Chapter 4

2200 Words
Ava Bianchi: O tempo ameno de dezembro me deixa confortável, no México as temperaturas não eram tão gélidas quanto nos EUA e eu estava me acostumando bem, já se passavam cinco meses desde que eu fugi de Nova York e me refugiei na pequena cidade de Culiacán, sobre a p******o do temido chefe do quartel de Sinaloa, eu não me orgulhava daquilo, mas, era o único jeito de despistar os meus rastros e conseguir viver sem ter medo deles me acharem, tinha certeza que a temida família Ferretti nunca me deixaria em paz se soubessem onde eu estava e eu não queria que Ethan meu lindo o sorridente bebê crescesse naquele antro de luxo, recebendo maus exemplos de seus tios, sendo mimado pelos seus avos e eu tenho certeza que meu Jeremy iria concordar comigo, ele era o único que não tinha sido seduzido pela fortuna da família e virado um playboy egocêntrico ou um maldito perseguidor. Lembrar de Jerry fazia com que o meu coração doesse, eu ainda tinha pesadelos sobre o acidente, das horas no hospital e daquela notícia que me tirou o chão e a v*****e de viver e no meio daquela furacão, as acusações de que eu seria responsável pelo acidente me devastaram, com um bebê recém-nascido nos braços, um marido morto e uma família que me odiava, tudo que eu poderia fazer era fugir para longe, esconder os meus rastros e começar uma nova vida bem longe daquela inferno e daquelas pessoas toxicas, que queriam apenas o m*l das pessoas. Balancei a cabeça negativamente e suspirei enquanto encarava Ethan brincando com a pelúcia enquanto estava sentado no cercadinho, com seis meses ele era o bebê mais lindo e esperto do mundo, tão parecido com o pai e era a única pessoa que fazia com que eu quisesse continuar vivendo, se não o tivesse em minha vida, já teria feito uma loucura e tirado minha própria vida. — Você está brigando com o senhor Leon? – Perguntei quando ele jogou a pelúcia longe e fez um beicinho fofo, fazendo com que eu o pegasse no colo e beijasse as suas bochechas repetidas vezes. — O que ele fez de tão errado para merecer esse tratamento? Conte para a mamãe. Ele riu e escondeu a sua cabecinha no meu ombro, eu conhecia aquela manha, ele estava querendo dormir, mas, era mimado como qualquer homem da família Ferretti. Andei pela sala cantando uma antiga cantina de ninar que vovó cantava comigo para mim quando eu era pequena, enquanto terminava os últimos preparativos para a minha pequena recepção, as festas se aproximavam e todos estavam confraternizando com os seus amigos e apesar de estar a pouco tempo ali, eu tinha feito alguns amigos que mereciam aquele mimo. — Luzes e arvore, pensei que iria encontrar algo bem diferente. – Afirmou Maria quando eu abri a porta, ela era minha amiga do trabalho, uma das primeiros de quem eu consegui me aproximar quando me mudei, ela era alegre e espontânea e fazia com que eu me sentisse melhor. — Mas, estou vendo que o preto continua, meu bem, precisa abandonar esse luto ou irá se afundar nele. Trouxe tacos, espero que você tenha comprado tequila, pois, uma reunião de garotas sem tequila não vinga e quem sabe eu não consiga arrancar todos os seus segredos. — A melhor que tinha, pelo menos foi isso que o atendente me garantiu. – Avisei vendo-a rir. — Coloque os tacos na cozinha e sinta-se em casa, tem vinho se quiser uma taça antes das garotas chegarem, irei colocar Ethan no berço e desço para lhe fazer companhia. Maria concordou e eu segui pelo corredor escuro, coloquei meu filho no berço e acendi o abajur e peguei a babá eletrônica, colocando-a ao meu lado na sala. Peguei uma taça de vinho enquanto recebia as garotas, era divertido estar com elas, principalmente porque ninguém me perguntava sobre o passado, eu não precisava falar com Jeremy ou a família Ferretti. Eu era apenas a viúva que resolveu voltar para a sua cidade natal e recomeçar a vida, tudo simples e descomplicado, eu tinha apenas que beber meu vinho, acompanhá-las nas risadas e me divertir como qualquer mulher de 26 anos. — Lídia. – Chamou Hope tocando a minha perna e fazendo com que eu a encarasse, ainda era um pouco difícil responder as pessoas quando elas não me chamavam pelo meu nome, mas, Ava Bianchi tinha morrido junto com o seu passado, eu era apenas Lídia Hernandes. — Chamei você três vezes, está tudo bem? — Desculpe-me, estou um pouco distraída, é o primeiro natal sem meu marido vai ser diferente. – Respondi sorrindo e apertando a sua mão delicadamente. — Mas, hoje é dia de comemoração, não deveria estar pensando nessas coisas. Maria, onde está a tequila? Você me prometeu uma bebedeira que eu me esqueceria de tudo. Maria gargalhou e fui buscar a tequila enquanto elas voltavam a falar ao mesmo tempo sobre todos os planos que tinham para aquele final de ano. — Estamos esperando mais alguém? – Perguntou Maria quando a campainha tocou e eu me levantei. — Pensei que você tivesse dito que isso era algo discreto e íntimo, mas, não vou me opor se você contratou gogo boys musculosos e cheios de testosterona. Gargalhei e balancei a minha cabeça negativamente enquanto pedia licença, para o meu azar elas estavam na sala que era um pouco distante da porta de entrada, já que eu fiz algumas modificações na casa quando me mudei para ela. Abri a porta esperando ser uma das garotas que tinham outro compromisso, mas, conseguiram chegar a tempo para a nossa festinha, porém, o meu sangue gelou quando eu vi quem estava na soleira da porta, alto e imponente, o rosto másculo e duro e os olhos, aqueles olhos que conseguia intimidar qualquer pessoa. — Hello Ava. – Saudou alto e claro fazendo com que eu desse um passo para trás, querendo me refugiar dentro de casa, mas, é claro que Hector Ferretti nunca iria deixar com que eu fugisse dele, não depois de todos aqueles meses, suas mãos puxaram a porta com força a fechando em um estrondo e eu tinha certeza de que isso acordaria Ethan e chamaria a atenção das garotas. — Ou deveria a chamar de Lídia? Na verdade, eu prefiro lhe chamar de v***a, já que é isso que você, uma excelente v***a. — Como? – Perguntei estremecendo quando ele se aproximou mais de mim, segurando a minha mandíbula com força enquanto me prensava na porta, prendi a respiração quando o seu rosto se aproximou do meu, de todos os Ferretti, Hector era o mais perigoso e eu sabia que nunca deveria brincar com ele. — O que faz aqui? — Como? Com muito trabalho, mas, acho que lá no fundo você sabia que eu iria encontrá-la, não poderia deixar a assassina do meu irmão viver em paz, achei que me conhecesse melhor Ava, porém, devo ressaltar que não foi fácil encontra-la, mas, com o dinheiro que a minha família tem, não foi difícil pagar as pessoas certas para lhe encontrarem. – Respondeu ele abrindo um sorriso sinistro e eu me encolhi, deixando claro o quanto eu estava apavorada com a sua visita, eu conhecia Hector, sabia que ele era o demônio, todos se mantinham o mais distante possível dele e Jeremy mesmo que amasse o irmão sempre me orientou a me afastar o máximo que podia dele. — Foi esperto pedir a ajuda do cartel, eles são fieis as pessoas que lhe pedem p******o, com certeza você deve ter dado para alguém para conseguir isso, já que era isso que você fazia antes de conhecer Jeremy, naquele bordel imundo de Seattle. Mas, irei lhe informar algo, essas pessoas gostam mais de dinheiro do que de uma boa b****a. Minha mão acertou o seu rosto com fúria, não deixaria com que ele me ofendesse daquela maneira, eu poderia trabalhar em um bordel, mas, eu apenas dançava, nunca fiz um único programa, mesmo que passasse fome, eu tinha a minha dignidade e não seria aquele playboy nojento que iria me humilhar daquela maneira. — Irá se arrepender disso pequena Ava. – Afirmou ele pegando-me pelo pescoço e enforcando-me fazendo com que eu começasse a sufocar. — Nenhuma mulher nunca me bateu desta maneira e apenas por sua ousadia eu não quebrarei todos os seus dentes nesse momento, tenho outros planos e preciso do seu rosto intacto, mas, tenha a certeza de que eu não irei me esquecer nesse t**a. Acho que ainda lhe devo uma resposta, não vim por sua causa, por mim nunca mais olharia para essa sua cara de santa do p*u oco ou me infectaria com seu sangue imundo, mas, meus pais querem conviver com o neto, eles sentem a falta de Jeremy e você nunca deveria ter os privado do conviveu de Ethan, mas, isso apenas prova o quão v***a você é, já que apesar de tudo eles ficaram ao seu lado e você abandona o barco como o rato imundo que é. Então eu fui designado com a tarefa de lhe encontrar e levar Ethan para a casa, pois, ele tem o sobrenome Ferretti e irá ser criado como tal. — Você não encostará um dedo em meu filho. – Rosnei livrando-me das suas mãos, não deixaria com que ele tocasse em um fio de cabelo de Ethan, não me importava com os seus xingamentos ou ameaças, mas, ele não mexeria com o meu filho. — Não deixarei com que você coloque os seus olhos sobre ele, não me importo com a quantidade de dinheiro que você tem ou com quantas pessoas você pode pagar, mas, fugi da sua família uma vez e posso passar a vida inteira fazendo isso para protegê-lo de vocês. — Você não é burra o bastante para fazer isso Ava, pois, me conhece e sabe do que eu sou capaz para ter aquilo que quero. – Falou ele mansamente e isso fez com que eu me arrepiasse, aquela voz tinha várias ameaças contidas e ele não era o tipo que ameaçava se não fosse para cumpri-las. — Qualquer juiz daria a guarda dele aos meus pais, posso provar o qual desequilibrada você é para cuidar de uma criança, já que fugiu depois da morte do seu marido, se envolveu com o Cartel de Sinaloa. Acha que algum juiz daria a guarda para você? E sem falar que podemos comprar todos os juízes até a suprema corte, você nunca mais colocaria os seus olhos em Ethan e não duvidaria que acabasse em uma penitenciaria por associação ao crime organizado, isso seria maravilhoso, já que assim eu não teria mais que olhar para essa sua cara de sofrimento, pois, ela me enoja. — O que você quer? – Perguntei sabendo que eu iria me arrepender daquela pergunta assim que ele me mostrou os seus dentes em um sorriso malicioso e se afastou rapidamente como se estivesse prevendo algo. — Não aqui. – Respondeu ele. — Irá me encontrar amanhã, na praça em frente à igreja, não irei me encontrar com você em um local que não seja público, pode tentar me m***r e não tente fugir novamente Ava, pois, eu não confio em uma v***a como você e sabia que eu tenho olhos em você e não chegará a lugar nenhum sem que eu saiba. Sorria, uma de suas amigas abrirá essa porta em questão de segundos e não queremos que ela tenha que conhecer o seu passado nojento desta maneira, tenho certeza que ela não merece uma amiga como você. Maria abriu a porta assim que ele fechou a boca e se afastou parando nos primeiros degraus da escada, ela estava com um Ethan inquieto no seu colo o que fez com que o meu coração parasse algumas batidas naquele momento, meu filho se jogou na minha direção assim que me viu. — Desculpe-me, não sabia mais o que fazer, ele acordou assustado e você estava demorando demais aqui. – Desculpou-se ela encarando Hector que abriu o seu sorriso mais sedutor, ele era o d***o e não tinha nenhum imperfeição e era lindo de doer, ninguém desconfiaria daqueles olhos cinzas e brilhantes mesmo que da maneira errada encantariam qualquer mulher. — Está acontecendo alguma coisa? — Sua amiga apenas foi muito gentil em me dar uma explicação, sou novo no bairro e estou um pouco perdido. – Respondeu ele sorrindo. — Obrigado pelas informações senhorita Lídia e desculpe-me incomodá-la tão tarde, não foi a minha intenção deixá-la assustada. Ele se afastou a passos rápidos e seguiu o seu caminho a pé, mas, eu tinha a certeza que um carro de luxo o esperaria no final da rua, não era do feitio de Hector andar desacompanhado dos seus seguranças e principalmente, ele nunca gastaria a sola dos seus sapatos italianos caríssimos atoa, mesmo que fosse para manter o seu teatro de bom vizinho para confundir a cabeça já alterada de minha amiga, abri a porta e deixei com que ela entrasse antes de olhar para todos os lados, Hector tinha afirmado que tinha olhos em mim e eu iria desconfiar de qualquer pessoa depois daquela visita.
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