___* Albert narrando *___
Acordei, com Brenda agarrada em mim, seus braços prendiam meu tronco e suas pernas estavam entrelaçadas nas minhas, a muito tempo eu não tinha uma boa noite de sono como a que tive essa noite, cheirei seus cabelos enquanto a aconcheguei em meus braços.
- Bom dia bela adormecida. - Disse quando senti ela se mover.
- Só mais cinco minutinhos. - Brenda pediu com a voz manhosa de sempre.
- Te dou o dia todo para ficar em minha cama, mas não vai ser dormindo. - Brenda me empurrou e rolou para o outro lado da cama, não pude deixar de soltar uma gargalhada.
- Albert, estou exausta! Fique longe de mim. - Acho que a noite foi muito boa para ela, assim como foi para mim.
Deixei Brenda dormindo, tomei um banho, fiz minha higiene pessoal e fui malhar. Corri na esteira, levantei peso e estava fazendo barra quando olhei para porta e havia uma cabeleira ruiva por lá.
- Está aí a muito tempo? - Ela tinha um coque frouxo e vestida apenas minha camiseta, e tinha um pote de sorvete nas mãos. - De onde tirou esse sorvete? - Perguntei espantado.
- Do congelador. - Ela respondeu encarando o sorvete.
- Não me lembro de ter deixado sorvete no congelador. - Fui até ela e tirei o pote de sua mão, era mente com chocolate, o único sorvete do qual eu gostava, mas eu tinha certeza que não o havia comprado. - Você comeu muito? - Perguntei tirando a colher de sua mão e analisando ela.
- Só uma colherada. - Ela respondeu confusa.
- Se sente bem? Vamos ao hospital. - Disse levando Brenda para a sala e pegando meu celular para ligar para minha equipe.
- Sim, qual o problema Albert? É só sorvete! - Ela disse ainda confusa.
- Sorvete essa hora da manhã faz m*l. - Tentei desviar do assunto mas Brenda parou e cruzou os braços, eu sabia que se não falasse ela não colaboraria comigo, e ela não estava vestida o suficiente para que eu pudesse jogá-la em meu ombro e tirá-la daqui, enviei uma mensagem rápida a meu irmão e ao meu pessoal antes de me virar para ela novamente. - Não comprei esse sorvete Be, preciso ver se você está bem! Não sei quem o colocou lá ou se tem algo nele destinado a mim e que você consumiu por engano, por favor vamos o mais rápido possível.
Meu coração batia freneticamente em meu peito, se algo acontecesse a ela eu nunca me perdoaria! Nunca. Brenda parecia assustada, correu para o quarto, eu a segui de perto, ela então vestiu sua roupa, escovou os dentes, arrumou o cabelo e isso para mim pareceu uma eternidade, não pude deixar de geme em frustração, estava quase arrastando ela para fora! Cada minuto era crucial, então quando eu estava prestes a perder a paciência ela apareceu pronta.
Liguei a sirene e cheguei ao hospital em menos de 10 minutos, Erick nos esperava na entrada de emergência com uma equipe e uma maca, parei o carro, corri para o lado de Brenda e abri a porta enquanto ele corria ao nosso encontro, quando Brenda desceu andando ele parou e me encarou de braços cruzados.
- Do jeito que você falou achei que a garota estava morrendo. - Erick disse irritado.
- E pode estar, pode ser algo silencioso. - Gesticulei para que ele a colocasse na maca.
- Não vou subir nisso. - Brenda disse cruzando os braços.
- Você pode ir nisso, ou eu posso te carregar até lá, você escolhe. - Minha paciência havia se esgotado, parecia que somente eu estava levando a situação a sério. Brenda relutantemente subi na maca e então entramos porta a dentro.
Jeremy recolheu o pote de sorvete junto com Sarah, Brenda fez vários exames e estava muito irritada, já haviam se passado duas horas quando Erick retornou com os resultados.
- Tudo perfeito, você não tem nada! Não havia veneno nem substâncias nocivas. - Ele anunciou com a papelada em mãos.
- Tem certeza? - Perguntei um pouco apreensivo.
- Absoluta. - Erick respondeu me entregando os papéis. - Você já pode ter alta, fora do meu hospital os dois. - Meu irmão disse e então saiu batendo a porta atrás de si.
- Posso ir para minha casa agora? - Brenda perguntou se levantando, apenas concordei com a cabeça. - Ótimo, nunca mais como nada em sua casa. - Ela resmungava enquanto colocava os sapatos.
Enquanto saiamos do quarto uma figura conhecida correu em nossa direção, e eu não pude deixar de revirar os olhos.
- Brenda, você está bem ? Vi seu nome em um prontuário! - Era o cara do bar, esse cara parecia estar em todos os lugares, no lugar errado na hora errada sempre.
- Estou bem Dilan, foi somente um susto. - Brenda deu a ele um sorriso amigável, me aproximei dela colocando meu braço em sua cintura e beijando sua cabeça.
- Vamos, você deve estar cansada. - Disse sem olhar o homem que estava em nossa frente, ou eu o socaria.
- Tem certeza? Se precisar de algo me ligue. - Ele disse tentando toca-la mas empurrei sua mão.
- Ela não precisará. - Brenda me beliscou na barriga.
- Desculpe Dilan, Albert é sempre m*l-humorado. Qualquer coisa eu te ligo, obrigada! - Brenda então saiu me arrastando e agora quem estava irritado era eu.
- “ Qualquer coisa eu te ligo!” - Repeti as palavras dela. - Para que? - Brenda me encarou.
- Dilan é médico. - Ela disse se justificando.
- Erick também, e vários outros nesse hospital, porque você ligaria para o Dilan? - Brenda parou, cruzou os braços sobre o peito e me lançou um olhar profundo, como se enxergasse minha alma.
- Eu sou só uma conquista para você? Seu problema é o ego ferido? - Que conversa era aquela agora?
- Do que você está falando? - Questionei exasperado.
- Albert passamos meses juntos, você só decidiu que somos namorados quando achou que eu poderia estar com outro. - Brenda disse em tom acusatório. - Você aparece quando quer, desaparece quando quer e acha que tudo tem que ser como era sempre! - Brenda suspirou. - Quero ir para casa. - Ela disse em um tom mais calmo.
- Tudo bem, mas vou subir e nós vamos conversar. - Avisei assim que ela entrou no carro.
- Como você quiser. - Ela disse encostando a cabeça no banco e fechando os olhos.
Eu sabia que algo estava errado com ela, muito errado, Brenda estava quieta, distante, arredia, e eu queria entender o que estava acontecendo por mais que eu pudesse ter uma ideia, eu queria resolver as coisas entre nós.