As palavras de Mork entravam nos ouvidos de Maruí paralisando o seu corpo, ele não queria acreditar no que estava ouvindo, a sua mãe não podia ser responsável por algo tão cr*el quanto separar dois companheiros.
Mork via o seu irmão lutar contra a verdade, o seu rosto ficando pálido enquanto ele tentava entender as palavras do seu irmão, os outros aguardavam em silêncio, mas Mork podia ver a dúvida e choque nos seus olhos.
_Não pode ser. - diz por fim balançando a cabeça.
_Serio que você acredita que eu mentiria sobre algo tão importante? Eu posso ser c***l irmão, mas não, a esse ponto, até as pessoas desalmadas tem honra. - diz serio o olhando.
_Não acredito nisso, a minha mãe não faria isso. - diz Maruí o olhando com um semblante triste.
_Então explique-me por que sou mais forte que você? Se sou um bastardo seu poder tinha que ser maior que o meu, e você acabou de se submeter a mim segundos atrás, como isso seria possível se eu fosse um bastardo. - as palavras de Mork traziam uma nova descoberta para Maruí algo que ele se recusava a aceitar, se ele aceitasse que a sua mão não era a companheira do seu pai, significava que tudo o que havia ouvido e visto todos esses anos era uma mentira.
_Eu preciso de provas Mork, você não pode jogar isso para cima de mim sem provas! - diz desesperado.
_Me diz uma coisa irmão, alguma vez a sua mãe conversou por telepatia com o seu pai? - Maruí o olha confuso por um tempo, mas outra coisa lhe vem a mente.
_Não, ela não podia conversar com ele, lembro-me que uma vez ela me disse que o seu lobo era fraco e por isso não conseguia fazer a ligação mental. - diz com olhos arregalados.
_Não era porque o lobo dela era fraco, mas por que apenas companheiros destinados conseguem fazer a ligação mental. - responde Mork.
Maruí implorava na sua mente para que fosse mentira o que Mork lhe dizia, ele não queria acreditar que a pessoa que ele mais amava na vida fosse tão sem escrúpulos a ponto de roubar o companheiro de outra pessoa. Maruí estava em choque, o seu corpo desaba no chão enquanto ele respirava pesadamente.
_Alpha! - exclama Brook correndo até Maruí, ele ajoelha-se ao lado dele colocando a mão nas suas costas. - Se acalme Alpha, respire de vagar.
Maruí levanta o rosto e encara o seu irmão, ele estava desolado, os seus olhos refletindo tanta tristeza que por um segundo Mork sentiu pena dele. Minutos se passam e finalmente Maruí se levanta, o seu rosto desolado diante da verdade inegável.
Maruí encarava Mork e sentia-se sujo, ele sempre havia pensado que Mork era um bastardo que havia matado o seu pai por vingança e despeito, mas a verdade é que ele era o herdeiro legitimo do seu pai e ele era o bastardo, os seus olhos abaixam-se, ele não conseguia encará-lo depois de tudo o que havia ouvido, e depois que ele sentiu o poder da sua aura ele sabia que o seu irmão não estava mentindo.
_Espero que tenha sanado as suas dúvidas. - diz Mork. - Agora é sua vez de sanar as minhas.
_Pergunte o que quiser. - diz ainda com a cabeça baixa.
_Olhe para mim! - diz Mork um pouco mais alto que o normal, lentamente Maruí ergue os olhos e o encara, no rosto do seu irmão não havia ódio ou o nojo que ele imaginava ver, tudo que havia era um olhar serio e determinado de quem também buscava respostas.
_Não te contei isso para te humilhar, ou te fazer se sentir inferior Maruí, então não precisa abaixar a cabeça toda vez que falar comigo. - naquele momento Maruí estava vendo o seu irmão de uma nova forma, ele jurava que Mork sapatearia em cima da sua derrota, mas não era o que estava acontecendo, do seu jeito ele estava deixando claro que eles eram iguais.
_Obrigado. - diz ele olhando nos olhos de Mork.
_A decisão de aprisionar-me foi sua? - aquilo estava gravado profundamente no coração de Mork, por anos ele desejou a morte do seu irmão e agora finalmente ele saberia se o seu ódio tinha algum fundamento.
_Eu era jovem naquela época, mas não desejava a sua prisão daquela forma, eu queria que você pagasse, mas não de uma forma tão c***l. O conselho fez uma reunião de emergência pedindo a sua morte, mas minha mãe preferiu intervir e optar pelo seu aprisionamento, então apenas dei a sentença, naquela época não pensei muito sobre o assunto, mas depois comecei a questionar-me do porquê dela poupar a sua vida. Ela mesma pedia-me várias vezes para matá-lo.
A resposta de Maruí cria um monte de perguntas na cabeça de Mork, ele não fazia ideia do que Olisa podia querer com ele, ela sempre o odiara, então ele sabia que não era compaixão, tinha que haver algum motivo oculto para ela não te-lo matado naquela época. Quanto mais Mork pensava mais perguntas surgiam na sua mente.
_Uma certeza eu tenho, - diz olhando para seu irmão. - Ela não me poupou por que gosta de mim, ela está escondendo algo.
_Depois do que me disse eu não duvido. - responde Maruí.
_Sabe por que aceitei conversar com você Maruí? - pergunta Mork o encarando com a mão no queixo.
_Não, na verdade, fiquei surpreso.
_Elena, ela foi a razão para que eu estivesse aqui hoje, alguém está tentando chegar até mim por ela, faz pouco tempo que tentarão sequestrá-la, mas conseguimos impedir. - o coração de Maruí quase para ao ouvir que Elena estava em perigo, a sua vontade era correr até ela e ver se estava bem.
_Poderia ao menos fingir que não ama a minha companheira. - diz Mork zangado encarando o seu irmão com os braços cruzados.
_Me desculpe eu não fiz por m*l. - diz levantando as mãos em sinal de paz.
_Se eu arrancar a sua cabeça também não me entenda m*l, eu tenho duas criaturas dentro de mim, Vlad só não te matou ainda por que tenho tentado segurá-lo, o que é muito exaustivo, - Maruí vê quando os olhos de Mork brilham vermelhos e lentamente retornam a cor normal. _ E Drago anda muito possessivo com ela, se você acha difícil controlar um lobo, experimente tentar controlar um vampiro ao mesmo tempo! È praticamente impossível, então ajudaria muito se você não reagisse como se o seu doce favorito fosse roubado.
Maruí encarava Mork envergonhado, ele nunca havia pensado pelo lado do seu irmão, e também não passava por sua cabeça que durante toda a sua conversa com ele, que a suas criaturas queriam o seu sangue, aquilo fez um arrepio subir por sua espinha.
_Eu vou evitar fazer isso no futuro, mas eu preocupo-me com Elena e... - antes que Maruí terminasse de falar, os olhos de Mork mudam novamente para o vermelho e ele parte para cima dele apertando o seu pescoço com as mãos.
_Vai se preocupar bem menos se estiver morto. - diz Vlad olhando nos seus olhos.