Medo-5

1271 Words
Neste exato momento minha mãe surge no corredor, vem em nossa direção e Judith acompanha cada gesto nosso, estamos falando em alemão. -desculpe o atraso, peguei engarrafamento. -sem problemas, obrigado por vir. Judith acaba aproximando de nós dois... - será que poderiam falar na minha língua? -desculpe, Judith essa é minha mãe, Magda. -prazer Magda... -sinto muito estarmos nos conhecendo em um momento tão difícil! -verdade... Minha mãe toca a mão da Judith, me surpreendendo . -eu sei o que está passando, nós também passamos por um susto com meu marido... -eu soube, Fábiola me contou, fico feliz que esteja tudo bem agora. -ela vai ficar bem Judith. Já se passaram duas horas de cirurgia e nada, deixei meu celular desligado, não quero ter que pensar em outras coisas . Quando iria completar quase quatro horas de cirurgia Christiane aparece com o médico responsável pela cirurgia. Dra. Christiane apresenta o cirurgião responsável. -como foi a cirurgia Dr. Afonso? -tivemos dificuldade em retirar o tumor, apesar de ser pequeno estava muito enraizado, por isso a demora, não queríamos correr riscos em provocar sequelas, foi retirado por completo inclusive com suas ramificações! -quando poderemos vê-la ? -senhora Judith, somente amanhã, ela está sendo limpa e irá para o CTI ficará por 24 horas no CTI. -então não tem risco de sequelas Dr. Afonso. -sr. Klein acreditamos que não, mas só teremos certeza quando ela acordar e ser avaliada . -entendi, obrigado Dr. Afonso e Dr. Christiane. Estou levando Judith até a casa dela, ela nos convida para entrar, aceito porque quero ver como a Flavia . E assim que entramos ela corre em minha direção, pego ela no colo e beijo sua cabeça. -se comportou pequena? -sim, cadê a dinda? -ela ainda ficará alguns dias no hospital... Percebo o desapontamento dela , Jorge se aproxima e pergunta pela filha, Judith antes de falar qualquer coisa apresenta minha mãe ao marido. -nos dêem licença, sintam-se a vontade. -não vai falar com a vovó Magda? Flavia se afasta do meu ombro e sorri para minha mãe. -Oi. .. -Oi, posso te dar um abraço? Flavia aceita ir para o colo da minha mãe e imediatamente elas começam a interagir, e logo as duas se sentam de frente para o piano e começam a tocar. Ligo meu celular , recebo varias mensagens, mas so respondo a Lílit querendo notícias, envio mensagem de volta contando como foi a cirurgia. Jorge e Judith logo aparecem na sala, percebo que ela chorou, não deve ser fácil para ela , logo agora que se aproximam. Nos convidaram para jantar aceitei mas sinceramente não estou com fome, apesar de tudo estar em ordem algo me diz o contrário, preciso tirar esses pensamentos da cabeça. Estou levando minha mãe para o hotel... -o que está te incomodando Aron? -sinceridade? -acha que tem algo errado? Os médico disse que foi um sucesso. - disseram também que só terão certeza quando ela acordar... -precisamos ser confiantes! -estou tentando ser mãe! Mas aprendi a ler entre as entrelinhas... Fábiola Acordei com muito enjôo e fico assustada ao me deparar com o local onde estou, tento tirar o respirador e uma enfermeira se aproxima e me pede calma, assim que ela retira digo que quero vomitar ela me auxilia e coloco para fora, ela me entrega um guardanapo e diz que irá chamar o médico de plantão. -como se sente Srta.Parker? -enjoada, porque estou aqui? -não se lembra? -deveria? -seu médico logo irá conversar com você. Ele e a enfermeira me examinam e dizem que está tudo ok e me deixam lá com os bipes dos aparelhos. Aron Klein Ficar no apartamento dela sem ela é péssimo, a hora não passa, preciso tentar dormir um pouco, voltaremos para o hospital pela manhã. No caminho para o hospital pegamos a Judith e o Jorge, assim que chegamos fomos avisados pela recepção que o Dr. Afonso quer nos ver, fomos levados a uma sala , os três estão sentados menos eu, Dr. Afonso finalmente aparece. -bom dia a todos! Queria conversar pessoalmente com vocês, Fábiola acordou nesta madrugada. -e como está minha filha ? -sra.Judith, acabamos de fazer alguns testes com ela, esta um pouco confusa, não lembra do tumor, da cirurgia, mas já está ciente do caso dela. -fora isso, ela está bem? -Sr.Klein, fizemos tomografia, exames de sangue e tudo normal, ela ainda sente um pouco de enjôo e dor na região da cirurgia, mas já está medicada. -Dr. Afonso, sou o pai , quando iremos vê-la? -como expliquei ontem , ela ainda ficará no CTI por 24horas irei liberar a visita porém preciso que sejam breves, ela precisa repousar. Fábiola Finalmente um rosto conhecido minha mãe entra no CTI. -minha filha... Minha mãe me abraça e está emocionada, não entendo o porquê. .. -estou bem... -estavamos conversando com o Dr. Afonso, seus exames estão ótimos. -que ótimo, quero ir logo para casa! -Flavia sentiu muito sua falta... Só estou aqui a dois dias, porque contariam a uma criança sobre a cirurgia. -mãe, a Letícia contou para para ela? Minha mãe me olha perplexa. -o que houve mãe? Ela contou para Flavinha sobre a minha cirurgia? -filha não posso ficar, Dr. Afonso foi claro, você precisa repousar! Aron Klein Estamos em uma sala de espera e Judith aparece , mas percebo que algo está errado. -o que houve Judith? -tem algo errado Jorge, ela perguntou pela Letícia .. Imediatamente saio da sala a procura pelo Dr. Afonso, na recepção me pedem para aguardar. -o que houve sr. Klein? -acredito que Fábiola não esteja tão bem quanto o sr. Disse! -o que houve? -ela perguntou por uma amiga já falecida... Ele me olha e respira fundo. -sabíamos que tinha essa possibilidade, porém esses esquecimentos costumam ser por pouco tempo. -certo, se for permanente? -não tem o que ser feito, muitas vezes a memória vem em momentos rotineiros, fizemos a tomografia dela e está tudo ok. -esta me dizendo que não devemos nos preocupar? -não disse isso, disse para terem calma e paciência. Resolvi sair dali antes de perder paciência com ele, quando volto para perto dos pais dela e da minha mãe. -estavamos te esperando filho, sua vez de entrar. Me aproximo dos pais dela. -não sei se seria uma boa idéia, ela ainda está confusa e caso não lembre de mim... Judith se aproxima de mim e põe a mão no meu peito. -mesmo que ela não lembre , o amor está lá. .Mesmo que que ela neste momento não lembre de você, ela precisa saber que esta aqui! -Judith está certa meu filho, ela precisa saber que esteve ao lado dela... Fábiola Um cara alto, branco, muito branco e loiro está se aproximando olhos verdes penetrantes , ele sorri para mim. -sabe quem eu sou? -não é médico, já que não está de branco, nos conhecemos? Tenho e sensação que já nos conhecemos. O sorriso dele some e ele se aproxima ainda mais, ele tem um cheiro bom, me lembra algo que me foge à memória. -temos um relacionamento... -nós dois? Impossível, pelo seu sotaque não é daqui... -não acho apropriado termos essa conversa agora, eu só precisava te ver... Eu estou tão confusa que não percebo que ele não está mais aqui, como assim temos um relacionamento??? Aron Klein Deixei Judith e Jorge em casa, desta vez recusei o convite . -mãe preciso de um favor... -claro! -preciso ter uma noite de sono e no apartamento dela sem ela é impossível para mim. .. Evelyn -alguma coisa aconteceu, Judith foi para Manhattan. O que será que está acontecendo para fazer Judith ir até lá?
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