Quem era ele? Era o filho do Sr. Scott?
Eu quis fugir, mas o meu corpo não respondia mais aos meus comandos. Que péssima hora para paralisar, Alissa. Eu estava estagnada diante a um desconhecido, um desconhecido que tinha um corpo tão magnífico... Que era quase inevitável não prestar atenção no seu peitoral muito bem trabalhado e na bendita toalha em sua cintura que ameaçava cair a qualquer instante.
O meu olhar se choca contra o seu. Ele ergue as sobrancelhas, como se questionasse a minha intromissão no seu ambiente pessoal.
Alissa! O que você está fazendo?! Insisto em despertar o meu corpo, até que finalmente me movo. E a única ação que consigo realizar: bater a porta e virar de costas para ela.
Eu não podia ver o meu rosto, mas tinha quase certeza de que estava em um tom avermelhado, pois eu sentia as minhas bochechas queimarem e a minha respiração desregular.
Não era de se esperar encontrar um homem apenas de toalha no banheiro daquele quarto, ainda tão sexy quanto ele. Definitivamente, vê-lo me deixou em choque, ainda mais por se tratar do filho do chefe.
Quando ele chegou aqui?
— Ei!
Gelo ao ouvir a sua voz abafada do outro lado da porta.
― Eu... Eu volto depois! ― aviso e me afasto.
Apresso os passos até a saída do quarto, e quando estou prestes a sair, lembro que havia deixado os materiais de limpeza para trás. Xingo-me mentalmente por ter cometido aquele erro e solto um suspiro pesado. Viro-me para retornar ao lugar onde estavam os produtos e me deparo com a figura a sexy saindo do banheiro.
Droga.
— E-Eu arrumarei o seu quarto depois. ― Digo tentando impedir qualquer tipo de questionamento e passo por ele, evitando olhá-lo.
― Você trabalha aqui? ― seu tom de voz soa surpreso.
― Sim, há quase três anos.
Recolho o balde com os materiais de limpeza e o puxo pelo quarto, até próximo a saída.
― Como eu não sabia sobre você?
Sua voz persistia no mesmo tom surpreso, o que me deixa confusa. Por que a surpresa?
― Como assim? ― o olho de relance.
Ele parecia tão confuso quanto eu. Mas, por quê? E logo se mostra hesitante em responder a minha pergunta.
― Não, nada. Eu só achava que conhecia todos os funcionários da casa.
Ah! Balanço a cabeça, aceitando a sua resposta e me viro para sair, e mais uma vez sou impedida. Escuto ele falar:
― Você não deveria ter arrumado o quarto antes da minha chegada?
Suspiro e permaneço de costas, com a intenção de não trocar nenhum contato visual com ele. Eu só queria sair dali e esquecer aquela situação constrangedora.
― Sim, e eu peço desculpas por isso. Houveram alguns contratempos. Mas assim que o senhor sair do quarto, eu arrumarei.
― E por que não arruma comigo aqui?
Sinto um frio percorrer pela minha espinha ao escutá-lo dizer aquilo.
― E-Eu não quero incomodar.
― Não irá.
Fechos os olhos. Qual era a dele? Não é possível que ele não tenha percebido a quão envergonhada eu estava por ter visto ele apenas de toalha. Nunca em toda a minha vida eu tinha visto um homem daquele jeito, a não ser em filmes e imagens, além de que ele se tratava do filho do meu chefe e eu precisava manter a decência.
― Por que você não olha para mim?
Mais uma vez sinto o meu corpo estremecer, e de repente a sensação de aproximação toma conta de todos os meus sentidos. Ele estava perto de mim? Mas não me movo para checar.
― Está envergonhada pelo que aconteceu?
Eu disse que era perceptível. Quanto mais ele falava, mais contribuía para a minha inquietação.
― Está tudo bem. Eu direi aos meus pais que não te deixei arrumar o quarto.
Agradeço mentalmente e saio de lá igual um foguete. Com certeza, depois daquilo, eu não iria conseguir encará-lo normalmente.