Elena ainda não conseguia acreditar que esteve diante da sua filha mais velha.
Após 25 anos ela estava uma linda mulher e com certeza amava a Avó mais do que tudo.
Será que Ana Gabriela a perdoaria e aceitaria como mãe?
Ela saiu da loja no mesmo instante e dirigiu até á casa de sua mãe.
Hesitou antes de descer do carro, mas não tinha outra escolha.
Ana limpou as mãos e foi abrir a porta. Ficou gelada ao ver a filha de pé na sua frente.
- Mamãe!
- Elena?! O que você faz aqui?...- Ana abraçou a filha e não evitou as lágrimas.
- Eu senti tantas saudades Mamãe. Se a senhora não tivesse me perdoado, não sei o que seria da minha vida.
- Está tudo bem. Entra.
A Gabriela não está em casa.
- Eu sei Mamãe. Eu a vi e falei com ela.
- O quê?! Quando foi isso?
- Calma! Foi por acaso. Ela não sabe quem sou. A vi com a Isabella. Foram á uma das minhas lojas. A Fátima as atendeu.
- Elena! Ela não fala mais comigo e vai mudar amanhã. Está na hora de contar tudo.
Chega de segredos.
- Ela vai me odiar e rejeitar Mamãe. Não vou suportar.
- Filha! Há 25 anos você fez uma escolha. Sabias que haveriam consequências.
- Sim. Eu sempre soube disso.
Mas a verdade é que agora não me sinto capaz de as suportar.
Eu tenho três filhas lindas e elas não sabem da existência umas das outras Mãe.
Quero unir a minha família.
- Mas, isto incluí correres o risco de perderes as três. Não é?
- Sim. É isso mesmo.
Ainda conversando, Ana e Elena foram pegas de surpresa pela chegada de Ana Gabriela e Isabella.
- Senhora Elena?!...- Gabriela estava novamente surpresa.
O que faz aqui?
- Olá outra vez. Nossa eu coincidência. Eu vim apenas conhecer a vencedora do nosso sorteio.
- Sorteio?! Que sorteio?
- Sentem meninas. A Senhora Elena vai explicar. Eu também não consegui entender como ganhei.
As suas sentaram sem entender nada.
- Meninas! Eu sou uma das sócias da família Botelho. Todos os anos nós realizamos um sorteio nas nossas redes de supermercados.
Os critérios são vários. Este ano nós decidimos premiar os clientes do regime prioritário, e que são nossos consumidores á mais de 20 anos.
- E a Vovó ganhou?
- Sim. Mas não foi a única.
Ela foi aleatoriamente escolhida entre os 20 deste ano.
- E como sabiam que era ela mesma?
- A sério? Nós somos um grupo enorme. Foi feita uma investigação minuciosa. Caso contrário eu não viria pessoalmente até aqui.
- Nossa! Parabéns Vovó. É mesmo algo inesperado. A Senhora aceita jantar com a gente?
- Obrigada querida. Mas não posso. Ainda tenho que passar em mais 5 casas.
Pedirei á minha filha que envie os detalhes por e-mail para vocês. Pode ser?
- Claro que sim.
- Óptimo. Aqui tens o meu cartão.
Envie para mim o teu e-mail.
Faremos um evento em breve para não coincidir com os do Botelho que se aproxima.
- Muito Obrigada Senhora Elena.
Volte quando quiser.
- Eu também agradeço a Senhora.
E digo mais, os prêmios são oprimos e ilimitados.
Até mais meninas.
- Eu a acompanho.
Elena foi embora. Para a sua sorte o sorteio tinha mesmo acontecido. Ana seria integrada na lista de vencedores, e ganharia o melhores prêmios.
- Parabéns outra vez Vovó.
- Obrigada Isabella. Bem! Vou preparar o jantar.
- Nós vamos ajudar a Senhora.
Só temos que deixar isto lá em cima....- Gabriela falou.
- Obrigada filha.
Elas subiram e Isabella não entendeu o silêncio de sua amiga.
- Gabriela! Está tudo bem?
- Sim claro. Mas, eu tive a impressão que elas já se conhecem.
- Não sei como seria possível.
A Vovó estava realmente surpresa. Esquece isso está bem?
Vais embora amanhã amiga. Faça as pazes com ela por favor.
- Tens razão. Bom! Vamos lá.
Já estou com fome e temos trabalhado para terminar.
O jantar foi agradável graças á presença de Isabella.
Ana Gabriela fez as pazes com a sua Avó, mas estava decidida que mudaria mesmo no dia seguinte.
As arrumações foram terminadas. O dia seguinte seria agitado e diferente.
Mas as surpresas e coincidências estavam apenas a começar a surgir na vida de Ana Gabriela.
Ela foi embora com uma sensação estranha em relação á mulher que esteve diante de si por apenas alguns minutos.
Porque a mulher a olhava como se a conhecesse?
- Gabriela!? Você está bem amiga?
- Sim. Eu estou bem. Só achei estranho a Senhora Elena ter sido tão prestativa comigo.
- Sério!? Sabes eu fiquei com a impressão que ela já sabia quem tu eras.
- Eu também achei. Eu vou perguntar á minha Avó qual é o nome da minha mãe.
Pelos menos isso ela pode me dizer.
- Eu não entendo porque ela não diz nada. Será que ele acha que a vais procurar para exigir algum tipo de satisfação?
- Pode ser que seja isso.
Mas, tem mais alguma coisa por trás de tudo isso. Eu adoro a Vovó! Mas este segredo pode nos afastar. Ela não está a me proteger escondendo algo que tenho o direito de saber.
- Eu entendo amiga.
Sabes! Vou falar com a minha mãe. Ela também nasceu e cresceu aqui. Talvez ela possa ajudar de alguma forma.
- Obrigada amiga. Eu realmente não tinha pensado nesta possibilidade. Podemos ir lá agora? Não vou aguentar me segurar.
Isabella aproveitou para ver a mãe.
- Mamãe! Eu trouxe a Ana Gabriela por dois motivos.
- E quais são?
- A Gaby quer saber algumas coisas, e acho que a Senhora pode ajudar.
- Claro querida. Eu até acho que já sei do que se trata.
- Sabe Tia Paula?
- Sim. É sobre a tua mãe estou certa?
- Sim. É sobre isso mesmo. A Vovó nem sequer me diz o nome dela. Eu realmente preciso de saber algumas coisas sobre ela. E não aguento mais que a vovó esconda isso de mim.
- Vamos nos sentar meninas.
Gaby eu amo você como filha.
Tenho orgulho da mulher que te tornaste. Mas, eu não sei porque razão a tua mãe foi embora.
E quanto ao nome dela eu não posso dizer.
- Porque não Mamãe!?
- Porque eu fiz uma promessa.
E que tipo de exemplo eu vou dar, se a quebrar? Não é nada pessoal querida.
Mas, eu jamais quebraria uma promessa.
- Eu entendo Tia Paula. E admiro e respeito ainda mais a Senhora por isso.
- Peço desculpas está bem?
- Não peça. Eu tam seria incapaz de quebrar uma promessa.
Gabriela estava triste, mas não insistiu no assunto.
Teria que descobrir sozinha o nome da sua mãe.
Ela só não imaginava que já sabia que nome era esse.