Maruí estava animado com os progressos que havia feito nas últimas semanas, apesar do conselho sempre estar no seu pé ele havia provado que não se podia questionar as ordens de um rei, e por mais que ele tivesse resistências com a mudança, ainda sim, elas eram necessárias. Fazia alguns dias que Maruí não via a sua mão, ele sabia que ela não estava feliz com o que ele estava fazendo, mas todas as vezes que ele saia para andar pela alcateia ele percebia a animação do povo com as mudanças que estavam a ser feitas.
Agora era oficial, Maruí havia criado uma lei que proibia as pessoas de tratarem quem fosse lanterna de forma degradante, ele também havia proibido qualquer um de ser expulso do reino, como costumavam fazer antigamente, muitas pessoas receberam essa notícia com alegria, enquanto outros não gostaram nem um pouco, mas eles não podiam questionar uma lei feita pelo rei, e Maruí tinha esperança que as coisas mudassem a partir daquele momento.
Maruí também aguardava com ansiedade pela reunião com os Alphas do seu reino, ele queria criar um sistema de cooperação entre as alcateias que permitisse o crescimento económico delas, neste momento Maruí se sentia realmente como um rei, e se sentia envergonhado por negligenciar o seu povo por tantos anos, ele havia entendido que a melhor forma de honrar o seu falecido pai, era cuidar do que ele criou.
Enquanto andava pelas ruas da alcateia Maruí também se lembrava do seu último encontro com o seu irmão, e aguardava paciente ele entrar em contato para que pudessem conversar, ele tinha a impressão que não gostaria do que fosse ouvir, mas havia dito a si mesmo que ouviria tudo sem julgamentos. Não era fácil para ele estar de frente para a pessoa que supostamente matou o seu pai, assim como ele sabia que não era fácil para Mork estar de ante do filho da assassina da sua mãe, ao menos era o que ele dizia. A investigação de Maruí não havia avançado muito, então a única oportunidade que ele tinha era conseguir alguma informação com o seu irmão, ele sorri com esse pensamento, ele nunca havia pensado em Mork como um irmão, ele era mais um estranho que havia aparecido para estragar a sua vida, mas de certa forma essa perspetiva havia mudado um pouco, e ele se perguntava quando isso teria acontecido.
Maruí para de baixo de um pé de amora, ele era enorme e bem antigo, mas estava carregado de frutos e fazia uma grande sombra na praça onde ficava, ele estende a sua mão para pegar algumas frutas, mas um barulho o alerte.
_CUIDADO! - alguém antes de despencar do pé de amora caindo em cima dele. Maruí sente o forte impacto das suas costas com o chão, abrindo os seus olhos ele depara-se com duas lindas esmeraldas brilhantes. A mulher que havia caído em cima dele era realmente linda, longos cabelos loiros e cacheados, um par de olhos incrivelmente verdes, e lábios rosados. Ela encarava-o com preocupação enquanto se levantava e lhe estendia a mão, Maruí aceita e se levanta.
_Me perdoe, o galho que eu estava quebrou. - diz ela um pouco sem graça.
_Eu não sabia que tínhamos macacos na alcateia. - diz com um meio sorriso.
_Ah! Entendi! Deve estar falando da sua mãe. - Maruí olhava chocado com a audácia da mulher a sua frente, mas ele tinha que admitir que ela ficava muito fofa zangada. Enquanto olhava para ela, ele via várias manchas de amora no seu rosto o que a deixava mais fofa ainda, ele não resiste e começa a rir.
_Tenho cara de palhaça para você? - diz ela colocando a mão na cintura.
_Depende, se você pintar o nariz de vermelho. - ela olha-o confusa, então percebe o que ele queria dizer, pegando um pequeno lenço ela começa a esfregar no rosto.
_Você é odiável. - diz frustrada.
_Se eu fosse você tomava cuidado em como fala com o seu rei. - diz serio, os olhos da mulher arregalam-se em surpresa, mas logo depois ela relaxa.
_Não ligo a mínima para quem você é, seu grosso. - diz virando as costas e saindo.
_Espere! - diz Maruí segurando a sua mão. - Ao menos me diga o seu nome.
_Não é da sua conta. - diz com um sorriso no rosto, então ela puxa o seu braço e começa a correr pela rua. Maruí observava chocado o comportamento dela, então começa a rir, com toda certeza ele nunca havia conhecido alguém com um espírito tão altivo quanto ela. Olhando para o chão ele percebe que ela havia deixado cair o seu lenço, quando o pega percebe que havia uma única letra bordada nele a letra "L", ele havia ficado muito curioso para saber quem era ela, Maruí guarda o lenço no bouço esperando poder devolver um dia.
_Que cara feliz é essa? - pergunta Rick, ele nem havia percebido que ele estava bem ao seu lado.
_Uma mulher caiu do pé de amora bem em cima de mim. - explica, Rick arqueia a sobrancelha tentando entender a história.
_E o que tem isso?
_Ela foi muito grossa comigo e quase me xingou. - diz rindo. Rick olhava para seu Alpha como se ele tivesse enlouquecido.
_Me diga quem é ela que vou pedir para os guardas encontrá-la. - ele não permitiria que alguém desrespeitasse o rei Alpha daquela forma.
_Não precisa, a culpa foi minha. - Rick o olhava sem entender nada.
_O que eu perdi?
_Quando ela caiu eu a chamei de macaco, ai ela me destratou. - Rick suspira, ao que parecia era apenas um pequeno incidente sem grandes danos.
_Você está esquisito. - diz ele.
_Só achei engraçado, ela estava com o rosto todo sujo de amora. - quando Maruí vê o rosto confuso de Rick ele percebe que o seu Beta não estava entendendo nada. - Deixa para lá Rick não foi nada.
_Desde que esteja bem.
_Eu estou, estava visitando algumas lojas, nos últimos dias o comércio melhorou.
_Sim, desde que o senhor abriu o reino para as alcateias vizinhas eles tem vindo muito atrás de mercadorias. - Rick ficava feliz em ver o movimento nas ruas, por mais que isso significasse mais trabalho, ele ficava feliz em ver a alcateia prosperar.
_Tem algum motivo para vir até mim?
_Sim, o Alpha Mork mandou o seu Beta para o chamar para um encontro. - Maruí olha surpreso para seu Beta, mas logo depois abre um sorriso.
_Então ele finalmente decidiu conversar.