Venci a batalha, mas a guerra...

1808 Words
Apesar de o Carlos ter aceitado namorar comigo, no fundo, eu sabia que era só para não ficar sozinho já que passou tanto tempo namorando a outra. Apesar dele dizer que adora minha companhia e o faço sempre ficar de bom humor.Almoçávamos juntos quase todos os dias, saía da escola e esperava por ele em sua casa. Mas como o título do capítulo diz, eu só venci a batalha. A ex sogra dele era muito apegada e mesmo sabendo que ele estava namorando, tinha a audácia de ir limpar a casa dele e mudar os lençóis. Achei que com o tempo fosse parar , mas... Já tínhamos dois meses de namoro , quando um dia estávamos dando uns amassos no sofá, após o almoço, quando escuto alguém abrir a porta. Carlos praticamente saltou do sofá indo em direção a porta. Escuto a voz de uma mulher falando com o Carlos e me levanto indo em direção a cozinha. — Carlito, espero que goste dos salgadinhos , fiz especialmente para você — diz a mulher que tinha idade para ser a mãe do meu Carlos. E que história era aquela de chamá-lo de Carlitos— Agora vou limpar sua casa, está uma bagunça , meu jovem. — Obrigado pelos salgadinhos , Dona Mercedes, mas hoje não será necessário. — diz Carlos bem baixo, com certeza para que eu não escutasse. —Não seja tão humilde... A casa está precisando de limpeza — diz Mercedes se afastando. Aquela conversa fez o meu sangue ferver... Eu que sou a namorada dele há dois meses não tenho a chave da casa dele e a ex sogra tem? Ele ainda agiu como se estivesse sozinho! Eles não sabem mesmo quem é Dália Penedo. Ajeito meus s***s em meu sutiã e apareço só de calcinha e sutiã , escorando meu braço na porta , bem sensual, enquanto os dois me encaram perplexos. — Amor , vai demorar muito? — pergunto , provocante. Carlos quase tem um treco ,enquanto Mercedes me encara , vermelha. Olho para ela dos pés a cabeça e digo — Já que sou a nova namorada dele , quando sair deixe a chave porque da próxima vez posso estar completamente nua. Mercedes não sabia onde enfiar a cara , se bem que eu tenho uma ideia de um ótimo lugar , bem como Carlos. —Desculpas pelo incômodo — pede Mercedes entregando a chave para Carlos e saindo. Fiquei observando ela sair com um sorriso quando me virei e deparei com a fúria de Carlos que está com as mãos na cintura. — O que foi? pergunto me fazendo de inocente. — Você não precisava ter sido tão vulgar —acusa Carlos. — Talvez se você tivesse me apresentado como sua namorada, eu não precisava ter feito isso — rebato , irritada. —E já que ainda estamos falando disso: Por que ela ainda tem a sua chave se estamos juntos há dois meses?Por que ela tem e eu não tenho? — Então você fez isso por causa de uma chave? — pergunta Carlos, nervoso. —Não. Eu fiz isso porque estou cansada de vê—la circulando por aqui , livremente, enquanto eu tenho de esperar por você.Será que você não percebe que ela só te trata bem porque você é um capacho para ela , ou melhor , para elas? — acuso , brava. Aponto para ele e continuo— Estou cansada de ser sua namorada só entre essas paredes enquanto lá fora não existo. — Dália... —diz Carlos , indicando que estou chegando ao seu limite. — É verdade! Está muito cômodo para você namorar comigo aqui , dar uns amassos , mas é só isso. E eu não quero só isso! Eu quero mais e mereço mais! Eu já disse para você que vou me casar com você , Carlos! Então acho bom você começar a pensar em ir para o próximo passo se quiser tocar no meu corpo da próxima vez. — Por favor , Dália , é melhor você ir. Você passou de todos os limites se acha mesmo que eu sou esse tipo de cara. — retruca Carlos , chateado. — Não precisa me mandar embora porque eu realmente já estava pensando em ir — respondo indo em direção à sala. Visto meu uniforme da escola e viro para ele dizendo— Se você não é esse homem , prove. — Como assim? — pergunta Carlos sem entender. — Case comigo — respondo olhando intensamente para ele. Não espero uma resposta imediata ao ver o olhar chocado de Carlos. Caminho em direção a porta e saio , irritada. Enquanto caminho em direção à minha casa , fico pensando se é realmente assim que iria terminar meu namoro com Carlos. Depois de tudo o que eu fiz , uma briga i****a destruiu tudo. Entro em casa e agradeço por meus pais não estarem na sala. Mas não tenho a mesma sorte quando entro em meu quarto e me deparo com Valéria jogando the sims. Deito em minha cama ainda pensando na discussão que tive com Carlos. — Está tudo bem? — pergunta Valéria deitando ao meu lado. Ela me abraça e deixo algumas lágrimas teimosas caírem — Vocês brigaram não é? — Carlos é um t**o— exclamo , irritada. Olho para minha irmã e sorrio tentando tranquilizá—la — Não se preocupe , ainda irei me casar com ele. — E ele sabe disso? — pergunta minha irmã , receosa. —Agora ele sabe — respondo , enigmática. *** Já tinham se passado alguns dias e Carlos nem ao menos dava sinal de vida. E eu orgulhosa não fui atrás também. Na verdade eu já estava pensando em outra forma de conquistá—lo novamente. Estávamos todos sentados à mesa jantando quando a campainha tocou. Depois de alguns minutos nossa empregada apareceu para avisar quem era: — Senhor Ramon, desculpa interromper , mas o senhor Carlos Salazar gostaria de falar com o senhor. Disse que é importante. Meu pai , Ramon Penedo , me encara , curioso, mas tudo o que ele encontra é a surpresa de ouvir o nome de Carlos. —Licença a todos — diz o meu pai se levantando. Apesar do meu pai ter seus cinquenta anos , ele ainda é o tipo de homem que colocava medo só pelo andar. Seu cabelos grisalhos tocam a ponta da gola de seu terno preto. Papai mesmo em casa , sempre anda bem arrumado. O que é compreensível já que meu pai é um diplomata.Levanto junto com ele , que me encara surpreso. Então ordena — Sente-se Dália. — Ele é o meu namorado e tenho o direito de ir junto com o senhor, pois também tenho interesse em saber do que se trata. —Dália — repreende minha mãe à minha audácia. Mas ela sabe que sou tão teimosa quanto o meu pai. —Deixe-a , Dulce — diz meu pai se virando.Eu quase corro para alcançar meu pai. Ele me olha de relance, dizendo —Espero que isso não seja mais uma de suas artimanhas. Meu coração dispara conforme ando ao lado de meu pai, assim que Carlos aparece , sinto que meu coração parou bem como minha respiração. — Boa noite, senhor Penedo — diz Carlos, bem pálido , mostrando estar nervoso. —Boa noite, Carlos — responde meu pai com cara de poucos amigos — Vamos à minha sala . Meu pai vai à frente , deixando eu e Carlos o seguindo atrás. Encaro Carlos que evita o meu olhar. Então me aproximo e pergunto quase soprando: — O que está fazendo aqui? —Provando — responde Carlos passando na minha frente. Meu pai se senta em sua poltrona vinho enquanto fuma seu cachimbo. Eu sento no sofá ao lado de sua poltrona, deixando Carlos sozinho no sofá a nossa frente. Sua perna está agitada, bem como suas mãos que se torcem. Ele respira fundo e então dispara: — Senhor Ramon Penedo, venho esta noite pedir a benção e a mão de sua filha, Dália Penedo em casamento. Sei que parece precipitado, mas quero que saiba que as minhas intenções são as melhores e mais respeitosas possíveis. — Bom , você está certo meu rapaz — responde meu pai para com o cachimbo em seus lábios — Você estão namorando há dois meses, duvido que estejam preparados para esse tipo de relacionamento. — Eu estou — respondo , prontamente recebendo o olhar incrédulo de meu pai — Eu estou pronta para me casar com Carlos. Sei o suficiente para me casar com ele. —Carlos... você poderia deixar eu e minha filha a sós? — pergunta meu pai , o que não é bem uma pergunta e sim uma ordem. —Sem dúvida , senhor Penedo — responde Carlos se levantando. Assim que meu namorado saiu , meu pai se levantou de sua poltrona e parou em minha frente. Colocou suas mãos em sua cintura e ficou me observando demoradamente. — Antes de eu considerar o pedido daquele jovem apaixonado, preciso saber se isso é sério ou só uma brincadeira de mau gosto — diz meu pai , pensativo. —Bom , ele disse que tem a melhor das intenções e acredito nele — respondo , séria. — Não acho que esteja de brincadeira. —Eu sei que ele não está, mas preciso saber da sua parte: Isso é realmente sério para você ou é mais uma de suas brincadeiras? Você está levando esse compromisso a sério ou daqui a pouco vai cansar e mudar de ideia? — pergunta meu pai , impiedoso. Suas palavras me ofendem. Nunca pensei que meu pai pensava isso de mim — Porque aquele rapaz está disposto a se casar com você, agora quero saber se isso também existe ai dentro de você. — O Carlos é o único homem com quem eu sou capaz de casar— responde, sincera. Lágrimas rolam pelo meu rosto provando a verdade das minhas palavras. Eu amo Carlos e nada poderia mudar isso. — Tudo bem — diz meu pai, sério. Ele vai até a porta e deixa Carlos entrar na sala. Dessa vez , meu namorado senta ao meu lado , suas mãos geladas seguram as minhas. Meu pai para em nossa frente e diz— Eu só pensarei em dar a minha benção se a Dália me prometer que terminará seus estudos e entrará em uma boa faculdade. — Por mim tudo bem —diz Carlos sorrindo para mim que não estou nenhum pouco feliz em saber disso. Fuzilo meu pai com os olhos. — Mas isso vai demorar muito — alego, irritada.— O senhor não pode exigir isso de mim. —Ou você promete , ou não terá casamento... a escolha é somente sua Dália Penedo — diz meu pai, imponente.
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