Capítulo 6

673 Words
Despejei o café dentro de uma das xícaras e a peguei em minhas mãos. Tomei um pouco do líquido escuro, levando cuidado para não queimar a minha boca. Fitei o balcão da cozinha, iniciando um processo de relembrar dos assuntos passados. Já haviam três anos que eu estava em Los Angeles, tendo um bom tempo longe da minha mãe e minhas irmãs mais novas. Mas aquela quantidade de anos, não me impediam de manter contato com elas. Sempre que eu podia, conversava com minha mãe via chamada de vídeo. Minhas irmãs cresciam cada vez mais. Às vezes eu me sentia m*l por não estar presente na fase de crescimento delas. Sempre me perguntei a razão de minha mãe não querer vir morar aqui em Los Angeles. Talvez, fosse mais fácil para ela e minhas irmãs. Ela poderia encontrar um emprego que pagasse bem e as meninas podiam ter um bom estudo. Talvez ela achasse que seria um incômodo, já que praticamente moro na casa do Sr. Scott. Mas a última vez que nos falamos, minha mãe me prometeu que mesmo não tendo a possibilidade de ela vir para cá, ela deixaria as minhas irmãs virem. Não importava a distância ou até mesmo as nossas economias, o meu único desejo mais sincero, era que pudéssemos viver juntas mais uma vez. — Alissa? Escutei uma voz suave adentrar a cozinha, despertando-me de meus pensamentos. Era a Sra. Scott. Ela sorria para mim serenamente, como se estivesse sorrindo para o próprio filho. — Onde está Elizabeth? — perguntou mantendo-se com o semblante harmonioso. — Huh... Ela foi arrumar o quarto do Joshua. Digo... Do Sr. Scott. Repreendo o gesto considerado não educado ao me referir ao filho dos meus chefes. — Oh, certo. — Balançou a cabeça e caminhou até o balcão, mexendo em algumas coisas que tinha sobre ele. — Você não precisa se referir formalmente ao Joshua, Alissa. Ele não é tão velho assim. E ainda mais... — Olhou para mim, sorrindo compassadamente. — Você é praticamente de casa. Abro um sorriso agradecido. Eu jamais poderia esquecer o momento em que a Sra. e o Sr. Scott me apoiaram. Sem nem mesmo me conhecerem, eles confiaram em mim e permitiram que eu trabalhasse na casa deles, e em troca, além de um bom salário, teria um lugar para morar e comer. — Sabe... — ela solta um riso baixo. — Somos uma família. Todos daqui. — Ela me olha mais uma vez. — Um cuida do outro. Ajudam nas horas que precisa... E assim vai. — Diz. — Refira-se ao mais novos, normalmente. Como se refere as suas amigas. Apenas não exagere. Ela diz suas últimas palavras entre risos, fazendo-me rir também. — Obrigada... Sra. Scott. Exalo novamente um sorriso agradecido em meus lábios, olhando para a xícara em minhas mãos. — E... Sua mãe? Manteve contato com ela? — Sim. Sempre falo com ela quando posso. — Voltei o meu olhar em sua direção. — Oh. Bom. Eu sinto muito por você estar longe das suas irmãs e de sua mãe. Nego com a cabeça. — Tudo bem. Eu sinto que não importa a distância, mas se eu as manter em meu peito... Sentirei elas perto de mim sempre. — Belas palavras Alissa. — Obrigada, Sra. Scott. (...) Já estava na metade do dia e a casa parecia estar de cabeça para baixo. — Alissa! Seja rápida, menina! ― Elizabeth diz sem paciência. — Não me apresse, Elizabeth! ― Retruco, igualmente sem paciência. ― Isso tudo está uma bagunça! Meu Deus! Olhei para as diversas malas jogadas pelo corredor do andar de cima até a porta do quarto do filho do Sr. Scott. Aquilo estava uma catástrofe. Eu não imaginava que quando Joshua havia dito que iria trazer algumas pessoas para cá, ele estava se referindo a cinco caras extremamente bagunceiros, que iriam passar uma semana aqui. Se no primeiro segundo eles largaram suas malas pela casa, para irem à piscina, imagine em uma semana. E aquela bagunça? Quem iria ter que arrumá-la?!
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