Julia: Até os meus 3 anos de idade, não me lembro de muitas coisas, apenas verso sobre aquilo que a minha mãe e o meu pai relataram-me. No entanto, lembro-me, como “flash” de algumas coisas relacionadas com o nascimento do meu irmão mais novo, o Jordan.
Julia: Nos meses que antecipou o nascimento do meu irmão Jordan, um ente espiritual que assumia a aparecia de uma menina presentou-se com o nome de MALI. De início Mali ficava de longe apenas me observando, e eu, pelo medo, preferia não olhar para ela e principalmente quando mamãe me colocava sozinha no quarto a noite. Em certos momentos os olhos de Mali ficavam vermelhos e isso assustava. Meus pais não conseguiam ver a Mali, mas mamãe acreditava em mim, quando informava que ela estava por perto e ensinava-me a orar, conforme o anjo protetor a orientou.
Júlio: Juliana, fui informado pelos assombrosos que um grupo de almas perdidas, denominadas “olhos vermelhos” estavam próximo da Julia. Eu não consigo vê-los e nem você, mas a Julia os vê. Teus guias e a legião de assombrosos não conseguem expulsá-los, pois, tem o mesmo direito de caminhar livremente entre as pessoas. Acontece que um dos olhos vermelhos se encantou com a luz da Julia e não sai, mesmo que não tenha a permissão do seu grupo, que apenas observa tudo.
Juliana: O que podemos fazer? As simpatias que os guias me ensinaram não consegue afastá-los de perto, nem funcionam para os assombrosos. Os guias afirmam que não tem permissão de intervir. Eu clamo pelo anjo protetor dela, mas ele não responde a mim, apenas se a Julia o chamar. Mas ela não sabe ainda como fazer.
Júlio: Vamos observar e se necessário levarei ela lá para o quartinho onde os olhos vermelhos não entram.
Almas guias: Que sugestão sem nexo. O quarto das trevas dos assombrosos não tem proteção alguma, e inclusive já entramos e saímos de lá sem ser impedido. Houve apenas agitação por parte deles e nada mais. Os gritos que promovem não afetam nenhuma alma vagante, salvo aquelas que eles capturam e levam para a prisão que criaram no plano para fazerem a tortura dos desencarnados capturados.
Juliana: O anjo protetor dela deixou expressas ordens para que ela não entre lá. Melhor seguir as orientações dele, você não acha? Você disse que os assombrosos não conseguem afastar eles daqui. Levando-a para o seu quartinho, vai provocar a invasão de lá pelos olhos vermelhos.
Júlio: Realmente você tem razão. Se os assombrosos não conseguem aqui, porque conseguiriam lá?
Julia: A legião dos assombrosos não responderam nada ao questionamento da mamãe. Mali aproximou-se e tornou-se uma amiga invisível, pois, por mais que falasse da existência de Mali, os meus pais não conseguiam vê-la. Meus pais eram sensitivos e conseguiam ver quem desejavam ver, pois, mamãe não conseguia ver os assombrosos e o meu pai não conseguia ver as almas guias que acompanhavam a mamãe. Mali, conseguiu ganhar a minha amizade e mostrou-me que não deveria ficar amedrontada, pois, ela não me faria m*l e estava ali em busca de uma amiguinha para brincar. Mali era bem sutil em tudo, e fez eu acreditar que ela precisava de uma amiga por não ter com quem brincar, pois, os pais dela também eram ocupadíssimos demais.
Julia: No início ela fazia cócegas em mim e coisas que me faziam sorrir muito. Brincávamos de boneca e ela dizia o que deveria fazer com elas. Os meus pais sempre me viam brincando inocentemente e alegre com as minhas bonecas, porém, sem ver que Mali brincava com as delas, na minha frente. Achando que tudo estava bem, aproveitavam para seguir a rotina de trabalho e de noite estavam esgotados. Eu estava feliz porque Mali me fazia companhia. Em uma das ocasiões Mali pediu que eu pegasse a tesoura e cortasse a barriga da boneca para ver o que tinha dentro. Eu fiz e mamãe irritou-se e me repreendeu:
- Julia você não pode pegar essa tesoura e nenhum tipo de objeto que não seja brinquedo, pois são perigosos e você pode se cortar.
Julia: Mamãe, eu não vou me ferir, a Mali ensinou-me a usar a tesoura.
Juliana: Minha filha, diga a sua amiguinha Mali que ela não pode ensinar essas coisas, pois isso é malcriação. Diga-lhe que se ela fizer isso mais uma vez, eu vou pedir para que os “disciplinadores” a corrijam, levando-a para longe daqui. Não é para cortar as bonecas. Isso é maldade.
Os olhos de Mali ficaram bem vermelho quando a mamãe falou dos anjos disciplinadores. Ela ficou bem grande e das costas saíram como umas asas de morcegos. Aí eu vi que Mali não era uma amiguinha.
Mali: Não se atreva a intervir e atrapalhar meus planos. Não se intrometa nas minhas coisas ou eu posso te matar quando bem desejar, inclusive no parto desse trevoso que vai nascer.
Julia, sem contar para sua mãe o que vê diz: Eu não quero mais brincar com você Mali. Você está feia e é r**m. Eu amo a minha mãe e o meu irmão.
Julia: Eu lembro-me que, a forma como eu abracei a mamãe, que estava grávida do Jordan, fez com que uma luz saísse de nós, em forma de círculo e Mali desapareceu da sala, onde estávamos, antes de ser tocada pela luz.
Julia: Todavia, alguns dias depois, Mali retornou, pedindo desculpas e dizendo que não faria aquilo novamente. A minha amiguinha imaginária, como minha mãe a chamava, sugeriu que deveríamos brincar de esconde-esconde, e escondermos dos nossos pais, e não aparecer enquanto não terminar a brincadeira. Iniciamos a brincadeira, e eu escondi-me debaixo da cama, dentro do guarda-roupas e no banheiro que havia no meu quarto, e a minha mãe, que ficava em casa integralmente, desesperava-se chamando meu nome, mas Mali fazia sinal para que permanecesse em silêncio. Quando mamãe me achava brigava comigo:
Juliana: Minha filha! Não faça isso comigo. A mamãe ficou preocupada e não posso, por estar grávida. Você sabe que eu te amo muito e não quero que faça isso novamente. Combinado? Contudo, voltei a brincar com Mali de esconde-esconde e, na brincadeira, Mali me mostrou um local dentro do guarda-roupas da mamãe, que ficava bem embaixo e onde eu conseguia entrar. Acabei dormindo dentro dele. Meus pais não conseguiam imaginar onde estava, nem os guias da minha mãe e nem os assombrosos descobriram, e logo chamaram a polícia, comunicando o meu desaparecimento. Acordei com os assombrosos em festa por causa do desespero de meus pais e, quando apareci na sala todos ficaram aliviados, mas espantados. Levei seria bronca dos meus pais e não mais brinquei assim com Mali.
Julia: Em outra oportunidade, passados alguns dias, Mali sugeriu que eu me escondesse atrás do carro de meu pai para o assustar quando ele estivesse saindo para o trabalho. Sai do quarto sem que minha mãe me visse, pois estava atendendo uma amiga cliente na loja do papai. Quando meu pai entrou no carro, uma luz forte brilhou no meu lado e saiu em direção ao gramado, que ficava ao lado da garagem. Quando a luz apareceu eu vi Mali sumir, como uma fumacinha escura. Minha mãe, grávida e não podia correr, fez a cliente, Dona Matilde correr e gritar, pois, ouviu uma voz dizer que eu estaria atrás do carro. Logo atrás da Dona Matilde, mamãe saiu gritando e acenando também para o meu pai, que já havia dado ré no carro e deu uma freada brusca já no portão de saída, achando que mamãe estivesse sentindo contrações do parto. Ao desligou o motor do carro ouviu que falavam de mim, mas não conseguiam ver, até que meu pai me viu no jardim correndo e pulando, para pegar a bolha de luz que subia aos poucos. Papai, aliviado, me pegou no braço e disse:
Júlio: Minha filha! Que susto você nos causou. Não brinque atrás do carro.
Julia: Mas eu queria te dar um susto papai.
Juliana: Não faça isso nunca mais... meu amor. Isso é perigoso.
Júlio: Tudo bem meu amor. Mas, por que você veio aqui para o jardim?
Julia: Uma bolha de sabão brilhante está ali. Me levanta mais alto para eu pegar papai.
Meus pais sabiam que gostava de correr atrás de bolhas de sabão. A cliente da mamãe, dona Matilde questionou:
Matilde: Uai! Que coisa estranha! Não há bolhas de sabão aqui. Acho que ela está vendo a luz de algum anjo.
Como eu insistia que a bolha estava ali, mamãe me disse que nessa hora lembrou-se das palavras do anjo protetor, quando ainda estava na maternidade: apenas Julia será capaz de ver-me e. Mamãe entendeu que por esse motivo ninguém conseguia ver a luz, que eu descrevia ter a forma de bolha de sabão. Mamãe agradeceu dizendo:
Juliana: Obrigado anjo que guarda a minha filha Julia.
E todos da mesma forma agradeceram. No entanto ouvi uma voz que disse: Toda honra e gloria para Jeová, o Deus do impossível.
Eu repetia frase para todos, simultaneamente. E novamente todos olharam para mim e disseram: Que assim seja!
Após me entregar para mamãe, meu pai entrou no carro e foi levar meu irmão para a escola e depois seguir para o trabalho dele.
Após meu pai e dona Matilde saírem, mamãe conversou comigo, e revelei que Mali me sugeriu esconder-se atrás do carro para dar um susto no papai.
Juliana: Mali é uma menina muito travessa. Quando ela lhe sugerir algo, me fale.
Julia: Eu prometi, mas, sabem como são crianças, facilmente esquecem das coisas. Esse fato me lembro por ter sido relevante e mamãe me relembrar diversas vezes. Mamãe questionou os seus guias:
Juliana: Por qual motivo vocês não me informaram sobre essa Mali?
Os guias: é uma alma pertencente a legiões dos “olhos vermelhos”, mas não conseguiremos expulsar, em virtude da vigência do “pacto das legiões”.
Juliana: Quais são os planos dessa alma perdida? Por que não me informaram que minha filha estava atrás do carro?
Os guias: Essa alma é conhecida por induzir as crianças em fazer peraltices perigosas. Ela está agindo por estar sendo dominada por um dos olhos vermelhos. Você tem que iniciar ela na bruxaria e podemos ajuda-la.
Juliana: Vocês somente falam isso e não fazem nada. Já dei os banhos de ervas e as defumações com incensos e não vem dando certo.
Os guias: Cada ritual tem um fim específico e afastou ela de outros ataques. Sua filha é bem sensitiva.
Juliana: Isso eu percebi. Mas qual seria o para afastar esse integrante dos olhos vermelhos?
Os guias: não existe. Eles são independentes. Apenas podem ser vigiados e alertados quando atacarem.
Juliana: por qual motivo não me alertaram do ocorrido de hoje? Era grave...
Os guias: Somos teus guias e não dela. Ela tem que buscar os guias delas.
Julia: Mamãe ficou aborrecida com as almas guias, contudo eles informaram que não poderiam fazer nada. E passou a pedir para o anjo que me protege me ajudar.
A luz não aprecia constantemente na minha vida, apenas em momento que estava em grande perigo. Eu ouvi minha mãe e repreendi Mali. Ela se irritou e sumiu uns dias. Contudo Mali retornou na manhã que meu irmão Jordan iria nascer e brincamos durante o dia. Quando anoiteceu, e meus pais já estavam dormindo, Mali pediu que eu escondesse as chaves do carro, dizendo que seria uma brincadeirinha ingênua. Eu escondi na breja que havia no sofá da sala.
Na madrugada, acordei com meu pai desesperado procurando as chaves do carro. Minha mãe estava me arrumando e Juliano estava sentado no sofá da sala. Perguntei para minha mãe o motivo do alvoroço e ela disse que o pai havia perdido as chaves do carro. Vi que os assombrosos e os olhos vermelhos estavam contentes e alguém perto de minha mãe apenas observavam, acredito serem os guias dela. Uma voz me disse dizendo: Entregue as chaves. Então pedi que Juliano se levantasse do sofá, onde estava deitado e peguei as chaves e entreguei ao meu pai.
Já no carro, meu pai dirigia e minha mãe estava respirando ofegante e tentando manter a calma. Mali ficou em pé na minha frente e disse que não gostou quando revelei o esconderijo das chaves do carro, acusando de ter estragado a brincadeira.
Julia: Eu disse para ela: para.
Juliana: Juliano você está importunando sua irmã?
Juliano: mamãe eu não estou nem perto da Julia. Ela está conversando com uma menina que tem os olhos vermelhos.
Mamãe perguntou de Juliano:
Juliana: meu filho você está vendo e escutando essa Mali?
Juliano: tem uma... de olhos vermelho, mas não sei o nome. Eu não sei o que essa esquisita fala. Não gosto dela e nem do grupo dela que está seguindo o carro.
Juliana: Julia, o que está acontecendo? O que a Mali está dizendo?
Julia: Não é nada mamãe. A Mali foi embora e não vai mais voltar.
Juliana: Isso meu amor. Peça para ela ir.
Julia: Tem uma luz que está expulsando ela.
Juliano: Essa luz é chata. Não gosto dela também.
Julia: Em seguida, enquanto mamãe entrou para o parto, ficamos no carro com o papai, que ligou para dona Clair para ficar conosco, visto que a vovô e o vovô estavam gripados e não vieram nos visitar.