O susto é só o inicio da tempestade

2169 Words
Assim que o MB notou a presença do drone se aproximando mais deles, ele tentou se esconder entre as plantas. Esperando apenas o momento certo de distração do controlador. Não demorou muito, assim como esperado, MB deu um tiro no drone no momento em que ele tentavam se soltar de uma árvore, fazendo ele cair no chão parado. Ruby acordou surpresa com o barulho. — O que está acontecendo? Isso foi um tiro? Onde estamos? — Ruby perguntou nervosa. MB desceu ela de suas costas, colocando ela entre uma árvore e ele, enquanto ele tentava encontrar os outros drones que haviam desaparecido. — Alguns drones estão procurando por nós dois. Não sei ao certo de quem se tratada. Precisamos nos esconder. — MB alertou Ruby que olhava para o drone quebrado ao chão. Ele tinha um símbolo que ela tinha sensação de conhecer de algum lugar, mas não conseguia lembrar de onde. — Espera. Eu conheço o símbolo gravado nele de algum lugar. É uma família? Não! É uma empresa. De quem é? — Ruby se questinou enquanto MB notava outro drone se aproximando com velocidade, fazendo um zig-zag. O que dificultava que pudessem afetar ele com qualquer arma. — Ele está vindo. Se abaixe e fique atrás de mim. Cubra o rosto para não ter risco de nada acabar voando para seu rosto. Assim que ele passar da próxima árvore, vou tentar atirar nele. — MB explicou puxando Ruby para ficar mais perto dele e da árvore ao fundo. Se transformando em uma barreira de proteção para ela. O que MB não esperava, era acabar errando o tiro. O drone era não apenas mais rápido do que o anterior, como seus movimentos não tinham um padrão, não se repetia, quem controlava esse sabia exatamente o que estava fazendo, mesmo assim, MB não desistiu de tentar derrubar, até que sentiu a mão de Ruby segurando a dele. — Espera! Eu me lembrei. Sei de onde é esse simbólico. Como pude esquecer. — Ruby se sentiu aliviada por lembrar de quem era a empresa que fabricava aquele drone. — Hey! Vocês acham que os drones são baratos. Vão ter que pagar o que quebrarem, vou logo avisando. — A voz de Lisa saiu de dentro do drone que estava parado na frente daqueles dois. — Finalmente achei vocês. Passamos a noite inteira procurando. Pensei que o pior podia ter acontecido. Graças a Deus vocês estão bem. Espera! Vocês estão bem? Alguém está ferido? — Não. Todos estamos bem. Só estou me sentindo fraca. Não dormi direito e a floresta é bem abafada. — Ruby explicou olhando para MB que não soltava a mão dela. Ruby podia ver por uma pequena tela no drone sua amiga chorando abraçada com Muriel que controlava o drone. Os dois tinham os olhos cansados, de ter passado boa parte da madrugada fazendo uma busca por aqueles dois. — Mesmo assim. Acho melhor vocês irem direito para um hospital. Podem ter machucado algo na queda ou na explosão. Estou me perguntando até agora como vocês conseguiram sobreviver. Não sobrou nada do carro para contar história. Quero nem pensar sobre isso. Só a dia já me deixa assustada. — Lisa disse fazendo careta para Ruby, que riu da sua atitude mesmo naquela situação. No fundo, as duas sentiam que não havia mais risco algum. Eles haviam sido resgatados. — Sigam o drone. Tem um helicóptero esperando por vocês dois lá. Vou para o hospital agora. Vamos nos encontrar lá. Quando chegar, você me conta o que aconteceu. — Certo. — Ruby concordou com amiga puxando a mão de MB em direção de onde o drone estava. Sem dizer nada, MB acompanhou sua noiva, que seguia um drone pela floresta. Mesmo se sentindo fraco, não pode deixar de pensar que só precisava se esforçar mais um pouco para conseguir chegar no helicóptero. Assim foi feito, em uma parte sem árvores, com apenas uma vegetação baixa, havia um helicóptero ligado com um socorrista, que sorriu ao ver os dois se aproximando. Sem demora, colocou os dois dentro do helicóptero, partindo em direção ao heliporto do hospital. Assim que chegaram no hospital, quando estavam descendo, deram de cada com uma equipe imensa do hospital esperando para tratar os dois. — Por qual dos dois começamos? — Uma das enfermeiras perguntou olhando para Ruby e MB — Um de vocês está ferido? Se sente m*l? Há alguns emergência no atendimento de vocês? — Comece por ela. Ruby bateu a cabeça enquanto o carro capotava, passou um bom tempo desacordada. Não conseguiu dormir noite passada. Estava bastante agitada. Hoje pela manhã, tenho certeza que a pressão caiu e ela quase desmaiou, depois dormiu como uma pedra. — MB apontou para Ruby preocupado que a pancada na cabeça tivesse gerado qualquer sequela. — Certo. Equipe, estamos decididos, vamos priorizar o atendimento de Ruby e assim que terminar, quem dor liberando, começa o de MB. — a enfermeira chega explicou batendo palmas. Alguns minutos depois, Ruby já havia passado por todos os exames. MB acompanhou todo processo sem dizer nada. Tinha o olhar perdido, como se o tempo inteiro estivesse pensando em alguma coisa. Ruby pensou em perguntar, mas achou que os dois ainda não tinham i********e suficiente para esse tipo de pergunta. Cerca de uma hora depois, o médico retornou ao quarto em que Ruby estava em observação, tomando medicação com o resultado dos exames. — Não há nada de errado. Os exames de imagens e os de sangue não deram nada. Apenas uma leve desidratação. Muito dos sintomas que sentiu podem ter sido causados por estresse. Vou colocar mais um soro, algo para você relaxar e assim que acabar de tomar as medicações está liberada para ir para casa. — O médico explicou digitando em seu tablet. Quando o médico estava prestes a sair, foi ouvido um som de algo pesado caindo no chão. — MB! — Ruby gritou ao ver ele jogado no chão, mas logo voltou o seu olhar para o médico— Hey! Você está aí de enfeite? Faça alguma coisa. Por acaso o seu diploma é de enfeite? — Vamos, se mexa. Descubra o que está acontecendo. Ele estava bem um segundo atrás. Isso não faz sentido. — Ruby viu o médico se aproximando, mas sabia que naquela situação precisava de uma equipe médica inteira. Pensando nisso, ela apertou o botão da enfermaria. Em questão de segundos, o quarto estava lotado de gente. Ruby não conseguia mais ver o MB, depois que colocaram ele na cama ao lado. Os médicos e enfermeiros comentavam entre si em um tom baixo demais para Ruby conseguir ouvir. Mesmo preocupada com o que estava acontecendo, preferiu não atrapalhar a equipe médica. — O que são todas as pessoas? Ruby, você está bem? — Lisa gritou ao abrir a porta do quarto e ver todas aquelas pessoas reunidas. Muriel entrou ao lado dela, olhando a situação com atenção em total silêncio. — Eu estou bem. MB também estava, mas assim que o médico disse que eu podia ir embora depois de algumas medicações ele simplesmente desmaiou e agora estão ali reunidos ao redor dele sem me dizer nada. — Ruby explicou com os olhos cheios de lágrimas. — Entendi. Se acalme. Não deve ser nada grave. Se ele ainda está aqui, significa isso, certo? Deite um pouco. A gente cuida dele. — Lisa tentou acalmar a amiga, deitando e cobrindo ela, antes de se virar na direção de seu amor platônico. — Muriel, por favor. — Certo. — Muriel se aproximou da equipe médica. Muriel conhecia boa parte dos que estavam ali. Em poucos segundos, conseguiu descobrir o que estava realmente acontecendo, mas para o desespero de Ruby, MB acabou sendo levado com a equipe sem qualquer explicação. — O que p***a tá acontecendo? Que tipo de médico não explica o que está acontecendo e simplesmente levam a pessoa. — Ruby gritou indignada com o atendimento. — Vou te explicar. No início, eles acreditavam que o desmaio poderia ter sido causado por a febre alta que ele estava, suspeitaram que assim como você, ele poderia estar sob estresse e desidratado. A ideia deles era medicar, baixar a febre e hidratar. Assim que fizeram isso, mesmo assim, ele não acordou. Ao me explicarem sobre a situação, pedi a ficha médica dele. A febre do tal do MB não condizia com uma desidratação, era alta e persistente. Parecia mais uma infecção. Como vocês tinham sofrido um acidente, sugeriu que eles olhassem se havia algum ferimento no corpo dele que pudesse está infeccionado. Assim que tiraram a camisa, encontraram um corte gigante em sua barriga, enrolado em alguns panos sujos completamente encharcado de sangue. Levaram ele para fazer a limpeza do corte, alguns exames e transfusão de sangue. Ele perdeu muito sangue. — Muriel explicou enquanto enviava uma mensagem em seu telefone. Parecia completamente indiferente a situação. E realmente estava. — Você fala algo assim com uma frieza imensa. Mesmo que ele fosse um crápula. Ainda assim é um ser humano. Você por acaso é um robô? — Ruby se ajoelhou na cama irritada com a atitude de Muriel. — Ele é um desconhecido para mim. Eu fiz o que podia fazer. Encontrei o problema. O que posso fazer agora é esperar a equipe médica. O que você espera que eu faça? Chore? Em um momento desse, você deve agir com racionalidade e não se dizer levar por suas emoções. A emoção é inimiga em uma situação que necessita de uma escolha objetiva. — Muriel explicou indo em direção da porta. — Vou buscar algo para você comer, Lisa. — Obrigada. Ficarei com a Ruby por enquanto. — Lisa agradeceu segurando a mão da amiga, enquanto Muriel saia do quarto sem sequer olhar para trás. — Sério. O que você viu nesse cara? Ele parece um robô. Indiferente com as pessoas. Ahhhh! Que ódio. — Ruby queria levantar e buscar mais informações. Depois de ouvir a explicação de Muriel, Ruby tinha se dado conta de tudo que MB havia feito por ela mesmo ferido. Mantendo a segurança dela em primeiro lugar o tempo inteiro. Enquanto ela só pensava em usar ele. Naquele momento, se sentia acima de tudo, culpada. — Muriel é alguém absurdamente sensível. Você não o conhece ainda. Quem trabalha com medicina, aprende nas primeiras aulas que não se deve se deixar levar pelas emoções, elas nublam seus pensamentos. Deve ser empático a dor do outro, mas não quer dizer que precisa sentir ela. Ele não fez por m*l. Apenas colocou em prática o que aprende na sala de aula. Te garanto. A pessoa mais sensível que já conheci na minha vida é Muriel. — Lisa defendeu. Ruby sabia que a culpa não era dele, tinha ciência que se alguém tinha feito algo de errado era ela, por ter jogado toda responsabilidade nas costas de MB e não se preocupado com ele em momento algum. — MB me carregou, cuidou de mim. Eu desmaiei depois que sofremos o acidente. Fiquei desacordada por um bom tempo. Quando acordei, eu já estava limpa, com o ferimento tratado. Mesmo assim, assim que levantei, ele perguntou como eu me sentia. Me ofereceu água. Pediu que eu dormisse enquanto ele vigiava. E ainda me carregou nos braços procurando uma forma de sair. Eu em momento algum perguntei como ele estava. Se havia se machucado como eu. Nem pensei nisso. O tempo inteiro ao pensei em mim mesma. Eu nem percebi que ele estava com febre. Que tipo de pessoa eu sou? — Ruby abraçou Lisa chorando. Não conseguia se livrar da culpa. — Desculpa por atrapalhar, tenho que aplicar a medicação da senhorita e trocar o soro. — A enfermeira disse sem graça por interromper a cena. — Certo. Pode aplicar. — Lisa sorriu para enfermeira enquanto acariciava a cabeça de sua amiga enquanto chorava. A medicação para relaxar foi modificada por Muriel com apoio do médico responsável, fazendo Ruby adormecer na mesma hora. — Ela dormiu? — Muriel perguntou entrando no quarto com um sanduíche natural e um suco de maracujá, entregando para Lisa que estava deitada ao lado. — Sim. Me diz. Você foi ver a gravidade da situação não é?! — Lisa conhecia muito bem Muriel para saber que ele não conseguia ser indiferente a nada. — Também fui pegar o seu lanche. No caminho, pedi que dessem algo mais forte para Ruby. Todo o estresse poderia complicar a situação dela. E sobre MB, ele está em uma situação crítica. Está passando por uma cirurgia agora. Parece que um pedaço pequeno de vidro se alojou em um dos seus órgãos. Não consegui a informação de qual órgão ainda. O corte foi bem profundo. Ele corre risco de vida. — Muriel alertou a Lisa que olhou com os olhos arregalados — E acredito que ele ficou nessa situação para proteger a Ruby. Teremos que esperar para saber se ele vai conseguir sobreviver. Pelo que entendi. Os médicos não estão muito confiantes. Ele está em uma situação difícil.
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