O legado de um homem

1034 Words
Quando o telefone tocou Rebeca jogou ele para fora do carro fazendo Dead sorrir. — imagino que seja os seus pais — ele diz e ela olha para frente — devia ter me matado, pelo menos eu não ia passar por isso, e eu me odiava por ser o problema da minha família perfeita. Minha mãe passava o dia inteiro fazendo compotas e sorrindo com seus antidepressivos caros, e eu me sentia m*l por ter vontades, v*****e de estudar ou de f********o com meu namorado i****a, pior erro da minha vida foi me casar virgem fiquei com um s**o mixuruca. — talvez ele não seja tão r**m, é que em comparação a mim tudo fica mediano — ela sinceramente teve v*****e de rir pela primeira vez depois de dias — poderia tentar com o Costa para ter certeza — eu posso até aceitar a aposta, mas terá que f********o comigo sempre que eu quiser caso eu ganhe a aposta, você não sabe mentir para mim mesmo. Com a surpreendente ação de Rebeca, a conversa desviou para territórios íntimos e arriscados, onde Dead parecia perigosamente confortável. Ele teceu suas palavras com uma confiança que beirava a insolência, mas que parecia ser uma faísca curiosa na escuridão dos dias de Rebeca. "É uma proposta intrigante," respondeu Rebeca sutilmente, m*l escondendo o risco em sua voz enquanto encarava o caminho à frente. "Mas jogos como esses têm um preço que vai muito além da satisfação do corpo. São os laços emocionais, as complicações pós-desafio e, claro, a escolha de se entregar em termos que você dita." "Então," ela continuou, "antes de aceitar qualquer aposta ou desviar meu caminho para verificar a veracidade das suas habilidades sobre-humanas, talvez eu deva avaliar o custo total envolvido. E não se trata apenas de perder uma aposta; é sobre o que estou disposta a sacrificar." Algo em sua resposta pareceu fazer Dead refletir. A luta interior de Rebeca não era apenas contra o mundo exterior, mas também contra as batalhas internas que a questionavam constantemente. E isso fez com que, mesmo que por um breve momento, a atmosfera entre eles se tornasse refletiva, quase séria. Dead estava jogando o jogo da provocação, mas talvez essa última réplica sugerisse que Rebeca estava começando a jogar também. Seu sorriso poderia ser interpretado de muitas maneiras: escárnio, um desafio, um reconhecimento. Mas acima de tudo, era um sinal de que Rebeca era muito mais complexa e resistente do que ele poderia ter presumido. A dinâmica entre eles era como um jogo de xadrez com palavras e vontades, uma luta pela supremacia psicológica onde o tabuleiro era a estrada à sua frente e as peças eram as próprias escolhas que lhes restavam. o telefone de Dead tocou e era Costa. — eu acho que cometi um erro — ele diz calmamente e Dead para o carro abruptamente — era por isso que eu não queria te contar essa m***a, eu você não ia fazer nada. — o que está havendo? — Rebeca pergunta sorrindo porque por mais que ela saiba coisas repulsivas sobre o seu pai, ela gostava dos momentos com o homem que ama, mas Dead sabia que a chance de uma tragédia era palpável. — eu só parei para atender o Costa. Há uma lanchonete ali e eu queria usar o banheiro, não quer comer algo, talvez eu — ela sorri abrindo a porta e Costa dá um sorriso debochado — soério que já estão flertando? — eu lancei o lado s****o dela, agora me diz que você não matou o coroa — ele olha para o lado e ouvia Rebeca escolhendo milk-shake m*l sabendo da possibilidade. — de certa forma sim, eu vazei as páginas do diário da minha irmã e já apareceu dez mães de crianças incluindo uma de 10 anos falando sobre ele. O aperto de Dead no volante se intensificou com a confissão calma de Costa; o ar subitamente se tornou denso. Era o tipo de erro que não causava meras ondas — avançava através de suas vidas como um dilúvio. Dead esperava problemas; daqueles que fermentam nas sombras, à espera de uma mão desavisada para trazê-los à luz. Rebeca, alheia à gravidade do momento, exibiu um sorriso — um contraste com a maré escura que crescia entre os dois homens. Ela oscilava entre o afeto pelo pai e as verdades repulsivas que guardava sobre ele. Seu mundo era um equilíbrio precário, que Dead sabia que poderia se despedaçar a qualquer instante. O sorriso malicioso de Costa era uma máscara, escondendo o vórtice de consequências desencadeadas por suas ações. A maneira como Rebeca debatia alegremente sobre sabores de milkshake sublinhava o absurdo da normalidade roçando o sinistro. Em um piscar de olhos, ela poderia tocar o mesmo m*l que alegremente ignorava. Com a revelação de Costa, o legado de um homem havia sido manchado, seus pecados mais obscuros rabiscados nas páginas de um diário violado para todo mundo ver. Não se tratava apenas de derramar segredos — era uma revolução, marcando o fim da inocência para os conectados, e o começo de um acerto de contas do qual nenhum poderia escapar. Naquele momento, Dead compreendeu o verdadeiro peso do erro de Costa. Não era apenas sobre quem havia sido exposto ou o que havia sido revelado — era sobre as vidas que seriam para sempre alteradas no rastro. O diário era uma chave girada na fechadura de uma caixa de Pandora, e o que havia saído não seria tão facilmente recolocado. Dead acreditava numa p******o dupla: física e informativa. No entanto, subestimou o acesso e a curiosidade de Rebeca. No breve momento em que se ausentou, fingindo uma ida ao banheiro para confabular com Costa, Rebeca encontrou o jornal e com ele o escândalo dos Medeiros. A inocência de Rebeca a fez fixar na garota já crescida, ponto aparentemente central da história. Mas, o escândalo tinha camadas mais profundas, envolvendo crianças — talvez a descoberta dolorosa da garota sobre sua própria história, marcada por a***o e usada como mero paliativo para as falhas e maldades de um adulto. Dead, ao voltar, teria de encarar uma Rebeca confrontada com uma realidade muito além daquela que ele desejava proteger.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD