Parte da nossa rotina
Acordo e percebo que estou por cima do Leo. Tadinho, sofre comigo.
Levanto bem devagar e corro pro closet e começo a procurar uma peça de roupa pra usar no trabalho.
— Já acordou e nem me chamou — me abraça por trás depositando um beijo em meu pescoço.
— Bom dia, bebezão — me viro e dou um selinho nele.
— Bom dia, bebê — fala com aquela voz rouca e dá um tapinha na minha b***a.
— Vai abrir o restaurante agora? — me solto dele e continuo a separar a minha roupa.
— Depois de te levar ao trabalho — fala e concordo — Se enrolou dessa vez?
— Se f***r — realmente me enrolei dessa vez, mas nunca que eu iria admitir tal absurdo.
Eu sou a típica que deixa tudo pronto no dia anterior. Lavado, passado e bem organizado. No dia seguinte é bem menos correria, poupa bastante tempo.
Pego a passadeira a vapor e fico ali até tudo ficar bem esticadinho.
Me visto e calço meu salto preto básico.
Sento na penteadeira para escovar meu cabelo e passar uma maquiagem de leve, apenas para disfarçar a cara de cansaço.
— Me dê aqui, ruiva — ele pega a escova e começa a escovar todo o meu cabelo — Tá linda — dá um beijo na minha bochecha assim que termina, me fazendo sorrir com tamanho carinho.
Pego a minha bolsa do cabideiro e meu celular da mesinha de cabeceira.
— Vamos ruivinha — Leo me chama e seguimos até o elevador.
Cumprimentamos um casal que também estava ali dentro, pareciam que estavam indo para a faculdade. O estresse da mulher era evidente. O namorado nem ligava tanto, apenas concordava e a abraçava. Deu vontade de rir de tão fofo.
Leo abriu a porta do carro, comigo entrando em seguida. Ele deu a volta no carro e entrou, seguindo para a nossa rota ao seu restaurante.
Era nossa rotina e vai continuar sendo.
Primeiro passamos em seu restaurante para tomar um belo café da manhã, e ele abre o estabelecimento com isso. Seus funcionários ficam tomando conta, enquanto ele me leva ao trabalho e volta ao seu logo após, voltando para me buscar ao terminar meu expediente. Depois do nosso trabalho, Leo faz a nossa janta, comemos, tomamos um banho e dormimos. Isso só muda um pouco quando nossos amigos vêm nos visitar ou quando queremos passar mais tempo juntos.
Comemos juntos em uma das mesas, me despedi de todos e o Leo me levou até o trabalho.
— Te busco — me dá um beijo rápido e saio do carro.
Vejo ele dar partida com o carro bem rápido, o que me é estranho. Será que algo aconteceu e ele não me contou nada?
Subo o prédio de elevador até o andar da minha sala. Sim, graças a Deus tenho minha própria sala. Trabalho como secretária do senhor Jones em uma das maiores empresas da região. Ganho muito bem por trabalhar diretamente com o chefe.
Já começo a arrumar os papéis e organizar os slides da próxima reunião.
Encosto a porta da minha sala e ando até o elevador, pressionando o botão que marca o oitavo andar.
Sigo pelo largo corredor do oitavo andar seguindo para a sala do senhor Jones.
Bato na porta esperando uma resposta, e ele autoriza a minha entrada sem delongas.
— Ai está a minha secretária favorita — ele sorrir e se levanta do seu lugar.
— Bom dia, senhor Jones — dou um abraço no mesmo.
— Quando vai casar com meu filho? — brinca.
— Senhor Jones... — rio nasal.
— Eu ficaria muito satisfeito em tê-la como nora. Que benção seria.
— O Leo mata o senhor se me casar com seu filho — rio nasal e ele dar uma gargalhada alta.
— Leonardo é um ótimo garoto. Quero que jantem lá em casa mais uma vez, mocinha.
— Só marcar e estaremos lá — afirmo com a cabeça.
— Gosto de você. Vai subir muito ainda, mesmo não querendo aceitar um cargo maior.
— Gosto de trabalhar diretamente com o senhor, e não com o Daniel — reprimo uma expressão desagradável.
— Me desculpa, mas o Daniel é um porre mesmo. O cara é um pé no saco — ele fala me fazendo rir. Ficamos por um tempinho conversando, rindo e eu apresentando todos os papéis da reunião e slides. Expliquei todas as minhas ideias sobre as inovações para a marca, fazendo o mesmo aprovar.
Assim que meu expediente acaba, começo a guardar minhas coisas no devido lugar, organizo cada detalhe que está fora do lugar, centralizo os objetos na estante. Tranquei a minha sala, me despedi do meu chefe e desci ao encontro de Leo. O avisto encostado no carro pensativo e olhando para o nada. Vou dando passos lentos para em sua direção e logo ele percebe minha presença e sorrir grande.
— Ruivinha! — ele grita e estende os braços no ar.
— Pare de gritar na rua — rio e abraço o mesmo.
— Posso gritar mais coisas também — o olho ainda no abraço.
— Nem pense em fazer isso de novo, Leonardo.
— Se eu não fizer, não vai fazer parte da nossa rotina — pisca.
— Leo... — me solto do abraço e fico encarando ele mesmo séria. Ele sabe como eu fico envergonhada, mas continua fazendo a mesma coisa todos os dias.
— Ruivinha, eu te amo! — ele grita bem alto.
Eu não sei onde me esconder. O que me resta é por as mãos na cara e rir de nervoso da minha situação.
Esse homem é louco e me deixa louca. Em todos os sentidos, literalmente.
— Eu te amo — dessa vez ele fala baixinho bem perto do meu rosto coberto pelas minhas mãos — E sempre vou te amar — tira minhas mãos de meu rosto e me puxa pra um beijo. Eu acaricio sua nuca e ele meu rosto. Seu carinho cuidadoso me faz ficar derretida por esse homem. Paramos pela falta de ar e nos encaramos sorrindo.
— Temos plateia — sussurra e eu olho rápido para trás e me viro rapidamente para ele de novo.
— Olha o que você me faz passar, Leo — resmungo com vergonha — Só vergonha, amor.
— Para de show que tu não é Xuxa — entramos no carro.
— Com a plateia que tivemos quase agora, só falta o cabelo loiro — Leo rir nasal e entrelaça seus dedos no meu e dá partida até nossa casa.
— Amor, o que te estressou no trabalho mais cedo? — pergunto, me deitando ao seu lado na cama.
— Pode ficar calma, já resolvi.
— Tem certeza? Pode me contar — faço um carinho em seu cabelo.
— Eu sei, amor — pega em minha mão e deposita um beijo na mesma — Eu juro que não é nada para você se preocupar. Seu namorado já resolveu. Pode confiar.
— Tá bom — me agarro ao seu corpo.
[...]