Lei de Murphy

1460 Words
Se meu pai achou que eu iria desistir de me casar é por que ele não conhece a filha que tem. — Parabéns pelas notas — diz o meu pai analisando meu boletim. — Agora só falta a faculdade... — Aqui está — digo entregando a minha carta de aprovação na Universidade de Barcelona para o curso de Direito. Ele abre , demonstrando toda a satisfação ao ler minha carta — Agora o senhor já pode dar a benção para o meu casamento. — Sim , Dália — diz meu pai tirando seus óculos de leitura. Eu queria pular de alegria , mas noto que meu pais tem a expressão decepcionada, o que me deixa confusa , já que fiz exatamente o que ele queria. Meu pai olha para mim e diz — Sabe Dália nesses meses que se passaram sempre pensei que fosse desistir dessa loucura e mudar de idéia. — Então me conhece pouco , papai — digo encostando na mesa — Eu nunca irei desistir do Carlos... *** Após meu pai ter dado a benção , tive de correr com os preparativos do meu noivado. Afinal , tínhamos decidido noivar um mês antes das aulas na faculdade começarem e casar dois meses depois. Colocando em números mais precisos , tinha três meses para o noivado e dois para o casamento. Primeira coisa que decidi agilizar foi a nossa casa. Carlos foi totalmente contra a gente procurar uma outra casa , já que ele considerava a sua ideal para gente. É lógico que fui contra aos planos dele e me impus. Afinal nem era dele , e sim alugada. Além de ser minúscula e não daria nem para os meus amigos irem nos visitar ou fazer uma festa. —Não Carlos. Quem casa quer casa — digo repetindo o ditado que minha mãe diz sempre. — Mas Dália... — tenta argumentar Carlos , sendo interrompido pelos meus lábios. Sinto alguém se manifestar embaixo , então me afasto sorrindo. — Sabia que ia concordar comigo. — digo indo em direção a porta da casa dele — Amanhã eu passo aqui para irmos pesquisar a nossa casa. Não precisamos procurar muito , pois encontramos um belo apartamento que havia acabado de ser reformado em uma localização privilegiada para nós dois. Compramos todos os móveis e todos os dias íamos ajeitar a nossa futura casa. Amava decorar minha casa , a ponto de me fazer pensar em mudar de curso, mas talvez fosse apenas o entusiasmo por poder fazer tudo do meu jeito. Como eu já tinha terminado a escola , passava o dia com Carlos em nosso lar , até a noite que era o horário de ir para casa , já que meu pai não permitia que eu ficasse muito tempo com Carlos. —Eu tenho que ir ... — digo arfando enquanto Carlos chupa meus s***s , loucamente. Olho para o meu celular despertando e sei que se eu não chegasse no horário meus pais iriam vir para cima de mim e não quero dar motivos para o meu pai cancelar o casamento. Afasto a cabeça de Carlos e a seguro dizendo firme— É melhor paramos agora , antes que a gente se arrependa... Não esqueça do nosso acordo. Eu e Carlos tinhamos o comprimosso de não irmos para a cama até estarmos casados. Não que eu fosse virgem e nem ele, mas é que queríamos que o momento fosse especial para ambos. Só que o t***o estava matando nós dois, era quase impossível de resistir. Levanto do sofá ajeitando meu sutiã . Sorrio para ele que respira fundo passando a mão nos cabelos. Abotou minha blusa e ajeito minha saia. Caminho até sua direção que puxa minha perna, deslizando suas mãos pelas minhas coxas, chegando até o cós da minha calcinha. —Ahhh Dália... — geme Carlos, e******o. Eu beijo seus lábios e então me afastando mordendo os meus. —Até amanhã , Carlos — digo sorrindo. Chego em casa um pouco mais tarde, mas meu pai não está me esperando. Caminho em direção ao meu quarto tentando ser o mais silenciosa possível, mas escuto um gemido de dor vindo da cama da minha irmã. Sento na cama dela e a observo tocar em suas costas. —Está tudo bem , Valéria? — pergunto, preocupada. —São as minhas costas que estão doendo muito.— responde minha irmã com dificuldade. —Já avisou para o papai e para a mamãe? — pergunto, nervosa. —Não, deve ser só o peso da mochila , nada de mais. —Avise—os amanhã. Para você estar com dor até agora não é só isso— digo . Dou um beijo em sua testa — Durma bem. No outro dia minha irmã avisou minha mãe sobre as dores e ela a levou ao médico para saber o que poderia ser. Depois de uma semana o resultado do exame mudou os meus planos. — Valéria precisará fazer uma cirurgia para reduzir a mama , pois ela tem prejudicado gravemente a coluna da Valéria.— explica minha mãe durante o almoço de domingo no qual ela exigiu que Carlos estivesse presente, me deixando preocupada— Esse tipo de cirurgia aqui em nosso país vai muito além de nossas condições ... — O médico recomendou que a cirurgia seja feita no Brasil por conta da qualidade e do custo ser menor— explica meu pai dando uma terrível pausa. Carlos segura minha mão encarando meu pai — E a única data disponível é exatamente dois dias depois do noivado de vocês. Então teremos de adiar o casamento para após a cirurgia e a recuperação da Valéria. — E quanto tempo levaria tudo isso? — pergunto, com medo da resposta. —Quatro meses — responde meu pai. Aquela resposta caiu como uma bomba sobre nossas cabeças. Iria demorar mais do que eu pensava para me casar. Mas eu respiro e tento sorrir pela minha irmã que eu sei que não tem culpa de nada. — A parte boa é que o noivado continuará em pé — diz minha mãe tentando nos animar, sem sucesso. Comecei a correr com os últimos preparativos do noivado, m*l tinha tempo para ver os meus amigos. Estava tão envolvida com minhas anotações em minha escrivaninha que nem percebi alguém chegar e tapar meus olhos. — Já que Maomé não vai até a montanha — diz a voz masculina que tanto amo: Júlio Castillos. Viro—me e abraço meu melhor amigo — Oi , sumida. —Olá, moço — digo de volta. Mostro minhas anotações e digo — A Culpa é do noivado. — Hummm... foi exatamente disso que eu vim falar com você — diz Júlio apontando para minhas folhas. —O que foi? — pergunto , curiosa e apreensiva. — Eu estava em minha casa pensando no que eu poderia dar a Dália Penedo que ela já não tenha — diz Júlio indo até minha cama e deitando. Ele pega minha boneca e a segura — Então conclui que eu já dei o maior presente que ela poderia ter: Um marido. — Se você veio até a minha casa com essa desculpa só para não me dar um presente— digo fingindo estar irritada — Pode tirar seu cavalinho da chuva. — E quem disse que não vou te dar um presente? — questiona Júlio , fingindo estar ofendido — Eu vim aqui justamente dar a você um presente a altura: Quero que faça seu noivado em minha casa, onde vocês se viram pela primeira vez. Um presente cafona , maravilhoso e único que só eu poderia lhe dar. — Você está falando sério? — pergunto , maravilhada. Eu iria noivar no mesmo lugar em que conheci o Carlos... inimaginável, mas vindo de Júlio tudo era possível. Eu o agarro enchendo de beijos. — Menos Dália , menos... —diz Júlio me segurando — Em troca você tem de convidar uma acompanhante à minha altura. — Sabia que tinha um preço— digo , sorrindo — Pode ter certeza que terá a mulher mais bonita da festa. — Assim espero — diz Júlio se levantando. Ele me dá um forte beijo na bochecha e diz — Quem diria que Dália Penedo iria se casar... — Um diria irei ao seu casamento — profetizo enquanto observo o olhar de espanto de Júlio. —Nem vem com essa — diz Júlio fazendo sinal da cruz — Vou indo, até breve garota. O fato do meu noivado ter mudado para a casa de Júlio fez com que minha lista de 20 pessoas dobrasse em poucas horas. Consequentemente, tive o trabalho dobrado com a decoração , buffê e muitas outras coisas que foram sendo inclusas conforme os dias foram passando.
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