Prólogo da História

2898 Words
Prólogo Ponto de Vista da Narradora: As diversas pétalas das flores montam um conjunto de tonalidades tão intensas e admiráveis a qualquer olhar que nelas se foquem, bem como as plantas esverdeadas montam o cenário belo da natureza. O imenso campo floral encanta com a sua diversidade de espécies, seja em flora ou em fauna, sendo assim, o habitat natural de diversos insetos e animais que por ali contemplam a magnífica natureza. Angelina, a princesa mais nova do reino de Arglin, também se encontra a compartilhar esta alegria a consumir. Os seus olhos se fecham, e lentamente, ela inspira o ar carregado de aromas suaves, levado profundamente aos seus pulmões. Os bons sentimentos que consomem o seu organismo são intensificados, revigorando o seu espírito com o doce aroma das flores. A leve brisa gelada sopra lentamente sob os fios castanhos e cacheados de seu cabelo, causando uma sensação imaginaria de poder voar em nuvens altas. Ali, sem dúvidas, é o seu lugar favorito no mundo. Os seus braços se erguem como se ela pudesse tocar o espaço intergaláctico, e o quão bom seria se isto fosse realmente possível. O poder que a bela natureza a causa, a faz sorrir genuinamente. Imaginar o quão bom existe um Deus através dos céus, que cuida de cada organismo vivo, seja grande ou pequeno. Imaginar cada sistema ou terminações nervosas em seus organismos a faz ver o quão paciente e gentil este Deus pode ser, ao ter tanta paciente ao moldar detalhadamente cada um de nós. As suas forças são renovadas e as suas esperanças permanecem vivas como uma chama que nunca se apagará. Tudo parece mágico, único aos seus olhos, como se ela estivesse a descobrir tudo sempre como se fosse a primeira vez, com uma admiração contínua. Tão encantada, como um passe de mágica, Angelina flutua pela sua imaginação, descobrindo uma explosão de mistérios em sua própria mente. Uma mistura de cores, paixões e alegrias. Revigorante é a sensação de deixar a gratidão consumir os corações, parar de reclamar dia após dia e apenas agradecer pelos novos segundos que nos são proporcionados. Mas, por um momento, uma sensação estranha a consome, substituindo todas as outras demais. Diferente das demais, esta não parece ser tão convidativa e agradável, causando-a sentimentos apreensivos de uma cena repetitiva que ela conhece bem as suas falas e as ações. Um pesadelo antigo, mas que se faz presente até mesmo quando ela está acordada, de olhos bem abertos. — Abra os seus olhos, Angelina! De repente, uma voz masculina soa em seus tímpanos, a fazendo em um sobressalto se assustar ao abrir imediatamente os seus olhos, devido a confusão causada por escutar a voz tão próxima de seus ouvidos, mas ao mesmo tempo descrente que a cena poderia novamente estar se repetindo. De imediato, o seu olhar se encontra com as misteriosas íris esverdeadas, as quais a observam com precisão. O jovem rapaz á sua frente demonstra o seu bem estar em estar em sua presença, a quem ele tanto tem enorme respeito e carinho. Mas ao contrário disto, Angelina engole ruidosamente em seco, franzindo o cenho em um extremo desconforto. Não pelo jovem, mas pela situação confusa e sem nexos que se repete por diversas vezes em sua mente. Angelina, em algum momento, cogitou que isto poderia ser uma recordação afastada, perdida no mar de lembranças, mas isto não faria qualquer sentido. O rapaz jovial, de pele incrivelmente bem tratada, que tem o destaque de grandes olhos esverdeados e os fios de seu cabelo escuros aparentemente bem hidratados, não contém nenhuma semelhança familiar com alguém que ela poderia conhecer. A primeira vista que ela teve dele, foi e continua sendo, este misterioso pesadelo. De repente, o seu corpo se estremece com o susto novamente vivido pelo desconhecido e até paranormal. Ao seu redor, os seus olhos se arregalam em uma plena atenção para cada detalhe presente no ambiente desconhecido que, agora, compõem estranhamente a sua volta. Como um passe de mágica, Angelina não está mais no imenso campo de flores, e de uma forma totalmente inexplicável, ela parece ter se teletransportado para o mesmo cenário que por algum motivo desconhecido sempre assombra os seus sonhos, que cabe a ela mais definir como um pesadelo. O ambiente ao seu redor, se foca agora em decorações arcaicas compondo um quarto, simples, mas aconchegante. As paredes são formadas por uma madeira muito bem esculpida, apesar de já conter alguns indícios de longa idade. Enquanto a sua pintura, é suave e neutra. Angelina, procura e vasculha a sua memória por qualquer ou o menor sinal de semelhanças a algum lugar que ela já estivesse, mas não consegue nada familiar assimilar. — Onde eu estou? — A mesma pergunta feita em todos os sonhos se repete de forma automática por a sua boca, apesar de ela já ter presenciado por diversas vezes de que nunca teria uma resposta mais clara do que: — No meu quarto. — O rapaz franze o cenho diante de sua confusão, mas responde em um tom um tanto óbvio. Ele não entende o motivo de seu susto repentino. Para ele, ela já esteve neste local por tantas vezes que o leva a não compreender o motivo da sua pergunta. Mas para Angelina, nada daquilo fazia o mínimo sequer sinal de sentido. Ela não o conhecia e muito menos entendia o motivo de estar no seu quarto. Se isto fosse realmente apenas um sonho, por que sempre a levava para o mesmo lugar, o mesmo momento, a mesma cena, com as mesmas falas, gestos e ações? Ela suspira pelo cansaço em meio a tanta confusão. Seria algum tipo de mistério mental que ela precisaria desvendar? Não, ela solta um breve riso por seu próprio pensamento, talvez, só seja a sua imaginação fértil que gosta de pregar peças, com cenas repetidas por sinal. — Eu tenho uma surpresa para você. — O rapaz diz com euforia, esta que ele nem ao menos conseguia conter. Ele tinha guardado um presente bem especial para ela, e sabia que ela amaria receber. O seu sorriso é tão galanteador, que nem Angelina conseguia dizer o contrário, admirada com a beleza do misterioso rapaz de seus sonhos. Ela, cerra os seus olhos diante de uma confusão ainda maior que a anterior. Em tese, eles nem se conheciam, não haveria motivos para ele estar tão empolgado para a entregar algo. Poderia ser um simples e singelo gesto de bondade com o próximo, mas o olhar brilhoso admirado em suas íris esverdeadas e o sorriso carinhoso a brincar em seus lábios, demonstram bem a sua euforia em demonstrar o carinho e respeito que ele tem por ela. Não seriam meros desconhecidos. Confusa, mas até curiosa diante de seu sentimento, ela o questionaria algumas dúvidas, porém, antes mesmo que a deixasse pronunciar algo, ele saiu em disparada a fora do quarto, em busca do que tanto queria a mostrar. Angelina suspira em frustração, apesar de saber bem que este seria o seu próximo ato. Em todas as suas tentativas, sempre houve esta frustração ao nunca conseguir perguntar a ele os seus questionamentos, afinal. Curiosamente, os seus olhos novamente avaliam o ambiente, procurando por algo que tenha semelhanças com alguma lembrança vivida e escondida em suas memórias. Porém, apesar de nada familiar novamente encontrar, por algum motivo, sentia-se bem ali, como se fosse tão bem-vinda quanto estivesse em seu próprio quarto. Tão estranhamente, o rapaz a passa sensações de confiança, algo que ela não conseguia entender como este sentimento estava presente mesmo sem o conhecer. Vidas passadas, talvez? Ela cogita. Inconscientemente, o seu olhar se foca fixamente para algo ainda mais estranho. O seu espanto sempre é o mesmo ao se deparar com os diversos quadros de moldura em dourado espalhados pela parede clara do quarto, contendo um conteúdo que a preocupa em demasiado por nada disto se recordar. Inquestionavelmente, as fotos impressas presentes nos quadros, transmitem ela juntamente com o rapaz em uma demonstração grande de amizade, e até mesmo um grande romance. Angelina se concentra com todas as forças ao máximo em sua memória, mas as lembranças desses momentos parecem apagadas como se nunca houvessem existidos. Estes não tinham a mínima veracidade, mas por um momento, sem ao menos compreender o motivo de seu ato seguinte, ela se permitiu substituir o espanto por um sorriso, ao soltar um breve riso descontraído de como a sua própria imaginação a levava a situações desconhecidas, afinal nada daquilo passava de mais uma repetição de seu sonho. Apesar de tão real, nada é de fato verdadeiro. De repente, um alto som de trovão a faz cair na realidade para qual parte se prosseguia dali. O seu sorriso se desmancha imediatamente e o seu engolir em seco é tão ruidoso que se torna audível, sentindo as suas pernas bambearem em uma tremedeira repentina. A sua garganta seca como o pior deserto, e as suas mãos soam com o nervosismo insistente. O forte aperto em seu peito e o calafrio r**m que sobe por a sua espinha, anuncia que coisas ruins estão por vim. É por esta cena seguinte que ela dá o nome de pesadelo. — Angelina, tranca a porta! — De repente, a voz do rapaz soa em um grito carregado de alerta e preocupação, anunciando o perigo. Angelina tenta, de imediato, se mover e assim realizar o que foi pedido para a sua p******o, mas a sensação negativa é tão forte e pesada sobre os seus ombros que faz com que os seus movimentos pesem e a sua mente retarde. Ela encara o trinco da porta, desejando com todas as forças se mover para fecha-la, mas os seus passos não a obedecem, levando a crer que ela parece estar em um estado hipnótico oriundo da r**m sensação repentina. Alguns sons de luta ecoam pelo ambiente, denunciando o perigo a se aproximar no andar de baixo. Porém, apesar de saber a cena seguinte, o seu coração por algum motivo se aperta em preocupação pelo rapaz que lá está. E assim, ela se pega orando pela vida daquele que ela nem conhece ao certo, mas que a despertou sentimentos tão puros de empatia. Não muito tempo depois, o rapaz consegue adentrar em passos extremamente apressados ao quarto, fazendo com que ela solte todo o ar pesadamente que a consumia de forma negativa. Ele se apressa em fechar e trancar a porta atrás de si, e com rapidez, se aproxima. Ao perceber o estado paralisado em que ela se encontra, ele sussurra algumas palavras em latim, que ela nunca sequer teria alguma ideia do significado, mas que como mágica, surte efeitos favoráveis ao quebrar a hipnose paralisante em seus movimentos. — O que está acontecendo? — E aqui está outra pergunta, que mesmo sendo feita em todas as vezes que o pesadelo se repetia, nunca se era obtido uma resposta, nem a cogitação da menor que seja. A adrenalina vivida neste momento é algo novo para o organismo de Angelina, que nunca tinha passado por uma situação de pavor como esta. Ela não sabia nem ao menos como reagir para controlar a própria respiração quem dirá controlar os sentimentos ruins que se apossam de sua mente. — Nós temos que ir embora agora mesmo! — O rapaz, à sua frente, não possui pensamentos muitos diferentes dos que assombram Angelina, falta entrar em um curto-circuito em pleno nervosismo pela situação imposta, mas ao mesmo tempo, foca em um lado mais racional de sua mente na procura por soluções, não permitindo que ele se renda ao final. A sua ansiedade ou susto, não é algo que ele detenha de tamanho controle, porém, em toda a sua vida, ele já presenciou tantas situações de adrenalina extrema que mais uma como essa, entraria para a sua terrível coleção. — Ele nos achou, ELE nos achou... — O rapaz pronuncia, passando as mãos de forma exasperado pelos fios escuros de seu cabelo, enquanto tenta focar o seu olhar para qualquer que seja a solução possível diante de sua visão. — Ele quem? — Angelina, nada mais faz que novamente mais uma pergunta que não obteria respostas no exato momento. Ela solta pesadamente todo o ar em frustração, piscando os seus olhos por diversas vezes e levando as suas mãos ao rosto, intencionando acordar deste pesadelo e nada mais destas cenas presenciar, muito menos as demais que estão por seguir em ordem. De repente, um barulho forte sobre o material da porta os assusta, chamando as suas atenções para o perigo que se aproxima. Evidentemente, há inúmeras investidas sobre a porta para que esta seja derrubada, e assim o perigo adentre o ambiente. — Nós precisamos sair daqui. — O rapaz corre à janela de seu quarto, abrindo-a rapidamente, ao não ver outra opção diversa desta. Caso fiquem, acabarão mortos violentamente. O m*l que os rodeia não permitirá que eles saiam vivo desta, não mais, já haviam adiado este momento por tanto tempo, que o m*l não perderia a chance de os ferir até a morte. Mas o rapaz não permitirá que encostem em sua amada, nem que ele tenha que morrer para a defender. Sentimento nobre até para ele, que há uns dias atrás nunca imaginaria que ela se tornaria tão importante nesta imensidão. A corrente fria de vento, vindo do exterior, adentra o ambiente pela janela com ferocidade, causando um frio descomunal. A temperatura cai em graus até impossíveis de tão brusca e repentina. O tom arroxeado do céu, acompanhado de raios em tons violetas, causa um novo susto, seria algo impossível para os olhos descrentes, mas para quem já viveu inúmeras aventuras, o sobrenatural deixou de ser apenas um conto imaginário. O rapaz segura as mãos de Angelina de forma precisa, enquanto segue para próximo da janela, permitindo-a perceber a considerável altura que se encontram. Seria muito alto para que pulem. Além de que, o seu quarto está de frente para um enorme abismo com águas correntes do mar ao fundo. Além de criaturas marinhas que possam ser perigosas, os rochedos também podem ser fatais. — Eu não vou. — Ela contrapõe, agoniando-se perante a situação tão confusa, mas ao mesmo tempo tão assustadora. As insistentes batidas na porta dão a certeza que não demorará muito tempo para que esta esteja ao chão, deixando o clima ainda mais tenso no ambiente. O que aconteceria se ela ficasse? Seria questionada, levada como prisioneira, ou realmente presenciaria com violência até o seu último suspiro de dor evaporar de seu organismo ao leva-la em seu descanso definitivo? Seria algo que talvez, não faria sentido ela querer descobrir. — Realmente nós precisamos sair daqui o mais rápido possível! Eles não vão poupar nossas vidas! — O rapaz alarma em sua voz, mas ao perceber a expressão de extremo pavor pousando no rosto de Angelina, a sua voz se transforma para uma forma mais compreensiva, ao saber o quanto ela deve estar abalada com estas situações. Ele não permitiria deixar com que ela desistisse. — Eu não posso te prometer que tudo acabará bem, mas eu posso te prometer que eu não desistirei de lutar até que você esteja a salva. O rapaz limpa delicadamente as únicas lágrimas que sem perceber rolam pelo rosto de Angelina, e sem demoras junta os seus lábios em um beijo. Ela está tão confusa, mas não se afasta, por algum motivo o seu coração se acalma, se encanta, se encontra. Estranhamente, as suas palavras parecem tocar a sua alma, e a causa um estranho choque eletrizante que percorre incessantemente por todo o seu corpo, dando-lhe e substituindo todas as demais sensações por uma nova sensação e até desconhecida. Pela primeira vez, os seus pensamentos se calam em uma calmaria que nem mesmo ela sabe explicar. — Vai ficar tudo bem, meu amor. — Ele murmura ao separar os seus lábios diante dos insistentes barulhos na porta do quarto. — Apenas feche os seus olhos e tudo ficará bem. Desconfiada de sua fala, os pensamentos de Angelina ameaçam a se agitar novamente, porém, o seu olhar tão fixo vasculha a sua alma de forma tão profunda a retomar a calma em seu organismo. É estranho e até descrente, mas tão real quanto o ar gelado que entra por suas narinas e recarrega os seus pulmões. — Confia em mim. — A sua fala é como um início para que as pálpebras de Angelina se fechem lentamente, enquanto ele segura fortemente em suas mãos. — Você precisa reacender a sua marca! Você representa a força dos Anjos Guardiões! Ilumine o mundo, e não deixe das trevas o seu coração tocar! Que Deus a acompanhe nesta jornada e a ajude! O meu coração de ti, já se orgulha, e a ti entrega o sentimento mais puro que eu jamais senti antes! Com o amor, restaure o mundo! Tão rapidamente quanto Angelina poderia imaginar, um estrondo gigante denuncia que a porta despencou ao chão, mas mesmo assim ela não ameaçou abrir os seus olhos, apenas confiando nas palavras do rapaz. Ele, por sua vez, puxou-a tão rapidamente os arremessando janela a fora. Angelina sente o vento bater de forma agressiva contra os fios cacheados de seu cabelo como se a lembrasse de sua possível morte pela imensa altura. Mas o rapaz abraça fortemente o seu corpo como se de alguma forma pudesse a proteger com aquele simples gesto, antes de simplesmente ele desaparecer em **. Continua...
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