Prólogo

1677 Words
Prólogo Bia narrando : Quando a Regina começou a falar dessa boate nova, eu já sabia que ela não ia sossegar enquanto eu não aceitasse. A gente tava ali na loja, no fim do expediente, e eu só pensava em chegar em casa e me jogar na cama. Mas, né, com a Regina, não dá pra fugir por muito tempo. — Ô, Bia, tá sabendo que vai inaugurar uma boate nova aqui perto, né? Vamo dar uma passada lá, vai ser top! — ela já começou com aquele brilho no olho. Eu revirei os olhos, cansada. Não era o meu dia, e ela sabia disso. — Ah, sei não, Re... Tô meio sem pique, cê sabe, né? Esse trampo aqui cansa demais... — respondi, esperando que ela entendesse a indireta. — Ah, para, vai! A gente merece um descanso, mó vibe legal, música boa, dá pra relaxar e dançar! Vai ser rapidinho, só uma voltinha. — Ela insistiu, daquele jeitinho que eu sabia que era impossível resistir. Suspirei, derrotada. Não adiantava, a Regina sabia como me dobrar. — Ai, cê insiste, hein? Tá bom, vai... Só porque cê tá animada desse jeito. Mas depois que a gente fechar aqui, vou precisar de um tempinho pra me arrumar, hein? — eu disse, já me conformando. — Fechou, então! A gente sai daqui, dá uma caprichada no look, e já era. Vai ser mara! — Ela sorriu daquele jeito contagiante. Quando fechamos a loja, já sabia que a noite ia ser longa. A gente saiu da loja, e eu já sentia aquele ventinho fresco da noite. Regina toda animada, tagarelando sobre como ia ser a boate, enquanto a gente caminhava até o apartamento. Eu só tava no piloto automático, concordando com ela, mas a verdade é que minha cabeça ainda tava presa na preguiça do dia todo. Chegamos no prédio, e o Seu Antônio, o porteiro, já tava na portaria, como sempre. Dei um sorriso de leve pra ele. — Boa noite, Seu Antônio! — falei, acenando. — Boa noite, meninas! Vão pra festa hoje? — Ele sempre sacava as coisas. — Vamos sim, mas ainda temos que nos arrumar, né? — Regina respondeu, toda empolgada. Entramos no elevador, e eu só pensava no que ia comer quando chegasse lá em cima. Quando a porta do apartamento abriu, foi tiro e queda: a Regina já foi correndo direto pro banheiro, como sempre. Ela não perde tempo. Eu, por outro lado, fui direto pra cozinha. Abri a geladeira, e tinha aquele restinho de presunto e queijo dando sopa. Fiz um misto quente rápido, que era o que dava pra encarar naquela hora, sentei na bancada e comi devagar, pensando se eu tinha mesmo energia pra sair. Mas, né, já tava no barco, agora só me restava remar. Depois que terminei, fui pro banho. A água quente me deu aquela revigorada, e enquanto me arrumava, a animação da Regina começou a me contagiar um pouquinho. Talvez a noite não fosse tão r**m assim. Depois do banho, já me senti mais leve. Fui direto pro guarda-roupa e, sem pensar muito, peguei aquele vestidinho preto que sempre salva as noites assim. Ele era curto, justo na medida certa, e deixava o corpo bem marcado. Combinei com uma sandália preta de tiras finas, básica, mas que dava um charme. O cabelo? Solto, do jeito que eu gostava, só dei uma arrumada com os dedos pra ele ficar com um volume bonito. Não tinha paciência pra ficar fazendo penteado, e, sinceramente, assim eu já me achava pronta. Na maquiagem, caprichei. A noite pedia algo mais chamativo, então fui com o clássico batom vermelho. Passei um delineador bem marcado e finalizei com aquela máscara de cílios que deixava o olhar poderoso. O rosto já tava no esquema, e eu dei um sorriso de leve no espelho. Pra fechar com chave de ouro, peguei o meu perfume preferido, aquele que sempre chamava atenção quando eu passava. Dei umas borrifadas nos pulsos, no pescoço e um pouco nos cabelos. O cheiro já invadiu o quarto, e eu me senti pronta de verdade. Olhei no espelho mais uma vez e soltei um suspiro. Tá, eu podia até não estar no maior pique pra sair, mas pelo menos tava arrumada pra matar. Tava terminando de ajeitar os últimos detalhes quando a Regina entrou no quarto, toda animada e de toalha na cabeça, ainda se secando. — Eita, Bia, cê tá linda demais! — ela disse, me olhando de cima a baixo com aquele sorriso de aprovação. Dei uma risada meio tímida, mas no fundo, sabia que tinha caprichado. — Ah, vai, Re... Para de exagero — falei, ajeitando o cabelo. — Exagero nada, mulher! Olha só, se eu fosse homem já ia tá caído aí, ó — ela piscou pra mim, e a gente caiu na risada. Enquanto ela terminava de se arrumar, fui pegando minhas coisas, bolsa, celular e dando uma última olhada no espelho. Regina saiu do banheiro toda pronta também, com um vestido justo vermelho que, confesso, arrasou. — Bora logo que já chamei o Uber — ela disse, apressando as coisas, como sempre. Descemos rapidinho e, em menos de cinco minutos, o carro chegou. Entramos, e enquanto o motorista fazia o caminho, a Regina já ia falando sem parar sobre como tava animada e que a boate ia bombar. Eu tava mais quieta, olhando pela janela, tentando sentir se a animação ia me pegar também. Quando chegamos, já dava pra ver que o lugar tava lotado. Uma fila imensa na porta e o som da música já dava pra ouvir de longe. Luzes piscando, gente rindo e conversando. A Regina me cutucou. — Olha só, eu te disse que ia tá cheio! Bora logo que a noite é nossa! — ela disse, me puxando pelo braço. Eu respirei fundo, dei uma olhada praquela multidão e, por um segundo, quase pensei em dar meia volta. Mas aí, decidi entrar no clima. Já tava ali, né? A fila tava gigante, mas Regina, com aquele jeito todo sociável, já foi logo cumprimentando os seguranças na entrada. Não sei como, mas ela parecia conhecer todo mundo, e claro, a gente passou direto, sem precisar enfrentar aquela fila quilométrica. Foi quase um alívio. Entramos na boate, e o som das batidas já mexia com a gente. Luzes coloridas piscavam pra todo lado, a pista de dança lotada, gente pra cima e pra baixo. A Regina, sempre adiantada, foi direto pro bar. — Bia, bora beber alguma coisa pra esquentar! — ela disse, já pedindo dois drinks. Peguei o copo e, aos poucos, fui me soltando. A bebida descia macia, e em pouco tempo eu já tava começando a entrar no clima. As músicas eram boas, o ambiente tava animado, e não demorou muito pra eu começar a me sentir mais confortável. Regina, claro, já tava dançando e me puxando junto. Comecei meio devagar, mas a energia do lugar era contagiante, e logo eu já tava me mexendo junto com ela. Foi aí que senti. Sabe quando parece que alguém tá te olhando, e você sente aquele arrepio na espinha? Parei um instante, dei uma olhada em volta, tentando entender de onde vinha aquela sensação. No meio da multidão, não consegui achar nada. Mas aí, quando olhei pro camarote, meus olhos travaram nos dele. Um cara forte, de camiseta branca, cheio de tatuagens nos braços e com os olhos claros que brilhavam sob a luz da boate. Ele era lindo, tipo de cara que faz o coração dar aquela acelerada só de olhar. Mas ele tinha algo diferente. Nossos olhares se encontraram, e eu senti o ar faltar por um segundo. Ele não desviou, ficou me olhando com uma intensidade que me fez ficar sem reação. Era como se o resto da boate tivesse desaparecido por um momento, e tudo o que eu enxergava era ele. O que mais me intrigava é que ele parecia perfeito. Como se tivesse saído direto de um sonho ou de uma cena de filme. Fiquei ali, parada, olhando de volta, sem saber direito o que fazer, mas sentindo meu corpo reagir àquela presença. Ele continuava me encarando do camarote, e aí, sem tirar os olhos de mim, fez um sinal com o copo, como se estivesse me oferecendo uma bebida de longe. Meu coração disparou, e senti aquele calor subir pro rosto. Me virei na hora, meio sem graça, tentando disfarçar e evitar encarar ele de novo. Mas claro, a Regina, que não perde uma, já percebeu na hora. — Ihhh, Bia, que foi aquilo, hein? Quem é o boy? — ela começou a tirar onda, me cutucando e rindo. — Ah, para, Re, nem sei quem é esse cara... — tentei desconversar, mas tava na cara que eu tinha ficado sem jeito. Enquanto a gente ria e eu tentava mudar de assunto, o garçom se aproximou com uma bandeja, todo simpático. — Moça, pode beber o que quiser, viu? Hoje tá tudo por conta do chefe. — Ele falou, me entregando um drink novo. Franzi a testa, confusa. — Chefe? Como assim, quem é o chefe? — perguntei, tentando entender aquela história. O garçom sorriu e fez um gesto com a cabeça, apontando discretamente pro camarote. Olhei de relance e lá estava ele, o cara de antes, ainda me olhando com aquela segurança toda. Quando nossos olhares se encontraram de novo, ele deu um sorriso, daqueles que são difíceis de ignorar, e levantou o copo em um brinde à distância. Fiquei sem palavras, meu coração acelerou de novo. A Regina, claro, não perdeu a oportunidade. — Meninaaa, o cara tá investindo forte! Vai ficar aí parada, ou vai subir lá? — ela riu, me cutucando de novo. Tentei não demonstrar o impacto que aquilo teve, mas tava difícil. O cara era misterioso, lindo, e agora, claramente, tava interessado. Olhei de novo pro drink que ele mandou, e senti um frio na barriga. Continua .... Volto no dia 7/10 com atualizações diárias . Não esqueçam de adicionar na biblioteca e comentem oque acharam do prólogo 😍
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD