Não quero ficar longe de vocês...

2221 Words
Draco andava de um lado para o outro no quarto. Pensava em como falar o que fez para Hermione sem ser morto. Mas não tinha como. Com certeza ela o mataria! Hermione entrou no quarto e ele parou de andar. — O que você está fazendo aí? — Pensando que roupa vou colocar — mentiu. — Pra que? — Para trabalhar ué. — Você nunca pensou muito nisso... — falou desconfiada. — Mas agora estou pensando. — Por quê? — Sei lá. Tem que ter um motivo? — Geralmente tem — disse de braços cruzados. — Por que em vez de me criticar, você não vem aqui pertinho? — Segurou o pulso dela e trouxe para bem perto de seu corpo. Hermione olhou para cima para olhá-lo nos olhos. O loiro estava com uma das mãos em volta da cintura dela e a outra segurava seu braço. Estavam com os corpos colados e Draco a olhava profundamente. — O que você quer, senhor Malfoy? Draco sorriu de lado. — Quero a senhora Malfoy todinha pra mim... — Apertou cintura dela. Hermione mordeu o lábio inferior e fez Draco suspirar. — E o senhor vai perguntar se ela quer ou vai tomar a força? — Hum... Um Malfoy nunca pergunta... — A jogou na cama fazendo ela gargalhar. Em pouco tempo estava deitado por cima dela e atacando sua boca. As mãos ágeis passavam por todo o corpo de Hermione. Apesar do tempo, ela continuava linda e com belas curvas. Curvas essas que ele amava. — O que deu em você? — Por que a pergunta? — Estavam deitados na cama completamente cansados. — Eu não sei. Está com tanto fogo ultimamente... Tem alguma coisa errada? — Não posso desejar minha mulher? — Você deve deseja-la! Mas... Não sei, fazia tempos que não ficávamos assim. Principalmente a essa hora da manhã. — Você questiona demais sabia? Estou tentando fazer com que a gente volte a ser o que era. Hermione sorriu. — Isso é bom. — Eu acho ótimo! E por falar nisso... — Se aproximou e deitou por cima dela fazendo levar susto. — Te quero de novo. — Draco! — Antigamente você não reclamava das várias vezes que eu queria — disse beijando o pescoço dela e a fez rir. *** Os dias foram passando e nada do Draco conseguir falar com a Hermione. Mas pelo menos ele tinha alguns meses para fazer isso antes que a Clara voltasse e falasse tudo. O loiro estava trabalhando. Também tinha conseguido um cargo no ministério, não era como o de Hermione, mas dava para o gasto. Ele só trabalhava para ter o que fazer, pois, dinheiro não era o importante ali. E também era uma forma de fugir da rotina. Ficar em casa, filhos e brigas todos os dias o deixavam louco. Hermione estava em casa. Estava um tempo sem trabalhar, pois, queria ficar com o seu filho até ele ter mais idade. Ela via tevê sentada no sofá da sala. Ethan também via. Ele adorava filmes e novelas. Sempre ficava fascinado olhando a tela. Uma coruja apareceu na janela e Hermione seguiu até ela. Era branca com cinza e trazia um grande envelope no bico. Hermione pegou o envelope e a coruja foi embora. Não tinha nome e nem dizia para quem era. Curiosa, Hermione abriu o envelope e puxou o que quer que tinha dentro. Era uma carta. Sra. Malfoy Estou mandando essa carta, pois acho que não se deve ficar por fora das coisas que acontecem quando não estamos vendo. Sinto muito lhe informar, mas seu marido foi flagrado aos beijos com a ajudante dele, os dois trabalham na mesma sala e por isso passam o dia juntos. Não sei dizer ao certo há quanto tempo isso acontece, mas parecem ser bem íntimos. Desculpe o transtorno e o jeito de dizer, mas não poderia deixá-la por fora dessa situação. Quando Hermione terminou de ler a carta, se sentiu sem ar. Que diabos era isso? Alguma brincadeira? Quem foi o infeliz que escreveu essa m***a? E quem diabos é a ajudante de Draco? Ele tem ajudante? Desde quando? Precisava descobrir. Mas do melhor jeito possível... Esperou o loiro chegar e agiu normalmente. Tomou um banho revigorante e deitou na cama esperando o loiro. Draco deixou seu filho no quarto dormindo e depois deitou na cama ao lado de Hermione, não antes de dar um super beijo nela. O que quase a desconcertou de seu plano. — Como andam as coisas no trabalho? — Tudo normal. — Normal? O que isso quer dizer? — Normal, ué. Nada de novo acontece, sempre a mesma chatice. — Entendi... Mas você trabalha sozinho? Porque determinados trabalhos lá dentro requer ajuda. — Eu tenho um ajudante. — E por que nunca me disse? — Isso importa? — Claro, né Draco! Eu quero saber. — Tudo bem. — Como é essa pessoa? — É uma mulher. — Hum... Qual o nome dela? — Jenny Lee. — Hum... Nunca ouvi falar. — Ela é nova. Entrou tem pouco tempo. — Entendi, mas você a conhecia de algum lugar ou conheceu lá? — Conheci no trabalho... Por que tantas perguntas? Hermione suspirou. — Vou te perguntar uma coisa e quero a verdade. Draco engoliu em seco. — Se mentir vou ler sua mente! — disse o olhando nos olhos. — Você tem um caso com ela? Os dois ficaram em silêncio se olhando um tempo. — Clara te falou alguma coisa? Hermione sentiu o corpo gelar. Então era isso. E sua filha sabia de tudo e não falou nada! — Então é verdade? — Levantou da cama num salto. — E a Clara sabia? — Ei, calma... Ela disse pra eu te contar se não ela ia contar, mas... — Eu não acredito nisso! — Começou a andar de um lado para o outro com as mãos no cabelo. — Me deixa explicar. — Explicar o que? Que é um i*****l traidor? — gritou. — Sou, mas tenho motivos. — É mesmo? E quais são? Não fui o suficiente para você? Estava cansado da sua vida monótona ao meu lado? — falou furiosa. — Não é nada disso! — disse ficando irritado. — Sai de perto de mim... — Começou a chorar e puxou os cabelos. — Hermione... — Se aproximou. — Não me toca! — gritou. Draco a olhou por um momento sem colocar as mãos nela. Ao ver o olhar que ela lhe lançou, foi como se seu coração se despedaçasse em mil pedaços. Ele magoou profundamente a mulher que mais ama nesse mundo e tudo por sua burrice extrema. Hermione saiu do quarto com pressa. Draco foi atrás, pois ela estava muito abalada. Hermione seguiu em direção ao quarto do filho deles. Ao chegar, balançou a varinha e várias roupas do menino entraram em uma mala que apareceu ali. — O que você está fazendo? — perguntou nervoso. Hermione não respondeu. Ela voltou para o quarto deles e fez a mesma coisa, só que as suas próprias roupas se arrumaram na mala. — Hermione, por favor... — Colocou as mãos nos braços dela. Hermione o olhou nos olhos com um olhar frio. Em pouco tempo acertou o soco mais forte que já deu na vida no rosto de Draco, fazendo ele ir para o lado. — Eu disse não me toca — disse fria. Ela saiu do quarto levando a mala. Draco estava com a mão na boca, onde ela acertou com toda a força. O loiro saiu do quarto correndo e viu Hermione descendo as escadas com Ethan no colo. As malas já na porta. Ele desceu as escadas correndo. — Você não pode ir embora! — falou alto. — Se não percebeu, já estou indo. — Não! — Entrou na frente da porta impedindo que ela saísse. — Sai da minha frente! — Não vou deixar você ir! — Por que não? Vai ficar com sua v***a! — falou alto. — Eu quero você! Hermione riu sarcástica. — Eu deveria saber que você tinha outra pessoa... Estava mesmo muito estranho você com todo aquele fogo. Imaginava ela quando estava comigo? — perguntou com lágrimas nos olhos. O que fez Draco se sentir pior ainda. — Me escuta, por favor... — Não. — Hermione eu fiz aquilo sem pensar e tinha bebido um pouco... — Eu disse que não quero ouvir! — falou alto. Ethan começou a chorar no colo dela. — Sai da frente, Malfoy — disse abraçando o filho. — Não quero ficar longe de vocês... — disse com voz rouca. Estava tentando segurar o choro, mas não conseguia. — Eu trago o Ethan aqui para você vê-lo. — Vai ficar aonde? — Não te interessa! Agora eu tenho que ir. — Passou por ele e saiu da casa. As malas foram flutuando atrás dela. Em pouco tempo ela sumiu e Draco ficou sozinho em casa. *** Os alunos estavam em aula no momento. Alguns prestavam bastante atenção em tudo, enquanto outros conversavam baixinho. Mas uma em especial estava dormindo. Vinha tendo sonhos com seu pai e não dormia direito as noites. O professor que explicava a matéria teve que parar a aula, pois Clara começou a gritar do nada dando susto nos alunos. — Srta. Malfoy! — disse alto, chamando atenção dela. Clara acordou assustada e se deu conta que estava em aula. Ela engoliu em seco ao perceber todas s cabeças viradas na sua direção. — Posso saber o que a senhorita tem? — Não me sinto muito bem... — Vá até a ala hospitalar então, minha filha... — respondeu o professor preocupado. O grito que ela deu foi de pura agonia. Ela devia mesmo estar m*l. Clara levantou da carteira e saiu da sala. Andava pelos corredores limpando o rosto. Em vez de ir a ala hospitalar, ela seguiu em direção ao jardim. Queria ficar sozinha e olhar os pássaros voando fazia bem. Ficou um tempo admirando o céu e os pássaros. Sabia que algo r**m estava acontecendo em casa. Queria que só por um momento essa d***a de prever o futuro parasse! — Você está bem? A menina abriu os olhos e levantou cabeça. Estava sentada na grama e tinha os olhos fechados para tentar esquecer tudo. — Acho que sim... O menino sentou ao lado dela. — Teve alguma visão? — Não fala sobre isso Alex! — o repreendeu. — Desculpa... É que eu sei que quando você sonha assim é porque viu algo. — É... — O que aconteceu? — Acho que meus pais brigaram... — Você tinha visto isso? — Sim. — E o que acontece depois? — Não sei. Está tão incerto... — Abraçou as pernas e chorou. O ruivo se aproximou e a abraçou, tentando confortá-la. De longe Enrico olhava a cena completamente sério. Quem diabos aquele ruivo nojento pensa que é para abraçar a garota dele? O loiro se aproximou feroz e chegou perto deles. — Weasley. Os dois olharam pra cima quando falou. — O professor está te chamando. — Diga que já vou. — Não sou sua coruja para ficar mandando recados! Vá lá e fale você! — Eu estou ocupado se não percebeu! — Alex... Pode ir. — Mas... — Está tudo bem. E pelo amor de Merlin parem de brigar na minha frente. Alex encarou o loiro com fúria. O ruivo levantou e foi embora. Ficou um grande silêncio quando os dois ficaram sozinhos. Enrico não tirava os olhos de Clara. — O que você está olhando? — Nossa, você é muito grossa! — Eu só perguntei... — Colocou a cabeça entre os braços. O loiro percebeu que nem discutir com ele ela queria. Então a coisa era realmente séria. — O que você tem? — Sentou ao lado dela. — Não é nada. — Entendo. O nada faz a gente gritar em meio a aula e depois faz a gente sentar no jardim e chorar para o vento — disse cínico. Clara tirou a cabeça dos braços e o olhou. — Por que está aqui? Nem estava falando comigo... — Mas eu fiquei preocupado com você. Os dois ficaram em silêncio após o que ele disse. Clara desviou o olhar e Enrico sentiu o rosto queimar. Por que falou isso em voz alta? Clara esticou as pernas e apoiou as mãos na coxa. Não olhava o garoto de jeito nenhum. Enrico também olhava para o outro lado totalmente confuso com o que tinha dito. Não era para falar isso tão alto! O menino a olhou disfarçadamente e percebeu que olhava para o outro lado. Ele aproximou a mão lentamente da dela e quando encostou, Clara sentiu aquela estranha corrente elétrica correr pelo seu corpo. A menina virou o rosto na direção do loiro. Os dois ficaram se olhando sem desviar por uns segundos e Enrico começou a se aproximar lentamente, mas ainda a olhava nos olhos. Em pouco tempo Clara sentiu a respiração do loiro muito próxima a seu rosto e isso fez com que ela começasse a respirar mais rápido pelo nervoso. Nunca tinha beijado ninguém e agora ele estava ali a centímetros de distância... Clara engoliu em seco, mas não desviou o olhar. Quando sentiu os lábios dele roçarem nos seus, prendeu a respiração. — Clara... Os dois se afastaram rápido ao ouvir o chamado.
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