Essas princesas são tão chiliquentas, mas tão chiliquentas, que só falta um trís para lhes deitar com o chá em cima!
Mas, como criada que sou, tenho de conter o meu eu, menos civilizado ou vou no mínimo para às masmorras por afrontar às altezas.
Maldita hora que me levaram para trabalhar nesse castelo!
Mas olha eu aqui reclamando, ao invés de me apresentar!
O meu nome é Nirlian, sou filha do guerreiro mestre do Reino Valoard, não é um cargo da burguesia, mas é de grande importância e responsabilidade, treinar os guerreiros para os combates!
E também sou filha, de uma pasteleira de mão cheia!
Ai, que saudades de roubar os bolos na pastelaria da minha mãe...
Antes a minha vida era totalmente diferente da que é agora. Eu tinha mais liberdade.
Óbvio, que fazia as tarefas domésticas da nossa casa que fica na vila, ajudava na pastelaria da mamãe e todas essas coisas que uma rapariga é obrigada à fazer. Mas podia também, interagir com todos da vila quando ia ao mercado ou a casa de minha avó que é costureira e finalmente fugir para ir treinar na floresta os golpes que eu via o meu pai treinar com guerreiros e cavaleiros do reino.
Porquê na floresta, Nirlian?
Pois, os meus pais não concordam muito com o facto de eu gostar de armas e guerrear. Na verdade não são eles, mas em pleno século XVIII, em nenhum reino, nenhuma mulher pode tocar em armas, ou guerrear, é proibido. As mulheres são apenas vistas como, esposas de alguém, tratadas como enfeites que servem para cuidar da casa e das roupas rotas do seu marido.
As mais nobres, pelo menos safam-se nas limpezas, pois tem os seus criados para fazer as tarefas e a sua única função é fingir-se de burra e ficar em casa esperando pelo seu esposo para satisfazer os desejos do dito cujo.
O que eu acho totalmente injusto!
Vocês não acham?
Mas bem, como muitas vezes ao ano, recrutaram jovens solteiras e solteiros para realizar trabalhos no castelo, no meu caso é de criada, já que não sou nenhuma nobre e não tenho qualificações suficientes para ser dama de companhia de nenhuma princesa de entre os vários reinos.
O que não é totalmente mau, pelo menos podia assistir aos treinos dos guerreiros lá no castelo e quem sabe, poderia convencer o meu pai à entrar para as batalhas...
Foi o que eu pensei!
Nem um suspiro posso soltar e já tenho uma ordem nova para cumprir!
Sem contar que não é ético sequer uma mulher ir assistir aos treinos, rodeada por inúmeros cavaleiros e guerreiros, é interpretado m*l e pode mandar à forca, principalmente se for uma jovem solteira e descomprometida.
Não que eu me importe.
Mas bem, nem tudo são espinhos, a parte agradável, é que posso observar presencialmente o príncipe herdeiro do Reino Valoard, o príncipe Alon.
O Príncipe Alon, é dotado de uma beleza estonteante, possui imensos atributos físicos que aparenta ausência de defeitos, para além de ser gentil e ser um honrado e temido cavaleiro e guerreiro pelos Reinos amigos e inimigos.
Com certeza será um excelente Rei, pois já é um cobiçado príncipe herdeiro, para as princesas e seus reinos, visto que nem só sua aparência é rica, mas o seu reino também.
Mas bem, nós plebeias nos contentamos em admirá-lo a distância, a linhagem pura dos reinos, é mesmo tão pura que não permite nem a plebéia mais estudada entrar para a família real.
Nesse exacto momento, estou servindo chá a bela Rainha Aurora, e as princesas chiliquentas que vieram visitar não sei o quê em nosso reino...
De certeza que é apenas uma desculpa para ver o príncipe Alon, e ver se ganham território com ele antes do baile que haverá no Outono, para arranjar uma futura Princesa para o Príncipe Alon.
Estão ambas com os narizes empinados para cima de mim, e olha que com as outras criadas não são tão petulantes assim.
- Em que mais posso servi-lás? - questiono após servi-lás o chá da tarde.
- Nada, obrigada. - a princesa loira, Isabel diz num tom seco, enquanto a outra me encara com desdém.
De subtileza não têm nada, me dá uma vontade de lhes dar uns belos tabefes!
- Muito obrigada Nirlian, pode se retirar. - a Rainha Aurora, autoriza sorrindo com sua graciosidade admirável, eu assinto e me retiro para a cozinha.
No corredor aproveito para jogar fora todos os insultos que estava guardando para aquelas duas.
- O que é isso Nirlian? - o Charles, guerreiro, questiona rindo, aparecendo de sabe-se lá onde. De certeza que me viu enlouquecendo aqui e nem me dei conta.
- Nem vem, senão te insulto também. - respondo sem paciência, fazendo-o rir ainda mais.
- Uma mulher bonita, insultando não é nada ético, querida Nirlian. - ele diz rindo e eu reviro os olhos.
- Rabugenta, não é propriamente um insulto. - o rectifico. - E vai ser homem para outro lado, e me deixa com a minha pouca ética. - respondo ao seu subtil comentário machista e ele ri.
- Para onde vais agora? - ele me questiona enquanto andamos.
- Vou deixar a bandeja na cozinha e depois vou alimentar o outro estábulo de cavalos. - respondo. - Porquê? - questiono.
- Seu pai, me deixou encarregado de observar o treino de hoje. - ele diz e meu coração salta.
Isso significa uma coisa...
- Óptimo! - evito gritar, mas estou saltando de alegria o fazendo rir. - Mas para onde o meu pai foi? - questiono, meu pai é muito rigoroso, não sai sem algum motivo plausível.
- Saiu com o Rei August, para o Reino de Mington. - respondeu e eu assinto.
- Então vai lá observar o treino, e eu vou assim que puder. - respondo já pronta, para sumir!
- Só não me arranja problemas. - ele diz meio inseguro.
- Vai logo, Charles. - o mando embora, e corro em direcção a cozinha real, já animada.
- Nirlian, porquê tanta correria? - a Senhora Merkel, responsável pelo funcionamento da cozinha, questiona assim que me vê entrando nela.
Pensei mesmo que ela não estaria na cozinha agora!
- Só vinha me apressando para deixar a bandeja e ir ao estábulo alimentar os cavalos. - o que não é totalmente mentira, falo e ela sorri.
- Mas o sol ainda não se pôs, ainda há tempo para fazer isso com a devida calma. - ela responde e eu assinto. - E a Rainha não gosta de correrias pelo castelo, Nirlian. - ela avisa.
- Sim, Senhora. - faço a vênia. - Não voltará a acontecer. - respondo e ela assente.
- As caixas das maçãs e das cenouras já foram levadas ao estábulo, só ficou essa, então leve-á para lá. - ela diz.
- Sim, Senhora. - respondo levando a caixa e saindo pelas traseiras da cozinha, que é o caminho mais rápido para o estábulo e de longe eu já conseguia ver os cavaleiros e os guerreiros treinar lá no campo de treino.
É tão excitante vê-los treinar, quem me derá estar lá também!
- É uma injustiça mulher não puder treinar e ter de ficar carregando caixa de cenouras para lá e para cá. - fico murmurando comigo, enquanto vou em direcção ao estábulo.
Ali fora, os capatazes circulavam, a cavalaria também, todo dia tem agitação. E eu pensando que as coisas na realeza fossem mais calmas.
Assim que chego ao estábulo, deixo a caixa no chão cheio de palha.
E vou conversar com os meus cavalos.
Alimento todos e por fim vou a ponta alimentar a Ágata, a égua mais veloz do Reino. Os cavalos do Reino são todos cheios de atributos.
Mas a Ágata é a minha favorita.
- E você acredita que elas ficaram me desdenhando Ágata? - questiono a ela, enquanto lhe dou a cenoura.
- Huahuhau! - ela relincha, me respondendo e eu assinto concordando com o que seja lá que ela me tenha dito.
- Dar uns tabefes nelas? É o que eu queria fazer, mas infelizmente não posso. - a respondo, e ouço um riso harmônico divertidamente comportada e tão agradável aos ouvidos que me fez ficar quase estátua ao sentir o meu corpo reagir a sensação que ela me causou, e o cheiro já familiar fez o meu coração pulsar mais ainda.
Não acredito! Alguém me segura!
O Príncipe Alon, está aqui! No mesmo sítio que eu!
E me ouviu falar m*l das convidadas dele com a bela égua.
Necessito de um buraco!
- Príncipe Alon! - o saúdo fazendo a vênia assim que tomei coragem de olhar em sua direcção, não que eu tivesse escolha mas foi a pior decisão de sempre, ele é tão bonito e atraente, viril, gracioso e mesmo sendo aparentemente gentil, ele é intimidador.
Eu nem sei para onde olhar direito, estava em um jogo de encara-lo também e olhar para o chão empalhado, a beleza do Príncipe é um tanto estonteante.
- Como está Nirlian? - ah, ouvi-lo pronunciar o meu nome com sua harmoniosa e máscula voz, me deixa mais para lá do que para cá.
Socorro!
- Bem, obrigada e vossa alteza? - o questiono, enquanto ele se aproxima mais, para acariciar a pelugem da Ágata que relincha, outra vez.
Eu não sei mais como se respira!
- Muito bem, obrigado. - ele responde me encarando directamente nos olhos com os seus olhos cor do céu penetrante.
Eu vou ter um infarte.
- Não sabia que gostava de cavalos! - ele comenta, sorrindo para mim.
Nirlian, se comporte. Pernas não me falhem agora.
Que sorriso!
- Eu gosto sim. - respondo sorrindo sem nem perceber e ele sorri de volta enquanto eu me encosto na porta de madeira do estábulo.
Nada ético, mas antes isso do que cair por minhas pernas serem traiçoeiras.
- O Edgar já me tinha dito que a filha possui gostos diferentes. - ele diz, pegando outra cenoura para a Ágata.
O Príncipe, falou de mim com o meu pai!?
Preciso de ar.
- Príncipe Alon! - antes que eu pudesse dizer algo, ouço o sanchler o chamar assim que o vê.
- Sanchler. - ele responde se virando para a entrada e consigo respirar o ar que eu estava prendendo, mesmo.
- Sua majestade Rainha Aurora, solicita a sua presença no salão nobre. - ele diz e o príncipe assente se retirando.
Deus!
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Hey meus amores! Mais um livro de emoções e coisas proibidas para vocês!
Fomos visitar os séculos passados. ❤
É, minha imaginação não tem limites, essa história ainda tem muito que dar e atiçar, eu gosto de atiçar os vossos corações.
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Besitos!