CHARLIE (narrando)
Acordei antes que as meninas, ainda são 5h da manhã, porém preciso seguir para o apartamento, estava tão feliz que iríamos para o trabalho juntas, mas não posso correr o risco de ser vista com elas e levantar desconfiança.
Rapidamente busquei as roupas que estava usando ontem, as roupas antigas de meu pai não cabem muito bem, mas me serve, meu medo é essa calça ficar tão colada que pareça até feminina, afinal desenha um pouco meu traseiro, e ele não é tão discreto, nunca pensei que iria lamentar por isso um dia.
Eu teria que vestir essas roupas velhas, porém não já tenho que sair com o cabelo arrumado, para chegar no quarto só para vestir a roupa e seguir para shine record.
Tomei um banho rápido, não vou mentir, estou apavorada, com medo de que aqueles homens entre a qualquer momento e me encontrem, já tive que dormir com as roupas masculinas caso houvesse uma nova invasão, mas no momento que eu tiro... Essa sou eu, uma mulher totalmente à deriva e sem nem conseguir me defender direito "patética", só de pensar que eles querem por as mãos em mim, isso me faz querer infartar, prefiro morrer.
eu nunca tive nenhum homem em minha vida, e nem sei se viu chegar a ter um dia, ou se tiver talvez seja esse tal homem que nunca vi e nem sei o nome, não quero imaginar o quão horrível seria está nas mãos dele, já que nenhuma das suas vítimas estão vivas, talvez ele me mate antes mesmo de pôr as mãos em mim, até certo ponto isso me mantém aliviada, mas acredito que meu pai quer que eu mantenha a minha virgindade para que eu ao menos tenha uma chance de viver, o que é ainda mais ridículo, já que eu sofria abusos nas mãos desde crápula.
A água do chuveiro nem mesmo está quente, isso está me ajudando a relaxar um pouco, saí do banheiro rapidamente, vestir a roupa coloquei o tênis, e arrumei meu cabelo sobre o boné tentando disfarçar o máximo possível, escondi a outra peça de roupa masculina que usei para dormir.
— Sim, eu sou bem desconfiada, óbvio que se eles encontrarem a roupa de um homem aqui podem desconfiar de mim, tenho que ser esperta e fazer de tudo para manter a minha honra.
Sai do meu quarto, passei pela única sala que tem e fui até o quarto de meu pai, ele ainda dormia, me inclinei sobre seu peito.
— Pai — chamei gentilmente, então ele abriu os olhos facilmente levando um susto até me reconhecer. — Já estou de saída, tenho que sair mais cedo que as meninas, avise a elas para mim, que não poderemos ir juntas para o trabalho como queríamos.
— Tudo bem, querida — Murmurou gentilmente puxando meu rosto dando um beijo na minha bochecha. — Tenha um bom dia
— Terei, tenha um bom dia papai — disse finalmente me retirando, assim que desci a escada e saí encontrei três dos capangas daquele homem, eles me encararam com indagação, enquanto eu engolia em seco.
— Ei, quem é você moleque? — perguntou de forma abrupta, minha voz sumiu, enquanto recuo para trás, que droga! Eu tenho que falar algo
— Está surdo? — perguntou o outro.
— Eu sou novo hospede aqui! — respondi com a voz forçada, "Que merda isso não vai enganar ninguém" vejo pelos olhos deles a indagação.
— Novo hóspede? Esse não foi o cara que vimos sair com as meninas ontem? — perguntou um deles confuso.
— Sim, é ele mesmo, onde está a terceira garota? — perguntou com a voz pesada fazendo minha espinha arrepiar.
— Ela já saiu, foi trabalhar bem cedo — Respondi tentando manter a segurança na voz.
— Hum, como é seu nome? — Perguntou me analisando da cabeça aos pés.
— Meu nome é Paulo — Disse sem delongas "mas espera! Foi Paulo o nome que escolhi? Ou foi Carlos? Merda! Tanto faz eu não disse a ninguém.
— Paulo? De onde você é? — Perguntou me intimidando, apenas engolindo em seco.
— Eu morava no centro da cidade, porém me mudei para cá, é mais em conta para viver — Expliquei engolindo em seco, com medo deles desconfiar, escondi minhas mãos trêmulas embaixo da grande camisa, ainda bem que apertei meus se'ios em uma faixa, seria terrível que se a sua análise alcançasse meus se'ios.
— Cai fora moleque! — Fez levantando a mão para me assustar, obviamente eu saí correndo, não brincaria com a sorte.
Peguei o ônibus e segui para o centro da cidade, estou aliviada que eles não desconfiaram que eu sou mulher, a viagem demorou meia hora, sinceramente logo meus pensamentos foram tomados pelo meu primeiro dia de trabalho na Shine Record, minha felicidade está que não cabe no peito, assim que cheguei entrei no prédio pelos fundos, eu sairia pela frente como Charlie como havia dito, tenho que ter bastante cuidado, nunca se sabe quando eles podem cismar e me seguir.
Em meia hora já estava pronta, sei que a empresa shine Record, tem um padrão, não podemos ir vestidas de qualquer jeito, peguei minha bolso de couro falsificado, porém era nova, coloquei um chinelo e um casaco, usar salto o tempo inteiro pode ser bem desconfortável, finalmente estava pronta, segui para a shine Record, 10 minutos a pé, parei por alguns segundas na entrada, me desejando sorte.
— Vai dar tudo certo — Murmurei para mim mesma.
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ALAN DIGGORY (narrando)
Assim que entrei no elevador, vislumbrei a visão que eu esperava todos esses dias, sim a tal garota n***a, a Charlie "p**a que pariu, ela está linda, dos pés a cabeça, salto alto azul marinho, scarpin, calça jeans preto cobrindo até o meio da panturrilha, blusa tecido leve de botão, manga longa até os cotovelos, decote discreto, mas vou te dizer que me chamou atenção, seus s***s não são grandes, mas são bem sensuais naquela camisa, que apesar de social lhe deu um ar sensual, com as pontas amarradas e aqueles dois botões fora da casa revelando parte de sua pele e seu colar relicário de girassol, bem discreto, e relógio dourado que aposto meu Camaro que é falso, assim como sua bolsa, bom... O que poderia esperar de uma recepcionista da minha cafeteria.
Estou até agora segurando a porta do elevador a esperando, me sentindo um i****a admito, já que tem dois caras me encarando se perguntando que merda estou fazendo, espero que não digam nada, não tenho um temperamento muito bom, e quero esperar a madame chegar até aqui.
Assim que seus olhos alcançaram o elevador, ela correu para entrar na cabine "oh. Enfim fez algo útil belezinha"
— Obrigada — Agradeceu sem me encarar "Que merda! Ela realmente não vai lembrar de mim, a única coisa que quero é que esses caras saiam da p***a desse elevador, isso já estourou meu limite" parece que minhas preces foram ouvidos, eles desceram no terceiro andar, parei atrás dela, meu pai do céu, que traseiro, linda de frente e de costas, sinceramente me dar vontade de morder.
— Bom dia, senhorita Charlie — Disse com a voz fria, fria até demais, sentir sua cara de espanto.
— Bom... Dia senhor — Sua voz tremeu.
— Digamos que aquele último café, até que não foi tão r**m, você é boa no que faz deveria ter continuado lá — comentei sarcástico a fazendo engolir em seco, ela finalmente me reconheceu, na verdade percebi que ela não tem muita segurança em encarar as pessoas, mas quando ela se virou e me encarou com os grandes olhos negros esbugalhados, eu deveria te achado aquilo engraçado, mas achei lindo, ela é linda, senti meu coração errar uma batida, que merda!
— Desculpa, eu não vi que era você... — Murmurou insegura virando o rosto para frente novamente abaixando a cabeça fechando os olhos como se rezasse desesperada, isso me deixou ainda mais interessado em perturbá-la.
— Verdade... — parei de falar quando a porta do elevador abriu e ela correu saindo da cabine "uau, quer brincar de predador e presa? Não tem para onde fugir se estamos no mesmo departamento, garota tola" seguia tranquilamente até o departamento publicitário, e criadores, a já estava a apresentando, assim que entrei ela desviou o olhar, enquanto debochou com um sorriso discreto.
— Bom dia, senhor Alan Diggory — Disse a coeditora Miriam, uma velha excêntrica, loira oxigenada que me dar arrepios com sua pele super enrugada, e sua vestimenta tentando parecer jovem, pior é seu espelhou desgraçadamente forçado, olha para isso bebê, o que vou ter que passar por sua causa — Pessoal, esse é nosso supervisor chefe,— Disse suspirando me puxando pelo braço, Quem por Deus deu o c*****o da permissão de me tocar, puxei meu braço fingindo que havia perdido algo no sapato, obviamente que ela ficou sem graça, mas se me tocar de novo... Enfim, me recompôs, olhando ao redor, aquelas mesmos olhares encantados, ainda bem que tenho minha própria sala e era bem de frente para a mesa que escolhi para a Charlie, os ilustradores cada um tem sua mesa de trabalho, organizadas em um só espaço, porém co-editores, editores, chefes têm suas próprias salas, esse departamento é composto da arquitetura mais moderna, o andar de cima podemos observar todo o espaço onde ficar os ilustradores trabalhando, porém eu peguei a sala no andar de baixo para ficar a observando.