O LIVRO DE LAYKOS: A OUTRA HISTÓRIA DO LOBISOMEM

OS PODERES DE CÃO

Quando os homens começaram a multiplicar-se na terra e lhes nasceram filhas, os filhos do Criador viram que as filhas dos homens eram bonitas e escolheram para si aquelas que lhes agradaram. Naqueles dias, após a descida dos filhos do Criador para o nosso meio e também posteriormente, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens e elas lhes deram filhos, começaram a se espalhar os nefilins na terra. Esses nefilins foram os heróis do passado: homens e mulheres de grande poder, estatura e destreza.

Entretanto, os nefilins corromperam os homens, fazendo-os perversos, avarentos e totalmente pecaminosos, corrompendo os homens bons, a ponto de fazê-los pecar e morrer em pecado, sem contar que a descendência de Caim se espalhava pelo mundo tal uma praga de ratos. Então tristemente disse o Senhor:

- Por causa da perversidade do homem, meu Espírito não contende­rá com ele para sempre: ele só viverá cento e vinte anos.

O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o m*l. Então o ­Senhor arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra, e isso cortou-lhe o coração. Disse o Senhor:

- Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, os homens e também os animais, grandes e pequenos, e as aves do céu. Arrependo-me de havê-los feito.

A Noé, porém, o Senhor mostrou benevolência e quis salvar não apenas a ele, como também a sua descendência. E esta é a história da família de Noé:

Noé era homem justo, íntegro entre o povo da sua época. Ele andava sempre com o Criador e lhe era grato por tudo. O Criador o abençoou com a fertilidade e Noé gerou três filhos: Sem, Cão e Jafé. Ora, a Criação estava corrompida aos olhos do Criador e cheia de violência por conta dos homens maus e dos nefilins. Ao ver como a terra se corrompera, pois toda a humanidade havia corrompido a sua conduta, O Criador disse a Noé:

- Darei fim a todos os seres humanos, por­que a terra encheu-se de violência por causa deles. Eu os destruirei com a terra. Você, porém, fará uma arca de madeira de cipreste: divida-a em compartimentos e revista-a de piche por dentro e por fora. Faça-a com cento e trinta e cinco metros de comprimento, vinte e dois metros e meio de largura e treze metros e meio de altura. Faça-lhe um teto com um vão de quarenta e cinco centímetros entre o teto e o corpo da arca. Coloque uma porta lateral na arca e faça um andar superior, um médio e um inferior.

Eis que vou trazer águas sobre a terra, o Dilúvio, para destruir debaixo do céu toda criatura que tem fôlego de vida. Tudo o que há na terra perecerá. Mas com você estabelecerei a minha aliança, e você entrará na arca com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos. Faça entrar na arca um casal de cada um dos seres vivos, macho e fêmea, para conservá-los vivos com você. De cada espécie de ave, de cada espécie de animal grande e de cada espécie de animal pequeno que se move rente ao chão virá um casal a você para que sejam conservados vivos. E armazene todo tipo de alimento, ­para que você e eles tenham mantimento.

Noé fez tudo exatamente como Deus lhe tinha ordenado. Então o Senhor disse a Noé:

- Entre na arca, você e toda a sua família, porque você é o único justo que encontrei nesta geração. Leve com você sete casais de cada espécie de animal puro, macho e fêmea, e um casal de cada espécie de animal impuro, macho e fêmea, e leve também sete casais de aves de cada espécie, macho e fêmea, a fim de preservá-los em toda a terra. Daqui a sete dias farei chover sobre a terra qua­renta dias e quarenta noites, e farei desaparecer da face da terra todos os seres vivos que fiz.

E Noé fez tudo como o Senhor lhe tinha ordenado. Noé tinha seiscentos anos de idade quando as águas do Dilúvio vieram sobre a terra. Noé, seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos entraram na arca, por causa das águas do Dilúvio. Casais de animais grandes, puros e impuros, de aves e de todos os animais pequenos que se movem rente ao chão vieram a Noé e entraram na arca, como O Criador tinha ordenado a Noé.

E, depois dos sete dias, as águas do Dilúvio vieram sobre a terra. No dia em que Noé completou seiscentos anos, um mês e dezessete dias, nesse mesmo dia todas as fontes das grandes profundezas jorraram, e as comportas do céu se abriram. E a chuva caiu sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.

Naquele mesmo dia, Noé e seus filhos, Sem, Cão e Jafé, com sua mulher e com as mulheres de seus três filhos, entraram na arca. Com eles entraram todos os animais de acordo com as suas espécies: todos os animais selvagens, todos os rebanhos domésticos, todos os demais seres vivos que se movem rente ao chão e todas as criaturas que têm asas: todas as aves e todos os outros animais que voam. Casais de todas as criaturas que tinham fôlego de vida vieram a Noé e entraram na arca. Os animais que entraram foram um macho e uma fêmea de cada ser vivo, conforme O Criador ordenara a Noé. Então o Senhor fechou a porta.

Quarenta dias durou o Dilúvio, e as águas aumentaram e elevaram a arca acima da terra. As águas prevaleceram, aumentando muito sobre a terra, e a arca flutuava na superfície das águas. As águas dominavam cada vez mais a terra, e foram cobertas todas as altas montanhas debaixo do céu. As águas subiram até quase sete metros acima das montanhas. Todos os seres vivos que se movem so­bre a terra pereceram: aves, rebanhos domésticos, animais selvagens, todas as pequenas criaturas que povoam a terra e toda a humanidade.

Tudo o que havia em terra seca e tinha nas narinas o fôlego de vida morreu. Todos os seres vivos foram exterminados da face da terra; tanto os homens como os animais grandes, os animais pequenos que se movem rente ao chão e as aves do céu foram exterminados da terra. Só restaram Noé e aqueles que com ele estavam na arca. E as águas prevaleceram sobre a terra cento e cinquenta dias.

Entretanto, o Dilúvio que ocorreu para destruir a humanidade não afetou a casta dos vampiros. Eles sobreviveram à catástrofe arquitetada pelo Criador para acabar com a humanidade. Depois que as Terras secaram, Caim acreditou que aquilo era mais um ato do Criador para puni-lo por criar os vampiros. Dessa maneira ordenou a todos que parassem de tratar os humanos como rebanho e ele mesmo sumiu no mundo, deixando uma lei, para seus “filhos”, ordenando que só era permitido consumir sangue animal: nunca o humano. Ordem que seus filhos obedeceram cegamente.

Porém os netos, cansados de consumir sangue animal por muito e muitos anos, se uniram e mataram os “filhos” de Caim, pois não queriam seguir as regras ditadas por ele, pois o sangue humano era por saboroso demais aos seus lábios. E após essa rebelião acontecida em Enode, os vampiros começaram a se espalhar pelo mundo, sendo que cada um dos sete netos, descendidos dos primeiros vampiros criaram seus próprios clãs, cada um com suas características e poderes. Durante muitos anos eles lutaram entre uns contra os outros, querendo cada um o poder para si, mas depois viram que se unindo em uma sociedade oculta nas sombras, seriam extremamente poderosos.

Isso fez com que os anjos vissem potenciais inimigos na guerra que estaria por vir, pois esses vampiros já estavam condenados pela maldição, o Sheol já era destino certo a essas criaturas e Lúcifer já os estava esperando, sem saber se para puni-los ou aliarem-se a ele. O poder dos vampiros estava se tornando extremamente forte e perigoso para o mundo dos homens, as potestades e principados celestiais. Um dos líderes dessa nova raça de netos de Caim, enquanto bebia o sangue de uma bela jovem que fora capturada em uma caravana que passava perto de Node, juntamente com os demais de sua tribo, tomou a palavra e disse:

- Qualquer ser humano temente ao Deus que selou Caim, que realmente acredite que seres angelicais concederam à nossa raça autoridade sobre os objetivos de sua existência e do mundo, ainda está na fase de ser o nosso melhor alimento. Não existe outra revelação senão as ideias disseminadas para confundi os sábios e convencer os ignorantes. E os que começarem a questionar nossa autoridade, estão sujeitos a serem gado para nossa nutrição, como é a sina de todos os que não foram transformados em um de nós!

Mesmo tendo sido marcado por Deus e enfrentado a humanidade, evitando a todo custo transformar eles em vampiro e mesmo não conseguindo se conter, Caim foi um grande homem em Node, um dos melhores aprendizes de Lilith, uma pessoa que mesmo não sendo inspiração para ninguém, passou e passa seu tempo tentando não espalhar sua maldição, matando e enterrando para sempre os seus descendentes. E mesmo ele não sendo perfeito, seu jeito rude com a humanidade em si lhe ocasionou grandes problemas onde foi marcado por Deus, por causa de um m*l que ele mesmo criou. E enquanto passa a eternidade fugindo e se escondendo, Caim nunca deixou de criar, de aprender e de surpreender os vampiros que ele mesmo criou, matando-os para sempre, tal como um grande caçador deve fazer.

***

Logo após o Dilúvio e quando já estavam em terra seca, Noé, cheio da autoridade do Criador, amaldiçoou o seu filho Cão, por vê-lo nu, depois de ter se embriagado com o primeiro vinho feito das uvas colhidas em sua primeira vinha. Envergonhado, Cão saiu da presença de seu pai. Infligido e bastante triste pela maldição dada por seu patriarca, o jovem proferiu diversas lamentações:

- Fiz o que não deveria, por isso sofro com o arrependimento, o remorso de não ter feito diferente e ter evitado ser amaldiçoado! Só gostaria de ter outra oportunidade e fazer de outro modo, me assegurando de ter dado um rumo diferente para a minha vida! Como eu gostaria de voltar no tempo e não ter visto meu pai nu. Ter tomado àquela decisão me custou muito caro. Ela me custou este vazio da sua ausência! Fiz o que devia sem a consciência de que coloquei toda a minha vida a perder e nem sequer pedi a permissão de meu pai para tanto. Mas errei e hoje só posso pedir o seu perdão mesmo que meu pai Noé não esteja aqui para me perdoar. Culpa, remorso e arrependimento são os sentimentos que me fazem doer e ressecar o coração. E dói mais ainda por não poder voltar atrás e mudar o que foi feito. Vou ter que conviver com esta maldição, na esperança de que seja amenizada com o tempo e que, de onde meu pai estiver ele possa me perdoar pelo meu erro. Hoje, depois de passado tanto tempo amaldiçoado, olho para trás e vejo que tudo poderia ter sido diferente. Fui irresponsável e inconsequente, não ouvi o meu bom senso, a minha consciência e hoje só posso lamentar por me encontrar nesta situação difícil. Ai, de mim! Agora tudo são trevas!

Fugindo da presença de seu pai, indo se esconder nas sombras para que ninguém visse em seu semblante a marca da vergonha, Cão foi procurado por um individuo estranho, que vestia túnicas extremamente alvas. Esse indivíduo lhe prometera recompensas eternas, caso Cão aceitasse ajudá-lo em uma grande missão. E o caçula de Noé, já sem esperanças e deprimido aceitou o pacto e, com isso, selou o seu destino, dizendo:

- Uma grande oportunidade de estar hoje com minha família me foi perdida e hoje penso que tudo poderia ser diferente. Porém a prepotência de achar que tudo se pode fazer, relacionada à juventude me levou a pensar que a minha liberdade jamais cessaria e que ações sem consequências sempre estariam ao meu dispor. Mas hoje, com essa oferta, vejo que a vida nos apresenta algumas grandes oportunidades e cabe a nós saber identificar e não deixar passar. Se for para que meu fardo possa ser diminuído com ações, aceito a oferta de ajudar, dando um novo sentido à minha vida!

O indivíduo em questão era o anjo Metatron, que como não conseguira eliminar os netos de Caim no grande dilúvio, desejava controlar a proliferação dos vampiros na Terra, para que a maldição não tocasse os homens bons aos olhos de Deus. Metatron, tendo sido permitido por Deus a agir em segredo, concedeu poderes a Cão e também à sua descendência, para perseguir e m***r os vampiros. E enquanto transformava Cão naquele que iria se não frear, controlar a disseminação dos vampiros, o anjo tomou a palavra nestes termos:

- Jovem Cão, não te afliges mais, pois só é digno de vida, aquele que não teme em errar e acredita na força que emerge de dentro do seu ser, arriscando tudo, mesmo em seu pior momento, sem medo de alcançar a felicidade, a satisfação e se auto avaliando em busca de melhoras, conquistando o que sempre quis, inclusive o mundo. Não acreditar no potencial destrutivo dos filhos de Caim é pior do que a aceitar o fim da obra divina, pelas mãos da humanidade. Assim como meu pai, O Criador, eu sempre acreditei no homem, em seu potencial e na sua bondade, mesmo para meus irmãos de luz isso não passa isso de ingenuidade. Isto por que para mim, é mais que isso: é fé! Por isso nada se cria e nada se destrói perante o Criador: tudo se transforma. E é por isso que não apenas poderes que lhe concedo, mas também uma profunda transformação em sua vida, para te redimires não apenas com a descendência de teu pai Noé, mas também para gerar a tua própria descendência. Não se trata de algo gerado pela mente humana, ou por mim, pois nada faço se não for concebido por meu pai: é tudo fruto do magnífico trabalho do Criador, obedecendo, dentre outras, as leis do relativismo e do equilíbrio universal. Receba agora esses dons e esses poderes para que lutes contra a descendência de Caim. Ajoelha-te Cão e ao se erguer novamente, serás de hoje em diante uma nova criatura!

Desse dia em diante, Cão fez jus ao seu nome e se transformou numa poderosa b***a, metade homem, metade lobo, com garras e presas enormes, com força, coragem e fúria suficientes para odiar e m***r um vampiro. Assim como Caim, Cão também era poderoso o suficiente para exterminar dezenas de vampiros de uma vez e com o tempo, os descendentes de Cão se tornaram inimigos naturais dos vampiros e foi assim que surgiram os lobisomens.

Aos olhos do Criador, cuja onisciência já conhecia o resultado da atitude de seu filho Metatron, agora e para todo o sempre, essa descendência de Cão ganhou uma missão em destaque aqui na Terra, que foi a de manter a ordem deste submundo que estava emergindo. Isto porque tanto eles, quantos os vampiros, podiam se infiltrar no meio dos homens e conviver com eles sem que os mesmos fossem notados. Estes novos seres, em sua forma original eram semelhantes a gigantescos lobos que andavam em duas patas. Mas por se inserirem nas sociedades como pessoas comuns, assumiam a forma de homens, porém não eram fáceis de serem contaminados por regras político-sócio-religiosas, fazendo com que muitos se tornassem pessoas bastante reservadas e discretas.

Caim em seu exílio, sabendo dessa nova espécie que surgira, ainda ostenta o título de ser o primeiro vampiro, mesmo que de sua sede de sangue tivessem sido gerados outros vampiros. Vampiros estes, que por toda sua história carregam a marca dele, andando pela sombra da humanidade, bebendo sangue de animais e homens, evitando se revelar para não serem caçados e mortos. E quando o Filho do Criador veio ao mundo, ainda permanecendo entre nós, Igrejas, símbolos religiosos e tudo que faça referência ao Senhor é evitado pelos vampiros até hoje.

O Criador deixou então todas essas criaturas à mercê de seus desejos e com o tempo, surgiram humanos amaldiçoados que consumiam carne humana e foram impedidos de desfrutarem da morte. Esses seres se tornaram os zumbis que conhecemos nos dias de hoje. Os humanos que buscavam controlar vampiros, zumbis e até mesmo os demônios do inferno se utilizando de magia, tornaram-se bruxos e bruxas. O anjo, vendo a proliferação dessa nova humanidade que preferiu à escuridão ao invés da Luz, foi até Cão e tomou a palavra nestes termos:

- Existe uma razão para tudo isso passar a existir. E a presença do Criador preenche por completo essa razão. Mas essa nova humanidade não se justifica para o nosso limitado conhecimento. Podemos deduzir, então, que eu, você e sua descendência muito terão que aprender, pois, através do Criador nos foi dada essa graça.

O Criador, vendo essa proliferação de homens amaldiçoados, também incumbiu aos lobisomens, a missão de caçar e eliminar esses seres, como os mantedores da ordem, pois era impossível entregar essa missão aos homens, a essa altura da evolução da humanidade, porque os mesmos não tinham armas, muito menos forças para isso. Por isso seria impossível aos homens naquele momento, destruir um vampiro ou uma bruxa que seja, pois o último herói que tentou destruir um vampiro morreu antes dos catorze anos. E ele tinha um nome que hoje em dia ninguém se lembra mais. Então O Criador, tomando a palavra, falou nestes termos:

- A maldade envenenou a alma dos homens, levantando no mundo que criei com meu infinito amor, muralhas de ódio. E isso tem feito os homens bons marcharem a passos largos, rumo à miséria e aos morticínios. Os homens não melhoram e matam-se uns aos outros como se estivessem esmagando insetos. O m*l em seus corações morre e renasce todos os dias. O mundo que criei está cada vez mais habitado por homens e mulheres de corações duros e enegrecidos, se tornando inabitável. E por feito com que meus olhos aprendessem a chorar, minhas lágrimas cairão sobre eles com tamanha dor, que lhes parecerá um dilúvio.

Metatron ficou preocupado com aquelas palavras de seu pai, porque aquilo só mostrou que O Criador estava farto. Ele, que havia criado tudo, que nada acontece sem sua aprovação, estava farto da humanidade e de todas as suas gerações sedentas pela maldade. Mas Metatron até entende, pois, sendo o ser humano um animal racional com livre-arbítrio, um dos seus instintos irracionais mais comuns é o egoísmo. Por isso ele e todas as potestades celestiais, nada mais podem esperar senão uma incessante guerra entre seres humanos lutando entre eles mesmos pela manutenção de seus egos, da sua luta por serem notados no mundo e por seu caminho pedregoso rumo a uma suposta ideia de felicidade.

O Criador estava farto a humanidade, considerando-a uma mancha em sua criação. Mas o anjo que era chamado por todos os seus irmãos como “a voz de Deus”, tamanha i********e que tinha com seu pai, até entendia. Isso porque ele também estava farto de ver homens matarem outros homens e oferecendo os corpos mortos em sacrifício a deuses frutos de sua imaginação que ganharam forma através do barro, da escrita ou das tintas. Metatron estava bastante preocupado de ver todo o m*l que o homem acrescenta ao mundo, como se o mundo tal como foi criado e entregue aos homens não bastasse, porque o mundo já é mau por natureza e cada ser humano afastado do Criador só o torna pior.

Metatron tem medo de que o fato do Criador esteja farto dos homens, O deixe também farto de objetivos, farto do próprio tempo e espaço, pelo fato da mente humana estar cheia do vazio, fazendo-os se apegarem a deuses e demônios. O anjo, através da luz de sua própria razão, chegou a estas amargas e tristes conclusões: Se o Criador ficar farto da humanidade, em pouco tempo ficará farto do Universo, do mundo e da Terra em si, até o mesmo ficar farto de estar farto. Acontecendo isso, existirá novamente na escuridão do vazio, apenas coerência e incoerência; consciência e inconsciência; o que o Criador é e o que não Ele não é; o que Ele foi, o que Ele será e o que Ele deveria ser. E Metatron torce para que O Criador encontre algo para novamente se alegrar com a humanidade, para que a vida, a morte, a existência e o Universo, não voltem a ser a existência do nada.