Após um belo tempo na água conversando com a minha amiga, ela vestiu-se e foi descansar, já exausta.
E eu fiquei conversando com a lua, deixando-a recarregar o meu corpo com a sua luz.
- Bem, bem no fundo eu sei que o meu pai não teria coragem de me obrigar a casar, se eu fizesse o devido drama. Ele não me entregaria à alguém, ainda mais sem amar a pessoa. - falo com a lua, que não me responde, mais ao menos me escuta atentamente.
- Eu não entendo o porquê dessas regras estúpidas existirem e o pior de tudo é que parece que eu sou a única que pensa assim. - conto e suspiro.
- Eu soube que a família Real, está em ameaça agora. O que é suposto eu fazer agora? Ficar quieta? - questiono inconformada.
- Eu não posso ficar quieta, essa não seria eu. E o que eu tenho à perder? Ir para à forca me parece bem melhor do que viver essa vida cheia de injustiças. - falo, e sorrio. - Eu vou defendê-los, e irei para à forca, porque fiz algo à favor dessas sonsas que se deixam ser manipuladas por esses homens. - prontos, é isso.
Nem pensar que ia deixar tocarem no Príncipe.
Eu sei que ele teve aulas com os melhores mestres de artes marciais e que é muito bom em defender à si e ao Reino, como já provou em inúmeras batalhas, mas eu também posso ajudar.
Não posso?
Saio da água, limpo o meu corpo e me apresso em vestir, pois ouço movimentação de guerreiros.
Acho que estão se preparando para o possível ataque.
Eu preciso das minhas armas que o meu pai confiscou da última vez que me viu treinar com elas, lá no campo de madruga.
Oro, para que ele as tenha guardado em seus aposentos aqui no castelo e não em nossa casa na Vila.
Entro, pela cozinha Real, agora vazia, mas mesmo assim, muito cheia para o dia de amanhã, os guardas do lado de dentro, são meus amigos, por isso vou até a armadura fantasma e retiro a espada, presa nela.
- Para quê isso Nirlian? - o Joseph questiona.
- Vou ao aposento de meu pai, o devolverei daqui à pouco. - respondo indo passar pela porta, mas eles param em frente da porta, proibindo a minha passagem.
- Eu não vou m***r ninguém e vocês sabem. - digo e eles suspiram.
- Só não nos coloque em problemas com essas suas aventuras, Nirlian. - eles dizem me dando passagem.
- Não se preocupem. - sorrio e pisco o olho saindo de lá. E vou em direcção ao aposento de meu pai, tenho certeza que ele não está lá, com essa situação.
- Aonde vai? - um guarda questiona, quando vou adentrar no corredor que leva ao seu aposento.
É uma das áreas restritas do castelo, sendo ele o cavaleiro real e guerreiro mestre do Reino.
- Vou ao aposento do Mestre Edgard. - o respondo.
- Ele não se encontra em seu aposento. - responde e argh.
Eu deveria ter entrado sem que ninguém me visse.
- É de meu conhecimento. - o respondo. - Foi ele mesmo quem me ordenara para vir deixar essa espada em seu aposento. - o respondo. E ele encara o colega.
- Escutem, se acontecer algo de muito grave, por essa espada não estar no lugar em que me ordenaram, a culpa será unicamente vossa. - dramatizo e eles se encaram incertos outra vez.
- Vocês sabem que o Mestre é meu pai, eu jamais o faria m*l, se é isso que temem. - falo exausta.
- Espero que isso não nos traga problemas, entre. - o mesmo autoriza e eu pulo internamente.
E me direcciono até ao aposento de meu pai.
Assim que fecho às enormes portas de madeira, corro para o seu lugar secreto de armas, eu sei, pois não é a primeira vez que entro em seu aposento para levar de volta as minhas armas confiscadas.
E graças à Deus, é aqui onde ele escondeu as minhas belas amiguinhas, dessa vez.
- Que saudade! - digo às pegando e espalhando pelo médio sofá aveludado. E me baixo para ajustar a bolsa e a fita de flecha, em minha perna, para coloca-lás à todas em minha perna.
Tive que levar emprestado, sua bolsa de flecha e sua respetiva fita, para colocar o que não coube na outra, e dessa vez teria que carregar duas espadas, à que levei da armadura fantasma e a minha na outra perna.
Baixo meu vestido de noite e organizo o mais rápido possível o que desarrumei.
Quando ia sair, as enormes portas de madeira se abriram bruscamente e por pouco não pulei de susto.
- Porquê tanta demora? - um deles questiona e eu coloco a cara mais felina que possuo.
- Porque eu tive de procurar o sítio que o meu pai explicou. - os respondo e eles se aproximam.
- Precisamos lhe revistar. - eles dizem se aproximando, já tocando em meu braço.
- Pois então o faça. - respondo. - Mas farei o meu pai saber que vocês homens me tocaram. - ameaço. - Meu pai mata qualquer homem que ousar me tocar. - não é de todo uma mentira.
E foi o suficiente para eles assentirem.
- Nos desculpe, com licença. - eles dizem e eu assinto, me retirando o mais rápido que consigo.
Pois preciso de cuidado, ou alguma arma me fere, ou deixo cair no chão.
Volto e devolvo à espada da armadura fantasma e vou ao meu aposento.
Para a minha graça a Liana e a Fátima já estão dormindo, então guardo elas no meu esconderijo de sempre, e me deito, revendo todos os ataques em minha mente, até que eu durma.
《▪▪▪》
Praticamente, não dormi nada! m*l preguei os olhos e o sol, tanto quanto à agitação iniciara para a cerimónia que fará do Príncipe Alon, agora o Rei de Valoard.
- Eu tomo primeiro! - me apresso, em ir tomar banho.
- Sem problemas. - elas respondem ainda cansadas, arrumando suas camas.
Leva tempo, para preparar o banho. Mas assim o tomo.
Estou vibrante!
Eu estou desejando para que não invadam o Reino, mas estou também desejosa de que isso aconteça!
Meu corpo vibra!
Após o banho rápido, gasto muita água para obrigar às duas à tomarem banho ao mesmo tempo.
Decido fazer o r**o de cabalo em meus longos e escuros cabelos, o r**o de cavalo que sempre faço ao ir treinar, e perfeito para usar uma estrela de anis cortante, como acessório.
- Acho melhor tomarem banho juntas, a água que economizamos está prestes à acabar e daqui à pouco a Senhora Safira, vem nos puxar daqui para fora! - as atiço, assim que adentro em nosso aposento.
- Eu estou desejosa de assistir, nem que seja um simples instante a coroação do Príncipe, por isso apresse-se Fátima! - a Liana diz puxando a Fátima para dentro da área de banho.
- Ele é o homem mais lindo que já vi em toda minha vida. - a Liana comenta lá de dentro.
Mas dessa vez, seu comentário não me soou indiferente, meu coração apertou, não gostei nada dela falar o que é a verdade mais crua e nua.
O que se passa comigo?
- Gostaria de ter nascido princesa só para poder ter a chance de talvez ser sua esposa. - ela continua comentando e eu resolvo ignorar e me vestir, embora hoje eu trabalharei, por baixo do vestido de criada, coloco as minhas calças interiores, costuradas pela minha bela avó, e começo à munir-me.
Ajeitando as bolsas e tudo debaixo da volumosa roda do vestido.
Afinal, criadas também tem de passar boa impressão durante a cerimônia, não é um vestido como os das princesas, mas possui o seu volume que me está ajudar a esconder as minhas armas junto à mim.
- Todas nós gostaríamos! - a Fátima comenta rindo.