Há 9 anos...
Levanto da minha cama com toda a calma do mundo, por estar bastante adiantada, como sempre estou.
Estico minha roupa bem passada por mim na noite anterior. Vou tirando alguns amassadinhos do dia para a noite, com o auxílio do ferro a vapor.
Tirei minha roupa e as coloquei na cesta de roupa suja, localizada no cantinho do meu banheiro.
Entrei no box e girei o registro, deixando a água quente correr pelo meu corpo, da maneira que eu mais gosto.
Após o meu banho relaxante, enrolei a toalha em meu corpo, voltando para o meu quarto.
Me sequei por inteira, hidratei meu corpo inteiro com hidratante e óleo corporal, passei o desodorante aerossol, vesti minhas peças íntimas, em seguida vestindo o uniforme da escola: saia plissada roxo e blusa social de mangas curtas. Calcei meu tênis branco, e então estava quase pronta.
Assim que estava me dirigindo para ir até a penteadeira, um ser entra em um disparo em meu quarto, se jogando na cama em seguida.
— Bom dia, ruivinha.
Olho para o ser que está deitado em minha cama, o qual também invadiu meu quarto, a minha casa.
— Como você entrou aqui, Leonardo? — jogo um prendedor de cabelo nele, o fazendo resmungar.
— Toda agressiva já de manhã — resmunga.
— Me responda, Leonardo — coloco as mãos a cada lado de minha cintura.
— Vim te buscar para irmos pra escola, simples assim — dá de ombros.
— O motivo é o de menos. Mas como você entrou aqui?
— Sua mãe. Sua mãe abriu a porta pra mim.
— Minha mãe ?
— Sim. Ela perguntou quem eu era, eu disse que sou seu namorado, então ela deixou eu subir...
— Namorado? — pergunto, desacreditada com tamanho absurdo.
— É — respondeu, simples assim, bem calmo e de com a cara mais lavada do mundo.
— Por que você disse isso, Leonardo?
— Porque é o que somos — respondeu, sem tirar seus olhos de mim, o que me fez arrepiar — E eu precisava entrar de alguma forma. Eu queria te acordar, mas você se levanta cedo demais — faz careta.
— Não somos não — me refiro à parte do "é o que somos".
— Então tá bom — ele se levanta da minha cama — Já está pronta? — me observa de cima a baixo, conferindo se estou pronta mesmo.
— Ainda preciso pentear meu cabelo — vou até a penteadeira, me sento no banquinho, e então começo a escovar meu cabelo em frente ao espelho.
— Você está muito devagar, Flavia — choraminga.
— Se está com pressa, os escove então — O afronto, parando de escovar meu cabelo. Ele faz uma cara tediosa — Foi o que pensei — volto a escovar meu cabelo.
— Deixe-me pentear — pega a escova da minha mão, começando a escovar meu cabelo com cuidado.
Respirei fundo com o toque das suas mãos em meu cabelo, que acabavam encostando também em minha nuca e orelhas.
Se ele soubesse o quanto estou amando a sua suavidade em pentear meu cabelo, e com o cuidado e maciez em que ele penteia meu.
— Agora podemos ir? — ele me pergunta, me fazendo voltar a atenção para a realidade.
— Vamos — me levanto, jogo minha mochila no ombro, e saio na frente dele para fora do quarto — Depois eu te explico tudo, mãe — falo assim que a encontro na sala, antes de me pedir uma explicação pelo tal "namorado".
Puxo Leonardo para fora o mais rápido possível, indo em direção para o seu carro.
Sim, ensino médio já com um carro. Porém, 19 anos ainda no terceiro ano.
— Nem um piu o caminho inteiro — O adverti, antes mesmo de entrar no carro.
Entrei no carro, em seguida dele. Ajeitei a mochila no meu colo, enquanto Leo se preparava para tirar o carro dali.
O caminho foi como eu disse, quieto, silencioso. Exceto por seus dedos batucarem o volante e sua perna tremer, em nervosismo, acredito.
Ignorei.
Assim que chegamos na escola, ele estacionou o seu carro. Assim que ele estacionou, sai o mais rápido possível de dentro do carro.
— Flavia! Espera! — me grita, atraindo alguns olhares.
— O que foi, Leonardo — ando para próximo dele, que está encostado no carro.
— Eu te anomam... — diz palavras distorcidas, quase perdendo sua voz no final da frase.
— Fala direito, Leonardo — bufo.
— Eu te amo! — grita bem alto, fazendo mais olhares serem atraídos para nós.
— Pare de dizer besteiras, Leo — falo baixo — Vamos entrar — tento o puxar, mas ele que me puxa para próximo de seu corpo.
— Não é besteira. Eu te amo — fala mais baixo dessa vez.
Observo seu olhar escuro, o que me faz arrepiar.
— Você apenas está confuso pelo nosso beijo.
— Eu tenho a certeza do que eu sinto. Eu vou te provar. Eu não quero ser apenas seu namorado, quero ser bem mais que isso, quero estar com você por toda a minha vida, Flavia — passa o polegar em minha bochecha, depositando um beijo em meus lábios — Eu te amo, ruivinha! — ele grita bem alto, me deixando super vermelha.
— Leonardo — bato nele, tentando o repreender.
— Todos os dias eu vou gritar que eu te amo. Eu prometo.