A dançarina e o CEO

Capítulo 2

O dogão ficou pronto, eles pegaram e foram sentar em uma mureta, ela continuou falando

- Minha mãe faleceu fazem seis anos, foi assassinada por um cara que não aceitou o término do caso deles. Você sempre morou aqui? Saiu na TV por semanas, foi a pior coisa que eu já vi, senti, mais de quinze facadas e tortura, ele deformou ela toda, furou lugares estratégicos para demorar a morte e a deixou sangrando sozinha agonizando. Ele era enfermeiro, muito mais jovem que ela, tinha quase a minha idade, minha mãe gostava de namorar, conhecer pessoas, ela não fazia m.a.u a ninguém sabe? Todo mundo gostava muito dela! Desculpa.

Ela estava quase chorando, foi enxugando as lágrimas, ele falou chateado

- Imagina, tudo bem. Ele foi pego? Está preso?

Uma moça se aproximou a chamando, ela falou levantando

- Não, ele e outros suspeitos falaram que minha mãe era mulher da vida, tornaram a lista grande e tudo caiu no esquecimento.

Eu já volto!

Ela foi conversar demorou uns dez minutos, voltou sem o lanche porque deu pra amiga, ele já tinha terminado de comer, ela sentou e falou mexendo no celular

- Aí caramb.a eu preciso ir, meu noivo vai me ligar e se eu não sair agora, só pego o último ônibus, perco a chamada e vou chegar em casa amanhã. Você pode por favor levar o dinheiro na academia para a Giselda? Vou te passar o número dela, anota aí.

Ele falou com graça

- Passa o seu, eu te encontro, onde você quiser, pra gente continuar conversando.

Ela percebeu que ele estava com segundas intenções, falou rindo

- Começa fazer trabalho voluntário também, aí a gente conversa toda semana. Anota aí, fala que você me ajudou e ela vai entender, porque vindo de mim, é tudo possível, eu dou nó em pingo d' água. A academia fica na zona norte!

Ele anotou disse que ia levar na segunda feira cedo, ela estava revirando a mochila procurando o cartão do ônibus, tirou tudo, colocou de novo, falou tchau agradeceu a ajuda com a rifa e saiu literalmente correndo, dando tchau para quem encontrou no caminho, ao sentar no ônibus foi procurar os fones de ouvido e não encontrou, postou no story das redes sociais, um vídeo com filtro de palhaça no rosto, falando que tinha perdido o fone no parque e que ia pagar recompensa pra quem achasse, porque eram novos e as parcelas nem haviam começado ainda, fez brincadeira sobre ser esquecida e falou que realmente ia ficar arrasada se não os encontrasse, logo um seguidor novo respondeu

" Meu amigo mandou perguntar que tipo de recompensa? "

" Não que fui eu que achei ? "

Era o Dom, ela respondeu

" Tá falando sério???? "

" Eu uso eles para trabalhar, escuto música todos os dias "

Ele disse que ela derrubou atrás da mureta, quando revirou a mala de viagem, prometeu devolver logo e sem exigir recompensa, mais que queria pagar um lanche pra ela também, disfarçando ela disse que ia esperar, os fones, foi ver o perfil dele por curiosidade e não tinha nada postado, só a foto do perfil, ele de boné em uma praia. Ela foi pra casa, quase sem bateria, se atrasou e não conseguiu falar com o Ruan por vídeo, o fuso horário era difícil e os trabalhavam em horários opostos, geralmente ele ligava do trabalho, ela esperou até de madrugada para conseguir, confessou que não estava mais aguentando a distância, ele garantiu que ia para o Brasil logo ficar com ela e consumar o relacionamento incrível que tinham, ela estava chateada começou rir, ele falou com graça

- Safa.d.a quer ser amada por mim né? Se eu pudesse ia pra aí agora mesmo. Mel eu te amo tanto que chega a doer. Sem você eu não teria conseguido, é estranho pensar que a gente estava tão perto e tão longe, agora que de fato estamos distantes, é tudo tão perto, a gente se completa.

Ela falou que o amava muito, que estava sonhando com o reencontro e o casamento deles, ele falou chateado que precisavam conversar sobre isso, ela respondeu

- Oque aconteceu dessa vez? Ruan, eu vou pirar aqui sozinha, se for coisa rui.m nem me fala. Hoje eu falei da minha mãe, você sabe como eu fico.

Ele começou tentar consolar ela, falou que não tinha culpa do divórcio estar demorando e que a ex queria atrapalhar a vida dele, mais que não precisavam de um papel pra se amarem, ela falou chorando

- Eu preciso, é importante pra mim, você sabe disso. Quero casar pra valer, é meu sonho. Acho que vou dormir, já está tarde!

Ele respondeu sentido

- Calma Mel, não adianta se desesperar, nós vamos conseguir. Deixa eu te ajudar dormir? Já fazem semanas, sem você eu não consigo. Amor fecha os olhos, vamos Mel por favor. Não fica chateada comigo!

Ela estava chorando, soltou o cabelo e fechou, ele falou tirando a camiseta

- Porque você está vestida assim? É pra mim? Seu cabelo está lindo e o cheiro me exc.it.a. assim como sua boca, eu te chuparia inteira, dos pés a cabeça, quero lamber seu corpo todo e te fazer derreter na minha boca, isso foi um sim? Esse sorrisinho?

Ela tirou a camisola, ele continuou falando

- Essa roupa está apertada, vou tirar também. Meu meninão aqui tá muito animado pra você, quando a gente se encontrar vou fazer tanto amor com você, que vamos precisar de semanas pra ficarmos juntos, sem sair da cama. Eu queria chupar seus sei.o.s ahhhh Mel, não faz isso, ou eu vou acabar rápido demais.

Ela começou tocar os s.e.i.o.s de maneira provocativa, mordendo os lábios, falou rindo toda se.x.y

- E você vai os tocar? Como? Posso tentar te entender, é por cima do sutiã ou por baixo assim?

Ele estava se mast.ur.b.a.n.d.o enquanto conversavam, falou mostrando

- Vou apertar eles, morder o biquinho e passar a língua, pra te arrepiar toda, enquanto você faz isso aqui, quer me chupar?

Ela disse tirando o sutiã

- Claro, eu adoraria te chupar e muito, posso mostrar como. Espera um pouco!

Ela pegou um pirulito, começou chupar como se estivesse fazendo outra coisa, disse que tinha um problema, ele estava ficando muito animado, perguntou qual era, ela mostrou a calcinha encharcada, falou ameaçando por o pirulito dentro

- Esse aqui, tô precisando de você pra me chupar, olha oque você fez comigo, e agora, oque eu faço? Como vamos fazer?

Ele disse encantado

- Vou vender um órgão pra ir resolver esse problema, toda molhadinha quentinha, ahhhhhh eu vou g.o.z.a.r quer dançar pra mim? Daquele jeito?

Ela disse irônica

- Não não não, você precisa se controlar, ou vai go.z.a.r rápido demais e eu quero que faça dentro de mim, aiiiiii que delícia te imaginar se unindo a mim, de uma vez, vai colocar devagar ou rápido hoje? Posso tirar a calcinha ou quer puxar para o lado?

Ele falou quase gem.e.n.d.o de praze.r

- Põe de ladinho, vou querer devagar pra te sentir melhor. Isso, assim, Mel te amo, demais, você é tudo pra mim.

Ela começou se tocar lentamente, ao ouvir a declaração sorriu foi se tocando mais rápido, gem.e.n.d.o e a chamada caiu, do lado dele, ele demorou quase meia hora pra aparecer online, ela parou com tudo, tomou banho extremamente frustada, não respondeu as mensagens dele se desculpando e foi dormir chor.a.nd.o trist.e.

No dia seguinte perdeu hora por causa de ter ido dormir quase cedo, teve que gastar oque não podia pra chegar na clínica não tão tarde, assim que entrou foi chamada na sala da Carlota, já entrou se justificando dizendo que perdeu o ônibus e se desculpou, ela falou séria

- Melanie eu te adoro, mais esse tipo de coisa não pode ficar acontecendo, seu horário era as oito na escala, apareceu um paciente novo que veio até aqui, pontualmente pra passar com você, ele é muito bem de vida e daquele tipo que só você pega, faltou me bater quando eu pedi pra esperar mais um minutinho. Pode imaginar como fiquei quando ele chegou e te esperou por uma hora? Eu venho tentando te ajudar, mais se isso voltar a se repetir, você vai ser desligada da clínica.

Ela abaixou a cabeça, se desculpou, disse que não ia voltar a se atrasar, a Carlota falou

- Você vai atender o senhor Josenir hoje, ele pediu pra mudar o dia e vai ser hidroginástica.

Com uma cara péssima ela falou que só podia ser, " hidro " a chefe respondeu

- Ele paga e muito bem, você aceitou atendê-lo e já sabia como era. Mais se quiser cancelar, tudo bem, atende ele só hoje e vou o remanejar. Aí você vai ficar só com três fixos, porque o de hoje dificilmente vai insistir! Essas pessoas não tem paciência nem força de vontade, ao menor impedimento fogem e com gosto.

Exausta antes mesmo de começar a trabalhar, ela só concordou e foi se trocar, esse paciente era um senhor que não respeitava as profissionais, sempre com uma mão boba e piadas com segundas intenções, ninguém queria atender ele e como sempre, os piores eram encaminhados a Mel, que por ter menos experiência lá, não tinha muitas opções.

Ela colocou o maio e um shorts de pano mole larguinho, logo ele chegou e não foi novidade alguma o desrespeito, pensativa e com r.a.i.v.a ela quase não conversou, ele perguntou oque estava acontecendo para aquela bela flor perder o sorriso lindo, ela falou séria mais como se fosse algo comum

- Ah seu Josenir eu não sei, tô pensativa, imagina só o senhor ter uma vida de me.r.d.a e um emprego de bo.s.t.a pra sustentar a m.e.r.d.a da sua vida?

Ela riu ironicamente, ele falou entendendo muito bem o recado

- Mais você não precisa disso, bonita como é, pode ter tudo oque quiser, é dando que se recebe minha bela flor de mel. Lábios de mel, cheiro de mel, imagino como é docinha, da vontade de lamber!

Ela disse irônica

- Ahhhhh mais é tanta m.e.r.d.a sabe? Me sinto inojada! Sou difícil o senhor não faz idéia. E aí, está trabalhando muito?

Ele se fez de bob.o disse que estava tirando umas férias, fez uma proposta indireta sobre dinheiro e troca de favores, no final da aula ele reclamou do humor dela a dona da clínica e ela teve que ouvir sermão por isso e ficar calada. Depois o paciente novo ligou e perguntou se ela poderia ir até a casa dele, semanalmente, porque ele não podia ficar saindo e não podia dirigir, disse que pagaria os gastos com condução e até um extra pelo trabalho que ela iria ter. Ela tinha atendido uma paciente que era difícil, vítima de um atropelamento do ex marido, a moça tinha vinte e cinco anos, quatro filhos e estava praticamente inválida, era sempre muito exaustivo mentalmente, por causa do sofrimento de gente como essa moça. Quando Mel terminou o atendimento, foi arrumar a sala, tirar os lixos dos banheiros, a Carlota foi atrás dela, começou falar sobre a proposta que o novo paciente fez, disse que ele era jovem e exigente, parecia muito difícil de temperamento, com ironia a Mel falou baixinho

- Se ficou comigo, fácil que não deve ser né...

A Carlota falou saindo da sala

- Mais que bicho te mordeu hoje em Melanie? Quase que não chega, essa expressão carregada vai lhe dar rugas e assustar os pacientes. Venha até minha sala, vamos acertar logo tudo com esse rapaz, antes que ele desista da enrolação. A não ser que a senhorita não queira, e aí ?

Ela revirou os olhos sorriu " fal.s.a " e foi saindo atrás, quando viu o endereço, falou com espanto

- Ahhhh não, oque? É no Golden six?

Se sentou na cadeira olhando para o teto, falou rodando rodando

- Inacreditável. Olha dona Carlota, eu tô quase abraçando o Josenir e aumentando os dias. Sabe quanto tempo vou demorar em média pra voltar desse lugar? É completamente fora de mão! Como vou dar aulas a noite agora?

A Carlota começou rir falou mexendo na calculadora do computador

- Você não vai lá todos os dias, que exagero, ele quer uma duas vezes na semana, a verdade é que o ma.u. humorado quer ver se gosta da gente, pra depois decidir, fora que ele parece bem debilitado, do tipo que dão água na boca dele, porque é rico, esse tipo de gente tem de tudo pra melhorar e não vai atrás. Seu horário é até às 17:00, se você sai daqui às 14:00 pra chegar lá no Golden às 15:00 16:00 que seja, vai terminar pelo menos as 18:00. A partir do momento que você saiu daqui, tá contando seu tempo, ele vai pagar por tudo, entendeu?

Ainda desanimada ela disse levantando

- É, eu entendi. Quando ele quer começar? É melhor que seja a tarde, eu já saio de casa às 7:00 horas, pra ir lá vou acordar às 5:00 aí não dá. Eu vou entrar em coma no ônibus!

A Carlota disse que ia conversar melhor sobre isso, mais que já estava marcado para o dia seguinte as 16:00, começou falar que a última paciente estava com problemas financeiros e que provavelmente ia parar de ir logo logo, começar passar no SUS, lamentou pelo caso dela, a Mel falou triste

- É, mais uma mulher vítima de um homem, que nem está preso. Imagina oque será dela e das crianças, se o quadro não melhorar com o tempo, vai viver com um salário mínimo como, isso acaba comigo sabia. Vou terminar de limpar lá dentro, eu tenho ensaio e se o meu parceiro não pegar o meu ritmo, eu vou perder tudo, sozinha não é a mesma coisa, falta pouco tempo e a gente não tá indo bem.

Ela foi terminar de organizar as salas, saiu às pressas pra não perder o ônibus, resmungando sobre os fones que estava usando, porque estavam caindo, eram mais antigos, já estava escurecendo, no caminho comprou uma maçã e comeu na rua bem rápido, ao chegar na academia entrou pelos fundos quase escondida, tinham alunos em todas as salas, ela foi no banheiro da Giselda no escritório, assim que entrou no banho, a Giselda falou com ela batendo na porta, disse que o pessoal já estava lá, ela respondeu gritando

- Eu já vou!

Assim que saiu do chuveiro, abriu a porta um pouco, foi falando irritad.a

- Gi tá aí? Você não vai acreditar, sério, eu não sou do tipo que reclama né?

A Giselda disse que não mesmo, ela continuou falando de longe

- Ontem eu estava conversando com o Ruan e aí na melhor hora, caiu a internet, fui dormir de madrugada e não consegui fazer nada além de passar raiv.a. Mais beleza, eu perdi hora por isso, quase que valeu a pena, eu tive uns sonhos com ele, que olhaaaa. Cheguei na clínica atrasada, o bonito do primeiro paciente já tinha ido e desistido, primeira vez dele e deu tudo errado, o cara é um cha.t.o já ficou com má impressão sobre mim. Culpa de quem? Minha né! Aiiii eu não acredito nisso, dr.o.g.a meu creme vazou na bolsa. Então tô eu lá feliz da vida, só que nãoooo, me falam que é dia de atender o mãozinha, hidroginástica com o Josenir aiiii que rai.v.a. vontade de afogar aquele velho babão. Eu tô morrendo de fome, sono, comi só uma maçã desde o almoço, atendi aquela moça que o marido tentou m.a.t.a.r e isso já me suga muito, eu só vim pra cá por causa do Maciel, a gente precisa pegar o ritmo certo, sem os meus fones que aquele cara estranh.o achou, não ouvi uma música hoje. Ele veio trazer o dinheiro? Claro que não né, tô vendo que vai sobrar pra mim isso aí. Preciso comer antes de ir ensaiar!

A Giselda começou rir e estava só concordando com tudo, a Mel foi saindo do banheiro só de langeri, se abaixou de costas para a mesa foi mexendo na bolsa procurando roupa, a Giselda falou rindo

- Pelo menos ele fechou os olhos né?

Sem entender ela falou colocando o shorts

- Que? Você não sai desse celular, poxa viu.

Ela se virou pra Giselda e tomou um susto com o Dom sentado na mesa, falou sem entender

- Oque ele tá fazendo aqui?

Os dois estavam rindo, ele respondeu sem olhar pra ela, com a mão nos olhos

- Vim trazer o dinheiro das rifas e seus fones, a Giselda estava conversando comigo sobre a contabilidade e eu ofereci ajuda. Somos parça já! Tomei café, comi pão, participei de uma aula, tô me sentindo bem em casa já.

Envergonhada ela começou rir também, falou enquanto terminava de se vestir

- Eu vou fingir que não falei nada e você faça o mesmo.

Ela estava com um croped curto que parecia sutiã, falou que ele podia abrir os olhos, ele respondeu brincando

- Tem certeza? Vai sair semi nu.a assim mesmo?

A dançarina e o CEo

Capítulo 5

Ela disse rindo enquanto penteava o cabelo

- E você tem oque a ver com isso? Eu tenho um péssimo humor, quando estou com fome! Tome cuidado.

Ele se levantou falou indo em direção a porta

- Nada, que isso. Vou tomar, pode ter certeza! Vou deixar vocês a vontade.

Ele saiu achando graça, ela falou que o dia já podia acabar, confessou que estava com uns pensamentos difíceis sobre s.e.x.o, contou que o noivo estava estranho, que ela não se sentia tão segura as vezes, sobre casar e ir morar lá, o Maciel bateu na porta, falou otimista

- Mel meu amor vamos começar, você tá pronta?

Ela abriu a porta e falou abraçando ele

- Amor eu nasci pronta, vão precisar de muito mais pra tirar o meu glow. Vai colocando o som, arruma o tripé do celular que eu já vou.

Ele foi primeiro, quando ela estava indo, encontrou o Dom no caminho com um pão com mortadela na mão, ele falou que era para o humor dela, ela respondeu aceitando

- Eu realmente preciso disso. Muitoooo obrigada Dom! Você já vai? A gente vai ensaiar, curte dançar?

A Giselda falou entrando no meio

- Ele dança sua boba, Hip Hop, forró, gafieira e sabe se lá mais oque. A irmã dele o forçava dançar quando novo.

Ele disse que não era verdade, pois estava enferrujado, ela o chamou pra assistir, ele sentou nos fundos, crianças que já tinham acabado a aula, outros jovens sentaram juntos, começaram dançar três casais em duplas, músicas misturadas, sequências prontas e depois foram no individual, era uma dança mais envolvente sensual, reggaeton, a Mel dançou sozinha e chamou o Maciel, logo começaram dançar os dois, muito próximos, o Dom estava super entretido achando legal, falou para um rapaz que estava ao lado dele

- Caraca como que não passa vergonha fazendo isso? Se uma mulher dessas se esfrega em mim desse jeito, eu sou expulso da aula. Mermão na mesma hora o bagulh.o fica doid.o!

O rapaz falou rindo

- É fácil, ele não gosta de mulher. Por isso a maioria dos parceiros são casais. Pra ter i********e, sincronia e não passar vergonha. O Maciel é o melhor daqui e ela também é, com certeza vão conseguir ganhar a audição. A Mel nunca teve tantas chances, está no auge da carreira, do começo né! Ela merece demais.

Ele disse que ela era realmente demais, quem estava ensina começou brincar dançando, de se desafiar, ela chamou o Dom e ele ficou com vergonha, todo recatado, logo saiu da sala e foi ajudar a Giselda com a contabilidade de novo, as coisas estavam fei.a.s por lá e toda ajuda era muito bem vinda.

Todos já estavam indo embora, a Mel foi pegar a bolsa e se despedir da Giselda, apressada como sempre estava reclamando que não podia atrasar no trabalho de jeito nenhum, o Dom foi se preparando pra ir embora também, falou que nem deu tempo de conversarem direito, mais que ele adorou ver o ensaio, ela respondeu irônica simpática

- Gostou tanto que nem participou.

Ele falou rindo

- Não, eu tenho vergonha de dançar com público, eu ia virar piada. E qual o lance da audição? Que falaram?

Ela já estava na calçada, mexendo no celular, falou animada

- É tipo a chance da minha vida, se eu passar, no mesmo dia adeus clínica. São três vagas, e quem sobrar dentre os dez finalistas, pode ir para bandas, viajar o mundo todo, eu mandei vídeos para programas também, como Gugu, Silvio, queria fazer parte do ballet. Meu sonho é viver da dança! Mais é bem difícil, professor não tem valor hoje, a mulher na boca do povo, quando se expõe assim, também não.

Ela estava mexendo no celular, mudou a expressão, ele falou reparando na velocidade das mensagens que ela estava enviando

- Nossa que maneiro, poxa Mel, tomara que você consiga, seria incrível imagino. Tá tudo bem? Você ficou diferente do nada e não está correndo ainda.

Frustrada ela falou olhando o ônibus que estava vindo do final da rua

- Desculpa, eu, não... Nossa, preciso de um ar. Da licença?

Ela saiu andando e nem foi para o ponto, abaixou com as mãos na cabeça e ficou quieta sentada na guia, a Giselda saiu perguntou pra ele oque aconteceu, foi falar com ela preocupada, a Mel falou que tinham cortado energia da casa dos avós dela e estavam no escuro, disse que tinha dado dinheiro pra eles pagarem a conta, mais que o avô perdeu e por isso não quiseram incomodar, uma vizinha deles quem contou tudo a ela. A Giselda disse que não tinha dinheiro, mais que ia pegar o da rifa e depois ela devolvia, a Mel falou chateada

- Eu vou pegar o dinheiro do figurino, fazer oque, depois eu me viro, como vou deixar meus avós no escuro, eu preciso ir buscar eles, vou levar pra minha casa e depois tento pagar a conta.

O Dom estava ainda lá na frente, se aproximou falou gentilmente

- Mel, precisa de alguma coisa? Se eu puder te ajudar.

Ela falou de imediato aborrecida

- Não, valeu, tchau a gente se fala?

Ele se despediu, foi embora de moto, ela foi logo em seguida com um carro de aplicativo, passou pegar os avós, levou tempo para convencê-los, só chegou em casa quase uma da madrugada e não conseguiu falar com o Ruan, dormiu no sofá porque deu a cama aos avós, acordou com do.r no corpo, já cedo discutiu com o Ruan por mensagem, porque ele disse que ia viajar em um feriado com os amigos do trabalho e ficar sem internet, ela mandou um texto grande falando sobre prioridades, economizar, disse que estava precisando de dinheiro, ele nem deveria estar online, mais já respondeu a altura, disse que ela tinha liberdade até demais no Brasil e que os gastos do feriado eram simples coisas do dia a dia, perguntou porque ela não falou que precisava de dinheiro, ela nem respondeu mais nada, trabalhou a manhã toda como de costume, depois do almoço foi se preparando pra ir atender a domicílio, foi conversar com a Carlota e já avisou que não tinha dinheiro nem pro ônibus, ela respondeu com afronta

- Seu paciente já fez o depósito por hoje, espera eu terminar de comer e vamos lá. Está animada?

Ironicamente a Mel falou otimista

- Claro, eu só vou viajar pra atender um mimado que deve ter mais carros e funcionários do que a rua toda. Mais quer saber tô animada sim, vou ouvindo música, pensando na vida, eu vou dar o meu melhor e aproveitar a oportunidade. Não sendo um pervertido, eu já fico feliz.

Notando o m.a.u humor a Carlota falou com pena

- Você não está bem não é? Oque tá acontecendo Mel?

Ela disse que não dava tempo de conversar, se trocou colocando uma roupa comum, blusa florida e calça legging, porque não queria andar de ônibus com a roupa que iria atender, pela própria segurança do paciente que com certeza tinha uma imunidade mais baixa. Quando ela pegou o primeiro ônibus, postou uma foto na rede social, começou mexer no celular e viu uma mensagem na pasta de spam, era de um empresário que começou seguir ela naquele dia mesmo, ele disse que gostou muito do trabalho dela e que queria conversar melhor, fazer uma entrevista, ela respondeu as pressas, disse que podiam conversar por ligação, passou o contato pra ele, eufórica já mandou print para os amigos da academia, todos começaram falar coisas boas animados. Quando ela chegou no condomínio, ficou esperando vinte minutos na portaria, uma funcionária foi buscá-la de carro, Neuza, era uma senhora mais velha, muito educada, fez o cadastro da Mel na portaria até com foto, documentos, ela brincou enquanto esperava

- Vou atender o presidente? É alguém da tv? Se for do ramo da música, não garanto nada, vou tietar lindamente. Mora gente famosa aqui né?

O porteiro e a Neuza começaram rir, ela disse que não, ninguém muito importante, no carro falou como um " alerta "

- Você não o conheceu ainda não é?

Ela disse que não, a Neuza respondeu

- O senhor Vinícius está passando por um momento complicado, ele se machucou recentemente, ficou na cama por muito tempo e tudo isso mudou sua vida, ele era ativo e independente, não é do tipo que gosta de pedir nada a ninguém. Como profissional, você vai estudar o caso e ver com seus próprios olhos, mais eu como sempre digo, acredito que a cabeça é o portal, pra tudo, ele passa com médicos, até fora do Brasil pensaram em ir, mais a mãe dele comentou que ele não quer melhorar, não se esforçando pra isso. Entende?

Elas estavam chegando em uma mansão, a Mel falou otimista

- Sim, eu estou acostumada a lidar com pacientes assim, o pós trauma as vezes é pior que o próprio trauma. Eu atendo crianças, idosos, mulheres que sofreram nas mãos de seus companheiros. Estou ansiosa para conhecê-lo, como ele é?

O motorista se aproximou falou para a Mel

- Olá boa tarde, seja bem vinda, espero que a dona Neuza não tenha derrubado nenhum poste com o meu bebê. Você é a nossa nova companheira de guerra?

A Mel se apresentou disse que sim, se fosse bem no primeiro atendimento, a Neuza respondeu rindo

- Ela quer saber como ele é, eu conto ou você conta?

Fizeram piada sobre ele ser assustador, mais logo o motorista falou sério

- Ele é uma ótima pessoa, mais depois do acidente ficou diferente, ele é sério e não gosta de muita positividade, não fale nada que ele poderia estar pior, que deve valorizar oque tem, ou que deveria ter feito diferente, as coisas. É claro que ele sabe, que não vai melhorar sem se cuidar, ele só não aceita a atual condição.

Já ficando com medo a Mel foi entrando, encantada com a casa, falou que precisava se trocar, quando estava indo a um quarto com a Neuza, ouviram um grito do final do corredor

- Neuzaaaa venha até aqui, rápido !

Ela deixou a Mel se trocando e saiu correndo, ela colocou o uniforme da clínica, prendeu o cabelo certinho, logo a Neuza voltou buscá-la a levou pra sentar na sala e falou que era pra ela esperar, ela ficou sentada meia hora, olhando pra tudo reparando, se levantou foi olhar a janela, a Neuza voltou serviu chá, suco e bolachas, disse que ele podia demorar, a Mel falou rindo

- Só espero ganhar por isso. Ele está se vingando, porque eu atrasei na nossa primeira consulta! Pelo menos com fome não vou ficar. Muito obrigada, que bolachinha gostosa. Nossa, que diferente.

Ela estava comendo tudo, a Neuza conversou um pouco, saiu rindo da humildade dela, que se ofereceu para lavar a louça que sujou, mais de uma hora e meia largada sozinha na sala, ela decidiu perguntar por ele, impaciente ficou em pé na sala esperando alguém vir, a Neuza a chamou pra ir no escritório, ela foi ansiosa, ao entrar viu sua bolsa lá na poltrona e o tão esperado Vinícius sentado em uma cadeira de rodas moderna elétrica, ele estava digitando no computador, a Mel entrou apreensiva, falou o encarando tentando identificar o nível de trauma

- Oi boa tarde! Tudo bom?

Ele falou sério levantando o olhar até ela

- Bem eu estaria se não precisasse dessa cadeira. Pode se sentar, e fale de você, a quanto tempo trabalha como fisioterapeuta, onde mora, espero que não se incomode com uma breve entrevista. Eu gosto das coisas certas, assim como a pontualidade, que não é o seu ponto forte imagino.

Ela resmungou baixinho irônica

- Nem o seu.

Ele estava mexendo nas gavetas, falou na dúvida

- Oque você disse?

Ela respondeu disfarçando

- O seu nome, qual seu nome?