Capítulo 2

1557 Words
Adler Gräf Hoje sinto-me um cara realizado. Mas nem sempre foi assim, já cheguei a pensar que não conseguiria um terço do que tenho hoje, principalmente o respeito. Quando mais novo, meu pai era o meu herói e de fato ele sempre será, não posso negar o amor que sempre senti por aquele homem. Meu pai tinha duas famílias, mas isso nunca foi um segredo para minha mãe, só fui entender isso quando moleque já. A outra família não sabia da gente, meu pai costumava inventar viagens de negócios para ficar lá em casa, mas do nosso lado isso não era um segredo, quando ele tinha que ir embora, sabíamos bem o motivo. Pergunto-me como minha mãe aceitou essa situação. Embora ele nunca tenha deixado faltar nada, o que era dado para a outra família, era dado para a gente também, mas acredito que o principal faltava: lealdade. Se minha mãe aceitava, quem sou eu para julgar, não é mesmo? Quando meu pai faleceu, estava no início da minha iniciação na máfia, mesmo sendo um filho fora do casamento, ele queria que eu herdasse junto com seu outro filho, o filho legítimo, claro que eu não seria o Capo, mas estaria ao lado do meu irmão sem que ele soubesse que é meu irmão. Como o meu pai faria isso, eu não sei, mas ele faria. Aquele homem conseguia tudo que queria e com uma facilidade de invejar. Porém, não tivemos tempo, ele se foi cedo, meu meio-irmão herdou a máfia e eu fiquei de escanteio, mas não decidi parar, continuei minha iniciação sozinho, refazendo o pouco que meu pai havia me ensinado. Minha mãe ficou doente, acreditem se quiser, ela entrou em uma depressão profunda por causa da falta do meu pai. Ainda não consigo acreditar que o amor a matou. Mesmo sabendo que era a “outra”, ela era feliz, mas a falta dele foi insuportável para ela. Meus olhos puderam comprovar o que o amor é capaz de fazer, ou melhor, a falta dele. Fui vendo minha mãe definhar aos poucos. Cada dia mais magra, mais desgostosa da vida. Ela era uma mulher linda e deixou a depressão acabar com ela. Minha mãe ficou muito doente e não teve mais condições de ficar comigo, mesmo contra a minha vontade tive que ir morar com Enzo. Na época não queria de jeito nenhum, mas o cara é sangue bom demais e me acolheu como se sempre tivéssemos vivido juntos. Deu início ao meu treinamento de verdade e é graças a isso que sou tão respeitado. Apesar de ser um filho bastardo, eu sei que muitos pensam e até falam isso pelas minhas costas, mas não tem coragem de falar qualquer gracinha na minha frente. Enzo nunca deu brechas para qualquer pessoa falar sobre esse assunto. Meu irmão é o cara, igual a ele nunca conheci. Ele costuma falar que eu puxei o gênio difícil de papai e ele puxou só a parte boa. E olha, devo concordar com ele. Enzo ficou com tudo de bom e a parte r**m ficou no meu DNA mesmo. Hoje a minha família é Enzo, Alice e os meus sobrinhos. Embora eu fique um pouco afastado, levo eles em meu coração para onde eu for. A esposa do meu irmão é uma mulher incrível! Alice é uma irmã para mim e eu a respeito demais. Abriu as portas da sua casa e sempre me tratou como rei, não fez diferença de mim, assim como o meu irmão. Hoje assumo o lugar de subchefe da máfia alemã e faço alguns serviços por fora também, quando alguma máfia que temos aliança precisa de uma forcinha, faço o trabalho. Alguns me apelidam como o exterminador, mas prefiro deixar esses apelidos de lado, não me vanglorio do meu trabalho, embora tenha certeza de que o executo com a máxima excelência. — Viajando? — Théo chama a minha atenção. — Pensando na vida. — Pensando na vida aqui? Não fode, Adler! — Começa a rir. Estamos na boate que comprei há alguns anos atrás e confesso que é o meu lugar preferido, quando estou nas minhas raras folgas, gosto de estar sempre aqui. — Não sei o que você está fazendo aqui bebendo ao meu lado, vai para as suas sacanagens. — s*******m é com você, eu não costumo fazer orgias. Solto uma gargalhada do comentário de Théo. Ele tem razão, as orgias ficam comigo e a parte louca do s**o fica com ele. Théo curte demais um b**m*. — Faz pior que orgias. — Fala isso porque nunca fez, se fizer um dia, não vai querer saber de outra coisa. — Tá louco? Quero saber dessas coisas malucas que você faz não. Vou lá deixar alguém me chicotear? Théo ri. — Ninguém me chicoteia não. — Você que chicoteia elas. — Exato, meu caro! — Tô fora! — Hoje vai fazer as suas orgias com quantas? — Pretendo me divertir com muitas. — Rapaz, deixa um pouco para mim. — Fala em tom de brincadeira. — Mudando de assunto rapidinho... você vai na cerimônia do Luigi? — Querer, eu não queria ir não. Mas vou, moleque bom, não posso deixar de comparecer. — Certo. Sabe que Giulia vai estar lá, não é? — Théo não segura a risada. Bebo a dose do meu copo todo de uma vez. É só falar nessa menina que sinto os meus cabelos branquearem. A sobrinha de Alice é completamente louca, desde a adolescência vive no meu pé e quando fez dezoito anos, insistiu para que eu a desse um beijo de presente. Posso com isso? É claro que eu neguei e negaria quantas vezes fosse preciso, aliás, vou negar eternamente. Essa menina só vai sair do meu pé quando Rocco arrumar um casamento para ela. Não vejo a hora disso acontecer, mas o d***o* lá não parece estar ao meu favor e está enrolando para casá-la. — Infelizmente... Aliás, por falar nisso, quando sai o casamento de vocês dois? Todos sabem que as famílias pensam em um casamento para os dois. — Você tá doido?! Tô fora dessa parada aí, irmão. — Até quando? Porque você sabe que eles querem casar vocês dois. — Não vou casar com ela não. Giulia é apaixonada por você, vou me meter nessa história não. E outra, não quero saber de casamento. — Rapaz... não inventa essa parada que essa menina é apaixonada por mim não. Me tira fora dessa. Quando lembro que Jade passou o meu número para ela e essa garota me infernizou, ligou não sei quantas vezes, mandou um milhão de mensagens e até fotos, algumas até de biquíni. Tive que trocar de número e ir lá na casa do meu irmão chamar atenção da minha sobrinha. — Nem um beijinho, Adler? A menina não é f**a, muito pelo contrário, Giulia é bonita pra c****e*! — Você acha? Então fica com ela. — Vai dizer que nunca reparou nela? — Eu? Jamais! Faço nem questão de olhá-la. Sem dar corda ela já fica no meu pé, você imagina se eu der corda, tô fodido, ela me enforca. Ele cai na gargalhada e eu vou junto. — Aí vou te falar, você jogou algum feitiço na menina, ela só sabe falar de você. — Théo, quando ela perguntar de mim, por favor, diga que eu morri. Me levanto e escuto a risada dele. Giulia é uma menina mimada demais e acho que é por isso que ela insiste em mim. Afinal, eu a rejeitei e pelo gênio que eu percebo que ela tem, ser rejeitada não é uma coisa que ela aceite com facilidade. O que eu só lamento, porque no que depender de mim ela vai ter que aceitar essa rejeição. Não quero compromisso e muito menos dor de cabeça. Isso significa que eu quero essa louca longe de mim. Sei que as minhas palavras parecem duras, mas são sinceras. Nas poucas vezes que eu a encontrei, sim, foram poucas vezes, deixei claro que nada vai rolar entre a gente, nunca. Tentei não ser rude, mas com ela não funciona, sendo rude ou não, ela não desiste. Pensei em conversar com o pai dela, mas é irrelevante, todo mundo sabe dessa fixação dela por mim e infelizmente, ninguém faz nada. Por isso, procuro evitar ao máximo estar nessas reuniões de família ou da máfia, principalmente as que eu tenho certeza que ela vai comparecer. Confesso que não acho ela uma menina má, mas é mimada e vive em uma realidade totalmente diferente da minha. — Que tal uma festinha particular? — Pergunto ao me aproximar de duas lindas mulheres. Meu ponto fraco... mulheres! — Mais é claro, chefe! — Uma delas concorda, com um sorriso s****o no rosto. E a outra já gruda no meu terno. O que eu mais amo em minha boate é o s**o* liberado. Aqui não tem pudor, se gostou, a conversa fluiu e ambos toparam ir para o quarto, está valendo tudo, desde que ambas as partes concordem. Para mim também não existe aquele velho ditado: onde se ganha o pão, não se come a carne. Por aqui já fiz a festa com todas e repito sempre que posso. * O b**m é uma sigla que abrange as principais e mais conhecidas de suas práticas, que são b*****e, Disciplina, Dominação-submissão e Sado-Masoquismo.
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