Exórdio

1064 Words
A mente humana sempre tenta se superar, e nada parece satisfazer o vazio que fica dentro de cada um. A necessidade de exceder um ao outro chega a ser imensa, tornando o mundo o seu laboratório particular. Existem tantas perguntas sem respostas, que acabam sendo o foco dos humanos embriagados por ambição. Caso não houvesse algo concreto, os humanos sonhadores tratavam de cuidar disso criando histórias e lendas para suprimir o vazio. O problema era quando os humanos das ciências e os humanos das fantasias resolviam se unir. Depois de anos estudando por completo a anatomia humana, juntamente das lendas e livros escritos por grandes autores, os cientistas conseguiram iniciar a sua obra prima. As primeiras tentativas foram falhas. Reajustes e correções foram feitas até que notassem o que faltava para atingirem seus objetivos. Como conseguir uma amostra de DNA de um ser que nunca fora visto, ou sequer sabia-se sobre sua existência? A próxima etapa envolvia criar esse ser e então obter de seu gene, dando continuidade aos experimentos. Contudo, era difícil manter um ser obscuro como um vampiro dentro das salas de p******o. Infelizmente aquele ser sobreviveu o suficiente apenas para que suas amostras fossem retiradas e computadorizadas para a pesquisa. Em seguida, lobos eram capturados e trancados em salas onde seus genes e demais amostras eram retiradas. Deu-se início ao procedimento de mescla dos genes com o DNA humano. Anos se passavam, e assim duas raças humanoides se originaram. Os cientistas não deixaram que aqueles seres recebessem um nome tão supérfluo quantos “humanos”. Eles eram melhores, tinham genes perfeitos. Eram seres perfeitos. Eles eram a mistura perfeita do gene humano com o gene de um lobo e do vampiro. Eram híbridos. O primeiro híbrido vivia em um ambiente similar aos dos humanos, onde se poderia realizar avaliações sobre seu corpo e mente. Comportava-se feito um humano e tinha seu corpo alterado com o gene de um vampiro com o de lobo. Porém, o gene predominante fora a criatura sombria, genes esses conhecidos como YY. Não chegava a ser um sugador de sangue, diferente dos híbridos gerados anteriormente. Esse era o mais próximo aos humanos com suas punções especificas. Aquele era chamado de Gama. O segundo híbrido mantinha os padrões humanos, porém, os genes predominantes eram os do lobo, conhecidos pelas letras XX. Sendo assim, olfato e audição era os mais aguçados, igualando-se aos instintos selvagens que se mantinham predominante. Aquele era chamado de Delta. Passaram-se mais alguns anos com aqueles dois seres que demoravam em envelhecer. Logo surgiu a ideia de mantê-los entre os demais humanos, no entanto, em locais distantes. Os dois híbridos se adaptaram bem entre os humanos comuns, sem levantar quaisquer suspeita. No entanto, eles se apresentaram seres migratórios, partindo de uma cidade para outra até se encontrarem, chocando os cientistas que os acompanhavam. Com o olfato apurado do Delta, um aroma em específico lhe atraía. Tal aroma era emanado do corpo do Gama, sendo sentido apenas pelo outro híbrido. A atração através do cheiro resultou no envolvimento sentimental, gerando na intensa conexão física. O relacionamento dos dois trouxe muitos resultados para os cientistas. A forma como o corpo se ata, necessitando um do outro e a ligação que havia entre eles era simplesmente estarrecedora. Logo os dois deram a origem a uma nova criatura hibrida, com ambos os genes. Até então os cromossomos eram em pares. Contudo, dessa nova criatura eram quatro em uma só. XYXY era sua dominância demonstrando a total sincronia de ambos os progenitores. Aquele novo ser era denominado de alfa. O que se passou nos anos seguintes foram os estudos das cruzas desses seres. Um delta e um gama só poderiam gerar um alfa. Um alfa e um gama davam origem à um ser com as características humanas. Indivíduo esse com os instintos selvagens mais controlados e sem a necessidade esmagadora de procurar por um parceiro. Esses foram denominados de betas. A cruza entre um alfa e um delta gerava um híbrido com os mesmos princípios que o alfa, porém minimizados e controlados. A cria direta entre um alfa e um delta pode ter um aroma prontamente forte e sedutor quando entra em seu cio. Perfume esse que atrai alfas e até mesmo betas. Eles eram chamados de ômegas. Pouco a pouco, séculos depois os humanos deixavam de existir. Os deltas, gamas e alfas de puro sangue e genes se tornaram os menores seres existentes neste planeta. O que se encontrava era a cruza entre os híbridos que geravam novos alfas, que teriam apenas os genes XYX ¼. Poucas coisas os diferenciam dos alfas puro sangue, mesmo assim eram bem disputados pelos ômegas. De toda e qualquer forma, aquela era a nova civilização de híbridos que havia restado. Uma cidade afastada das demais, onde se predominava a área rural e a calmaria, encontrava-se uma civilização cheia de betas. Ali viviam pessoas em seu próprio ritmo, onde evitavam qualquer informação sobre alfas e ômegas com seus instintos selvagens. Pelo menos evitavam alfas e ômegas comuns. Havia uma família em especial que não era composta por betas. Uma vez que auxiliaram a população e conquistaram a confiança do prefeito, são os únicos não betas a viverem nessa cidade. O único alfa que ali residia andava de um lado para o outro, tentando manter a calma enquanto olhava para a porta do quarto fechado. Faziam alguns anos que havia chegado naquela cidade, com os corpos totalmente machucados beirando a morte. Recordar de sua chegada ali o deixava mais firme de suas decisões. Aquele alfa havia fugido da capital para poder salvar aquele ser totalmente incrível, ela era um dos poucos deltas que estavam vivos. Ao chegarem naquela cidade emocionou aos habitantes com a história, e ali tomaram a decisão de fechar as portas para os estranhos. Aquele dia estava sendo diferente dos demais, a delta estava naquele quarto enquanto dava a luz ao primeiro filho do casal. O alfa suspirava e era confortado pelos amigos betas, mesmo assim nada conseguia diminuir de sua aflição. Alguns minutos se passaram e ouvia-se o pequeno choro ecoar pelos cômodos. A porta fora aberta, e o alfa não se demorou em entrar correndo para ver a esposa e recém-nascido. Assim que os viu, um sorriso largo e abobado surgira em seus lábios. Agora iniciaria a vida que tanto pediram e desejavam ───────•••───────
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