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Então Leiziel acorda. Com a visão turva ele simplesmente abre os olhos. Tudo ainda está escuro, sua respiração pesada. Uma dor instalada em sua cabeça, em seu corpo.
Por um momento ele pensou que perdera a visão por completo, mas um pequeno feche de luz, no outro lado do aposento em que estava, dizia a ele que ainda enxergava e que somente o local não possuía nenhuma fonte de luz.
Ele tentou se levantar, porém o esforço fez sua cabeça doer de forma exorbitante fazendo-o deitar novamente. A dor percorria todo o seu corpo.
Mas o que aconteceu? –– esta pergunta não saída da cabeça do conselheiro.
Tentando puxar de sua mente os últimos acontecimentos, ele simplesmente não conseguiu. Toda via, sentiu novamente uma forte dor.
Então ele voltou a fechar os olhos. E adormeceu.
Teve um sono intranquilo.
Sua memória o perturbara grandemente. Em um sonho que poderia ser considerado facilmente como um pesadelo.
Ele se lembrou de tudo: da profecia daquela fada; da volta ao palácio real; da invasão de Eve; da provável morte de Neven; do sumiço do príncipe junto de Anna; do quase assassinato que cometera.
Então num sobressalto ele se levantou.
Sua cabeça latejava, porém não com a mesma força de antes. Tudo ainda estava escuro no cômodo que ele permanecia. Agora ele se lembrara de tudo. Mas como foi que ele perdeu os sentidos? Quais foram às últimas palavras que saíram por aquele sorriso torto do elfo Ignis? Uma ameaça? Algo sobre um ogro. Então fora isso que acontecera. Ele recebera uma pancada de um daqueles ogros.
A sede pela justiça cegou seus olhos fazendo-o perder a chance de acabar de uma vez por todas, a ascensão do primeiro, e como recompensa o d****o de tirar sua cabeça do lugar para tentar por fim na dor em que recebera por causa de seus erros anteriores.
Ele se levantou da cama. Provavelmente estava trancado em uma das celas inferiores – pensou – já que o cômodo não possuía janelas, só a porta que era localizável com o pequeno feche de luz na base dela.
Com exceção da cama, Leiziel n******e sentir nenhum outro objeto pelo espaço que percorreu aos poucos até chegar atrás da porta. Ela era composta de madeira como tudo nos níveis inferiores. Mesmo ele sabendo que ela estava trancada, Leiziel tentou abri-la algumas vezes. Puxando com o máximo de força que sua cabeça permitira inferir sem ela protestar com uma dor insuportável.
Nada!
Por mais que tentasse a porta não se abria. Ele estava trancafiado igual um transgressor. Como isso poderia estar acontecendo? Ele sequer colocou os pés nos níveis inferiores onde ficavam as celas no período em que viveu ali, e naquele momento, ele estava trancado em uma.