Capítulo Seis 10 A REALIDADE BATE NA PORTA Na verdade, a primeira ou segunda semana não foram assim tão ruins. Afinal de contas, desde os oito anos que ela trabalhava na colheita em várias funções durante as férias escolares. Conhecia todos os trabalhos, as fases da colheita e as formas que os trabalhadores usavam para se divertirem. Também não tinha de se levantar tão cedo, tinha uma hora extra na cama e podia passar o dia todo com os seus verdadeiros pais. Certamente, isso tudo devia ser um ponto positivo, dizia ela a si mesma. Além disso, os pais tinham prometido pagá-la. “Telak, já que agora vai trabalhar para ganhar a vida e não nos vai custar nada, o seu pai e eu achamos por bem te pagar”, anunciou a mãe uma tarde sentados em volta da mesa da sala. “Não é verdade, Pata?” “Sim”, c