CAPÍTULO 1

1790 Words
Kimaya Smith Wray.   Acabo de sair da minha empresa, cansada, e tenho que ir directamente para a casa da senhora Karina "minha mãe", pois ela decidiu fazer sei lá o quê, de última hora, com as pessoas dela, lá na mansão. E onde eu entro nisso, também não sei.   Nesse exacto momento estou no meu carro a caminho de lá. O que a gente não faz por uma mãe carente.    No meio do caminho o telefone do carro toca e eu atendo.   Ligação on...   - Oi minha querida!- minha tia Vanessa, diz com a voz meio fraca.   - Oi tia, está com voz fraca, está dormindo? Você não vai para essa coisa que a sua irmã decidiu fazer de última hora?- questiono e ela ri fraquinha.    - Infelizmente não, seu tio me proibiu.- ela diz com a voz falhando. E isso já me preocupa.   - E você aceitou tia? Fala sério. - digo frustrada.   - Você sabe que eu não posso fazer nada querida, ele anda muito agressivo esses dias. - ela se justifica.    - Você não deve aceitar desrespeito tia. Dá uns tabefes nele e pronto. - digo e escuto ela rir.   - Você sabe que eu não fiz esgrima, e não sou formada em 17 artes marciais que nem você. - ela diz rindo me fazendo revirar os olhos. - Sem contar que nem se eu conseguisse fazer o mínimo do que você faz o poderia enfrentar, ele está um brutamontes. - se queixa.   - Tia, eu já falei para você denunciar o Watson. - digo e sinto ela suspirar do outro lado da linha.   -  Se ele descobrir, ele me mata. - ela diz e eu suspiro.   - Seu cunhado, meu pai, marido da sua irmã, seu amigo, é Director Geral da FBI, de certeza que ele faria o possível só para não te ver m*l com esse senhor da qual você insiste em proteger.- digo e ela cala por um momento e não demora até eu ouvir a voz do Watson.    - Tia, está tudo bem?- questiono e não obtenho resposta. - Tia? Quer que eu venha para aí? - questiono já alarmada.   - Não, não querida, está tudo bem. – ela responde. -  Divirta-se e não fala com sua mãe sobre isso, pelo menos não nessa festa. - ela diz e eu suspiro.   –Tia, eu venho agora se precisar… - falo, mas ela me corta.    – Juro que está tudo bem, te ligo se precisar. – ela diz com a voz firme.   - Tudo bem, beijos. – digo nem um pouco convencida. - Beijos filha. - ela diz e desliga rapidamente.    Ligação off...   Eu não entendo o  porquê de  ter  medo daquele homem abusivo, ele a trata tão m*l. Que o cafageste não ouse tocar num fio sequer do cabelo da minha tia, caso contrário  verá sua traqueia bem na frente dos olhos dele. E eu não brinco em serviço.    E a questão é, porquê eu não denuncio por ela? Acontece que desde criança, eu nunca fui com a cara daquele ser, e nunca fiz questão de omitir e a minha tia é dependente emocional dele, e se eu o denúncio, a minha tia pode muito bem o encobrir e deixar a minha denúncia como raiva infundada.   A única que pode se ajudar é ela. Enquanto isso, eu oro para nada de m*l acontecer, caso contrário não me importo de ter o meu depoimento levado como infundado.   •   Chego finalmente a mansão  e o portão automático abre,  já vejo alguns carros por aqui. Às vezes dói saber da carência das pessoas, custava ficar em casa só com o seu marido relaxando?   Estaciono meu carro perto da fonte, pego minha bolsa e saio do carro, indo até a porta sendo cumprimentada por alguns seguranças da mansão.    Toco a campainha, e a Joana, a governanta da casa dos meus pais, logo amplia o sorriso quando me vê ao abrir a porta.    - Menina Kimaya, que saudade de você! - ela diz com seu bom humor habitual. - Está linda minha menina!- ela exclama, me observando toda sorridente.    - Muito obrigada, Joana! - agradeço, tirando meu celular da bolsa e entregando a bolsa para ela guardar no armário do hall. - O que tem aqui? - questiono.   - A sua mãe está conversando com algumas amigas, membros da comissão na sala de estar.- ela diz- e seu pai está com o Bryan Miller e mais uns senhores no escritório. - ela diz eu suspiro a fazendo rir.   Vou até a sala de estar, vendo todas as fofoqueiras da comissão conversando animadas, degustando de cafés e aperitivos. Esboço um sorriso assim que elas me encaram sorrindo.    - Boa noite! – às saúdo.    - Boa noite! - respondem animadas, enquanto eu me sento.   - Já estava achando que você não vinha mais! - minha mãe diz, fazendo drama.   - E nem deveria ter vindo. – afirmo. - Só que como a senhora Karina insistiu tanto tive que sair do trabalho para cá.- digo e elas riem.   - Eu queria te ver filha. - ela diz e eu reviro os olhos.   A Joana vêm sorrindo.    - Deseja alguma coisa menina? - ela questiona.   - Café, por favor Joana.- respondo, e ela assente se retirando.   - Como vai a vida, querida? - a Reilly, fofoqueira questiona.  Porquê tanto interesse na vida alheia?   - Muito bem!- respondo e elas sorriem.   - Você está tão  linda até dá inveja. - a Safira invejosa, comenta. – Que dieta você está fazendo dieta? - questiona curiosa.   Onde a minha mãe me mete, e eu lá tenho idade para dietas.   - Enquanto eu puder fazer exercícios físicos, dietas não farão parte do meu cronograma. – a respondo, fazendo as outras rirem e ela rir sem graça.   É a minha mãe me fez vir tomar café e falar de dietas.   Até que entram na sala, o meu pai, o Bryan Miller – e não demorou para as assanhadas puxarem os vestidos. - O Dian Scott, e o Fernando Miller - primo legítimo do Bryan.   - Boa noite! - o Bryan me saúda, me encarando com o seu típico olhar arranca almas.   Ele acha que me derreto. Pois está muito certo.   Porém, não me importo.   - Boa noite! – os saúdo à todos.   - Filha, tudo bem? - ele questiona se sentando junto com os outros, feliz em me ver.   - Tudo e com o senhor? – questiono retribuindo o sorriso.    - Feliz em ver a minha filhinha. - ele responde sorridente. E eu fico os encarando à espera deles me dizerem o porquê da minha vinda até cá.    - Porquê vocês me chamaram, afinal? - questiono tomando meu café.    - Estamos organizando uma gala de beneficência. - a Sandra diz.   - E? – questiono, esperando pela desenvoltura.    - Bem o Ryan é o patrocínador oficial, e a sua mãe achou uma boa ideia, você leiloar uma das peças da sua marca. – a Reilly explica, e eu assinto me levantando em seguida.    - Tudo bem! - respondo para eles. - Bryan, no pequeno almoço de amanhã falaremos mais profundamente sobre esse assunto.- digo pegando no meu celular.   - Isso é um convite? - ele questiona fazendo os outros rirem.    – Se  isso for te consolar. – debocho dele, o fazendo rir. - Eu já vou!- aviso.   - Mas já?- elas reclamam.    - Sim, boa noite!- digo mandando beijo no ar, e vou.   Vê se pode, fazer uma pessoa cansada sair do trabalho, para dar uma informação que podiam ter dado ao celular.   Entro no meu carro, e piso no acelerador pois foi para isso que foi inventado, até a minha casa.   Ao chegar, pego na minha bolsa, e entro.  Subo directamente para o meu quarto, e de lá directamente para o banheiro. Precisava de relaxar.    Assim que acabo, vou para o meu closet, passo creme no meu corpo, coloco uma langerie e pronto, volto para o quarto indo em direcção a minha cama, ligando o AC e a TV.    Tudo o que uma pessoa quer.   Quando o meu momento é interrompido por uma chamada do Cücü "Cunente", meu amigo e acessor de imprensa.   Atendo frustrada. Tudo o que eu quero, é um momento meu, meu Deus!   Ligação on...   - Fala Cücü. - digo.   - Oi diva, tudo bem com você? Eu estou bem também, sabe?!  - ele questiona num acto de repreensão e eu reviro os olhos.   - Estou Cücü, seja directo, estou cansada. - digo e ele suspira.   - Hmm grossa… - reclama e eu o ignoro -  Eu estou precisando de um matéria bombástica para a sua imagem Kim... - ele pede e eu suspiro.   - Eu já estou organizando um desfile, com algumas modelos renomadas e será uma nova colecção, não basta?  - questiono sarcástica.   - Ai Kim! – ele berra frustado. -  Eu quero uma matéria polémica. - ele diz. - Como por exemplo, você e o Bryan Miller casando. - ele diz e eu reviro os olhos.    É com cada coisa que eu tenho que aguentar!   - Eu? Casando com o Bryan Miller? – questiono retoricamente. - Não me faças rir Cücü. - digo.   - Kim, porquê não? O Bryan Miller é o Bryan Miller, porquê não acontecer? - ele questiona e eu reviro os olhos.    - Simplesmente porque eu não quero Cücü. – deixo claro, o fazendo suspirar frustrado.  - Em troca de quê eu faria isso? – o questiono.   - Pensa comigo Kim, você já viu a quantidade de ships que vocês estão recebendo desde aquela matéria que fizeram juntos? - ele questiona, bem, mentira não é. - Vocês são o assunto mais comentado das redes sociais. Se você aceitar isso, meu Deus! – ele grita entusiasmado com as suas próprias paranóias. – Será o auge, o topo, haverá um surto mundial! – Ninguém merece.   - Não Cücü e ponto. Você terá que procurar outra coisa. – digo.   - Ah, tudo bem! Vá achando que o seu não é suficiente para acabar com essa ideia fantástica.- ele debocha, me fazendo revirar os olhos. – Eu vou arranjar um jeito de marcar uma reunião, com aquele pedaço de céu, e você sabe que o Bryan Miller, se mete em tudo que seja vantajoso para ele. – mentira não é. – Quer apostar? – ele questiona.   - Me poupa vai Cücü, não é hora para discutir sobre isso, boa noite. - o despeço.   - Mas… -  ele tenta se opor.    - Beijo Cücü.- digo e desligo.   Um dia sem drama, maluquice ou pessoas carentes é tudo o que eu peço!   Ligação off...
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