Chapter 06

1117 Words
Matthew Ricci — Martha, a senhorita Maria Walker — Achou ela muito jovem e sem experiência para a vaga? — pergunta se retraindo. — Não. Ligue para ela e peça que venha o quanto antes. — Claro, senhor. — Desmarque com as outras candidatas, por favor. — Mas… — A vaga é da Walker — sentencio e ela não questiona mais nada. Martha concordou e se levantou em seguida, me deixando sozinho na sala. Caminhei até minha mesa e abri o notebook, precisava revisar alguns processos de alguns milionários envolvidos em nosso comércio ilegal. Esses casos são pré-selecionados por mim e repassados a Romeo. Tentei manter o foco no trabalho nas duas horas que se seguiram, mas a universitária tomou conta de meus pensamentos. Algumas vezes cheguei a ler três vezes o mesmo parágrafo para conseguir compreender o texto, de tanto que estava disperso após lembrar dela. Fiquei concentrado em um processo até que o Romeo entrou na minha sala. — Não te ensinaram a bater antes de entrar? — resmunguei. Romeo deu de ombros. — Semana que vem vai ter um leilão, vamos? — Não, tenho outros planos. — Qual? Nesse momento, Martha bateu na porta e assim que a abriu, me avisou que a senhorita Walker me aguardava. Um sorriso surge nos meus lábios. — É sério? — Romeo perguntou. — Vai sair com uma ragazza? — É uma entrevista. Preciso de uma secretária, não é mesmo?! — Até que enfim. Martha anda meio irritada e aquela mulher de mau-humor é um saco. — Bufou — Ontem pedi para ela pedir meu almoço e ela perguntou se meu celular estava carregado. — Não aguentei ver a cara de derrota de Romeo e gargalhei. — Ela é a secretária responsável por assuntos da empresa, não particulares. — A Anna pedia. — Porque ela tinha uma quedinha por você. — Ela é casada, Matthew. — Sinônimo de casada não é morta. — Levantei, indo até meu primo, que fez o mesmo que eu e envolvi seu pescoço com meu braço — Agora, se você me dá licença, preciso entrevistar uma nova secretária. — É solteira? Porque espero que seja gostosa. Meu maxilar travou na mesma hora. p***a ele é seu professor, será que já aconteceu algumas coisas entre eles? Não. Romeo é muito sério com sua mentoria, ele jamais se envolveria com uma aluna. — Cai fora! — O empurrei pela porta, fechando logo em seguida, escutando seus xingamentos abafados do outro lado. (***) Romeo me encarou e riu quando Maria saiu da minha sala. — Você está interessado na minha aluna? — questionou. — Não, ela não faz o meu tipo — menti. — Ah! Matthew! Conta outra — debochou. — Não seja i****a, Romeo — bufei, esfregando os olhos como desculpa para tentar disfarçar minha irritação por ele conseguir me enxergar tão bem. — Avaliei todas as candidatas, tá bem? Ela parece ser a mais apropriada nesse momento. — Espero realmente que seja isso, porque Maria é uma aluna exemplar. — Quando foi que eu envolvi prazer com trabalho, Romeo? — Preciso listar a quantidade de idas aos puteiros da famiglia? Dispensei ele com uma mão e me levantei, apoiando as mãos em minha cintura. — Que b****a é essa sua com ela, que dá abracinhos e a chama pelo primeiro nome? Sei que somos italianos e nosso costume é mais “liberal” — Fiz aspas com os dedos, enquanto me apoio em minha mesa — , mas para os americanos isso é questão de ter bastante i********e. — Sou tutor de Maria a dois anos… — E por que não a incorporou entre os estagiários na última chamada? Ela foi a única aluna a gabaritar sua prova. E até eu tive que pensar bastante tempo para resolver aquela simulação de caso. Romeo abriu a boca para me responder, mas fomos interrompidos por três batidas em minha porta e autorizei a entrada. — Desculpa interromper vocês, mas chegou essa encomenda para o Senhor Matthew. Martha me passou uma pequena caixa, um pouco maior que um palmo. — Quem me enviou? — Não sei, Senhor, mas passamos pela inspeção antes de trazê-la para cá. — E o que há dentro? — Eu não sei dizer, mas depois da inspeção, Richard — o responsável pela segurança do prédio — , não quis me dizer o que tinha dentro, que era melhor o senhor descobrir por si só. — Ok. Obrigado, Martha. Depositei o objeto sob a mesa e dei a volta pra sentar na minha cadeira, mas antes que eu pudesse puxar o embrulho para mim, Romeo já o abriu. — Che Cazzo è questo? — Se exaltou e colocou uma das mãos na boca, com os olhos levemente arregalados. — O que foi? — Parece que a Lisa vai se casar! — Meu queixo deve ter caído no chão e Romeo riu da minha cara, Recolhi o embrulho, tirando dele o convite para o jantar de noivado em nome da Lisa e Noah. p***a. Ela não pode fazer isso. Olhei mais uma vez o embrulho e retirei de dentro o Rolex e vi um bilhete escrito a mão cair sobre a mesa. Romeo se inclinou para frente, como bom fofoqueiro que é e lancei um olhar de advertência. Ele, sem falar nada, levantou as mãos em rendição, sacando do bolso do casaco o celular. Reconheci os traçados da escrita da Lisa, em italiano: “Olá, mio caro, você deve ter levado um susto agora. E sinto muito por isso. Na verdade, não sinto. Você deveria estar aqui, Matthew. Mas a vida é como os ponteiros desse relógio. Para você o tempo parou, mas para mim não. Por isso, não posso mais esperar você. Com amor, Lisa.” Romeo jogou-se na poltrona à minha frente. — Merda! — Joguei o envelope em cima da mesa. — O quê? Não vai dizer que você pretende reconquistá-la? — Se eu não conseguir um casamento por contrato, ela seria minha primeira opção, por mais que ela seja vazia e eu não tenha sentimentos — afirmei. — Matthew, vamos ao club, lá você consegue um contrato e a arrematada pode ser exclusiva por um período de um ano. — Você acha que uma desconhecida vai querer me dar um herdeiro? — Massageei as têmporas. — Com um bom acordo, quem não? — Vou reconquistar a Lisa, ela é fácil de manusear. — Tudo bem! Você é quem sabe. — Romeo deu de ombros. O fato de usar a Lisa apenas como uma f**a me fez perdê-la, talvez o meu pai tivesse razão e ela seja a opção perfeita, mas o fato dela ser vazia me incomoda.
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