Capítulo 2
Tamara narrando
Eu estava me sentindo tão estranha com aquela roupa; nunca tinha usado nada tão aberto assim, mas me sentia linda. Saímos do morro no carro da Manu. Quando chegamos à contenção, uma moto parou ao nosso lado. Ela abriu o vidro do carro, e era o capataz.
— Tá indo onde, Manu? — ele pergunta, e ela o encara.
— Tô saindo, ué! Agora eu tenho que te dar satisfação da minha vida? Eu, hein! — ela diz, fechando o vidro. Saímos em direção ao asfalto, e ela colocou o som no máximo, tocando um pagode.
— Foi com ele que você ficou, né? — eu pergunto, abaixando a voz, e ela concorda.
— Foi, mas o que ele tem de gostoso, tem de cachorro. Não vale nada! Já estava se pegando com uma p*****a hoje, que eu vi! — ela diz, toda bolada, e eu n**o com a cabeça. Chegamos no morro do Jacarezinho, e os menores da contenção já conheciam ela, então deixaram a gente passar. Ela subiu o morro, e paramos em frente a uma casa bem grande e bonita. Descemos do carro e fomos entrando na casa. Já no portão, tinham dois caras nos olhando.
— E aí, Manu! — um deles diz, fazendo um toque com a mão.
— Essa aqui é minha prima, Tamara — ela diz, me apresentando.
— Satisfação, morena! Eu sou o Tubarão — ele diz, me dando um beijo no canto da boca. Meu corpo todo se arrepiou na hora; o homem é lindo e cheiroso. Eu só dei um sorriso tímido e fiquei morrendo de vergonha.
— Satisfação, eu sou o Jacaré — o outro diz, e eu concordo, fazendo um toque com ele. Manu e eu entramos na casa, e eles vieram atrás. Fomos pra parte da piscina, e tinha bastante gente; ninguém que eu conhecia. A Manu pegou uma Coca pra mim e uma cerveja pra ela, começou a dançar, e eu fiquei ali escorada no muro, olhando tudo. Era tudo muito novo pra mim. Tinha umas garotas com roupas super curtas, dançando e rebolando até o chão, alguns caras fumando maconha, outros bebendo, e uns se pegando na frente de todo mundo. Coisa de louco mesmo.
— E aí, tu não bebe não? — o Tubarão diz, chegando ao meu lado, e eu n**o com a cabeça. Ele ergue a sobrancelha, me olhando. — E tu não tem namorado não? — ele pergunta, e eu n**o com a cabeça. Ele dá um sorriso de canto.
— E você tem namorada? — eu pergunto, e ele n**a.
— Tô soltinho na pista. Bora dar um pião comigo? — ele diz, e eu n**o.
— Não vou sair contigo não, m*l te conheço! — eu digo, e ele ri.
— Vai com ele, Tamara! É só dar uma volta aqui na casa mesmo — a Manu diz, e eu olho pra ele.
— Isso, Manu! Ajuda aí, mano, que tá difícil aqui — ele diz, e a Manu ri.
— Cuidado com a minha prima, que ela é pura, hein! — Manu diz, e minha cara esquenta na hora. Ele olha pra mim e ergue a sobrancelha.
— Bora! — ele diz, pegando na minha mão. Fomos andando pra dentro da casa; algumas meninas me olhavam com cara feia. Caminhamos até um escritório bem grande. Ele fechou a porta, e tinha um sofá enorme. Eu me sentei, e ele pegou uma bebida pra ele.
— Tu quer uma Coca? — ele pergunta, e eu n**o. Ele se aproxima de mim, senta ao meu lado e se vira pra mim.
— Na moral, tu é linda demais, Tamara. De todas as minas que estão aqui, tu é a mais gata, na moral! — ele diz, e eu dou um sorriso sem graça. — Eu tô louco pra te beijar. Posso? — ele pergunta, e eu concordo. Ele se aproxima mais e encosta os lábios nos meus. Eu abro a boca e dou passagem pra língua dele. O beijo se encaixou na hora; foi um beijo gostoso que me deixou com o corpo todo pegando fogo. Paramos por falta de ar. Ele encostou a testa na minha e deu um sorriso, olhando pra mim.
— Tu é sempre assim, tão quieta, na sua? — ele pergunta, e eu concordo.
— É a primeira vez que eu vou a uma festa assim — eu digo, e ele arregala os olhos.
— Vai dizer que tu é virgem também? — ele diz, com safadeza, e eu concordo com a cabeça. Ele arregala os olhos na hora.
— Tá me zuando, né? — ele pergunta, e eu n**o.
— Eu fui criada dentro da igreja. Meus pais nem sabem que eu estou aqui. Sou filha do Anderson — eu digo, e ele concorda.
— Eu tô ligado quem é teu pai. Foi muito parceiro do meu coroa, mas, na boa, achei que nem existisse mais uma mina virgem nesse mundo. Eu nunca vi — ele diz, dando um sorriso de canto. Ele me puxa pra perto e me beija novamente, mas dessa vez o beijo foi diferente, com mais desejo. Ele me beijava e apertava minha cintura, um beijo intenso e gostoso.
— Morena, tu tá me deixando louco, mano! — ele diz, voltando a me beijar. Eu fiquei sem reação, só me entreguei ao beijo e ao que estava sentindo.
Continua.....