PARTE CINCO - CAPÍTULO 16

982 Words
                                                                              PARTE CINCO                                                                      TRILHA PARA A VITÓRIA                                                                                 Tribo Ignis 16 Eve Patrício acordou no dia seguinte com o corpo totalmente descansado. Ele teve uma noite de sono digna de um rei, sem sonhos, sem pesadelos, sem acordar durante a madrugada, só por existir pensamentos demais submergindo em sua mente. Agora ele sentia-se quase realizado. O grande dia chegou. O dia que o seu irmão caçula sucumbirá e ele poderá assumir o poder sobre toda Elf Regnum. A hora afinal chegou. Ligeiramente ele se põe de pé e veste sua armadura. No outro lado da parede se encontra a espada dourada. Eve abre um largo sorriso em sua direção. Há quanto tempo ele já deveria estar em posse da formidável espada dourada? Se ao menos ele tivesse sido coroado pelo falecido pai, ela já estaria em sua posse há trinta ciclos. E ele necessitaria da espada. Era essencial que ela estivesse em sua posse. Segundo ele, isso garantiria sua vitória. Além, é claro, dos múltiplos ogros que estavam por todo o Templo do Fogo. Essa é sua única chance de tomar Elf Regnum e reinar para sempre. Ele não precisava fazer mais nada. Tudo estava pronto à sua disposição. Agora era só esperar a reunião final de seu exército e marchar contra a tribo Aeris. Pegando a espada dourada, ele a guardou junto a seu cinto para ter livre acesso a ela quando estiver tomando o que é seu por direito. Suas vestes eram o uniforme padrão de batalha da tribo Ignis. Um a armadura de um metal leve que facilita a locomoção, mais ao mesmo tempo resistente, para proteger seu portador. Com um sorriso no rosto ele sai de seu quarto. Porém se vê com a passagem ocupada. –– Eme –– disse ele num sussurro. –– Bom dia, pai. Por que ela estava acordada àquelahora da manhã? Sequer o sol aparecera para ela estar de pé como se nem ao menos chegasse a dormir. –– O que você está fazendo aqui? –– perguntou ele. –– O que mais estaria fazendo se não esperando pelo senhor? –– ela abriu um sorriso torto. –– Já falei que você não irá comigo –– disse ele firme Eme se aproximou do pai. –– É um direito meu. Sou sua única herdeira e eu assumirei o trono um dia. Então preciso buscar e lutar pelo o que de fato também é meu. –– Eu já estou indo lutar pelo que é nosso e isso é real. Talvez muitos elfos irão morrer nessa batalha e você ficará aqui para que nada venha acontecer contigo.  Ele tentou fazer um carinho no rosto da filha. Porém ela recuou alguns passos. –– Eu sou mais capaz do que muitos elfos. Você, mais que ninguém, sabe como sou forte. Muito mais que aparento ser. Já que foi o senhor a me treinar. –– Sim minha filha. Mas podem tentar algo contra você, além de meus pensamentos estarão todos sobre ti. E eu te amo, porém meu foco deve ser único. Eme se fecha para o Eve. Porém ele se aproxima da filha. Puxando-a para um abraço, ele diz, com sua boca colada na cabeça de Eme. (Eles tinham quase a mesma altura). –– Eu te amo. E, tanto eu, quanto você, ficaremos melhor se estiver aqui. Em segurança. Prometo que assim que chegar ao fim, mando Otto ou outro elfo vir te busca. Você estará ao meu lado quando eu for coroado o novo rei de Elf Regnum.  Ela abriu um sorriso deixando o pai um pouco mais tranquilo. –– Tudo bem. Não quero que fique pensando em mim e se esqueça da guerra. Mas assim que ela chegar ao fim, eu quero que Otto venha me buscar. Quero participar de tudo. Absolutamente tudo. –– Não se preocupe minha filha. Quando receber notícias minhas, será sobre o dia que finalmente venci. E esse dia não tardará. Então Eve encaminha sua filha de volta a seus aposentos, e pede com delicadeza que ela volte a dormir. Porém ela não se deita. –– Acho que não conseguirei dormir até que receba notícias de que tudo chegou ao fim. Ele assente e dá um beijo molhado na testa de sua filha e sai porta a fora, com sua consciência lhe dizendo que ele deixará sua filha feliz. Mais do que feliz. Agora era sua vez. Então Eve seguiu seu caminho a pé até o Templo do fogo, onde encontraria todos os elfos que tentariam vencer as forças de Neven juntamente com seu exército de ogros que se multiplicara inexplicavelmente durante a noite. Pelo caminho muitos elfos e elfas estavam em suas portas, olhando para o rei. De fato, alguns concordavam com a investida do primogênito. Assim como também muitos discordavam com o que ele estava prestes a fazer. Mas ninguém se atrevia entrar em seu caminho por medo de retaliação e estavam certos em fazer isso. Nesse momento, qualquer um que atravessasse o caminho de Eve para defender o atual rei receberia o mesmo acaso que ele. Ninguém seria capaz de afastar Eve do destino que sempre sonhou ter. Chegando ao Templo do Fogo, ainda no pátio central ele contemplou todo seu exército. Aquele era o momento de sua libertação. Depois de trinta ciclos vivendo em vergonha,ele vai resgatar a honra que seu pai lhe tomou ainda em seu leito de morte; como último ato de uma vida que acabara praticamente na miséria. –– Senhor, que bom que chegou –– Exclamou Simis Welte se aproximando de Eve. –– Estamos prontos para partir? –– perguntou ele. –– Sim, meu senhor. Acredito que todos que estão dispostos a lutar vosso lado já se encontram aqui –– respondeu Peep Boxe olhando a sua volta. –– Então vamos começar a marchar –– disse o rei.
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