Bruno: Caiu na caixa postal... De novo.
Diz o Bruno, com o celular no ouvido.
Léo: Acho que devemos ir na casa do Daniel para ver se está tudo bem, o jogo vai começar em cinco minutos e ele nunca perde.
Marllon: Ele faltou o treino por estar com dor de cabeça, acho realmente melhor irmos lá, vou pegar a chave do carro.
Diz o Marllon, tomando a iniciativa de se levantar. Antes mesmo que ele pudesse chegar nas chaves, alguém toca a campainha.
Bruno: Finalmente... Vou esganar esse filho da...
Quando o Bruno abriu a porta, no lugar de se deparar com o Daniel, encontrou a Verônica, sua namorada.
Veronica: Vim falar com o Daniel, posso entrar?
...
Daniel: Tenho que admitir, você ganharia um bom dinheiro com aulas particulares.
Diz o Daniel, jogado no tapete do meu quarto após termos acabado de estudar matemática.
Virgínia: Ora... Um elogio vindo do Daniel Santiago?
Daniel: Você sabe que é verdade... O que vamos estudar agora?
Virgínia: Hum... Por hoje é o suficiente, continuaremos amanhã, depois do seu treino.
Daniel: Sim, mamãe... Que horas são?
Virgínia: Cinco e meia.
Daniel: d***a! Esqueci que tinha combinado com os meninos de assistir o jogo na casa do Bruno.
Diz o Daniel, se apressando em pegar o celular na mochila.
Daniel: Várias ligações perdidas dos meninos, eles vão me m***r.
Diz o mesmo, levando o celular ao ouvido.
...
Bruno: Olha, Veronica, infelizmente o Daniel não vai poder falar com você...
O Bruno faz uma pausa cada vez que vai falar, tentando ganhar tempo, até que o seu celular começa a chamar e quando ele puxa do bolso para ver quem é, se trata do próprio Daniel.
Bruno: Um momento, Verônica.
Diz o Bruno, praticamente batendo com a porta na cara da Verônica, ele não se importou em não ser educado, nenhum de nossos amigos curtiam a namorada irritante do Daniel.
Bruno: Aonde você se meteu, desgraçado? Já estávamos indo na sua casa...
Do outro lado da linha
Daniel: Estava estudando matemática, acabei perdendo a hora.
Do outro lado da linha
Bruno: Isso é algum tipo de piada?
Do outro lado da linha
Daniel: De forma alguma... Estou com uma professora particular.
Do outro lado da linha.
Impaciente, a Veronica volta a tocar na campainha.
Bruno: A sua namorada veio aqui atrás de você, o que eu digo?
Do outro lado da linha
Daniel: Diga a verdade, ué... Não estou fazendo nada demais.
Do outro lado da linha
Bruno: Você ainda vem?
Do outro lado da linha
Daniel: Sim, já estou indo, até mais.
Após desligar o celular, Daniel direciona o seu olhar para mim. Estou deitada por cima de várias almofadas, com o pé para alto. O Daniel segura o apoiador que eu estava usando para o caderno e o coloca em cima da minha mesinha.
Daniel: Quer voltar para a cama, ou ir para outro lugar?
Virgínia: Não precisa se incomodar, consigo me mover com as muletas que o papai me trouxe.
Daniel: Vou te colocar sentada na cama para que ao menos tenha um apoio melhor.
Diz o mesmo, agachando-se na minha altura e me carregando no colo, da mesma forma que fez quando eu me acidentei. Aconteceu algo muito estranho, apesar de já ter estado nos braços do Daniel, tenho uma sensação estranha... Consigo ouvir a sua respiração, sentir o calor da sua pele mesmo estando coberta roupa, sentir também o cheiro do seu hálito quente, a propósito, ele cheira a melancia, deve ser pelo suco que tomamos. Nos entreolhamos por um momento, foi algo bastante constrangedor, pois eu não sabia como agir, então dei um sorriso de lado, influenciando o Daniel a fazer o mesmo, antes de me colocar sentada na cama.
Virgínia: Obrigada.
Daniel: Bom... Eu já vou indo.
Virgínia: Te acompanho até a porta.
Daniel: Não é necessário.
Reviro os olhos irritada, puxando as minhas muletas.
Virgínia: Não me trate como uma incapaz, posso muito bem descer as escadas.
Daniel: Não quis dizer isso, pare de levar tudo para a ofensa.
Virgínia: Ainda não me acostumei a não receber alfinetadas de você.
Digo, levantando-me da cama.
Daniel: E quem disse que não as receberá? Só que dessa vez eu falei na paz.
Virgínia: Digo o mesmo... Ainda vai levar umas boas patadas, eu adoro provocar de você.
Daniel: Desde pequena.
Virgínia: Desde pequena.
Daniel: Eu não entendia porque os meus amigos gostam tanto de você e de suas amigas... Agora entendo, você até que pode ser divertida.
Virgínia: Idem.
Daniel: Bom... Já que quer tanto me acompanhar até a porta, vamos?
Pergunta o Daniel, abrindo a porta do quarto para que eu possa passar primeiro. Sei que o Daniel tem fama de arrogante, metido, galinha... Entre outras coisas, por um bom tempo pensei que ele realmente fosse tudo isso, desde criança não nos dávamos bem, mas depois de ontem e de passar essa tarde em sua companhia, vi que ele não era tão r**m quanto eu pensava... Não que eu esteja gostando dele ou que ele esteja próximo de se tornar meu amigo... Apenas acho que podemos conviver bem sem nos atacar a todo momento.
...
Verônica: Como assim ele perdeu a hora estudando matemática? O Daniel odeia matemática.
Bruno: E por isso mesmo ele precisa estudar mais, quer que ele reprove o terceiro ano?
Veronica: Vocês devem achar que eu sou alguma i****a, não é mesmo?
Diz a Veronica, praticamente invadindo a casa do Bruno, batendo com o seu ombro no ombro dele.
Verônica: Diga ao Daniel que se ele não chegar em dez minutos eu acabo o nosso relacionamento, e é bom ele ter uma ótima explicação.
O Marllon estava trincando os dentes de tanta raiva, apesar de ser uma pessoa bastante tranquila e alto-astral a maior parte do tempo, em alguns momentos ele sente vontade de esganar alguém, claro que jamais tocaria na Veronica, meu melhor amigo nunca bateria em uma mulher.
Marllon: Por que não o procura em outro momento? De preferência que esteja só você e ele para que conversem com calma.
Verônica: Não se intrometa! Acha que eu não sei que vocês encobrem as mentiras dele? Homens são todos iguais.
Marllon: Minha filha... Você está ficando é louca, paranóica, perturbada... Resolva seus problemas de casal com o seu namorado, nós não temos nada a ver com isso.
Para a sorte de todos os nossos amigos, a campainha tocou, agora sim era o Daniel. Após abraçar o Bruno e adentrar na casa, deparou-se com a Veronica, que já o recebeu com um forte t**a no rosto, na verdade ela tenta, pois o Daniel consegue segura-lá antes que toque a sua face, entortando a mão da mesma para o lado.
Daniel: Ninguém bate no meu rosto, e acho melhor você ir embora, só não leva uma surra por ser mulher.
Verônica: Com quem você estava?
Daniel: Vai embora! Não ouviu? Falei baixo? Quer que eu te diga em libras? Ou que eu desenhe?
Veronica: Você está sendo um i****a!
Daniel: Você está sendo i****a desde o momento que veio na casa do meu amigo me investigar.
Bruno: Tudo bem, Veronica, acho melhor você ir embora, queremos assistir o jogo.
Diz o Bruno, segurando o antebraço da Verônica, quando ela o empurra para trás.
Veronica: Não toque em mim! Alcoviteiro! Quero que saiba, Daniel, que a partir de agora estou solteira.
Daniel: Justo, cuidado com a volta para casa.
Digo a tempo, antes da Verônica bater com a porta.
...
Verônica pov
Decidi ir caminhando até a minha casa, estou em um ataque de nervos e pedir um Uber só me deixaria mais agoniada. Para o meu azar, uma tempestade cai no meio do caminho, e ainda falta uns dois quilômetros até o meu destino, por sorte, alguém conhecido para do meu lado.
Nicolas: Decidiu tomar um banho de chuva para refrescar?
É o primo da Virgínia, sempre correu atrás de mim.
Veronica: Voltou agora para a cidade?
Nicolas: Há pouco tempo... Entra aí, eu te deixo em casa.
Veronica: Se não fosse pela chuva eu recusaria.
Digo, adentrando o carro do Nicolas. O mesmo me empresta o seu casaco para que eu me cubra, e eu não recuso.
Nicolas: Fiquei sabendo que você e o Daniel estão namorando.
Acabamos de terminar, mas é claro que eu não daria esse gostinho para o Nicolas, seria uma forma que ele encontraria de dar em cima de mim.
Verônica: É, estamos... E você? Namora alguém?
Nicolas: Não por enquanto, e nem pretendo até achar a garota certa.
Diz, com um sorriso de lado.
Veronica: Vai voltar para o colégio? Sabia que sou a nova capitã?
Nicolas: Lembro que era isso o que sempre quis... Conseguiu ganhar da Virgínia?
Verônica: Hum... Não, mas ela machucou f**o o tornozelo, não sabe quando vai voltar.
Nicolas: Se foi uma torção, entre 7 a 15 dias ela estará de volta.
Verônica: Você nunca foi muito com a cara da sua prima, não é?
Nicolas: Você sabe que não.
Veronica: Teria como você fazer ela ficar mais tempo machucada?
Pergunto, olhando o Nicolas diretamente nos olhos, aproximando meus lábios dos seus.
Veronica: Por mim...
Meus lábios estão quase tocando os do Nicolas, quando ele leva uma de suas mãos a acariciar o meu rosto, colocando uma das minhas mechas de cabelo para atrás da orelha.
Nicolas: Podemos fazer o que você quiser, em qualquer circunstância.
Diz o Nicolas, tomando a iniciativa de selar os nossos lábios em um beijo urgente.