Chapter 5

1950 Words
Capítulo DoisAva Bianchi: — Seu novo vizinho é um gostoso! – Exclamou Maria rindo e me cutucando enquanto eu fechava a porta com desconfiança. — Você deveria ter convidado ele para entrar, tomar uma tequila conosco, quem sabe tirar as teias que estão se formando nas suas partes intimas, aquele homem deve ser um furacão na cama. — Também pode ser um matador de aluguel. – Falei acalentando Ethan que estava mais calmo, mas, ainda choramingava por ter sido acordado do seu sono. — Volte para a sala com as meninas, irei colocar Ethan no quarto dele e já me juntarei a vocês, precisarei daquela tequila que você falou mais cedo. Maria concordou e eu segui para o quarto do meu filho, acho que ele percebia o quão nervosa eu estava, já que demorou para pegar no sono, me juntar as garotas foi difícil depois daquela conversa com Hector, minha cabeça fervilhava com as possibilidades de fuga, Hector poderia ter olhos sobre mim, mas, eu já tinha me livrado daquela família uma vez, poderia fazer aquilo novamente, eu tinha outros contatos, trabalhar em um bordel não é todo r**m, você conhece pessoas importantes, consegue conexões e não seria difícil conhecer uma nova identidade, uma cidade pequena em algum país desconhecido, Ásia ou Oceania, nada muito visado por turistas e onde eu poderia viver em paz com meu filho sem chamar a atenção das pessoas. As garotas já estavam bêbadas quando eu voltei, então ninguém notaria a minha aflição, preferi não beber, apenas voltei a segurar a minha taça como se a minha vida dependesse daquilo. Já era de madrugada quando eu me despedi de Maria que foi a última a sair, a rua estava deserta então aquele era o momento perfeito para uma fuga rápida, apenas algumas mudas de roupa, sairia do México por meios pouco tradicionais, poderia dirigir até a cidade vizinha, de lá pegaria um ônibus até a capital ou uma cidade próxima e então eu acionaria os meus contatos, viajaria para qualquer país da América do Sul, Argentina ou Brasil e então seguiria para o meu destino, até o dia seguinte eu estaria longe e Hector iria precisar me caçar até o fim do mundo, pois, eu não deixaria com que ele ou a sua família colocassem as garras sobre o meu filho. Joguei algumas roupas dentro de uma mochila e arrumei uma pequena mala para Ethan sem esquecer do seu leão, compraria coisas novas quando chegasse ao meu novo destino, ainda tinha algum dinheiro na minha conta bancária e poderia trabalhar assim que me acomodasse. — Desculpe-me por isso filho. – Pedi quando o coloquei na cadeirinha e beijei a sua testa com carinho. — Mas, estou apenas fazendo o meu melhor para salvar você daquela família, por mais que eles sejam seus parentes, seu pai faria as mesmas escolhas que eu nesse momento se as coisas fossem diferentes. Entrei no carro e me certifiquei que todos os documentos estavam ali e deu partida no carro, mas, não cheguei a sair da garagem quando dois brutamontes se colocaram no meu caminho, atrapalhando a minha passagem. — Acho melhor saírem da minha frente ou passarei por cima dos dois. – Avisei abrindo o vidro e os encarando. — Não me importo de deixar os dois mortos no caminho. — Isso não vai acontecer senhora Ferretti. – Indagou um deles fazendo com que eu começasse a sentir o meu sangue ferver nas minhas veias, eles não deveriam contrariar uma mulher decidida, eu não tinha problemas em passar por cima deles. — O senhor Hector nos deu uma única tarefa, foi não deixar com que a senhora saia de nossas vistas e com certeza temos mais medo do que ele pode nos fazer se não cumprimos as suas ordens do que da senhora. Então, lhe aconselho a voltar para dentro, pois, não queremos ter de usar a força. Eu iria pisar no acelerador quando ele me mostrou a a**a n sua cintura e não duvidaria que eles as usariam se tivessem de me deter e se estivesse sozinha não iria me render, mas, algo poderia acontecer a Ethan e eu não me perdoaria se colocasse a vida de meu filho em risco, eles não passariam a noite inteira de campana e eu precisa apenas de uma oportunidade para escapar deles. Deu a ré no carro e voltei para a garagem a fechando e voltei para dentro. Dormir não era uma alternativa, fiquei de campana na sala, esperando a oportunidade perfeita, mas, Hector tinha contratado monstros, pois, eles sequer se mexeram da porta da minha garagem e eu acabei cochilando no sofá depois de passar quase toda a noite de campana. Arrumei Ethan para ir a creche, na minha ideia seria mais fácil de escapar se eles pensassem que eu estava seguindo a minha rotina, coloquei o meu uniforme e saí, eles tinham desaparecido, mas, o carro n***o me seguiu durante todo o caminho, deixei meu filho e segui para o trabalho, aquele era o último dia antes das férias coletivas de final do ano e isso me daria mais chances de fugir, já que eles não conseguiriam ficar de olhos em mim no meio da confusão que era a saída naquele dia. Coloquei a minha bolsa sobre a mesa e revirei os olhos quando vi o buque de rosas vermelhas sobre a mesa, eu odiava rosas vermelhas e sabia muito bem de quem elas eram e por mais que eu quisesse fazer com que ele comesse todas aquelas malditas rosas, não iria fazer aquilo com as pobres flores, pois, elas não mereciam acabar dentro de um monstro com Hector. Coloque-as em um vaso que encontrei na cozinha e tirei o cartão que estava entre elas, esperando não vomitar sobre os documentos que estavam sobre a minha mesa quando terminasse de lê-lo. Você é tão previsível pequena Ava, não achou que eu fosse deixar você sozinha quando sabia que iria fugir, não subestime a minha inteligência, você pode ser inteligente, mas, nunca conseguirá me superar. Apareça no maldito encontro que marcamos na noite passada ou irá se arrepender das suas ações. Meio-dia na praça central da cidade, não irá querer um escândalo no seu trabalho, eu não iria me opor a falar a verdade sobre você para todos, isso seria engraçado, ver a sua cara quando todos descobrissem o quão falsa você é ou sobre os crimes que já cometeu. Espero que goste das rosas que lhe mandei, elas têm espinhos como você. H. Ferretti Rasguei o maldito cartão jogando-o no lixo e sentei-me, todas as vezes que eu encarava aquelas rosas a raiva subia até a minha cabeça, se ele estava achando que iria ganhar, estava muito enganado, pois, eu ainda não tinha jogado a toalha e nem iria fazer aquilo, pois, meu filho precisava de mim e eu faria tudo que estivesse ao meu alcance para que ele tivesse a melhor criação do mundo e com as pessoas que eu achava descentes para conviver com eles. — Alguém ganhou rosas vermelhas! – Exclamou Maria parando na minha mesa e tocando delicadamente as petadas delicadas das flores. — Vai me falar quem é o admirador secreto ou terei de descobrir sozinha? Eu tenho alguns palpites, pode ser o Jorge da contabilidade, ele está caidinho por você desde o dia que você começou a trabalhar, temos o Carlos do jurídico ele é um gato, mas, já cantou todas as garotas da empresa, fique longe dele ou pode ser também o seu vizinho bonitão que nos atrapalhou na noite passada, bem que eu acabei com a calcinha molhada depois que ele me encarou com aqueles olhos enormes, cinzas e lindos. — Foi apenas um engano da floricultura, mas, eu não quis as jogar fora, acho que a pessoa para quem foi mandada não merece receber flores murchas, estou esperando com que o entregador volte para as buscar. – Expliquei vendo-a revirar os olhos. — E eu não irei cair nas cantadas de Carlos ou aceitar os convites de Jorge, ainda não estou preparada para dar esse passo Maria, acho que nós já conversamos sobre isso e deveríamos trabalhar, pois, eu estou cheia de trabalho para terminar e não quero ter que fazer hora extra no último dia de trabalho. — Você irá me explicar isso melhor mais tarde. – Avisou ela afastando-se da minha mesa. — E não se esqueça da nossa confraternização de mais tarde, você está proibida de faltar a festa da empresa, essa é a oportunidade perfeita de você conhecer melhor os seus pretendentes, não precisa começar a sair com eles nesse momento Lídia, apenas abrir as possibilidades para um café ou um lanche quando você estiver pronta para conhecer novas pessoas, pois, em um momento isso irá acontecer e tem de estar preparada para isso minha amiga, pois, seu coração precisará ser cativo por outra pessoa além de Ethan. Suspirei e sorri, aquela festa era a oportunidade que eu estava esperando, tinha me esquecido dela, mas, todos os olhos estariam voltados para o chefe e as promoções que ele tinha para dar naquela noite e eu conseguiria escapar sem chamar a atenção das pessoas e ainda conseguiria me livrar daqueles dois brutamontes que Hector tinha colocado na minha cola. Quanto mais se aproximava do horário marcado mais as coisas ficavam bagunçadas na minha cabeça, não podia deixar com que ele me desestruturasse daquela maneira, era isso que Hector queria, me corromper por dentro, me deixar abalada e fazer com que todas as minhas barreiras fossem destruídas e então ele conseguiria o que queria quando me seguiu até Culiacán com aquela ideia de levar o meu filho de mim, como se eu fosse permitir que ele fizesse isso sem lutar. — Não irá almoçar conosco? – Perguntou Maria quando eu peguei a minha bolsa para sair do escritório no horário do almoço. — Está brava comigo por causa das minhas indiretas de mais cedo? — Não. – Respondi abraçando-a carinhosamente. — Apenas ligaram da creche de Ethan, ele está com um pouco de febre e eu preciso ir até lá para verificar isso, mas, não se preocupe comigo, estarei de volta antes do final do horário de almoço. — Me ligue se precisar de alguma coisa. – Pediu ela sorrindo. — Cuide-se Lídia. Sorri e concordei sem olhar para trás, sabia que seria difícil a deixar para trás, pois, ela tinha sido uma ótima confidente naqueles meses que nos conhecíamos a eu iria sentir saudades das nossas conversas, mas, eu precisava fazer aquilo pelo meu filho, ele era a pessoa mais importante da minha vida e faria qualquer coisa por ele. Resolvi ir andando até a praça, não era muito longe do prédio onde eu trabalhava e para a minha sorte a chuva que tinha caído durante toda a manhã tinha finalmente passado e o frio estava ficando mais severo. Apertei o meu casaco e me aproximei dele, que estava sentada em um dos bancos, usando um dos seus ternos caros e parecia impaciente. — Sente-se v***a. – Mandou-o quando parei ao seu lado. — Iremos ter uma conversa definitiva e irei lhe dar a única opção de você ficar com Ethan e não acabar voltando para as ruas para viver como a p********a que você é. E por favor, não tente fugir novamente, estou cansado de caçá-la e não seria tão paciente se tentar alguma gracinha, acho que Ethan merece ter a mãe por perto, mesmo que ela seja você. Encarei-o com raiva, mas, fiz o que ele mandou, fugir do d***o era algo impossível e ele me caçaria até o final do mundo apenas para conseguir a sua vitória e me ter em suas mãos.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD