Ela canta chorando e isso me machuca um pouco. Franzo o cenho, respiro fundo e apenas continuo ouvindo. Ela chora alto, soluça e minha vontade é de entrar lá e abraçá-la, mas não consigo, simplesmente não consigo. Saio dali um pouco atordoado e vou para a cozinha, guardar as coisas que comprei para nós dois. Ela vai amar o que trouxe, espero que adocique um pouco essa amargura dela. Mas há um brilho nas sombras, nunca saberei a menos que eu tente. Isso que ela cantou ficou na minha cabeça. Parece que ela cantou exatamente para mim. Tente, Lola. Tente por que tem sim um brilho em algum lugar aqui dentro. — Hey! — Sua voz me tira de meus devaneios. Eu a olho e ela percebeu que eu estava longe. Ela usa uma camiseta minha e uma samba-canção como de manhã, mas outras limpas e percebo que a