Capítulo Dois

2137 Words
Capítulo Dois 6 VIDA QUE CONTINUA Maar logo se acostumou com o fato de estar grávida não parecia impedir sua esposa de trabalhar como sempre, e assim, logo ficou menos preocupado. Obviamente Pang notou isso, e, embora ela tenha encorajado essa reação, ela também se ressentiu, embora sua gravidez não estivesse lhe causando nenhum sofrimento, ela esperava viver alguns enjôos matinais, mas pelo visto, ela parecia ser sortuda, pois não se sentia m*l em nenhum momento. “Que engraçado” ela pensou. Agora que a pressão de Maar havia diminuído sobre contar às pessoas sobre sua gravidez, ela mesma estava ansiosa para contar aos amigos e à sua mãe, até ao seu pai rígido também, mesmo que achasse um pouco assustadora a ideia, ela brilhava de felicidade, ela sabia que transmitia isso, pois todos comentavam como ela transmitia essa felicidade. “Você parece feliz hoje Pang, você encontrou cinco Baht nas calças de seu marido quando estava lavando a roupa?” perguntou um velho amigo, enquanto ela caminhava pela rua do vilarejo, seu rosto feliz atraiu sorrisos e comprimentos como ela não havia recebido desde o dia do seu casamento. ‘Isso é por sua causa, meu pequeno’, ela dizia para o bebê em seu ventre. ‘Você já está transmitindo felicidade, e só eu e seu papai sabemos que você existe. Você é um bebê tão maravilhoso’. Ela gostava de conversar com seu filho e a maioria de suas palavras não ditas eram dirigidas a ele. Ela descrevia seu dia; o que ela estava fazendo; o clima; humor das pessoas; e o que mais se pudesse falar como o que ela estava prestes a comer e compartilhar com seu filho. Como não se sabia o sexo do bebê, Maar e Pang começaram a chamá-lo de ‘Lek’, que significa ‘pequeno’ em tailandês. “Talvez sendo um apelido futuro” ∞ ∞ ∞ A semana passou sem acontecimentos e, assim, Pang e Maar prepararam-se para contar aos pais o feliz acontecimento que se aproximava. Lek ia ser a primeira criança da família em vinte anos “Mãe, podemos convidar os pais de Maar para jantar esta noite?”, perguntou ela, enquanto a abraçava durante o almoço, na mesa da sala. “Não se preocupe com a comida extra ou com o preparo da mesma. Será um prazer para nós cuidar disto!”. A mãe tentou não sorrir, mas tinha uma boa ideia do que a filha tinha em mente. “Não há necessidade de desperdiçar o seu dinheiro, filha. Leva uma das galinhas. Pata, qual dos frangos é que o Pang deve levar para cozinhar para o jantar de hoje, se os pais da Maar puderem vir? “Eles vivem na casa ao lado, mas hum, porque é que não podem vir para cá depois do jantar?” “Oh, meu Buda! Pata! A parcimónia é uma coisa, mas a avareza é outra! Quantas vezes é que a sua filha pede algo a família, nunca nem sequer aos amigos. Igualzinha a você. Ela perguntou se a família do marido dela pode vir jantar? Não achas que ela pode ter uma boa razão para querer fazer isso?” O marido de Pang sentou-se na mesa e olhou para a frente. Ele sabia bem quando era descoberta. “Pegue o g**o com o crista branca na cabeça”. “Pang, diz ao Maar que pode levar o g**o com a crista branca na cabeça, cortesia do seu pai e minha”. “Obrigado, Pata, obrigado, Mãe. Maar! Maar!” Logo chegou em um minuto, recebeu a boa notícia e foi a captura do g**o. Segurou-o nos braços durante uns bons quinze minutos, acariciando-o e falando com ele, acalmando-o, antes de quebrar rapidamente o pescoço. Entretanto, Pang tinha fervido uma panela de água para facilitar a depenagem, e Maar esventrou o g**o. Enquanto a ave descansava, Maar e Pang foram convidar os pais dele para jantar, que aceitaram sem hesitar, talvez porque a mãe de Pang já tivesse contado a mãe de Maar as suas suspeitas. “Oito horas então, Pang? Está ótimo. Obrigado a ambos. Estaremos lá na hora. Não se preocupe”, diz Bing, a mãe de Maar. ∞ ∞ ∞ Os pais de Pang vestiram uma roupa lavada para o jantar, algo que só se fazia em circunstâncias muito especiais, uma vez que o seu costume era tomar banho e ir para a cama uma hora depois de comer. Era uma prática normal no Vilarejo, mesmo aos fins-de-semana. Os pais de Maar reconheceram a importância do convite e foram a caráter também, apesar da relutância do pai de Maar. Pôs no bolso uma garrafa de Lao Deng, o whisky tailandês de qualidade média, para levar o jantar. Os quatro pais sentaram-se na grande mesa do jardim e deixaram que os filhos cozinhassem e lhes servissem o primeiro prato de frango com caril, enquanto bebiam o whisky de um único copo de shot, que passavam de um para o outro no sentido dos ponteiros do relógio. Antes de o primeiro prato ter sido consumido, a mãe de Pang começou a cozinhar no último segundo, e depois a mãe de Maar cozinhou algo em seguida. No espaço de uma hora, havia seis pratos diferentes na mesa e as pessoas estavam conversando como bons amigos. Quando o ritmo começou a abrandar, Pang respirou fundo e esperou por um intervalo na conversa. “Temos um anúncio a fazer”, disse ela de forma bastante oficial, e depois olhou para o marido. Ele concordou com a cabeça e seriamemte a olhou nos olhos e ela corou. “Bem, é o seguinte… Nós, bem… eu estou grávida”. Houve um silêncio, durante o qual o futuro casal se olhou nervosamente. “Ah, sério?”, pergunta a mãe. “É uma notícia fantástica! Não é, Bing? “Sim, claro que é! Não é, Yem?” perguntou a mãe de Maar ao marido. “Sim, claro que sim. Quando nasce o bebé? “Não temos a certeza”, respondeu Pang, “ainda não fomos ao médico, mas acho que o nosso bebé tem dois meses”. Ela sorriu enquanto se via contar os meses. “agosto?” perguntou o pai de Maar, Yem. “Sim, acho que sim, Pata. Mais ou menos a meio de agosto”. “Isso é bom”, disse o pai de Pang. “Um bebé de verão tem mais hipóteses…”. A mulher deu-lhe uma cotovelada. “Que coisa para dizer a uma jovem mãe de primeira viagem!” “O quê? É tão verdade agora como sempre foi! Há sempre muita comida e sobretudo fruta no verão. Qual é o problema de dizer isso? “Pode ser verdade, mas não é o que uma mãe quer ouvir. Por agora, guarda isso para você!” “Isso são ótimas notícias, minha querida. Não deixe que o seu pai te deixe pra baixo. Ele não tem que dizer nada”. “Faz alguma ideia do que será?”, pergunta Bing, a mãe de Maar. “Não,, mas também não tenho qualquer pressentimento”. “Não há problema”, disse Bing, “mostra-me os seus s***s”. Pang olhou em redor com uma expressão preocupada e depois para a mãe. “Não quero fazer isso. Para que serve isso?” “Bem, o teste é que se o seio direito for maior do que o esquerdo, então está grávida de uma menina e vice-versa”. “Qual é o problema, é tímida? Maar, qual é o maior?” “Não sei, mãe, os dois são iguais”, disse ele timidamente, olhando brevemente para Pang, que detestava que o seu corpo fosse discutida em público, mesmo que fosse apenas pela família mais próxima. “Talvez seja demasiado cedo para dizer pelo tamanho dos p****s”, disse o sogro. Pang olhou para suas mãos que estavam em seu colo e desejou estar em qualquer outro lugar. “Muito bem”, continua Bing imparável, “se os seus s***s não te dizem nada, deita-te na mesa e puxa a blusa para cima”. Pang lançou à mãe um olhar de “tenho que fazer isso?”, e a mãe assentiu, para grande consternação de Pang, depois Bing tirou a aliança de casamento de Pang, a prendeu no cabelo e suspendeu-a acima do umbigo. “Se der voltas e voltas, é uma menina, porque a aliança sabe sempre! Vai ter uma menina! O anel nunca mente”. “Bem, minha querida, o Bing diz que vais ser uma menina”. Pang sentou-se rapidamente e reajustou a roupa. “Obrigada, mãe, mas não estou preocupada com o sexo do nosso filho. Mas obrigada. Bing. Quer um rapaz ou uma moça, querido?” “Eu? Não me importo”, diz Maar surpreendido, “mas se for uma menina, espero que seja tão bonita como as senhoras desta mesa e, se for um rapaz, espero que trabalhe tanto como qualquer um de nós”. Pang sorriu pela diplomacia de Maar e tocou brevemente no joelho dele. ∞ ∞ ∞ Na manhã seguinte, quando Pang foi à loja da esquina às seis horas para comprar açúcar, Poon, o lojista, a deu os parabéns pela sua gravidez. “Então, está à espera de uma menina que nasce em gosto, não é? Quem me dera estar também… Adoro crianças… Tenho mesmo inveja de ti”. Pang apenas sorriu e acenou com a cabeça. Ela já sabia como o sistema telegráfico da aldeia era eficiente e Poon era a maior fofoqueira da região. Se ela sabia, então a maior parte das pessoas do vilarejo também sabiam. ∞ ∞ ∞ Quando os quatro regressaram do trabalho nessa noite, m*l tiveram tempo de pôr o arroz a cozer antes dos amigos e a família começarem a chegar. Pranom, uma das mais antigas amigas de escola de Pang, foi uma das mais bem-vindas e menos embaraçosas. “Oh, minha querida amiga, estou tão feliz por ti. Estava preocupada contigo, mas não queria dizer nada”. Pang olhou para ela confusa. “Bem, andamos juntas na escola. Eu casei assim que pude, bem, aos dezoito anos, mas você esperou, o quê? Cinco ou seis anos? Estás casada há dois anos…? Bem, pergunto-lhe, o que devemos pensar? Talvez Maar não estivesse, sabe… à altura. Ou talvez você fosse infértil… Percebe o que quero dizer, hein? Estávamos preocupados que não conseguisse realizar o seu potencial como mulher. “No entanto, isso já passou. Foi abençoada e em breve irá se juntar a maternidade”. Pang sorriu, mas não se sentiu completamente à vontade. Era uma mulher independente, mas a sua mãe tinha saído de casa aos dezassete anos e andado sozinha pelo campo à procura de trabalho - um ato de bravura que não se ouvia nas mulheres daquela época. Regressou três anos mais tarde com um marido, o seu avô. A sua mãe só tinha percorrido vinte quilómetros, mas, naquele tempo, podiam muito bem ter se dado m*l. Não havia ônibus, nem táxi, nem qualquer outro meio de transporte público para os pobres. Quando regressou, as outras mulheres do vilarejo tentaram afastá-la, mas a sua força e caráter venceu a todas. Atualmente, todo mundo no vilarejo a respeita e pede a sua opinião, e Pang tinha imenso orgulho em ser sua filha. Quando foram para a cama nessa noite, Pang ficou contente por ter contado o segredo. Já não havia necessidade de fingir, e ela podia compartilhar a sua felicidade com quem ama. Nessa noite, aconchegou-se com seu marido na cama, mas não gostava de falar dos seus sentimentos porque os pais estavam a poucos metros de distância. No entanto, sentia-se como uma pioneira. Era a mulher mais orgulhosa do mundo e o bebé que ela tinha a certeza de que era uma menina, seria alguém especial… e não só para ela, mas também para Maar e a sua família e para todos os que ela viesse a conhecer. A sua filha Lek seria uma campeã. Ela iria sair da vida monótona do vilarejo, como a sua própria mãe não tinha feito. Ela, pessoalmente, não tinha sentido a necessidade nem a coragem, mas sentia que trazia consigo uma Mulher Maravilha, m*l podia esperar para a conhecer e se dizia isso frequentemente. Ela cutucou Maar de lado, que era a sua maneira de lhe dizer que ele estava a roncar e quando ele se virou de lado para a encarar, ela aconchegou o r**o na sua muleta. Ele estava quentes, e Lek também. Os três estavam quentes, aconchegados e seguros na casa dos pais dela. Ela entiu a sensação e não queria adormecer, mas acabou por ceder.
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