Renata esperou na sua casa pela chegada de Pedro.
Ele era um homem sem escrúpulos que fazia qualquer trabalho sujo por dinheiro.
O ódio de Renata por Ana Gabriela ficou maior quando a relação dela com Adriano tornou-se pública.
Eles mesmos fizeram questão de comunicar. Os jornais e revistas estavam em alvoroço com a novidade, e já circulava um rumor sobre o casamento.
Com isso, Renata decidiu que a melhor forma de afastar Ana Gabriela e tornar - se parte da família Botelho era garantir que ela morresse.
Pedro entrou e a empregada saiu os deixando a sós.
- Senhora Renata. Aqui estou ao seu dispôr.
- Senta Pedro. Me ouça com muita atenção. Garanto que se este serviço for bem executado, você vai ficar milionário.
- Interessante. Estou ouvindo.
Renata contou a sua intenção para Pedro.
O que ele não sabia sobre ele, é que o mesmo sempre fazia uma gravação de todos os serviços que realizava.
Fazia isso por uma questão de segurança. Se por acaso fosse pego pela polícia, ele não seria o único a pagar pelo crime.
- Matar! Senhora Renata a minha especialidade são os sequestros com pedidos avultados de resgate.
Nunca matei nem feri nenhuma das vítimas.
- Eu sei. Mas esta pessoa tem mesmo que morrer. É a única forma que tenho de recuperar o que perdi.
- Está bem. Aceito com a condição de pagares um milhão como adiantamento.
- O quê?
- Foi você quem disse que dinheiro não será problema.
Eu quero 20 milhões por este serviço. Agradeça que estou apenas começando pedindo um milhão. Aliás, vais adiantar 5 milhões. Ou então nada feito.
- Tudo bem. Anote aí o número da tua conta. Eu pagarei o que for necessário para me livrar daquela i****a e ter o Adriano de volta.
Depois de tudo feito, Pedro foi embora. Tinha gravação de voz e vídeo. Eram provas incontestáveis contra Renata.
Para garantir que teria ainda mais dinheiro na conta, Pedro decidiu fazer uma investigação sobre Ana Gabriela.
Descobriu quem era a mãe dela, e decidiu entrar em contacto.
Elena tomava o seu chá e esperava a visita de Fátima e Ana Lúcia. As duas ainda estavam zangadas.
Lúcia não aceitou voltar para casa, mas prometeu para Gabriela que conversaria com a mãe.
- Senhora Elena! Elas chegaram.
- Obrigada Sara. Traga o lanche por favor.
Fátima entrou seguida pela irmã.
- Olá Mamãe.
- Oi meninas.
Elena quis abraçar Lúcia, mas ela afastou - se.
- Eu sinto a tua falta Lúcia.
Por favor volte para casa filha.
- Eu só volto se a Gabriela perdoar a Senhora.
- Mana! Sabes bem que isso não vai acontecer tão cedo.
- Meninas! Eu sei que só estão aqui porque ela pediu.
Eu quero contar a minha versão dos factos. Posso fazer isso?
- Está bem. Nós estamos aqui para te ouvir Mamãe.
Mas não penses que será assim tão fácil aceitar o que fizeste.
Não falo apenas pela Gabriela, mas porque o Papai foi o único que nunca soube de nada.
Elena sabia que a sua filha estava certa. Contou então a sua versão.
Era nova e não estava preparada para ser mãe.
Poderia ter deixado a filha num orfanato, mas a deixou com a mãe por saber que a menina ficaria em segurança, e que teria uma boa educação.
Contou também que esteve presente mas de longe.
Acompanhou as fases do crescimento de Gabriela, e que mantinha uma conta para que um dia ela pudesse frequentar a Universidade.
- Ela sabe disso?....- Fátima perguntou.
- Não. Nós não tivemos tanto tempo assim para conversar.
E ela não quer me ver ou ouvir.
- Certo. Mamãe a Senhora errou, mas está a pagar por isso.
Estamos magoadas, mas não temos o direito de a julgar.
Espero sinceramente que a Senhora faça as pazes com a Gabriela. Ela é nossa irmã e nada vai mudar isso.
- Obrigada meu amor.
Só por terem me ouvido já me sinto melhor. Fui covarde por ter deixado passar tanto tempo.
Mas, o que eu quero agora é poder estar perto de vocês.
Quero ser para a Gabriela a mãe que fui para vocês.
- A Senhora sempre foi uma mãe maravilhosa. É assim que quero ser para o meu filho.
- Obrigada filha. Lúcia! Podes ficar com a tua irmã. Mas por favor não me afastes de ti filha. Não poderia suportar perder você também.
- Eu voltarei para casa Mamãe.
E prometo que vou ajudar a Senhora a se reconciliar com a Gabriela.
- Sério meu amor? Farás mesmo isso?
- Sim. Eu também quero que tudo fique bem. Então conte comigo Mamãe.
- Muito Obrigada meu amor.
Muito obrigada.
Elena abraçou a filha e chorou de alegria.
Apenas desejava uma oportunidade para ter as suas três filhas juntas.
Queria provar para Gabriela que a amava e que a distância não alterou em nada o seu amor materno.
O que Elena não podia imaginar, é que estava prestes a ter a sua oportunidade de não só provar o seu amor por Gabriela, mas também conseguir por parte dela uma aproximação.
Será que seria assim tão fácil?
Ela conseguiu perceber que além de inteligente também era bastante teimosa.
Sendo a mãe dela, Elena não a queria pressionar, mas também não tinha a intenção de desistir da sua filha.
Já tinha perdido 24 preciosos anos da vida dela.
Gabriela agora era uma mulher. Apesar de estar sempre informada e saber cada passo, ela desejava mesmo era estar literalmente perto da sua filha em cada momento: Aniversários, natal, até mesmo nas fases mais complicadas da adolescência.
Ana estava presente em cada um destes momentos.
Agora Gabriela estava apaixonada. Conheceu o pai e viu a sua família aumentar.
Apenas Elena sentia - se excluída deste mundo que pertencia apenas á sua filha mais velha.
Ela viu Gabriela descer do carro e entrar pra a clínica.
- Filha!
Gabriela olhou para ela e parecia chateada.
- Oi filha. Podemos conversar por favor?
- Não me chamar de filha porque eu não te considero a minha mãe. Adeus Elena.
Gabriela entrou sem olhar para trás.
Elena não conseguiu sair do lugar por algum tempo e depois decidiu ir embora.
A situação estava prestes a mudar para melhor, mas Elena teria que esperar para descobrir isso.