Quando o telefone tocou Rebeca jogou ele para fora do carro fazendo Dead sorrir.
— imagino que seja os seus pais — ele diz e ela olha para frente — devia ter me matado, pelo menos eu não ia passar por isso, e eu me odiava por ser o problema da minha família perfeita. Minha mãe passava o dia inteiro fazendo compotas e sorrindo com seus antidepressivos caros, e eu me sentia m*l por ter vontades, v*****e de estudar ou de f********o com meu namorado i****a, pior erro da minha vida foi me casar virgem fiquei com um s**o mixuruca.
— talvez ele não seja tão r**m, é que em comparação a mim tudo fica mediano — ela sinceramente teve v*****e de rir pela primeira vez depois de dias — poderia tentar com o Costa para ter certeza — eu posso até aceitar a aposta, mas terá que f********o comigo sempre que eu quiser caso eu ganhe a aposta, você não sabe mentir para mim mesmo.
Com a surpreendente ação de Rebeca, a conversa desviou para territórios íntimos e arriscados, onde Dead parecia perigosamente confortável. Ele teceu suas palavras com uma confiança que beirava a insolência, mas que parecia ser uma faísca curiosa na escuridão dos dias de Rebeca.
"É uma proposta intrigante," respondeu Rebeca sutilmente, m*l escondendo o risco em sua voz enquanto encarava o caminho à frente. "Mas jogos como esses têm um preço que vai muito além da satisfação do corpo. São os laços emocionais, as complicações pós-desafio e, claro, a escolha de se entregar em termos que você dita."
"Então," ela continuou, "antes de aceitar qualquer aposta ou desviar meu caminho para verificar a veracidade das suas habilidades sobre-humanas, talvez eu deva avaliar o custo total envolvido. E não se trata apenas de perder uma aposta; é sobre o que estou disposta a sacrificar."
Algo em sua resposta pareceu fazer Dead refletir. A luta interior de Rebeca não era apenas contra o mundo exterior, mas também contra as batalhas internas que a questionavam constantemente. E isso fez com que, mesmo que por um breve momento, a atmosfera entre eles se tornasse refletiva, quase séria.
Dead estava jogando o jogo da provocação, mas talvez essa última réplica sugerisse que Rebeca estava começando a jogar também. Seu sorriso poderia ser interpretado de muitas maneiras: escárnio, um desafio, um reconhecimento. Mas acima de tudo, era um sinal de que Rebeca era muito mais complexa e resistente do que ele poderia ter presumido.
A dinâmica entre eles era como um jogo de xadrez com palavras e vontades, uma luta pela supremacia psicológica onde o tabuleiro era a estrada à sua frente e as peças eram as próprias escolhas que lhes restavam.
o telefone de Dead tocou e era Costa.
— eu acho que cometi um erro — ele diz calmamente e Dead para o carro abruptamente — era por isso que eu não queria te contar essa m***a, eu você não ia fazer nada.
— o que está havendo? — Rebeca pergunta sorrindo porque por mais que ela saiba coisas repulsivas sobre o seu pai, ela gostava dos momentos com o homem que ama, mas Dead sabia que a chance de uma tragédia era palpável.
— eu só parei para atender o Costa. Há uma lanchonete ali e eu queria usar o banheiro, não quer comer algo, talvez eu — ela sorri abrindo a porta e Costa dá um sorriso debochado — soério que já estão flertando?
— eu lancei o lado s****o dela, agora me diz que você não matou o coroa — ele olha para o lado e ouvia Rebeca escolhendo milk-shake m*l sabendo da possibilidade.
— de certa forma sim, eu vazei as páginas do diário da minha irmã e já apareceu dez mães de crianças incluindo uma de 10 anos falando sobre ele.
O aperto de Dead no volante se intensificou com a confissão calma de Costa; o ar subitamente se tornou denso. Era o tipo de erro que não causava meras ondas — avançava através de suas vidas como um dilúvio. Dead esperava problemas; daqueles que fermentam nas sombras, à espera de uma mão desavisada para trazê-los à luz.
Rebeca, alheia à gravidade do momento, exibiu um sorriso — um contraste com a maré escura que crescia entre os dois homens. Ela oscilava entre o afeto pelo pai e as verdades repulsivas que guardava sobre ele. Seu mundo era um equilíbrio precário, que Dead sabia que poderia se despedaçar a qualquer instante.
O sorriso malicioso de Costa era uma máscara, escondendo o vórtice de consequências desencadeadas por suas ações. A maneira como Rebeca debatia alegremente sobre sabores de milkshake sublinhava o absurdo da normalidade roçando o sinistro. Em um piscar de olhos, ela poderia tocar o mesmo m*l que alegremente ignorava.
Com a revelação de Costa, o legado de um homem havia sido manchado, seus pecados mais obscuros rabiscados nas páginas de um diário violado para todo mundo ver. Não se tratava apenas de derramar segredos — era uma revolução, marcando o fim da inocência para os conectados, e o começo de um acerto de contas do qual nenhum poderia escapar.
Naquele momento, Dead compreendeu o verdadeiro peso do erro de Costa. Não era apenas sobre quem havia sido exposto ou o que havia sido revelado — era sobre as vidas que seriam para sempre alteradas no rastro. O diário era uma chave girada na fechadura de uma caixa de Pandora, e o que havia saído não seria tão facilmente recolocado.
Dead acreditava numa p******o dupla: física e informativa. No entanto, subestimou o acesso e a curiosidade de Rebeca. No breve momento em que se ausentou, fingindo uma ida ao banheiro para confabular com Costa, Rebeca encontrou o jornal e com ele o escândalo dos Medeiros. A inocência de Rebeca a fez fixar na garota já crescida, ponto aparentemente central da história. Mas, o escândalo tinha camadas mais profundas, envolvendo crianças — talvez a descoberta dolorosa da garota sobre sua própria história, marcada por a***o e usada como mero paliativo para as falhas e maldades de um adulto. Dead, ao voltar, teria de encarar uma Rebeca confrontada com uma realidade muito além daquela que ele desejava proteger.