Independente

1430 Words
Na saída da escola, nós paramos para conversar sobre a festa de amanha, todos muito animados e fazendo vários planos. - Eu vou com um shortinho molinho para poder aproveitar a piscina.- disse Andressa pra gente, toda animada. - Há eu também, e se bobear, bem curto.- Priscila acrescenta e todos rimos. - Estou até vendo as novinha da tarde de fio dental naquela piscina, Victor que vai gostar.- eu falo rindo pra cara dele, e o pessoal concorda também sorrindo. - Poxa, eu sou um apreciador de coisas boas.- ele se defende debochado. - Eu acho melhor é você levar a sua marmita, deixa ela saber que você esta apreciando a bund@ das novinhas do trabalho.- Priscila provoca, e geral zoa ele. - Ô rapa, esquece essa garota ai, ela já rodo faz tempo.- ele desdenha negando. - Não foi isso que eu vi ontem.- Davidson olha pra cara dele de rab0 de olho, e sorrindo debochado. Victor coloca o dedo na boca, mandando ele fica quieto. - Não adianta esconder não meu filho, todo mundo sabe que você tá comendo ali Victor.- Priscila continua zoando, e a gente ri mais ainda dele. - Eu só sei que eu quero ficar muito louca nessa festa, e quero comer muito, 50 reais é 50 reais né.- eu falo mudando de assunto. - De verdade, e ainda tem o engradado.- Andressa fala balançando a cabeça. - Eu quero é arrumar um bofe com dinheiro.- Priscila diz do nada, e eu olho pra cara dela com as sobrancelhas curvadas, sem entender o por que dela fala isso. - Minha filha, onde você quer arrumar esse bofe com dinheiro, se só vai ir os funcionários da escola? Surtou?- eu falo rindo da cara dela, e ela me olha com uma sobrancelha arqueada. - Amiga você não tá sabendo? O vereador padrinho da escola vai esta lá na festa, e ele vai leva alguns convidados.- ela fala batendo palminha animada. - Ai serio?- pergunto desanimando.- pensei que ia ser só a gente, como vou da PT agora?- faço beicinho em protesto. - Relaxa, pode fica a vontade, eu te levo pra casa depois.- Victor fala fazendo cara de safad0, e eu faço cara de nojo pra ele, o pessoal começa a rir da cena, e ele me abraça de lado. ... Mais tarde, eu chego em casa, e tomo meu banho. Ligo a televisão, e fico assistindo um pouco de série antes de sair de novo. Hoje eu preciso ir ao mercado compra algumas coisas, e também quero ir ver como está meus pais. Conforme a hora vai passando, eu descido ir logo resolver minha vida, antes que a preguiça bata de vez. Primeiro chamo o Uber para casa dos meus pais, eles moram no município vizinho ao meu, não é muito distante da minha casa, mas, eu com as minhas coisas pra fazer, acabo não indo vê-los com frequência. Quando chego no portão da casa deles, eu toco a campainha, e minha mãe vem atende, e quando ver que sou eu, ela logo abre um sorriso de orelha a orelha para mim, e estica os braços para me espremer em um abraço de urso. - Achei que tinha esquecido o caminho de casa._ ela fala beijando o topo da minha cabeça. - Bença mãe.- falo sendo envolvida por seu abraço apertado e carinhoso. Nossa, tudo que eu precisava. - Deus te abençoe minha filha.- ela diz me soltando e fechando o portão assim que eu passo por ele. Minha mãe está no auge dos seus 45 anos. Negr@, cabelos encaracolados castanho escuro brilhantes, olhos castanhos claros vivos, rosto fino e delicado, e uma pele perfeita. Quem não conhece, diz que ela esta com seus 25 anos assim como eu, muitas vezes perguntam se somos irmãs gêmeas, pois a única coisa que nos diferencia, é que meu cabelo está maior que os dela. E também se for focar apenas em meu rosto, pareço ter uns 15 anos de idade, o que faz as pessoas pedirem minha identidade até hoje em alguns lugares que frequento. Entro na casa dos meus pais, e me sinto na minha verdadeira casa aqui, esse lugar me traz paz, tenho lembranças maravilhosas, e toda vez que me sinto triste, é pro colinho dos meus pais que eu corro. - Está tudo bem meu amor? - minha mãe pergunta estudando meu rosto. - Esta sim mãe, cadê meu pai? - pergunto notando sua falto em frente a televisão. - Ele foi no mercado, mas já deve está chegando por ai. Senta aqui minha filha.- ela bate no acento do sofá do seu lado, e abre os braços, que eu vou de bom grado, e me aconchego em seu colo.- Vejo em seus olhos que algo te incomoda.- o tom da dona Elisa é suave, porém objetivo. Nada passa despercebido dela, não consigo esconder nada. Eu bufo com a minha observação. - Eu pedi o divorcio.- confesso com uma bola de fogo subindo a minha garganta, e ela fica muda na hora. Quando eu conheci o Bruno, eu tinha apenas 15 anos de idade, nós nos conhecemos na época da escola, e nunca mais nos desgrudamos. Ele foi o meu primeiro homem, e desde então, eu pensei que seria para sempre. Nos éramos perfeitos juntos, e todos a nossa volta achavam que seria impossível a gente terminar um dia, pois sempre fizemos questão de demostra para todos como a gente se amava. Nós casamos quando eu fiz 20 anos, foi a festa mais linda que eu já vi, eu estava tão feliz e radiante, que contagiava todos a minha volta, meu sorriso era tão grande, que no outro dia o meu rosto doía. Quando eu descobri a traição, foi como se tivessem atirado mil vezes no meu peito, eu sentia como se estivessem me esmagando por dentro. Eu não entendia o por que dele ter feito aquilo comigo, eu vivia para ele, eu respirava por ele, fazia tudo por ele, sempre coloquei as vontades dele a frente das minhas, antes de qualquer coisa, eu sempre pensava em como ele ira se sentir, se ele iria fica feliz ou triste com minhas atitudes. Para mim nosso casamento era perfeito, nosso sex0 era perfeito, tudo se encaixava. E por isso, para mim o que ele fez não teve perdão. Coloquei ele para fora de casa sem pensar duas vezes. Ele chorou, se ajoelho, pediu perdão, e eu tive que ser muito forte pra não perdoa-lo. Mas na minha casa nunca teve traição, minha mãe sempre disse que não perdoava traição de jeito nenhum. Ela dizia, que antes de conhecer meu pai, ela tinha um namorado que a traiu com todas as amigas dela. Toda vez que ela o perdoava, ele ficava com uma amiga diferente, e ela sofreu muito com isso. E eu não esqueço do dia que ela me disse: Minha filha, quando a gente perdoa uma vez, isso dá a chance da pessoa fazer novamente. Quando ela conheceu o meu pai, ela contou toda sua historia para ele, e deixou bem claro que não perdoaria nenhum vez, e meu pai a garantiu de que nunca faria ela passar por aquilo novamente, e ele cumpriu sua promessa. E é por isso que tomei minha decisão! Fizemos um longo silencio, até que ela o rompe. - Como você está se sentindo naquela casa? - ela tenta soar o mais normal possível, porém, sua voz falha um pouco, e eu dou um longo suspiro antes de responder. - Me sinto sozinha.- não posso mentir pra ela, sei que ela vai saber de qualquer jeito.- Mas esta sendo bom pra mim, estou me cuidando e aprendendo que eu consigo me virar sozinha.- me esforço para parecer independente, e escuto o seu sorriso. - Você é brilhante meu bebe, é inteligente, educada, bonita. Minha filha, você tem muito o que conquistar ainda, eu conheço o seu potencial, e sei bem que você pode se virá sozinha. Mas, você sabe que não precisa fica naquela casa não é?.- dispara ela, e as lágrimas já vem nos meus olhos.- Essa é a sua casa, e quando você quiser, não precisa nem avisar, é só voltar pra mamãe.- ela termina com a voz embargada, e eu fungo levantando e a abraçando forte. Minha mãe sempre sabe o que dizer na hora certa. Por mais que eu queira me sentir independente, eu também quero me sentir segura, e aqui eu me sinto assim, saber que tenho meus pais por perto, me da forças, e eu agradeço todos os dias por isso.
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