Capítulo Um — O Rapaz dos Sonhos.

4011 Words
Capítulo Um — O Rapaz dos Sonhos Ponto de Vista da Narradora: Enfim, o impacto sobre o corpo de Angelina se chocando sobre o solo a traz de volta para a sua realidade, mas ao contrário do perigo que ela imaginaria, a enorme altura não a causou uma morte instantânea, nem ao menos a fez sentir o líquido gelado do mar abaixo de si tocar em sua pele. Porém, ainda assustada, ela abre os seus olhos em um imediato alarme e espanto em confusão do que possivelmente poderia ter ocorrido diante de seu salto anterior. De imediato, seguida pela preocupação em seu primeiro ato, os seus olhos vasculham por o seu corpo, constatando que por mais estranho que pareça este não possui nenhum machucado a vista, além de um leve e quase imperceptível arranhão no braço direito causado recentemente quando ela caiu por cima alguns galhos secos segundos anteriores. Ao constatar o ambiente a sua volta, ela nota que novamente está no imenso campo de flores, questionando a si mesma sobre a veracidade inexistente do ocorrido anterior. Angelina suspira pesadamente em frustração por sua realidade alternada, mas ao mesmo tempo, ela se sente aliviada em nada daquilo ter sido de fato real. De novo, nada passou de mais uma das diversas viagens pelo amplo mundo de sua imaginação fértil. Porém, um questionamento a surge, diante de que as cenas confusas que moldam o seu pesadelo, deixam de estar presente apenas enquanto ela adormece, e agora estas tomam uma maior intensidade ao passar a atormenta-la em sua realidade presente. Por um momento, Angelina cogita a possibilidade de procurar alguma ajuda especializada para conseguir controlar melhor a sua mente. Talvez, ela esteja enlouquecendo. Ou, somente se trata de seu espírito aventureiro almejando e desejando uma nova aventura, algo que se depender da monótona rotina do reino nunca ocorria fora de seus sonhos. Ela franze o cenho ao melhor reformular os seus desejos, afinal por mais que ela queira uma aventura, ela não desejaria passar por situações ruins como as de seu pesadelo. Angelina balança a sua cabeça negativamente como se de alguma forma pudesse afastar ao longe todos esses pensamentos de sua mente. Em um pulo, ela se levanta, passando as mãos por seu longo e volumoso vestido, na intenção de retirar e limpar a areia do solo que se fixa no tecido, mas as pequenas manchas insistem em permanecer. Ela suspira em frustração, imaginando que mentir sobre o seu paradeiro será ainda mais difícil agora. Ela não conseguiria convencer ninguém com o seu vestido sujo desta forma. Todos os dias, uns momentos antes do pôr do sol, Angelina foge do castelo para comtemplar essa magnifica demonstração artística no céu, de mais perto, e se alegra ainda mais ao compartilhar da companhia da bela natureza ao seu redor. Fugir não seria uma atitude muito exemplar ou honrosa para uma princesa, sabia bem disto, mas ela não conseguia conter a necessidade de conhecer o mundo fora das grandes muralhas reais. Há uma hora dessas, a sua mãe já deve cogitar a ideia de a internar em uma escola de bons modos, na esperança de que a filha melhore os seus comportamentos, porém, ao fundo a conhece bem para saber que isto não seria o suficiente para conter o espírito aventureiro de sua filha. Enquanto o seu pai, mais rígido em suas escolhas, insiste em dizer que a menina não herdou os seus traços, e a teimosia desta ainda a levará a perca do trono. Nada que Angelina pudesse de fato se preocupar. Seguir as velhas tradições e regras destinadas rigorosamente a família real, não era nem um pouco atraente, e muito menos o que ela almejava para a sua vida. De repente, um barulho de gravetos se quebrando entre as folhagens de um conjunto de arbustos bem esverdeados, não muito longe de si, chama a sua atenção, mas ela somente consegue notar uma silhueta masculina que brevemente se afasta ao apressadamente sumir de sua vista adentrando novamente as folhagens. A sua testa franze em desconfiança ao recordar que estranhamente todas as vezes em que ela vivenciou o sonho misterioso, ela sentia a presença de alguém, apesar de ninguém estar por perto. Mas desta vez, realmente continha a possibilidade concreta de alguém estar a observando. Ela se pergunta se isto teria alguma relação? Ou, apenas se trata de um curioso que por aqui está a rondar? Sem perceber, a vontade incessante por respostas toma os seus movimentos, fazendo com que ela dê passos extremamente apressados em direção ao caminho que o rapaz anteriormente fez. Em sua mente, os questionamentos novamente a consomem, deixando os seus pensamentos tão altos que ela quase não percebe o ambiente ao seu redor, e por um descuido quase o perde de vista. Teria este, alguma ligação com as suas estranhas alucinações? — Espere! — A necessidade por respostas a faz chamá-lo em um tom alto para que ele a note e espere, mas ao de fato fazer com que ele perceba que a menina o segue, o faz tomar atitudes diversas, apressando ainda mais os seus passos na intenção de a despistar, sumindo assim rapidamente de sua visão ao adentrar na movimentada praça central do povoado. Já não tendo mais sinais do rapaz, Angelina para os seus movimentos ao julgar ser em vão continuar a correr agora sem direção, mas continua a guiar o seu olhar atento ao seu redor em uma falsa esperança de o encontrar novamente. Ela suspira em uma pesada frustração ao não ter resultados satisfatórios, mas ao mesmo tempo a sua mente gira em confusão diante do qual seria o motivo para que ele fugisse com tanta pressa dela. Angelina cogita que talvez, ver a cena de uma menina toda descabelada correndo atrás de si não seja a maneira mais agradável para se ter uma boa primeira impressão, ele deve ter imaginado que ela é uma louca. Angelina ri com os seus próprios pensamentos. Mas, para o alívio de sua mente agitada, a sua frustração dura pouco ao perceber o motivo da movimentação eufórica presente na praça. De imediato, o seu sorriso invade alegremente o seu rosto diante do acontecimento que ela mais espera neste dia. Os últimos raios de sol tocam gradativamente o morro do pequeno vilarejo presente no reino de Arglin, trazendo a despedida do sol neste dia, mas anunciando o início do evento mais esperado pelos humildes moradores. Em Arglin, todo pôr-do-sol é o momento certo para agradecer pelo dia que se passou, e pedir p******o divina para a noite que se inicia. Para estes moradores, não existe uma melhor forma de transmitir a sua gratidão que a bela manifestação artística da dança. A empolgação se encontra vívida no rosto de cada um que preze pela grande competição de Dança que ocorre todo dia, todos anseiam por ver um conjunto de movimentos inovadores. Na antiga praça das flores, ao centro da aldeia, um aglomerado se forma. Olhares curiosos observam os primeiros passos ritmados e sequenciados de duas garotas a se moverem no acompanho de uma música contagiante e ritmada. O maravilhoso som adentra todos os ouvidos de uma forma agradável e convidativa, quase a chamar Angelina para acompanhar os passos ritmados. A dança contém vida própria, com as suas próprias sensações, emoções e significados. Cada movimento descontraído é observado com extremo encantamento como uma hipnose que enfeitiça o coração de cada cidadão sonhador. A magia reina entre eles, renovando a força uma vez tomada por árduas batalhas diárias, reestruturando o coração quebrado, e revigorando as almas sem esperança. A dança tem o poder inexplicável de fazer os alegres corações ritmarem os seus batimentos com uma explosão de boas sensações, alegrando até os espíritos mais rancorosos que ali havia. Não muito diferente de qualquer um dos pares de olhos admirados que contemplam o evento, Angelina observa a manifestação artística com extrema admiração. Escondida entre as árvores, a princesa de idade mais nova do reino, novamente estava longe do castelo, presenciando a dança dos moradores plebeus. Tão cheia de vida, as suas manifestações de gratidão parecem muito mais verdadeiras que as dos mais nobres do reino. O povo tem um calor cativante e aconchegante, bem diferente dos que ela arrisca em dizer aqueles que possuem o coração arrogante e esnobe pertencente na maior parte da nobreza nunca entenderiam. Ali, ela podia ser ela mesma, sem ter que se preocupar com as diversas regras de etiquetas, ou, com as suas ações do dia serem rigorosamente definidas sem que os seus interesses ou as suas vontades sejam levadas em consideração. Fora das grandes muralhas, ela poderia fazer o que bem entender, e experimentar ao menos por breves segundos a liberdade de expressar as suas próprias vontades. Angelina está distraída aos seus arredores, focando com exclusividade a sua atenção nos movimentos de dança realizado pelo povo, que nem ao menos reparou quando um dos guardas reais pousou o seu olhar diante de sua silhueta, suspirando forte em alívio ao enfim, a encontrar. Ele a procurava por tanto tempo que já estava cansado, assim como provavelmente todos os nobres que já se deram conta de seu sumiço. Ele e os seus companheiros guardas, sofreriam sérias consequências se não trouxessem a menina de volta. Nem ao menos entendem como ela conseguiu passar despercebida e fugir da patrulha de tantos guardas, o fato concreto é que para mantê-la no castelo, teriam que redobrar ainda mais as suas atenções. Nem imaginariam eles, que esta não seria nem de longe a primeira vez que ela consegue fugir. Para a sua mãe, isto é um grande perigo para a segurança da filha. Mas para o seu pai, além de ser uma grande desonra ao reino da parte de sua filha, a sua única preocupação é no quanto isto poderia causar um grande problema caso ela viesse a ser sequestrada por espiões de algum reino inimigo. Angelina sabe bem que ela não deveria dar tanto trabalho desta forma, porém, esta é a única opção cabível para que ela consiga ver pessoalmente essa explosão de mágica que acontece em todo o pôr-do-sol. Conter o seu espírito aventureiro tem sido um grande desafio até mesmo para ela. Por um momento, ao passo que o guarda se aproxima, Angelina enfim o nota e de imediato contém a sua intrigante vontade de continuar admirando a dança, para que em rápidos movimentos ela corresse o mais rápido para longe, se embaralhando novamente entre a multidão. Ela para os seus movimentos apressados atrás de uma bancada de frutas de um dos comerciantes e se concentra em se esconder de um forma mais convincente. O seu olhar atento observa, de longe, o guarda levar as suas mãos de uma forma exasperado a sua cabeça ao novamente a perder de vista. Ela suspira aliviada o vendo se afastar rumo a direção oposta em que ela está, da próxima vez, ela escolheria um vestido com tecidos mais leves para facilitar ainda mais a sua fuga. Enfim, ela volta a focar as suas atenções, com os olhos cheios de admiração, aos movimentos vívidos na praça. Muitas pessoas se arriscam em seus passos descontraídos, movidos pelo som contagiante da música que massageia os seus tímpanos. Ao centro de todos, um casal agora se enfrenta na competição de dança. O prêmio? Nada mais que o respeito de todos aqui presente. As danças são algo que cativam o desejo mais puro de renascença e rejuvenescimento de suas almas. No dia seguinte, a magia seria ainda mais intensa com o denominado Dia de Louvor, em que as danças formariam uma homenagem aos grandes Anjos Guardiões formados naquele reino. Todos se unirão para um agradecimento sincero por toda p******o divina e guia pelo trajeto da vida destinados por eles. Alguns cidadãos não acreditavam muito na história contada e denominavam estes anjos como meros mitos, mas já outros tinham a certeza crescente da existência do amor destes por cada um. Sentindo a euforia da música formigar por seu organismo, enfim, Angelina não resistiu à vontade própria de seu corpo a se contagiar, e em movimentos pouco descompassados, se movia em suas próprias expressões e sentimentos. Os seus olhos se fecham em uma forma de sentir tudo mais intensificado, na dança oriunda de seu coração. Ela sabe bem que deveria estar toda sem ritmo, mas foca apenas na paz que reina em sua mente e alegra a sua alma. Uma explosão de bons sentimentos a faz voar cada vez mais alto em seus sonhos mais cativantes. Porém, repentinamente ela é trazida de volta a realidade ao sentir o seu corpo se chocando descuidadamente contra alguém, fazendo com que ela perca o equilíbrio ao cair de b***a ao chão. Ela murmura com o leve incomodo da dor em seu músculo atingido. Porém, a surpresa a atinge imediatamente ao focar os seus olhos atentos na pessoa a sua frente, levando embora qualquer outro sentimento diverso do espanto. O seu raciocínio paralisa por um momento, ao concentrar todas as suas atenções em analisar o rosto do rapaz que apressadamente a ajuda a se levantar, olhando aos arredores como se se incomodasse com a demora da menina que mais parece uma estátua o encarando com uma certa descrença. Angelina parece se esquecer de tudo à sua volta, perdida em questionamentos gritantes em sua mente. Ela encara cada detalhe do rapaz que, estranhamente, contém todas as semelhanças idênticas ao do mesmo rapaz em seus sonhos. O seu rosto tinha o destaque de seus olhos esverdeados, e o seu cabelo escuro dava contraste em sua pele, o qual tem os seus fios movidos no acompanho do vento. Por um breve momento, o oxigênio se esvai de seu organismo, causando uma sensação de estar perdida novamente em outra realidade. Ela pisca os seus olhos fortemente, na intenção de constatar que desta vez, não se trata de apenas a sua imaginação, mas sim da sua realidade concreta e vívida. A semelhança é tão evidente que a faz parecer uma estátua diante de algo surreal. Estaria ela novamente sonhando acordada, ou, ali na sua frente estaria todas as repostas para o seu pesadelo? Angelina puxou o ar com tanta força que quase se engasgou, recuperando o seu raciocínio e se preparando para o bombardear de perguntas sem fim. Mas chamando a sua atenção com movimentos extremamente rápidos, ele retirou um pano branco de seu bolso e cobriu parte de seu rosto. O rapaz se desculpou brevemente e sem demoras se retirando em uma pressa ainda maior. Angelina, ainda perdida em pensamentos, apenas conseguiu acompanhar com um olhar preciso até que ele sumisse pela multidão. Imediatamente, ela pisca fortemente os seus olhos, intencionando despertar de seus pensamentos confusos. Certamente, ela deveria estar alucinando novamente, ou, isto não passa de uma mera coincidência. Ela balançou a sua cabeça negativamente, sabendo que uma parte de sua mente permaneceria a questionar sobre a aparência familiar do rapaz. A semelhança extremamente grande retiraria qualquer sinal de mera coincidência. Os seus pensamentos estão tão altos que nem ao menos percebeu quando um dos oficiais do reino voltou a se aproximar, enfim a avistando. Ele pigarreou, chamando por fim a sua atenção. Este sentia alivio em reencontra-la enfim, mas ao mesmo tempo, já previa a enorme dor de cabeça que poderia ter caso viesse a perdê-la de vista novamente. Em sua mente, repassava as regras de um oficial, recordando que quando fez o seu juramento de servir ao reino, não imaginaria que estaria incluso muita dor de cabeça proporcionada pela teimosia da princesa. Ele, assim como todos, imaginava que a princesa faria o tipo mais certinho como a sua mãe e sua irmã, e seguiria, bem como gostaria, das tradições reais. Mas para a sua frustração, ela é bem diferente disto. Ele suspirou ao imaginar o quanto tempo ele ainda teria pela frente de mais dores de cabeça. Angelina também suspira, porém, frustrada ao focar o seu olhar no homem uniformizado à sua frente que cruza os seus braços de uma forma decepcionado a ela. Angelina murmura descontente sabendo que agora não teria mais chances de ali ficar, teria que o acompanhar de volta à rotina extremamente chata do palácio. Os oficiais do reino são os únicos que a reconheceriam. Aos demais, ninguém imaginaria que ela seria a princesa do reino. Talvez, até poderiam de fato desconfiar por suas vestes conter uma elegância maior que as demais, apesar de Angelina sempre escolher os vestidos mais simples para poder se misturar ao povo. Porém, ninguém de fato concretizava aquela ideia ao imaginar que a princesa herdeira do reino, deveria estar muito bem segura e ocupada de afazeres atrás das enormes paredes do castelo. Por ordem de seus pais, a sua verdadeira identidade deveria ser minuciosamente escondida, em prol da sua própria segurança, bem como a do reino. Porém, o espírito aventureiro de Angelina, permanecia a tentar ter as suas próprias asas para voar, e não correntes chamadas de regras para seguir. De repente, Angelina soltou um sorriso sapeca ao ter em sua mente uma iluminação por uma boa ideia, assim que focou o seu olhar em um dos moradores que passava vendendo pães caseiros. O cheiro delicioso roncou em seu estômago, mas também renasceu a sua esperança de poder contornar a situação com o guarda real, de uma forma natural e despercebida. — Beltran. — Angelina chama o oficial, que prontamente a direciona a sua completa atenção. — Eu estou faminta. Que tal nós comprarmos alguns pães frescos? O guarda vendo que não seria uma má ideia, se aproxima do padeiro pronto a escolher alguns bons pães que agrade à princesa. Porém, um breve minuto de distração fora o suficiente para que perca Angelina de vista, novamente. Ele suspira em frustração pela esperteza da menina, sabendo que ele não deveria ter a subestimado em seu papo furado. Novamente, lá vai ele atrás da fugitiva. Os fios cacheados em tonalidade castanha do cabelo de Angelina batem contra o vento, enquanto os seus passos apressados se aproximam o mais rápido possível de seu próximo esconderijo. Mas por um breve e rápido momento, ela para os seus movimentos ao se apoiar em um poste de luz, recuperando o oxigênio que ameaça se tornar escasso com o surgimento do cansaço repentino em sua respiração. As suas crises alérgicas sempre são um problema, ao dificultar as suas aventuras ao deixa-la com um pulmão mais comprometido do que os outros de sua idade normalmente teriam. Ela gostaria de poder permanecer na praça por mais algum tempo, mas infelizmente este é um aspecto que ela não pode questionar. A sua saúde fora do castelo e sem supervisão de vários antialérgicos é algo realmente preocupante para ela. Angelina inspira uma forte quantidade de ar, logo o expirando de uma forma lenta e controlada. Ela tenta estabilizar a sua respiração, mas acaba por sentir um aperto sufocante em seu peito, carregado de uma ansiedade crescente. Preocupada, enfim, ela julga finalizada a sua vontade crescente por aventuras, pelo menos pelo dia de hoje, afirmando ser mais que o necessário que os seus remédios estejam agora ao seu alcance. Por bem ou por m*l, ela precisa voltar ao castelo com urgência. Assim que Angelina vira os seus passos em direção às grandes portas de entrada do castelo, o seu olhar inconscientemente se foca em uma janela no primeiro andar de uma das antigas casas que já fazia parte da localidade antes mesmo que ela nascesse. Porém, apesar da familiaridade em suas paredes, o susto veio de imediato ao presenciar um rapaz com as suas mãos fechadas agressivamente contra o pescoço de uma mulher aparentemente de idade avançada, a quem ao se debater entre as diversas tentativas de se livrar de seu ataque fatal, cai sobre a a******a da janela a fora e despenca ao chão no meio da praça. O enorme impacto de seu corpo ao solo chama a atenção de alguns moradores que passam próximo ao local, que prontamente correm para poder a ajudar, porém, diante da extrema quantidade em sangue, ninguém consegue duvidar de que a mulher de longos cabelos esbranquiçados tenha de fato a vir a óbito. Inevitavelmente, Angelina não consegue sucumbir o grito em extremo pavor que rasga a sua garganta, diante da cena horrorosa que os seus olhos com desgosto presenciam. Em tantos anos, ela nunca tinha escutado sobre nenhum caso de violência no reino, muito menos algo tão temeroso como um assassinato, o que a causa um susto ainda maior pela violência diante de seus olhos presenciada. Pelo o que ela saiba, todos no vilarejo se tratavam com muito respeito e admiração. A sua mãe sempre contava que esta era uma das maiores qualidades presentes no reino de Arglin, por isto ela nunca imaginaria que a violência e a maldade um dia pudessem os alcançar, e muito menos que estas poderiam de fato ser tão avassaladoras. Até então, a maldade para ela não passava de um mito, mas agora é tão real e existente, que a desbloqueia medos que ela não imaginaria vir tão breve a sentir. De imediato, a alta música que ainda toca é bruscamente interrompida, acabando bruscamente com o evento glorioso do dia. Aos cidadãos que ainda não tinham percebido o que de fato ocorria focavam as suas atenções para Angelina, questionando sobre o seu grito pavoroso, não muito diferente do olhar preocupante do rapaz que acaba de ceifar a vida de uma aldeã. Ele sabe muito bem que as suas explicações não serão o suficiente, ninguém de fato conseguirá compreender ou ao menos querer ouvir os motivos que o levaram a cometer este ato tão tenebroso até para si mesmo. Mas apesar de tão repugnante ser o seu ato, a sua expressão não possui qualquer sinal de arrependimento, ao fundo, ele sabe que repetiria a ação quantas vezes fosse necessária para que as pessoas que ele destina o seu amor estejam a salvas. Mas ter o olhar de Angelina tão apavorado ao o encarar o traz dores ao seu coração, apesar de ele saber que ela de fato não o reconheceria. Porém, como causador de uma descrença ainda maior para Angelina, esta quase cai para trás em um sobressalto de extremo espanto ao reconhecer perfeitamente o rapaz que a direciona exclusivamente o seu olhar, juntamente com os seus traços físicos gritando em sua mente. Para uma surpresa negativa, se trata do mesmo belo rapaz em que ela se esbarrou um tempo atrás, a quem é o mesmo de semelhanças ao seu pesadelo que tanto a atormenta. Em sua mente, uma grande confusão toma violentamente o espaço de forma ainda mais questionante. Que ligação este assassino a sangue frio teria com o rapaz de seus pesadelos? Por que a semelhança, e qual o motivo o levaria cometer um ato tão atormentador? Era para isto que ele estava tão apressado anteriormente? Além do mais, por qual o motivo ela se sente tão ligada a ele? Um calafrio r**m sobe de imediato por sua espinha, temendo o que o futuro a reserva ao imaginar que, talvez, pudesse ser ela a quem estaria morta agora. Não demorou muito para que os oficiais do reino prendessem o rapaz para o levar como prisioneiro. Ele não tentou fugir, sabendo que de nada adiantaria. Diante de sua autoria e materialidade de seu crime extremamente inegáveis, ele sabe bem que a sua sentença não seria nada agradável a ele, mas apesar disto o arrependimento ainda não ousou a aparecer. O seu motivo era suficiente a si mesmo, para que ele não pronunciasse nada diferente além de: — Vocês não entenderiam... Os olhares ao seu redor o condenavam em meio de um susto com o ocorrido. As palavras saiam das bocas de leões como navalhas cortantes e ameaçadoras. O rapaz sabe que nada faria o descontentamento do povo ser diferente, sabia muito bem o que fez e as suas consequências que teria. Mas ao focar o seu olhar novamente para Angelina, confusa, mas principalmente viva, ele julgou que tudo foi por um bom motivo. Não importa quantos o apedrejarão, ele mesmo cooperou e caminhou para que os oficiais do reino o levassem para as masmorras do castelo. Continua ...
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