De Volta ao Salgueiro II - Sede de Vingança

2 - Manuelle Narrando

De todos esses anos que passaram já aconteceram muitas coisas. E eu fui testando minha paciência em cada uma delas. Depois de velha tive que ver novinha em cima do meu marido, é mole? eu pedi a paciência e dei uma coça. Aí a mãe veio pra cima de mim falando que ela só tinha 16 anos, minha filha se ela com 16 tava querendo aguentar um piru no cu ela aguenta um p*u bem dado só nas pernas. Eu só não deixei careca por que achei o cabelo dela muito bonito, por sorte dela as vezes meu lado bom é maior que eu. Mas avisei que se eu viesse ciscando no meu terreiro ela ia acordar na panela. Eu nunca fui de me trocar por mulher nenhuma aqui dentro, mas tem mulher que implora por uma porrada minha. A Larissa sai batendo sem nem perguntar idade ou nome, eu nunca fui assim mas a convivência me deixou. A melissa não, nunca desceu daquele salto dela

Eu fiz do posto um hospital, eu melhorei tanto a área da saúde desse morro que eu não tenho nem palavras. Eu fiz o Kaick mexer no morro, ele subiu a barricada pra depois do hospital, assim todo mundo pode ter acesso ao atendimento mesmo se tiver tendo operação. Assim o hospital fica no pé do morro e a barricada um pouco mais acima, mas foi pouca coisa.

A Giulia é a minha boneca, se ela pede o mundo eu e Kaick damos pra ela, tudo que ela quer ela tem na mão. O Kaick morre de ciúmes dela, ele se mata. Se ele é enjoado comigo, imagina com ele. Ela não pode da um peido na rua que ele quer saber, geralmente eu tenho que acobertar pra ela pelo menos viver um pouco. Ela não pode dormir na casa de amiga nenhuma que o Kaick não deixa, até eu já tentei. Ela só pode dormir na casa das primas por que é aqui no morro e ele controla por causa do Felipe e do Piloto. Ela dormiu na casa de uma amiga uma vez e ele botou um segurança dele lá no portão da menina a noite toda pra ter certeza que ninguém ia entrar lá de madrugada. Ela corta um dobrado com o Kaick e o Kauã e eu tenho que me meter.

O maior medo da minha vida é ver o meu filho no tráfico, eu faço de tudo pra ele ter outro rumo. Mandei pra faculdade, pra curso por que ele é inteligente demais cara, muito mesmo. Até curso de inglês ele fez, e eu tava feliz demais por que ele tá no último ano da faculdade. Mas ultimamente eu ando vendo ele cercando o Kaick e o meu coração de mãe já me disse o que ele quer, por que ele nunca foi de fazer rodeio, ele sempre foi direto e se ele tá rodando é por que alguma coisa séria ele quer e eu já sei o que e. Eu falei a semana inteira com o Kaick sobre isso e no final, nada adiantou. Ele olhou na minha cara e disse que queria ser traficante igual ao pai dele, gente, o meu mundo abriu na minha frente. Tudo isso é culpa do Kaick, eu pedi muito pra ele lutar contra isso comigo mas foi em vão todos os meus pedidos durante todos os anos, Eu subi e só soube chorar.

Eu sei que um dia isso aí acontecer, era um fato mas é difícil pra mim que tive o pai dele morto nas mãos e o tio dele que eu tive que arrancar uma bala do peito dele. Eles acham que eu quero ter que ver o meu filho com uma bala no corpo? eu já sofri e quase não consegui quando foi o Felipe, imagina o meu filho. Se acontecer alguma coisa com o meu filho a culpa é toda do Kaick. Eu mato ele dormindo, é só ter um arranhão no meu filho.

Ele entrou no quarto e eu não queria abrir a boca pra falar com ele. Ele deitou do meu lado e ficou em silêncio um tempo até tentar me abraçar e eu empurrar a mão dele

- cara, eu não poder te abraçar ? - ele fala me olhando

- não, não quero.

- tu tem certeza Manuelle? p***a, o garoto é adulto cara, se eu não deixasse aqui, ele iria pra outro lugar, eu tô tentando manter ele aqui onde eu controlo e vejo tudo, acorda por favor

- se acontecer alguma coisa com o meu filho, a culpa é toda sua. Se uma bala entrar por dentro dele, eu mato você enquanto você tiver dormindo, você tá entendendo? - eu falo olhando ele seria e p**a

- eu sei. - ele me olha e suspira

- se acontecer alguma coisa com ele, eu não vou conseguir operar o meu filho, já foi demais pra mim o Felipe aquela época que eu nunca mais esqueci e todas as balas que eu já tirei do corpo de vocês. Não conta comigo mais pra isso, entendeu bem ?

- entendi amor. não vai acontecer nada com ele não, eu prometo, confia em mim.

- o garoto vai virar traficante e não vai acontecer nada com ele? você é o que? super poderoso?

- sou pô, sou poderoso o bastante pra saber cuidar da segurança do meu filho aqui dentro.

- beleza! você tá avisado. - eu olho pra tv - não pensa que você ganhou essa briga não.

- meu Deus, que mulher é essa - ele fala rindo e passando a mão no rosto

eu cruzo os braços, e fico olhando a TV - cadê, deixa eu ver o peitinho deixa - ele fala e coloca a mão na minha camisola puxando pra botar o peito de fora. Eu bato na mão dele e olho

- Paraaaa! Não vai ver nada, tô com dor de cabeça - eu ajeito o peito e olho pra frente

- ah p***a, eu tenho um remédio pra sua dor de cabeça aqui na minha cueca - ele pega minha mão e coloca no p*u dele e eu tiro a não

- vai dormir, não vou te dá hoje. - eu falo seria

- p***a lora, c*****o em - ele reclamo e eu puxo meu celular mexendo

- Manuelle, são quase meia noite mesmo? cadê a Giulia? - ele fala olhando a hora no meu telefone e levanta - ela chegou e eu não vi? - ele vai saindo do quarto pra ir no quarto dela.

Eu suspiro e mando uma mensagem rápido pra ela - o seu pai já levantou pra te procurar, não demora muito não filha. - eu bloqueio o celular e baixo vendo ele entrar no quarto pegando o celular dele e ligando pra ela que não atende

- fala ai, onde que ela tá por que não tá atendendo? você sabe com certeza - ele me olha

- Ueeee Kaick, a garota é de maior. você não pode controlar o que ela quer fazer - eu jogo pra ele a mesma coisa que ele me falou sobre o Kauã e faço uma cara de deboche e ele me fuzila com o olhar. - não vai falar não? ok, você tá certinha. - ele vira pro armário e puxa uma bermuda vestindo e coloca a camisa no ombro

- onde você vai? - eu falo sentando na cama

- vou atrás da minha filha, já que você sabe onde ela tá e não fala, eu vou descobrir sozinho, e você sabe que eu consigo. - ele fala saindo do quarto, eu levanto rápido e coloco um short pulando descendo as escadas - pode me esperar que vou com você. - eu saio correndo atrás dele e vejo ele no carro falando no rádio perguntando pra alguém se sabe se tá tendo resenha em algum lugar e eu respiro fundo pegando o rádio da mão dele e desligo - Cara, para com isso. Deixa a menina viver Kaick

- Já são meia noite Manuelle, não é possível que você acha isso normal p***a. Que que ela tá fazendo desde cedo até agora que você não quer me falar? - ele fala com raiva

eu respiro fundo e olho pra frente - foi na festa da Juliana

- que?

- foi na festa na piscina da amiga dela - eu olho pra ele que olha pra frente e sai dirigindo pela rua, e ele sabe muito bem onde que é o salão de piscina aqui do morro, eu respiro fundo e vou pedindo a Deus pra Giulia só estar sentada de boa.

A gente foi no shopping pra ela comprar um biquíni novo e uma roupa pra ela já vir na festa, ela tem sempre que sair antes dele chegar pra não ser interrogada.

A gente chegou na frente do salão e tinha vários carros, um monte de bandido da boca e eu respirei fundo olhando pra ele - é aqui que tu deixou sua filha vir? em festinha com bandido? você só pode tá maluca p***a. - ele fala com raiva

- eu não sabia que.. - eu nem termino de falar e ele já saiu do carro batendo a porta, eu abro a porta e vou andando atrás dele - Kaick, pelo amor de Deus! não vai fazer ela passar vergonha que ela vai ficar com raiva da gente

- f**a se! não tô aí pra ser amigo dela, eu sou pai dela. - ele sai entrando e os bandidos tudo fica olhando pra ele e ele olha boladão pra todo mundo e eu nem vejo a Giulia. p**a que pariu, ela não pode tá dentro dessa casa com ninguém, por favor Deus, não faz isso comigo não. A gente vai andando pela festinha e eu dou de cara com a Giulia saindo de dentro da casa

- tava fazendo o que aí dentro? - ele para e olha ela de cima a baixo fuzilando ela inteira

- estava no banheiro, por que? tenho que te ligar pedindo permissão até pra usar banheiro? Não acredito que você teve coragem de vir atrás de mim aqui dentro, não acredito que vocês fizeram isso comigo - ela fala chateada balanço a cabeça negativamente e sai andando na nossa frente e eu respiro fundo - vem aqui Giulia - ele fala com raiva e a gente vai andando atrás dela até sair da festa e entramos no carro.

- você é maluca de ficar vindo pra festa de bandido? - o Kaick pergunta olhando pra ela no banco de trás

- a festa é da minha amiga, se apareceu os seus bandidos não foi eu que chamei, né? - ela rebate e eu olho pra fora da janela

- você sai de casa cedo, são mais de meia noite eu ligo e você não atende não tá vendo a p***a do celular não? pra que tu quis um celular de 9 mil reais se você não atende o quando te ligam?

- eu vi tocar, não tava afim de atender. Só isso! Eu tô numa festa, se for pra ficar no telefone eu fico dentro de casa - ela fala de saco cheio e eu olho pro Kaick e vejo o ódio na cara dele

- é mesmo? então agora você vai ficar em casa no telefone um bom tempo. - ele sai dirigindo rápido pra casa e eu fico balançando a perna

- aaaaah, vai me botar de castigo? que piada cara. é ridículo essas coisas que você faz comigo, eu aposto que o Kauã nem em casa tá e você não fez uma ligação pra saber onde ele tá essa hora né ? nossa, meia-noite. Parece até que é 5h da manhã. - ela cruza os braços e olha pro lado

- CALA BOCA! VOCÊ TA ERRADA E ACABOU. SE TIVESSE ME ATENDIDO E RESPONDIDO TALVEZ EU NÃO TIVESSE SAÍDO DA MINHA CAMA PRA VIR ATRÁS DE VOCÊ. - ele entra na garagem

- para de gritar, chega! - eu falo olhando pra ele

- VOCÊ SAI ATRÁS DE MIM PODE SER 7H DA NOITE. EU TO DE SACO CHEIO DISSO, TO SATURADA.EU NAO SIU - ela grita de volta e sai do carro entrando pra casa

- c*****o, eu vou porrar a cara dela - ele fala saindo do carro rápido e eu ando atrás dele e a gente entra em casa ouvindo ela bater a porta e trancar - EU VOU DERRUBAR ESSA PORTA! - ele grita e eu pulo no pescoço dele fazendo ele me olhar

- para! chega. deixa ela Kaick, ela já tá em casa, por favor - eu falo segurando no pescoço dele e com a outra mão no rosto dele

- ela tava numa festa cheia de bandido manuelle, como você permitiu isso cara?

- amor, eu não sabia e tenho certeza que ela também não, afinal a festa é de uma amiga dela e ela não tem como saber sobre os convidados. Olha pra mim, deixa ela quieta e amanhã a gente conversa, tá ?

- ela não tava no banheiro Manuelle, o banheiro é perto da piscina e ela tava vindo de dentro da casa, por favor, não faz eu parecer maluco - ele fala cheio de lágrima nos olhos - ela tava com alguém lá dentro, não tava?

- Xiiiii, para! se ela falou que tava no banheiro acredita nela. tu tem que confiar na sua filha, por isso ela briga sempre com você

- eu confio nela, não confio neles. A minha filha é linda, é uma princesa e eu não vou admitir nunca que alguém vagabundo encoste nela - ele fala e eu vejo lágrima rolar e limpo

- tá bom, calma. - eu selo nos lábios dele. - ela é virgem e não tem intenção nenhuma de perder isso agora. ela me falou isso hoje - eu sussurro pra ele e vejo ele suspirar aliviado - mas se você ficar fazendo isso com ela, tu vai jogar nela vontade de ir pra rua e não voltar pra casa, se controla. Vamos subir que eu vou te acalmar. - eu solto ele e seguro na mão dele subindo e passamos pela porta do quarto dela com ele olhando, eu entro no nosso e tranco.

Eu fico agarrada com ele a gente acaba transando pra dessestressar nós dois, já que era um estressado tentando acalmar o outro. A gente transa e depois ele vai pra varanda fumar e eu pego no sono e nem vejo ele voltar pra cama, só sinto que ele má agarrar colando em mim.