Devoto ao meu marido

Capítulo 41 - Feromônios dominantes

Droga, não é como se Lucian estivesse mentindo. Ele e Magnus tiveram uma conversa… depois de terem saciado o desejo ardente que um mero afrodisíaco despertou neles, mas ainda assim foi uma conversa! Como aquele maldito personagem secundário se atrevia a questionar a decisão totalmente emocional e impulsiva de Lucian?!

— Se essa for a sua vontade, Lucian, então ficarei mais do que disposto a apoiá-lo em suas decisões.

— Que bom irmão você é, hm? — Provocou Magnus.

— Vossa Graça! Por favor, eu adoraria apresentá-lo a um nobre senhor…

— Parece que você ainda não se livrou dos solteiros — Cadec comentou baixo, observando a senhora que se aproximava do casal.

— Estou torcendo para que sejam apenas assuntos de negócios — Magnus olhou para Lucian — Eu voltarei logo.

Magnus soltou o braço de Lucian, o deixando sozinho com o seu irmão mais velho.

Droga… Lucian não fazia a menor ideia de como era a relação entre os irmãos. Lá estava ele se emaranhando na mesma situação que o Consorte, só que com um potencial perigo já que Cadec era um dos favoritos ao trono. Além disso, em , Lucian foi o responsável pela morte de Magnus a mando do verdadeiro vilão. Cadec teria motivos de sobra para ameaçar Lucian.

Apesar dele saber daquela informação, era fato que isso ainda não tinha acontecido. Cadec não tinha motivos agora, mas… o medo ainda existia.

A corda em seu pescoço parecia apertar ainda mais.

— Você realmente está bem em se casar com Magnus?

Piscando aturdido, Lucian acordou dos seus devaneios apesar dele não retribuir o olhar do primeiro príncipe. Haa… por favor, não tente puxar assunto.

— Claro, não há motivos para rejeitar o Grão-duque.

— Apenas quero saber se você está tomando a decisão por vontade própria ou porque o nosso pai ou Magnus te obrigaram.

— Apesar de Sua Majestade ter feito o pedido antes, eu mesmo me aproximei de Magnus.

— Você nunca demonstrou interesse nele — Cadec o olhou intensamente, não deixando Lucian fugir de si como queria. O primeiro príncipe deu um passo para perto de Lucian, que finalmente o olhou no rosto — Poderia me dizer como tal interesse surgiu?

Irritante!

Lucian realmente achava cada m****o daquela maldita família um bando de pessoas irritantes! E a sua irritação ficou nítida em sua determinação ao encarar Cadec.

— Por que deseja saber, Vossa Alteza? Um homem elegante e bonito como Magnus me prometeu uma vida confortável ao seu lado. Posso viver recluso, mas não sou t**o de rejeitar uma proposta do único Grão-duque deste império.

Cadec ergueu a sobrancelha com a forma como Lucian se referiu a ele tão formalmente.

— Não era a minha intenção deixá-lo desconfortável, apenas estou curioso para saber os seus motivos.

— Se está preocupado que algum dos seus irmãos tentaram me ludibriar a conquistar Magnus por motivos mesquinhos, então pode ficar tranquilo — Lucian disse tentando se manter calmo e não tremer — Procurei por Magnus justamente para ficar longe do trono.

— Nesse caso, fico aliviado em saber. Não desejo m*l a nenhum dos meus irmãos.

Lucian o olhou de canto e então inclinou a cabeça levemente. Droga, porque as pessoas daquela família sabiam falar tão bem ao ponto de fazer ele relaxar no segundo seguinte? O Consorte tinha esse mesmo efeito em Lucian, e isso era ainda mais frustrante.

— Entendo.

Não acreditava nem um pouco naquilo, apesar de ser verdade o fato de Cadec prezar pela família. Só que… a situação no palácio imperial não era das melhores para eles se amarem como uma família unida. Então, quem Cadec prezava?

Quando a festa terminar, Lucian pensou em revirar cada canto do quarto do oitavo príncipe na busca de algum diário secreto. Ele precisava descobrir como era a sua relação com cada uma daquelas pessoas.

Lucian se arrepiou ao sentir algo tocar os seus cabelos e afastar algumas mechas. Foi um toque tão sutil que causou arrepios no rapaz. Pelo canto dos olhos ele percebeu Cadec olhar diretamente para ele, franzindo a testa e esfregando o polegar em seu pescoço.

— O que está fazendo, Vossa Alteza?

— O que é isso no seu pescoço, Lucian?

— No meu pescoço? — Lucian questionou sem entender, mas logo ele lembrou que provavelmente o seu pescoço estava cheio de marcas e mordidas. Arregalando os olhos, ele cobriu o pescoço rapidamente e olhou para Cadec — Ah… isso? Não é nada demais.

— Não me parece "nada demais". Por acaso alguém te feriu?

— Claro que não!

— Sabe que pode me contar a verdade, não sabe Lucian?

Cadec o olhava friamente, porém ele mantinha o tom de voz baixo e calmo evitando chamar muita atenção. Suas atitudes eram tão contraditórias que Lucian não sabia mais o que fazer.

— Eu sei?

— O que quer dizer com isso?

— Estou perguntando se eu realmente sei que posso confiar em você, Vossa Alteza.

Cadec aproximou-se de Lucian, o olhando friamente.

— Ouvi dizer que nos últimos meses você tem agido estranho, principalmente depois de ter pego uma gripe que o deixou acamado. Antes você m*l saía do seu palácio e de repente começou a participar de eventos sociais e até mesmo se aproximou de Magnus. Não consigo evitar de pensar que algo aconteceu.

Cadec voltou a estender a mão enluvada, esfregando as pontas dos dedos sobre a marca no pescoço de Lucian.

Um arrepio se passou por todo o corpo de Lucian.

Ele reuniu informações a seu respeito? Alguém estava o vigiando e passando informações? Não, você está reagindo excessivamente, Lucian! Claro que Cadec saberia disso, é algo que todos perceberam já que se trata de uma mudança muito brusca.

Engolindo em seco, Lucian tentou se recompor. Só que os seus ombros continuavam curvados e a sua mão tremia pela presença dominante daquele alfa.

— Perguntarei mais uma vez, Lucian. O que é isso em seu pescoço? Por acaso alguém tentou te ferir?

Droga… ele estava ficando com medo.

— Ninguém me feriu, apenas passei o meu período de calor com Magnus, e…

— Magnus? — Cadec estreitou os olhos — Por acaso você teve i********e com Magnus antes mesmo de se casarem?

Lucian engoliu em seco, Cadec estava emitindo feromônios alfa que certamente fazia Lucian sentir a sua hostilidade e querer fugir. Por que ele estava reagindo daquele jeito? Qual era o problema dele?

A expressão de Cadec escureceu em hostilidade. Afastando os dedos do pescoço de Lucian ele olhou para o seu irmão mais novo em seguida olhou em volta. Seguindo o seu olhar, Lucian se deu conta de que Cadec avistou Magnus conversando com alguns nobres a poucos metros dali.

— Fique aqui — Ordenou Cadec.

Instintivamente Lucian segurou o braço forte de Cadec, o olhando exasperado.

— O que pensa que está fazendo?

— Terei uma conversa com Magnus.

— Não crie uma cena!

— Por acaso está mentindo para mim, Lucian? — Cadec o olhou irritado — Por acaso teme que Magnus diga que não foi ele?

— Isso importa? O que te interessa quem marcou o meu pescoço ou não?

— O que importa é que você é um príncipe, o meu irmão — Cadec rosnou ao aproximar o rosto perigosamente perto de Lucian — Tirarei essa história a limpo nesse mesmo instante.

Cadec pouco ouviu o pedido de Lucian, e saiu tempestuosamente em direção de Magnus. Droga! O que ele deveria fazer? Jamais esperava que Cadec fosse reagir daquela forma!! Muito menos esperava que ele o tocasse daquela forma, como se os dois fossem íntimos.

O jeito que Cadec caminhou chamou a atenção dos convidados, que sentiam os fortes feromônios do alfa. O zum zum zum do salão aos poucos foi substituído pelo silêncio dos curiosos. O primeiro príncipe parou atrás de Magnus e o olhou furiosamente quando os olhos carmesins se viraram para ele.

— Algum problema, Vossa Alteza?

— Você desonrou o meu irmão?

Os senhores nobres com quem Magnus conversava arregalaram os olhos, algumas senhoras sufocaram os gritos de surpresa. Lucian queria morrer ali mesmo.

— O que disse? — Perguntou o ômega franzindo a testa.

— Agiu feito um selvagem e tocou em Lucian sem estarem devidamente comprometidos?

O primeiro príncipe liberava cada vez mais feromônios, deixando claro a sua hostilidade. Foi a vez de Magnus em enrijecer a expressão deixando clara a sua irritação.

— E daí? É o meu noivo de qualquer forma.

Cerrando os dentes, Cadec desembainhou a espada presa em seu cinto, e apontou a lâmina contra o pescoço de Magnus. Não apenas Lucian, como todos os demais convidados, ficaram surpresos com o ato repentino. Ao contrário deles, o Grão-duque não se moveu um único centímetro.

— Como ousa tocar em um m****o da realeza sem ao menos estar comprometido?

— Estamos noivos, tenho liberdade para tocar no meu noivo.

— Todos sabem que deve ser esperado o casamento… Como se atreve, Magnus? Por acaso cobiçava o meu irmão esse tempo todo?

— Que besteira está falando, Cadec? Sabe muito bem que nunca tive interesse em seu irmão.

Ah, aquilo foi uma faca no coração de Lucian. Mesmo sabendo que era verdade, era… humilhante ouvir isso na frente de tantas pessoas, depois de terem espalhados tantos rumores sobre eles serem um casal apaixonado.

Se Lucian ficou levemente entristecido em ouvir aquelas palavras de Magnus, Cadec se enfureceu ainda mais.

— E ainda assim tocou nele? O deflorou sem ao menos amá-lo?

— Foi justamente por tê-lo tocado que assumi a responsabilidade e pedi a sua mão em casamento.

Lucian ergueu os olhos para a escadaria, buscando por alguma ajuda. O casal imperial estavam de pé e assistiam a situação de longe, mas era nítido que o Imperador não estava gostando nem um pouco do que acontecia. Para aumentar ainda mais a sua frustração, nenhum deles deu sinal de intervir.

Droga…

O que ele deveria fazer? O seu corpo tremia de medo por causa do forte feromônio dominante de Cadec, por isso Lucian m*l conseguia sair do lugar sendo obrigado a ser humilhado na frente de todos daquela maneira.

Por que raios Cadec estava agindo daquele jeito?

— Eu te desafio a um duelo pela honra de Lucian.

— O que? — Magnus ergueu a sobrancelha irritado — Sabe que isso é desnecessário, Cadec. Eu já estou noivo do Lucian e isso não mudará independente do que aconteceu.

— Se você teve a coragem de tocar num m****o imperial pela sua luxúria, então terá coragem de mostrar a sua bravura e lutar pelo compromisso de vocês. Eu não deixarei você recusar o duelo, Magnus Grimwood.