Curiosidade

1215 Words
Antony Matheus insiste para que eu vá nessa festa da tal escola que ele apadrinhou. Mas aquele inferno que ele chama de cidade, me estressa só de pensar em ter que ir até lá, quero me livra disso de qualquer maneira. - Acho que não vai dá, vou ter uma reunião muito importante hoje.- falo tentando pela última vez me livra dessa situação. - Antony, é só um minuto, você não precisa nem ficar por muito tempo, eu só quero que eles vejam um rosto conhecido, e que eles saibam que você está me apoiando. As eleições já estão ai, isso será bom para o partido.- ele persiste, e eu me dou por vencido. Tudo bem, uma passada nessa festa não ira mudar em nada na minha vida. - Ok Matheus, mas não irei ficar por muito tempo, e não quero ninguém vindo até mim toda hora, sabe como é esse povo, quer ficar bajulando, contando seus planos e ideias, pra ver se tiram vantagem de algo, eu não tenho saco pra isso.- dou meu aviso e ele concorda avidamente sorrindo. A essa altura, se eu disser que quero um pônei pra ir a essa festa, ele ira da um jeito de trazê-lo a mim. ... Alan encosta o carro no meio fio, e pela cara que faz, ele também não gostou de dirigir até esse fim de mundo. - Quer que eu aguarde aqui fora senhor?- ele pergunta desligando o carro. - Sim Alan, não irei demorar, e o pessoal do outo carro vai entra comigo.- ele concorda e eu abro a porta do carro. Salto para o lado de fora do carro, e automaticamente o meu pessoal salta do outro atrás, e me seguem para dentro do clube. Quando entro no lugar, eu logo me deparo com uma música barulhenta e alta. Agradeço mentalmente por ter colocado os óculos aviador nos olhos, para que ninguém possa ver o meu olhar de desaprovação. Assim que Matheus me vê de longe, ele vem ao meu encontro com o sorriso enorme no meio da cara. Eu estico minhas mãos para parecer simpático, e ele segura me cumprimentando habilmente. - Muito obrigada por ter vindo meu amigo.- ele agradece, e eu aceno com a cabeça. - Você tem 10 minutos.- respondo imediatamente, e vou o seguindo observando o ambiente. Percebo que tem uma divisão entre as pessoas aqui. De um lado, provavelmente são os funcionários da escola, o pessoal mais humilde e animado, alguns de chinelo e camiseta, algumas meninas de short microscópio, umas até de biquíni. Elas estão descontraídas, bebendo cerveja, comendo carne da churrasqueira, e conversando alto. E do outro lado, o pessoal de Matheus. Seus amigos políticos, policiais, empresários e importantes. Todos bem arrumados e comportados, eles bebem uísque e cerveja importada, alguns homens atrás deles de braços cruzados e rabugentos, que provavelmente são seu seguranças, eles conversam baixo, e socialmente como se quase não tivessem mexendo a boca. Quando vamos nos aproximando, muitos deles arregala os olhos, como se não acreditassem que estavam me vendo em sua frente, e eu já bufo sabendo o que vem depois disso. - Vou te apresentar a algumas pessoas.- diz Matheus com euforia m@l contida, quando percebe a reação dos colegas.- Pessoal, esse aqui é o...- ele começa, mas é cortado por um senhor calvo e baixo, de palito preto e uma gravata vermelha de listras branca. - Antony Berrutti, quem não o reconheceria?.- o senhor abre um enorme sorriso, e oferece sua mão para que eu possa o cumprimentar.- Eu sou Fabio de Viegas, prefeito aqui de Belford roxo, estamos muito contentes, para não fala surpreso com sua presença conosco hoje, por favor, sente-se.- ele aponta para a cadeira ao seu lado, e eu me acomodo o medindo por traz das lentes do meus óculos. Ele deve ter seus 55 anos, reparando pela sua pele branca enrugada. - O que o magnata premiado e capa da Forb’s desse ano, como o empresário mais bem sucedido do Rio de Janeiro nos deve a honra de sua presença, no nosso humilde município?.- pergunta um outro senhor de pele um pouco mais escura, me encarando animado. Ele deve ter a idade parecida com a do prefeito, porém, suas rugas não são tão evidentes. Volto minha atenção para ele, e tento ser o mais simpático que consigo. - Recebi um convite do meu amigo Matheus aqui.- aponto pro Matheus que esta em pé igual um poste no mesmo lugar que nos estávamos, antes do prefeito se apresentar. Ele sorrir envergonhado, e senta em uma cadeira de frente para o prefeito.- Ele me disse que teria essa festa de sua escola afilhada, e eu me interessei para conhecer o lugar.- o respondo sério, porém tentando ser educado. - E você tem interesse em fazer negócios na nossa cidade? – pergunta o prefeito com um sorriso evidente no rosto. - Por enquanto só estou conhecendo o lugar.- vejo seus olhos brilhando com a ideia de fecha um negocio comigo, e a vontade de balança a cabeça é grande. Acabo deixando um meio sorriso escapar de meus lábios, e depois fico sério novamente. - E quais são seus últimos investimentos...- um outro senhor me aborda, e começa a mesma ladainha de sempre. Eles sempre querem saber os meus passos, no que estou investindo e meus planos para o futuro. Solto as mesmas respostas de sempre, dou a ele um gostinho do que querem, sem revelar meus segredos para meus negócios de sucesso. ... O tempo vai passando, e eu vou começando a ficar sem paciência, começo a olha para o relógio impaciente. Olho ao redor, e o pessoal do outro lado estão ficando cada vez mais animado e alterados. Umas crianças de biquíni dança vulgarmente na nossa direção, e eu fico horrorizado com a cena. E então, pela minha visão periferia, vejo uma pessoa passar quase ao meu lado, e eu viro meu pescoço para ter uma imagem melhor. Ela é uma mulata, linda, cabelos longos e enrolados, rosto com feições finas e bem definidas, o rosto dela é de menina, porém seu corpo é de uma mulher. Ela tem coxas super definidas, que ficam ainda mais evidentes em seu macacão jeans um pouco apertado, sua bwnda redonda me parece bem suculenta, e surpreendentemente me deixa nervoso. Eu pigarro um pouco e me endireito na cadeira quando percebo que fiquei fascinado nela. Não consigo parar de encarar, ela me atraiu feito um ima, e eu fico petrificado a encarando. Ela tem uma boca linda, carnuda e delineada, sei0s redondos e fartos, que daqui me parece naturais. Olho pro Matheus que esta atentamente ouvindo a conversa do prefeito com seus vereadores ao redor. Tiro meu celular do bolso, e pergunto sobre a mulata. Lhe dou uma xerox bem detalha para ele saber de quem estou falando. Um tempo depois, ele pega o telefone do bolso, e me olha intrigado. Eu não me mexo, e nem falo absolutamente nada, ele olha em volta disfarçadamente, e depois digita algo no celular. Sua resposta chega rápido. *Ela é funcionaria da escola, posso levanta a ficha dela se você quiser, tem algum problema com ela?*  Pergunta ele ainda sem entender a minha curiosidade. *Mande a ficha para o meu e-mail, agora!* O respondo, sem dizer as minha intenções.
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