Eva:
—Por quê não estão bebendo?—questionei.
—Meu amor, do que está falando?—Ian perguntou confuso.
—Meu amor?—sorri—Você realmente consegue pronunciar coisas que nem sabe o que significa!
—O quê está acontecendo?—Alexia perguntou confusa.
—Acharam mesmo que eu era tão burra a ponto de não perceber vocês me traindo esse tempo todo?—sorri—Eu sei do casinho de vocês dois há muito tempo!
Eles se olharam desesperados.
—Quando foi que começou mesmo?—sorri—Há quanto tempo vocês estão dormindo juntos?
—Amor, eu posso explicar, só...
—Explicar o que?—cruzei os braços—Como você tem agido pelas minhas costas, me roubando, assinando contratos, fechando parcerias e tentando puxar meu tapete?—sorri irônica—Achou mesmo que eu não sabia que você estava me roubando? Mas eu sei, há bastante tempo, tanto sei quanto tenho provas suficientes para mandar você para a cadeia!
Eles estavam mudos.
—Perderam a língua?—questionei—Não vão nem tentar se defender? Que decepcionante!
Peguei os papéis do divórcio e joguei no chão.
—Aqui estão os papéis do divórcio!—sorri—Eu já assinei, e fiz questão de deixar você sem nada, assine!
—Era seu plano esse tempo todo não é?—Ian questionou—Por isso planejou essa viagem, eu deveria ter percebido!
—Pois é, mas estava ocupado demais comemorando com essa v***a aqui...—pus a mão no ombro de Alexia—Que teriam um fim de semana juntinhos!
—Então você descobriu mesmo?—Alexia sorriu—Ian nunca te amou, você é gorda, feia e insuportável, ele só estava interessado no seu dinheiro, eramos namorados desde o colégio, então, na faculdade eu o convencia a namorar você, pelo dinheiro!
—Eu sei!—sorri—De início o plano era me roubar ao máximo, mas então vocês ficaram ambiciosos, queriam tudo, meu dinheiro, minha empresa, meu prestígio, assim, precisariam me derrubar, só não contavam que eu descobrisse tudo!
Segurei a garrafa de champagne na mão.
—Deviam ter fugido com o dinheiro que desviaram!—falei—Aproveitem sua estadia neste hotel luxuoso, é o último luxo que vão ter na vida, já que vão daqui, direito para a prisão!
Revirei a garrafa na boca e sorri.
—Agora, se me derem licença, vou subir o penhasco Moher, e apreciar o pôr do sol, saboreando o gostinho de vingança—sorri—Um brinde ao fim de vocês!—falei deixando eles dois sozinhos.
Ian:
Ela havia descoberto tudo.
Maldita.
Ela sabia de tudo.
—Ian, e agora?—Alexia disse desesperada—O quê vamos fazer?
—Maldita!—reclamei furioso—Como ela soube?
—O Thomas!—Alexia falou—Com certeza ele abriu o bico para ela!
—Não!—neguei—Ele está tão atolado nisso quanto você e eu, ele não poderia falar nada!
—Ian, se a Eva abrir a boca...—ela olhou séria para mim—Estaremos totalmente ferrados!
—Não!—neguei deixando a sala—Ela não vai abrir aquela maldita boca dela.
—O quê vai fazer?—Alexia questionou vindo atrás de mim—Ian...
Fui até o estacionamento e abri a porta do carro.
—O quê vai fazer?—Alexia insistiu na pergunta.
Vasculhei o porta-luvas, até encontrar aquilo que eu estava procurando.
—Ian!—Alexia olhou assustado—Você não está pensando em...
—Sim!—falei decidido—Vou por um fim nisso de uma vez!
De cabeça feita, fui atrás da Eva.
Eu não podia deixar que ela destruísse tudo o que eu conquistei, nessa altura do jogo.
Antes que ela me arruinasse, eu a calaria para sempre.
—Ian, espere!—Alexia dizia vindo atrás de mim.
Subi o penhascos o mais rápido que eu pude.
O sol começava a se pôr, as ondas do mar quebravam revoltas lá embaixo.
Era uma queda de mais de oito metros até o mar.
Subi alguns quilômetros acima até avistar a desgraçada da minha mulher.
—Eva!—gritei.
Ela olhou para mim séria.
—Maldita!—gritei sacando a arma—Vai para o inferno desgraçada!
Sem pensar duas vezes, mirei e atirei contra ela.
—Ian!—Alexia gritou ao vê-la cair do penhasco—Ah meu Deus!
Corri até a beira do penhasco e olhei para baixo a tempo de ver as ondas se quebrando após o corpo dela cair na água.
—Me dedure ao d***o agora, maldita!—gritei.
—O quê você fez?—Alexia gritou apavorada olhando para baixo—Onde ela está?
—Morta!—respondi.
—O quê vamos fazer?—ela estava desesperada—A gente ia ser preso por desvios de dinheiro, e agora por assassinato também!
—Alexia!—chamei.
—Estamos ferrados!—ela insistiu.
—Alexia!—chamei novamente.
—Eu não quero ir presa!—ela choramingou.
—Alexia!—gritei segurando-a pelos ombros—Volte a si.
Ela me olhou assustada.
—Ela caiu sozinha!—falei—Ela saiu para caminhar um pouco, se aproximou demais da beira do penhasco escorregou e caiu, entendeu?—perguntei e ela me olhou confusa—Entendeu?
—Humrum!—ela disse.
—Estamos livres dela agora!—falei segurando seu rosto entre as mãos e sorri—Livres!
A polícia chegou cerca de duas horas após o chamado, já era noite quando começaram as buscas em volta do hotel, e pararam quando já estava tarde, só retomaram no dia seguinte.
Após nos perguntarem sobre os possíveis locais onde Eva poderia ter ido, eu disse a eles que ela havia comentado que queria muito ver o penhasco Moher.
A guarda costeira foi acionada e começaram a procurar na água tão logo chegaram.
Liguei para Matteo que veio imediatamente para a Irlanda acompanhar as buscas.
Após 7 dias de buscas incessantes eles a deram como morta, já que não conseguiram encontrar o corpo.
Chorei horrores junto com Alexia e Matteo.
Então, no décimo dia, após aproveitarmos todo o luxo daquele hotel, retornamos para os Estados Unidos.
Matteo ficou, para se despedir corretamente de Eva, se eu bem conhecia aquele i****a, ele estava se culpando por não ter nos acompanhado na viagem e assim a Eva acabou morrendo.
Idiota.
Matteo:
Eu a alertei tanto.
Eu disse que Ian poderia ser perigoso, mas ela não quis me ouvir, Eva era cabeça dura.
E agora ela estava morta.
Eu sabia que havia sido ele, de alguma forma ele se livrou dela, eu tinha certeza disso.
Eram por volta das hrs 19:40 da noite quando bateram na porta do meu quarto.
Enxuguei as lágrimas e fui ver quem era.
Um funcionário do hotel me entregou um envelope em branco, contendo apenas meu nome.
Dei uma gorjeta ao rapaz e fechei a porta.
Rompi o lacre do envelope e li seu conteúdo.
"Hotel Doolin Inn, quarto: 07 as hrs 21:00 da noite.
Venha se quiser saber o que houve de verdade com Eva Meyers."
O bilhete não dizia mais nada além disso.
Mas eu não pensei duas vezes em ir atrás do autor daquele bilhete estranho.
Peguei a chave do carro e desci.
Após registrar a rota do hotel no GPS segui para lá o mais rápido possivél.
Eu estava nervoso, mas segui sem fraquejar.
Parei em frente ao quarto 07 e após respirar fundo, bati a porta.
Esperei alguns segundo e ela foi aberta.
—Matteo!
Era ela.
—Eva?—questionei branco igual cera—Você está...
—Viva!—ela completou—Estou sim!
Sorri eufórico e a abracei.
Ela estava viva.
Era bom demais para ser verdade.