— No puedes hacerme esto por favor papá. (Você não pode fazer isso comigo, por favor pai)
— Hija, sera mejor. (filha, será melhor)
— Mejor para quien papi? (melhor para quem papai?)
— Me iré en cualquier momento, no puedo dejarte solo. (estarei partindo a qualquer momento, não posso te deixar sozinha)
— No estaré solo, tengo a Giovanni (Não ficarei sozinha, tenho Giovanni)
— No discutas más conmigo Melanie, ve a tu habitación (Não discuta mais comigo Melanie, vai para o seu quarto)
— Te amo papá, pero no te perdonaré por esto (Eu te amo pai, mas não o perdoarei por isso).
— No digas tonterías chica (Não diga besteiras menina).
Subo as escadas correndo, entro em meu quarto e choro. Eu não acredito que meu pai me entregou para um mafioso, logo ele, que sempre prometeu me deixar fora de toda essa confusão. Eu não tenho amigas, nunca fui para escola, estudei em casa. Meu pai quis me proteger de tudo isso, mas agora eu te pergunto para quê? Para me entregar depois para um mafioso? Não consigo entender essa lógica.
Sei que meu pai está doente e que a qualquer momento ele pode morrer, isso me dói profundamente, ele é tudo que tenho nessa vida. Mas não consigo aceitar que ele me entregou a um desconhecido, meu coração sangra só de imaginar minha vida sem meu pai e pior ainda, minha vida nas mãos de um monstro.
Meu pai me criou sozinha, minha mãe morreu ao me dar a luz, esse é o meu maior medo ao gerar uma criança. Não que meu pai não tenha me criado bem, muito pelo contrário, ele fez de tudo para amenizar a falta que minha mãe faz em minha vida, mas mesmo assim é buraco que não fecha. Mesmo sem nunca tê-la conhecido, sinto muito a sua falta. Queria ter compartilhado com ela todas as coisas que meninas compartilham com a mãe, mas eu nunca tive uma figura materna em minha vida. Meu pai não se casou depois da minha mãe. Ele a amava muito e ainda a ama. As vezes o pego sofrendo pela falta dela e isso me machuca profundamente, porque indiretamente eu fui a causa da sua partida tão precoce.
— Mel? — Escuto Giovanni bater na porta e meu coração acelera.
Ele é meu segurança desde quando tinha 12 anos e eu sou completamente apaixonada por ele, mas ele só me enxerga como uma pequena criança.
— Oi — Abro a porta para que ele entre.
— Você está bem?
— Você já sabia? — A cara que ele faz dispensa qualquer resposta — Porque não me disse?
— Não podia, ordens do seu pai.
— Eu estou perdida, Giovanni.
— Vai ficar tudo bem.
— Você o conhece?
— Sim.
— E como ele é?
— Como ele é o que Mel? Se ele é bonito? Sei lá, não reparo nessas coisas em homem não. Só sei que ele é muito velho para você.
Será que é aqueles velhos barrigudos? Meu não faria isso comigo, faria? Dispenso esses pensamentos.
— Só queria saber como ele é. O que falam dele? — Pergunto curiosa.
— Melhor você nem saber. — Ele se levanta para sair do quarto.
— Não, por favor, eu quero saber. Eu tenho esse direito.
— Alguns o chamam de morte ou de sombra da morte — Meu corpo inteiro se arrepia.
— Porque?
— Ele é um matador profissional, as outras máfias temem muito ele. O Dom sempre manda ele fazer trabalhos que ninguém consegue fazer. Ele é conhecido como sombra da morte por entrar e executar suas vítimas sem que ninguém o veja ou somente como morte porque ninguém escapa das suas mãos. Quando ele é destinado a matar alguém, sem dúvidas, essa pessoa vai morrer.
— Meu Deus, meu pai não pode ter feito isso comigo — Me desespero — O que vai ser da minha vida agora?
— Não acreditei quando seu pai me disse isso. Não acho legal ter ele no comando da máfia mexicana.
— Meu disse que é por isso que tenho que me casar, eu não posso comandar a máfia por ser mulher.
— Mas eu poderia te ajudar. Não sei porque seu pai colocou esse cara no comando — Ele parece indignado.
— Poxa Giovanni, eu estou cagando para essa merda de máfia, estou preocupada comigo e você se importando com quem vai comandar a máfia? — Fico triste de ver que ele não se importa comigo.
— Foi m*l Mel. É claro que estou preocupado com você.
Ele me abraça e eu choro. Minha vida nunca mais vai ser a mesma. Essa é a única certeza que eu tenho.