lucian ganhou a bela visão daquele magnífico rosto avermelhado de prazer, ofegante e o olhando com tanto desejo. — O que foi? — Não fode, e me faça gozar logo. Lucian soltou um riso abafado e subiu os dedos do pescoço do ômega para segurar o seu queixo e virar o seu rosto. — Haha, que apressado. Mas te fazer chegar no seu limite realmente animaria o meu humor. Tomando posse daqueles lábios, Lucian explorou a boca de Magnus como se fosse a primeira vez. Um beijo que causava frio na barriga e ânsia por explorar mais, onde suas mãos não conseguiam parar quietas e precisava tocar cada parte da carne quente e lhe dar um breve prazer. A i********e deles aumentava quando suas línguas se encostavam e suas salivas se misturavam. Esfregando o polegar sobre a ereção fez Magnus estremecer com força e soltar um gemido abafado na boca de Lucian. Uma reação deliciosa. Como ele poderia se deleitar tanto com aquele vilão? Lucian se via querendo cada vez mais. Sentir mais o seu cheiro. Sentir mais o seu beijo, o seu toque e nem mesmo possuí-lo seria o suficiente. Ainda que a velocidade de suas mãos aumentasse na medida em que Magnus parecia estremecer próximo do seu limite, Lucian se via longe de ser saciado daquele desejo. Tudo porque o Grão-duque sentou em seu colo e beijou o seu pescoço apenas para melhorar o seu humor e reassegurar que não se importava com ele sendo um maluco. Ora essa, Lucian estava tão feliz que ele poderia derreter ali mesmo! O líquido quente escorreu pelos dedos nus de Lucian. Foi uma boa ideia tirar a luva para tocá-lo intimamente, jamais iria se privar de sentir o calor e a maciez da sua pele. Magnus se encostou no peitoral do alfa, ofegante e ruborizando parecendo exausto daquela pequena brincadeira. — Por que você tem que ser tão bom nisso… que ódio. — Como você costuma dizer, é sempre um prazer te incomodar, Magnus. O ômega rosnou e puxou o pulso do alfa para lamber os seus dedos melados. Uma visão excitante que faria Lucian morrer ali mesmo. Quem seria o verdadeiro vilão se não aquele ômega que apenas lambia os seus dedos? Honestamente, Lucian jamais se imaginou em uma situação daquelas. Estavam dentro de uma carruagem, cujas cortinas entregavam uma sutil escuridão para o pecado. Magnus estava em seu colo com a calça aberta e desarrumado enquanto lambia os seus dedos como se não fosse grande coisa. Até mesmo era confortável estar abraçado à sua cintura o observando sentindo o seu sangue ferver. — É muito adorável da sua parte tentar me animar — Sussurrou Lucian, tentando não ceder aos seus desejos. Apesar dele querer, e muito, poder entrar em Magnus, a qualquer momento a carruagem chegaria ao seu destino. Magnus retirou um lenço do bolso e enxugou os dedos de Lucian enquanto o respondia calmamente. — Sempre deixamos claro que essa relação é por puro interesse. Se você realmente conseguir aquela lista que mencionou, então valerá a pena te manter sob a minha proteção. — Está fazendo vista grossa sobre o meu "dom"? — Como eu disse antes, também farei bom uso disso — Magnus virou-se no colo do alfa, passando o braço por seu ombro — Aquela mulher disse que você fez uma previsão para ela, e que de certa forma aconteceu. Pensei sobre isso desde a festa do chá e definitivamente quero saber quais sonhos você já teve e quais deles já se concretizaram. O coração de Lucian errou algumas batidas. Magnus não estava julgando a sua mentira, tampouco parecia desapontado. Lucian sentiu um calor se espalhar pelo seu peito, e seus braços apertaram a cintura de Magnus em um abraço. Encostando a testa em seu ombro, o alfa tentou impedir que o copo dos seus sentimentos de transbordar aquele amor tão precioso. — Não vou te deixar morrer, Magnus — Sussurrava Lucian, ainda escondendo o seu rosto. — Juro pela minha vida que não deixarei. — Não estou preocupado, mas admito que estou curioso para ver como você pretende fazer isso. Enquanto Magnus arrumava as suas vestes, ele fez diversas perguntas a Lucian a respeito do que foi visto em seus "sonhos". O príncipe respondeu com sinceridade, apesar dele manter certos detalhes omissos tal como fez durante a festa do chá. Magnus parecia mais interessado em saber sobre o que Lucian viu a respeito dos companheiros de Ethera sendo mortos. — Então você sonhou que eles estavam sendo atacados em um lugar escuro? — Não foi detalhado, mas deu a entender que foi uma luta brutal como uma armadilha sendo feita. — Foi a equipe de cavaleiros de Cadec quem investigou o assunto do ataque. Mas parece que não foi uma briga entre mercenários — Magnus passava os dedos entre os fios negros ajeitando o penteado — Somente poucas pessoas que conhecem essa guilda saberiam que foram emboscados. Seja lá quem atacou, sabia muito bem o que estava fazendo. O verdadeiro vilão. Lucian engolia em seco só de imaginar que o dito cujo estava se movendo rapidamente dessa vez. Lucian se recusou a revelar a sua identidade, já que não podia fazer nada por enquanto. Qual seria o sentido de dizer quem é? Não existiam provas o suficiente para encurralar a pessoa e manter todos a salvo. Lucian havia anotado em seu quadro-n***o um arco da história original que era imprescindível de ocorrer. Maverick e Magnus, quando noivos, iniciaram a investigação sobre os rebeldes e mercenários atuando dentro do mercado clandestino. Seria lá que Magnus encontraria o poder almejado e começaria a ter influência para manter Maverick protegido e conseguirem pistas das investigações. Contudo, Maverick suspeitou de Magnus e o apontou como principal suspeito de comandar o contrabando quando descobriu sobre ele atuar no submundo. E então, Maverick pediria ao Imperador a anulação do noivado, mostrando provas que Magnus conspirou para ferir Stephen e apontou as suas suspeitas. Magnus ficou sem o seu amor e sob o olhar intenso dos nobres. No fim, mesmo conseguindo provas para a sua inocência, Magnus também se tornou alvo do verdadeiro vilão que enviou Lucian para matá-lo. Tudo isso aconteceria alguns meses depois do casamento de Jesse Grimwood. A carruagem parou e Lucian saiu ainda pensando nos eventos da história original. Virando-se para a portinhola, o alfa estendeu a mão e ajudou Magnus a sair da carruagem, para que ambos pudessem entrar na propriedade Grimwood. — Uau — Lucian soltou ao ver a mansão pela primeira vez. Enorme e majestosa. A Mansão Grimwood era uma propriedade cuja arquitetura era idêntica às mansões góticas que Luciano via em fotos. Os tons mais escuros que tornaram ela com uma aura assombrada parecia um luxo. As árvores em volta estavam com as folhas mais escuras por causa do frio, e com o anoitecer de fundo tornava o ambiente um verdadeiro espetáculo. Não esperava menos da moradia de um vilão. Os dois rapazes entraram na mansão e Magnus apontou para o longo corredor dando para a ala sul. Só de estar ali, Lucian foi recebido por um vento abafado e o zum zum zum incessante dos convidados bem vestidos. O salão de festas ficava de frente a um jardim enfeitado que combinava perfeitamente com o anoitecer. Toda a decoração do salão de festas continha detalhes da última moda que roubou a atenção dos convidados. — Uau… Magnus abriu um sorriso arrogante diante da surpresa do príncipe. — Mag! — Eugene acenou discretamente. O caçula dos Grimwood vestia um traje formal e tinha os seus cabelos pretos ajeitados para trás, completamente idêntico ao seu irmão mais velho. Ao seu lado estava o noivo, estrela da noite, também trajando um terno formal com diversos adornos e acessórios que representavam a sua posição social. Aproximando-se deles, Lucian sorriu observando os irmãos se curvarem respeitosamente a ele. — Obrigado por vir, Vossa Alteza. — Eu que sou grato por me convidarem. E devo dizer que tudo parece esplêndido! — A Senhorita Shang tem um excelente gosto — Eugene sorria animado — O que não podemos dizer o mesmo de Jesse.. — Infelizmente devo admitir que não tenho senso de moda. — Não se envergonhe, Jesse. Eu também não tenho — Sorria Lucian. — Todos já chegaram? — Questionou Magnus seriamente. — Sim, vocês foram os últimos. Assim como pediu, organizei as mesas de maneira a deixar vocês longe do primeiro príncipe. — Muito bem. Lucian deu uma olhada de canto para Magnus. Ele não comentou muita coisa sobre a sua briga com Cadec. Muito provavelmente eles estavam sem se falar desde o duelo na festa de noivado. Ainda assim, em eventos como aqueles eles iriam se trombar. Afinal, Cadec era amigo de Magnus e representava o Imperador, por ser o seu filho mais velho. Olhando em volta no salão, Lucian percebeu que os rostos que viu na sua festa de noivado se encontravam ali também. Entre as colunas enfeitadas com vasos de flores e lamparinas, reconheceu um ou outro rosto. Como esperado, os nobres convidados espiavam em sua direção, parecendo corvos sedentos por novidades para fofocarem. O alfa apertou o braço do seu noivo e voltou a ouvir a conversa entre os irmãos. Não deveria se preocupar com os fofoqueiros quando estava inserido na casa do seu vilão favorito, acompanhando o casamento do irmão dele e ainda ao lado de Magnus Grimwood. — A família da senhorita Shang se sentará ao lado de vocês durante o jantar. Eles fizeram questão de respeitar a tradição de que as famílias dos noivos pudessem se sentar na mesa central. — Isso não me importa muito, desde que seja do gosto de vocês — Magnus respondeu friamente, o que fez Jesse sorrir levemente. — Imaginei que não se incomodaria. O braço de Magnus se soltou do de Lucian apenas para segurar a sua cintura. O ato repentino fez o príncipe corar levemente e ter um sutil sobressalto, o que arrancou um riso prepotente do Grão-duque. — Vamos, querido? Droga. Lucian sentia que aquele casamento seria um verdadeiro teste de autocontrole.
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