Capítulo 29

1136 Words
___* Albert narrando *___ Acordei, com Brenda agarrada em mim, seus braços prendiam meu tronco e suas pernas estavam entrelaçadas nas minhas, a muito tempo eu não tinha uma boa noite de sono como a que tive essa noite, cheirei seus cabelos enquanto a aconcheguei em meus braços. - Bom dia bela adormecida. - Disse quando senti ela se mover. - Só mais cinco minutinhos. - Brenda pediu com a voz manhosa de sempre. - Te dou o dia todo para ficar em minha cama, mas não vai ser dormindo. - Brenda me empurrou e rolou para o outro lado da cama, não pude deixar de soltar uma gargalhada. - Albert, estou exausta! Fique longe de mim. - Acho que a noite foi muito boa para ela, assim como foi para mim. Deixei Brenda dormindo, tomei um banho, fiz minha higiene pessoal e fui malhar. Corri na esteira, levantei peso e estava fazendo barra quando olhei para porta e havia uma cabeleira ruiva por lá. - Está aí a muito tempo? - Ela tinha um coque frouxo e vestida apenas minha camiseta, e tinha um pote de sorvete nas mãos. - De onde tirou esse sorvete? - Perguntei espantado. - Do congelador. - Ela respondeu encarando o sorvete. - Não me lembro de ter deixado sorvete no congelador. - Fui até ela e tirei o pote de sua mão, era mente com chocolate, o único sorvete do qual eu gostava, mas eu tinha certeza que não o havia comprado. - Você comeu muito? - Perguntei tirando a colher de sua mão e analisando ela. - Só uma colherada. - Ela respondeu confusa. - Se sente bem? Vamos ao hospital. - Disse levando Brenda para a sala e pegando meu celular para ligar para minha equipe. - Sim, qual o problema Albert? É só sorvete! - Ela disse ainda confusa. - Sorvete essa hora da manhã faz m*l. - Tentei desviar do assunto mas Brenda parou e cruzou os braços, eu sabia que se não falasse ela não colaboraria comigo, e ela não estava vestida o suficiente para que eu pudesse jogá-la em meu ombro e tirá-la daqui, enviei uma mensagem rápida a meu irmão e ao meu pessoal antes de me virar para ela novamente. - Não comprei esse sorvete Be, preciso ver se você está bem! Não sei quem o colocou lá ou se tem algo nele destinado a mim e que você consumiu por engano, por favor vamos o mais rápido possível. Meu coração batia freneticamente em meu peito, se algo acontecesse a ela eu nunca me perdoaria! Nunca. Brenda parecia assustada, correu para o quarto, eu a segui de perto, ela então vestiu sua roupa, escovou os dentes, arrumou o cabelo e isso para mim pareceu uma eternidade, não pude deixar de geme em frustração, estava quase arrastando ela para fora! Cada minuto era crucial, então quando eu estava prestes a perder a paciência ela apareceu pronta. Liguei a sirene e cheguei ao hospital em menos de 10 minutos, Erick nos esperava na entrada de emergência com uma equipe e uma maca, parei o carro, corri para o lado de Brenda e abri a porta enquanto ele corria ao nosso encontro, quando Brenda desceu andando ele parou e me encarou de braços cruzados. - Do jeito que você falou achei que a garota estava morrendo. - Erick disse irritado. - E pode estar, pode ser algo silencioso. - Gesticulei para que ele a colocasse na maca. - Não vou subir nisso. - Brenda disse cruzando os braços. - Você pode ir nisso, ou eu posso te carregar até lá, você escolhe. - Minha paciência havia se esgotado, parecia que somente eu estava levando a situação a sério. Brenda relutantemente subi na maca e então entramos porta a dentro. Jeremy recolheu o pote de sorvete junto com Sarah, Brenda fez vários exames e estava muito irritada, já haviam se passado duas horas quando Erick retornou com os resultados. - Tudo perfeito, você não tem nada! Não havia veneno nem substâncias nocivas. - Ele anunciou com a papelada em mãos. - Tem certeza? - Perguntei um pouco apreensivo. - Absoluta. - Erick respondeu me entregando os papéis. - Você já pode ter alta, fora do meu hospital os dois. - Meu irmão disse e então saiu batendo a porta atrás de si. - Posso ir para minha casa agora? - Brenda perguntou se levantando, apenas concordei com a cabeça. - Ótimo, nunca mais como nada em sua casa. - Ela resmungava enquanto colocava os sapatos. Enquanto saiamos do quarto uma figura conhecida correu em nossa direção, e eu não pude deixar de revirar os olhos. - Brenda, você está bem ? Vi seu nome em um prontuário! - Era o cara do bar, esse cara parecia estar em todos os lugares, no lugar errado na hora errada sempre. - Estou bem Dilan, foi somente um susto. - Brenda deu a ele um sorriso amigável, me aproximei dela colocando meu braço em sua cintura e beijando sua cabeça. - Vamos, você deve estar cansada. - Disse sem olhar o homem que estava em nossa frente, ou eu o socaria. - Tem certeza? Se precisar de algo me ligue. - Ele disse tentando toca-la mas empurrei sua mão. - Ela não precisará. - Brenda me beliscou na barriga. - Desculpe Dilan, Albert é sempre m*l-humorado. Qualquer coisa eu te ligo, obrigada! - Brenda então saiu me arrastando e agora quem estava irritado era eu. - “ Qualquer coisa eu te ligo!” - Repeti as palavras dela. - Para que? - Brenda me encarou. - Dilan é médico. - Ela disse se justificando. - Erick também, e vários outros nesse hospital, porque você ligaria para o Dilan? - Brenda parou, cruzou os braços sobre o peito e me lançou um olhar profundo, como se enxergasse minha alma. - Eu sou só uma conquista para você? Seu problema é o ego ferido? - Que conversa era aquela agora? - Do que você está falando? - Questionei exasperado. - Albert passamos meses juntos, você só decidiu que somos namorados quando achou que eu poderia estar com outro. - Brenda disse em tom acusatório. - Você aparece quando quer, desaparece quando quer e acha que tudo tem que ser como era sempre! - Brenda suspirou. - Quero ir para casa. - Ela disse em um tom mais calmo. - Tudo bem, mas vou subir e nós vamos conversar. - Avisei assim que ela entrou no carro. - Como você quiser. - Ela disse encostando a cabeça no banco e fechando os olhos. Eu sabia que algo estava errado com ela, muito errado, Brenda estava quieta, distante, arredia, e eu queria entender o que estava acontecendo por mais que eu pudesse ter uma ideia, eu queria resolver as coisas entre nós.
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